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A Personalidade Humana

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1
PSICOLOGIA E AUTODESENVOLVIMENTO
PSICOLOGIA E AUTODESENVOLVIMENTO
Graduação
PSICOLOGIA E AUTODESENVOLVIMENTO
49
U
N
ID
A
D
E 
5
A PERSONALIDADE
Nesta unidade, vamos conhecer a instância humana que nos transforma
em seres únicos, singulares e especiais. Por isso, ao final desta unidade,
você será capaz de:
• analisar a evolução histórica para a formação do conceito de
personalidade.
• compreender os elementos determinantes para sua constituição,
como a hereditariedade e meio, enfocando a
multidimensionalidade humana.
• identificar e distinguir as teorias da personalidade de:
• SIGMUND FREUD
• CARL GUSTAV JUNG
• WILLIAN JAMES
• WILHEM REICH
• CARL ROGERS
PLANO DE UNIDADE:
• Evolução histórica do conceito de personalidade
• Hereditariedade x Meio ambiente
• A multidimensionalidade humana
• Teorias da personalidade:
• SIGMUND FREUD
• CARL GUSTAV JUNG
• WILLIAN JAMES
• WILHEM REICH
• CARL ROGERS
Bons estudos!
UNIDADE 5 - A PERSONALIDADE
50
Ele é uma personalidade!
Você não tem personalidade!
Essas e outras afirmativas comuns em nosso
dia-a-dia são expressões que não revelam o que
de fato o termo personalidade quer dizer no mundo
científico.
Palavra derivada do latim persona, que significa
‘máscara’, com que os atores do teatro antigo
representavam seus papéis, pela sua origem
etimológica, pode se designar aparência ou aquilo
que parecemos ser para os outros. Entretanto, nos estudos da Psicologia,
o conceito de personalidade assume diferentes conceitos dependendo da
concepção de ser humano daquele que a investiga.
Hipocratés, famoso grego do século V a.C., conhecido como o pai da
medicina, elaborou uma das primeiras sistematizações teóricas para explicar
a personalidade. Formulou a Teoria dos Humores, em que estabelece uma
relação entre os humores corporais - substância líquida, como, por
exemplo, a bílis, sangue, esperma - com os temperamentos e estabelece
4 tipos de temperamentos:
1. tipo sanguíneo: pessoas que apresentam este tipo de
temperamento são cheias de energia, dinâmicas e o humor
corporal dominante é o sangue vermelho.
2. tipo melancólico: são pessoas que tendem à depressão, à
tristeza. O humor predominante, neste caso, é a bílis negra.
3. tipo colérico: neste tipo, estão incluídas as pessoas agressivas,
intolerantes e o humor predominante neste tipo de
temperamento é a bílis amarela.
4. tipo fleumático: são pessoas que não demonstram suas
emoções, são contidas e o humor neste caso é o fleuma.
Muitas outras idéias sucederam Hipócrates na tentativa de se desvendar
os mistérios da personalidade humana.
No século XVIII, por exemplo, Johann Lavatér relacionou a fisionomia
das pessoas aos traços de personalidade.
Nessa mesma linha, Cesare Lombroso,
criminologista italiano, afirmou que os
criminosos possuem queixo e maçãs do rosto
salientes, olhos oblíquos, testa reentrante e
orelhas grandes.
Existem estudos, ainda nos dias de hoje,
que associam a personalidade a grafia, é a
grafologia, que tem por objetivo analisar a
escrita com o fim de reconhecer os traços da
personalidade de seu autor.
PSICOLOGIA E AUTODESENVOLVIMENTO
51
Rompendo com o determinismo baseado na constituição biotipológica,
segundo a qual a genética definiria não somente aspectos físicos, mas
também determinaria as peculiares maneiras do indivíduo relacionar-se com
o mundo: seu temperamento, seus traços afetivos, etc., Rousseau afirmou
que as pessoas nascem puras e era a sociedade quem as corrompia e buscou
no plano social explicações para a personalidade. Mas, essa busca por uma
causa no exterior do organismo para as questões do temperamento e
comportamento humano negou a possibilidade da sociedade, em certa parte,
expressar as tendências humanas.
A controvérsia entre as concepções teóricas sobre a origem da
personalidade está viva até a atualidade. Alguns teóricos descartam qualquer
possibilidade de influência do meio sobre o desenvolvimento e funcionamento
da personalidade e atribuem à estrutura genética a explicação de todas as
características da personalidade humana. Ao passo que outros,
acompanhando a linha teórica de Rousseau, afirmam que é a sociedade que
forma ou mesmo deforma a personalidade da pessoa.
Buscando uma interseção, um meio termo entre as duas abordagens,
podemos considerar a totalidade do ser humano como ser multideterminado
que conjuga vários elementos para sua constituição. Podemos, então, pensar
em duas naturezas que se combinam para formar a pessoa tal como é:
• natureza biológica – tendo por base nossa natural submissão
ao reino animal e nossa submissão também às leis da biologia,
da genética e dos instintos. Assim sendo, os genes herdados
se apresentam como possibil idades variáveis de
desenvolvimento em contato com o meio e não como certeza
de desenvolvimento.
• natureza existencial – suprabiológica conferindo à personalidade
elementos que vão para além da genética ou das leis biológicas
referentes a nossa espécie. Nesse aspecto, a pessoa deve ser
considerada em sua singularidade, que se distingue de todos
os outros indivíduos de sua espécie, traduz uma combinação
única das múltiplas dimensões da existência humana.
Desta forma, o conceito de personalidade poderia ser sistematizado da
seguinte maneira:
Personalidade é a organização dinâmica dos traços no interior do “eu”,
formados a partir dos genes particulares que herdamos, das existências
singulares que suportamos e das percepções individuais que temos do
mundo, capazes de tornar cada indivíduo único em sua maneira de ser e de
desempenhar o seu papel social.
Portanto, o ser humano não pode ser considerado apenas como o
resultado de uma seqüência bem sistematizada de estímulos e respostas
como pressupunham os behavioristas (rever unidade 2) e; portanto, produto
de seu meio, prescindindo de quaisquer interferências internas do sujeito,
como a interpretação que faz desse meio ou de seus sentimentos e vontade
própria.
IMPORTANTE
UNIDADE 5 - A PERSONALIDADE
52
Não podemos também, compreender o ser humano, como uma máquina
com uma programação pré-estabelecida por sua composição genética, que
herdou de seus ascendentes biológicos, que irá lhe impulsionar para agir
desta ou daquela maneira. Imagine, se você fosse como uma planta: deveria
apenas nascer, crescer, se reproduzir e morrer…
E as experiências vividas? Passariam em branco, não trariam nenhuma
influência em nosso processo de formação? Não provocariam em nós
mudanças nesse curso “pré-estabelecido”?
Certamente que sim, por isso, atualmente, o ser humano não
deve ser considerado nem exclusivamente ambiente, nem
exclusivamente herança, mas sim, uma combinação destes dois
elementos.
Para entender melhor, vamos fazer um exercício: imagine
alguns jovens que estão jogando vôlei na praia.
O que há de semelhante neles? Aponte algumas
características.
E o que há de diferente? Agora aponte umas cinco
características que os diferencie.
Todas as pessoas têm semelhanças e diferenças. Ao
compararmos os jovens do nosso exercício, percebemos isso.
As diferenças que existem entre as pessoas são aquelas
características que nos tornam únicos, singulares, portanto,
indivíduos.
PSICOLOGIA E AUTODESENVOLVIMENTO
53
Mas, por outro lado, verificamos também, que os nossos jovens
apresentavam outras características que eram comuns, o que nos possibilita
identificá-los como seres humanos, pertencentes de uma mesma espécie.
Eles têm pernas, braços, olhos, orelhas, boca e nariz, ou ainda, ficam alegres,
eufóricos, amam, sentem ciúmes ou ódio, apenas para citar algumas
características.
Podemos afirmar, então, que se trata de elementos, característicosda
natureza humana, capazes de nos diferenciar de todos os outros seres da
natureza. Por outro lado, podemos afirmar também, que cada indivíduo
expressa esses traços de uma maneira única, particular. Portanto, o ser
humano caracteriza-se por essa multidirecionalidade, ou seja, é único e
múltiplo, é individual e coletivo ao mesmo tempo.
HERANÇA OU APRENDIZAGEM, AFINAL, DE ONDE VEM A PERSONALIDADE?
Essa é uma discussão antiga, mas, pelo que vimos, está longe de seu
desfecho. Para compreendê-la melhor, vamos tomar emprestados alguns
conceitos da biologia para entender essa diferença.
Lembra-se da formula: FENÓTIPO = GENÓTIPO + AMBIENTE?
O Fenótipo é o estado em que se apresenta
o indivíduo em um dado momento: é o “aqui e
agora”. Deve ser compreendido como o somatório
entre a carga genética do indivíduo, ou seja, o
Genótipo e as influências do meio sobre o
desenvolvimento do ser na fórmula acima
designado: ambiente.
Assim, podemos considerar que a personalidade é composta tanto de
elementos constitucionais, indicados pelo nosso genótipo, quanto por
elementos ambientais, cujo resultado será o fenótipo.
Essa explicação nos ajuda a desmistificar algumas idéias, como a de que
os transtornos mentais têm origem em alguma disfunção exclusivamente
orgânica ou, no extremo oposto, que a violência e a criminalidade têm origem,
exclusivamente, na pobreza social.
A partir do século XIX, alguns estudos sobre a personalidade tentavam
estabelecer um modelo classificatório que a agrupasse em tipos. Vamos
conhecer algumas teorias da personalidade:
CARL GUSTAV JUNG
Psicólogo suíço, foi discípulo e posteriormente dissidente de Freud, propõe
a classificação em dois tipos:
1. introvertido: predominam os interesses subjetivos. A energia
dos introvertidos se dirige em direção a seu mundo interno, há
uma tendência à introspecção. É preciso ter cuidado para que
pessoas muito introvertidas não se alienem do mundo externo
DICA
UNIDADE 5 - A PERSONALIDADE
54
e voltem-se exclusivamente para seus próprios processos
internos. Podemos citar como exemplo, alunos que se voltam
apenas para os estudos, vivem para ler, estudar, fazer os
simulados da escola e não se relacionam com os amigos,
namoradas e até mesmo com a família.
2. extrovertido: predominam os interesses objetivos e a sua
energia esta focalizada nas atividades do mundo exterior.
Tendem a ser mais sociais e mais conscientes do que acontece
à sua volta. É preciso ter cuidado para que não sejam
dominados pelas exterioridades e, ao contrário dos
introvertidos, não se alienem de seus próprios processos
internos. Um bom exemplo de casos extremos de extroversão
são aquelas pessoas que têm dificuldade de desenvolverem
opiniões próprias e por isso acabam se apoiando quase
exclusivamente nas idéias alheias.
RESPONDA COM A PRIMEIRA IDÉIA QUE LHE VIER À CABEÇA:
O QUE A PALAVRA “FLOR” LEMBRA?
Se você pensou em um jardim, canteiro, buquê, ou qualquer outra idéia
que se relacione com coisas do mundo exterior, talvez você seja do tipo
extrovertido. Mas se você pensou em amor, saudade, tristeza ou alegria, ou
qualquer outra idéia que se remeta aos seus sentimentos, emoções e
recordações pessoais, talvez seja do tipo introvertido.
Bem, é claro que isso foi um exercício com apenas uma palavra, por isso
é impossível definir qual seu tipo de personalidade, mas Jung trabalhava
com essa técnica e utilizava várias palavras para definir os tipos de
personalidades. Jung denominou essa técnica em: técnica das associações
determinadas.
Embora ninguém seja totalmente introvertido ou extrovertido, geralmente
um dos dois tipos predomine. Na realidade, a mesma pessoa pode oscilar
entre a introversão e a extroversão, pois em algumas situações a introversão
é mais apropriada, em outras ocasiões é a extroversão a mais adequada.
Jung enfatizava que não existe um tipo que seja melhor que o outro, por
isso é um equívoco acharmos que pessoas mais falantes, expansivas, enfim,
extrovertidas são melhores que aquelas mais introspectivas ou vice-versa.
E afirma que o mundo precisa dos dois tipos de pessoas.
WILLIAM JAMES (1842 – 1910)
Como já sabemos, James é um expoente do funcionalismo, escola
americana que fez a primeira sistematização dos conhecimentos em Psicologia
e tinha como objeto de estudo a consciência. Lembra-se?
Pois bem, James viveu uma psicologia muito jovem, em formação, mas
ainda assim, escreveu sobre vários aspectos da psicologia humana. Ele se
PSICOLOGIA E AUTODESENVOLVIMENTO
55
concentrou na compreensão e explicação das unidades básicas do
pensamento.
A personalidade, para James, emerge da interação entre os aspectos
instintivos e habituais da consciência e os aspectos pessoais e volitivos.
Sugere que as pessoas podem ser divididas em flexíveis: quando são mais
influenciadas por idéias do que por fatos, e, no caso contrário, são
consideradas teimosas.
SIGMUND FREUD (1856 – 1939)
Freud, considerado o “pai da psicanálise’”, afirma que nossa formação se
dá em meio a uma complexa série de conflitos e que na tentativa de
administrar tais conflitos a personalidade se constrói. Para ele, o ser humano
é multidimensional, compreendendo aspectos biológicos, psicológicos e sociais
e que seria impulsionado a satisfazer seus “impulsos” mais elementares,
que na maior parte se encontram ocultos. Portanto, a partir de seus estudos,
afirma que a vida psíquica ultrapassa os
limites da consciência.
Assim, tudo que acontece em nossas vidas
está encadeado em uma rede de eventos
psíquicos, seja consciente ou inconsciente, que
tem por fim atender a tais impulsos, ainda que
seja necessário utilizarmos caminhos
tortuosos. Ou seja, o fato de serem excluídos
da consciência, não significa que deixem de
existir ou que percam sua energia.
Com isso, Freud imprime à vida infantil uma
nova compreensão e, conseqüentemente,
novas atitudes, rompendo com o mito de que
a infância é o melhor período da vida.
Os conflitos vividos pela criança em seu processo de introjeção da
sociedade e, sobretudo, de seus limites, provocam sofrimento. Como destaca
Teles(2003, p.49):
As frustrações intensas que ocorrem na infância e os efeitos
educacionais como a superproteção, a instabilidade, o controle rígido,
a carência de afeto levam o indivíduo a angústia, agressividade, revolta,
insegurança, timidez, dependência, irritabilidade, nervosismo etc.,
comportamentos estes que, por sua vez, motivarão outras formas
inadequadas de contato com o ambiente.
Portanto, as experiências vividas na infância serão determinantes para
a formação da personalidade do indivíduo e, dependendo da intensidade e
da forma como se apresentam, podem provocar a desintegração da
personalidade.
UNIDADE 5 - A PERSONALIDADE
56
Freud desenvolve um conceito de personalidade dinâmico, como vimos
na unidade 2, sendo composta por três instâncias, vamos relembrar?
Observe a figura abaixo e veja se você compreendeu qual o papel
dessas instâncias da personalidade:
Assim, como vimos nesse pequeno quadrinho, o Id envolve os impulsos
primários, os desejos. O Ego, como elemento mais consciente, está em
contato com o mundo exterior e, por isso, é responsável por conciliar,
solucionar, planejar os impulsos vindos do Id. Neste caso, o desejo de
“devorar” uma mesa de doces e a sociedade interiorizada podem se traduzir
pelo “mito” do corpo belo e magro, ou pela importância de uma alimentação
saudável, etc. Ao realizar o desejo, o Superego é imediatamente acionado,
provocando a “culpa” por ter se excedido no consumo dos doces.
WILHEM REICH (1897 – 1957)
Wilhem Reich, médico e psicanalista austríaco, desenvolveu a teoria
polêmica: a BIOENERGÉTICA, que, ainda hoje, é muito contestadaespecialmente por não ser de fácil comprovação e, portanto, por não se
encaixar nos moldes da ciência convencional.
Por esse motivo, Reich foi perseguido pelo nazismo, exilando-se nos
Estados Unidos, onde também foi perseguido e preso, acusado de
charlatanismo. Desmoralizado e difamado, caiu no descrédito da comunidade
científica. Morreu em 1957 na penitenciária de Lewisburg.
Reich procurou mostrar as relações existentes entre a expressão corporal
e o psiquismo ou o funcionamento mental. E apontou a existência de
“couraças” (tensões deslocadas para a musculatura – como as frustrações,
dor, insegurança, etc.) que impedem o pleno deslocamento da energia
orgânica, o que provoca a diminuição do campo bioenergético. Segundo
Dantas(2001,p.17):
O campo energético assemelha-se a um campo eletromagnético,
porém, como observou Reich, não obedece a nenhuma das leis da
física conhecidas até hoje. Os hemisférios cerebrais influenciam o
campo bioenergético pelas ondas emitidas. Quando estamos em beta,
em função do próprio caos da propagação dessas ondas a capacidade
de modular a energia é baixa. Quando estamos em alfa, a capacidade
de captar, modular e aproveitar a bioenergia é maior.
PSICOLOGIA E AUTODESENVOLVIMENTO
57
Mas, afinal, o que são ondas alfa, beta,...?
Já ouviu a expressão: “Ele parece que vive em alfa!!”
Geralmente, quando usamos essa expressão, estamos querendo dizer
que esse indivíduo parece estar meio desligado, em “câmera lenta”, não é?
Por meio do “eletroencefalograma” é possível realizar o registro das
atividades cerebrais e identificarmos quatro ondas cerebrais: alfa, beta, teta
e delta. Quando estamos acordados as atividades do cérebro encontram-se
em beta, que são ondas de freqüência muito altas, ao passo que as ondas
alfa, são mais lentas,(rever) que acontecem quando estamos dormindo, ou
em hipnose ou mesmo meditando, que segundo os estudos da psicofisiologia,
são favoráveis “a percepção, a memória e a apreensão do todo”(DANTAS,
2001,p.14).
Você deve estar se perguntando: Mas o que isso tem a ver com a
personalidade?
Reich desenvolveu um conceito de personalidade baseando-se neste
princípio, ou seja, no pressuposto de que corpo e mente são dois aspectos
de um mesmo fenômeno, portanto, impossível de serem separados.
Segundo ele, o núcleo biológico de cada indivíduo é o SELF, mas por
causa das couraças a maioria das pessoas não está em contato com o seu
próprio “Self”, dificultando ou distorcendo sua autoconsciência. Somente
quando o indivíduo rompe com esses bloqueios que é possível reconhecer-
se e identificar seus verdadeiros impulsos e necessidades.
CARL ROGERS (1902 – 1987)
Importante representante do movimento humanista na Psicologia, Roger
é considerado, por muitos autores, como o teórico do SELF. Embora reconheça
a unidade existente entre corpo e mente, ao contrário de Reich, não imprime
relevância ao corpo e foca seus estudos no processo de tomada de
consciência. O que é central em sua teoria é a experiência, o vivenciar,
portanto seus objetos de estudos são os processos psicológicos
fundamentais, como sentir, pensar, decidir.
Mas para compreendermos Roger é importante compreendermos seu
conceito de SELF.
Segundo Rogers o Self é uma gestalt, ou seja, um conjunto organizado
de fatores multideterminados, um modo singular de perceber a realidade
que envolve o indivíduo, como um todo organizado. Assim, o todo é mais do
que a soma de várias partes que o compõem, mas o todo é uma nova
realidade. Portanto, o Self não é uma entidade estável, imutável e não
representa apenas um processo de acúmulo de aprendizagens lineares e
sucessivas, ao contrário, é dinâmico, mutável, em conseqüência das
mudanças ocorridas e das experiências vividas. Por esse motivo, podemos
dizer que trata-se de uma perspectiva do “vir a ser”, pois acredita no potencial
humano, na autodeterminação para o crescimento e desenvolvimento.
UNIDADE 5 - A PERSONALIDADE
58
Portanto, a personalidade que funciona em sua plenitude é aquela que está
em constante processo de mutação.
A partir do conceito de Self, Rogers desenvolve o conceito de Self Ideal,
isto é, o conjunto de características pessoais que o indivíduo gostaria de
ter, como gostaria de ser. Trata-se também de uma estrutura móvel e variável.
Quando existe uma distância muito grande entre o Self e o Self Ideal
pode provocar sofrimento, decorrente da insatisfação pessoal e isso pode
se transformar em um obstáculo para o crescimento pessoal.
Vamos fazer um jogo?
• Aponte cinco características suas que admira, que considera
positivas.
• Agora aponte cinco características que não possui, mas
considera fundamental tê-las.
Reflita: Será que de fato tais características são vitais para você?
Aceitar-se como se é na realidade, não significa abrir mão do que se
deseja ser, mas é uma forma de se autoconhecer e favorece a vivência de
experiências de maneira plena, a realização de cada momento e a capacidade
decisória, com base em seus critérios pessoais internos.
Segundo Teles(2003, p.53):
‘Tornar-se pessoa‘ significa libertar-se das peias internas, tornar-se
capaz de um contato verdadeiro(intimidade) com o outro, não fazer
jogos, não usar máscaras, não se satisfazer com o simples
ajustamento, mas tender a criar novas idéias e coisas, ser cooperativo,
receptivo e amoroso.
É HORA DE SE AVALIAR!
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia
no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija
as respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco!
Na próxima unidade, estudaremos como que se dá a interação entre
o nosso mundo interno e o mundo externo e quais os mecanismos que
mediam esse processo. Vamos em frente!

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