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Séries de Fourier 1 Séries de Fourier As séries de Fourier receberam esse nome em homenagem a Jean Baptiste Joseph Fourier (1768-1830). Em 1822, o gênio Fourier teve a brilhante ideia de que qualquer função periódica prática pode ser representada como uma soma de senoides. Uma representação destas, junto ao teorema de superposição, nos permite encontrar a resposta de circuitos para entradas periódicas arbitrárias usando-se técnicas de fasores. De acordo com o teorema de Fourier, qualquer função periódica prática de frequência pode ser expressa na forma de uma soma infinita de funções seno ou cosseno que são múltiplos inteiros de . Ou seja é: Onde é a chamada frequência fundamental, o coeficiente é a componente CC ou o valor médio de f (t) e os coeficientes e (para n ≠ 0) são as amplitudes das senoides no componente CA. Ou seja, Série de Fourier de uma função periódica f (t) é uma representação que decompõe f (t) em um componente CC e outra CA formada por uma série infinita de senoides harmônicas. Uma função que pode ser representada por uma série de Fourier deve atender a certos requisitos, pois a série infinita pode ou não convergir. As condições em relação a f (t) que a levem a uma série de Fourier convergente são as seguintes: é uma função que apresenta um único valor em qualquer ponto. tem um número finito de descontinuidades em qualquer período. tem um número finito de máximos e mínimos em qualquer período. A integral para qualquer . Os coeficientes de interesse podem ser calculados por: e o valor é o valor médio de . ω0 ω0 f(t) ω =0 T 2π a0 an bn f(t) f(t) f(t) ∣f(t)∣dt <∫ t0 t +T0 ∞ t0 a =0 f(t)dt T 1 ∫0 T a0 f(t) Séries de Fourier 2 e Sendo periódica, pode ser mais conveniente realizar as integrações anteriores a partir de a ou, geralmente, de a , em vez de a . O resultado será o mesmo. Uma forma alternativa á expressão acima é mostrada abaixo, chamada de amplitude-fase: Cujos coeficientes são dados por e ou seja: e Somando os termos um a um, notamos como a superposição dos termos pode evoluir para a forma de onda original. Entretanto, na prática, não é possível somarmos a série na Equação ao infinito. É possível apenas uma soma parcial (n = 1, 2, 3, ..., N, em que N é finito). Se representarmos graficamente a soma parcial (ou série truncada) ao longo de um período por um N grande, notamos que a soma parcial oscila acima e abaixo do valor real de f (t). Na vizinhança dos pontos de descontinuidade (nesse caso, para x = 0, 1, 2, ...), existe oscilação com transbordamento e amortecimento. De fato, um transbordamento de aproximadamente 9% do valor de pico está sempre presente, independentemente do número de termos usados para aproximar f (t). Isso é denominado fenômeno de Gibbs. a =n f(t)cos nω t dt T 2 ∫0 T 0 b =n f(t)sen nω t dt T 2 ∫0 T 0 f (t) –T/2 T/2 t0 t +0 T 0 T a =n A cos ϕn n b =n B sen ϕn n A =n a + bn2 n2 ϕ =n −tan −1 an bn Séries de Fourier 3 Simetria Simetria par Uma função f (t) é par se seu gráfico for simétrico em relação ao êxito vertical; isto é . Para tais funções, os coeficientes são: e Como , a Equação se transforma em uma série cosseno de Fourier. Isso faz sentido porque a função cosseno é, por si só, par. Também há um sentido intuitivo de que uma função par não contém nenhum termo seno, já que a função seno é ímpar. Simetria ímpar Diz-se que uma função f (t) é ímpar se seu gráfico for antissimétrico em relação ao eixo vertical, ou seja . Para tais funções, os coeficientes são: e Que nos fornece uma série seno de Fourier. Enfatizando, isso faz sentido, pois a função seno é, por si só, uma função ímpar. Observe também que não existem termos CC para a expansão da série de Fourier de uma função ímpar. O produto de duas funções pares também é uma função par. f(t) = f(−t) a =0 f(t) dt T 2 ∫0 T/2 a =n f(t)cos nω t dt T 4 ∫0 T/2 0 b =n 0 b =n 0 f(−t) = −f(t) a =0 0 a =n 0 b =n f(t)sen nω t dt T 4 ∫0 T/2 0 Séries de Fourier 4 O produto de duas funções ímpares também é uma função par. O produto de uma função par com uma função ímpar é uma função ímpar. A soma (ou diferença) de duas funções pares também é uma função par. A soma (ou diferença) de duas funções ímpares é uma função ímpar. A soma (ou diferença) de uma função par com uma função ímpar não é nem par nem ímpar. Simetria de meia onda Uma função é simétrica (ímpar) de meia onda se que significa que cada meio ciclo é a imagem espelhada do meio ciclo seguinte. Note que, para cada função um semiciclo, é a versão invertida do semiciclo adjacente. Os coeficientes de Fourier resultam em para ímpar, ou , para par. Analogamente, para ímpar, e para par. demonstrando que a série de Fourier de uma função simétrica de meia onda contém apenas harmônicas ímpares. Funções comuns - Tabela f(t− ) = 2 T −f(t) a =o 0 a =n f(t)cos nω t dt T 4 ∫0 T/2 0 n a =n 0 n b =n f(t)sen nω t dt T 4 ∫0 T/2 0 n b =n 0 n Séries de Fourier 5 Aplicações em circuitos Descobrimos que, na prática, muitos circuitos são comandados por funções periódicas não senoidais. Encontrar a resposta em regime estacionário de um circuito, provocada por uma excitação periódica senoidal, requer a aplicação de uma série de Fourier, análise de fasores em CA e o princípio da superposição. O procedimento normalmente envolve quatro etapas. 1. Expresse a excitação como série de Fourier. Séries de Fourier 6 2. Transforme o circuito do domínio do tempo para o domínio da frequência. 3. Determine a resposta das componentes CC e CA na série de Fourier. 4. Some as respostas CC e CA individuais usando o princípio da superposição. A primeira etapa é determinar a expansão das séries de Fourier da excitação. Para uma fonte de tensão periódica, a série de Fourier é expressa como Ressaltando que o mesmo poderia ser feito para uma fonte de corrente periódica. A Equação acima mostra que v(t) é formada por duas partes: a componente CC e a componente CA = com várias harmônicas. Essa representação de série de Fourier pode ser considerada um conjunto de fontes senoidais ligadas em série, em que cada fonte possui sua própria amplitude e frequência. A terceira etapa é encontrar a resposta para cada termo na série de Fourier. A resposta à componente CC pode ser determinada no domínio da frequência, fazendo ou , ou no domínio do tempo, substituindo todos os indutores por curtos-circuitos e todos os capacitores por circuitos abertos. A resposta à componente CA é obtida aplicando-se as técnicas de fasores já vistas. Finalmente, seguindo o princípio da superposição, somamos todas as respostas individuais, temos Potência média e valores RMS Para encontrar a potência média absorvida por um circuito devido a uma excitação periódica, expressamos tensão e corrente na forma amplitude- fase, como por exemplo: e v(t) = V +0 V cos (nω t+ n=1 ∑ ∞ n 0 θ )n V0 Vn ∣V ∣∠θn n n = 0 ω = 0 i(t) = I +0 I cos (nω t+ n=1 ∑ ∞ n 0 ψ )n v(t) = V +0 V cos (nω t− n=1 ∑ ∞ n 0 θ )n i(t) = I +0 I cos (nω t− n=1 ∑ ∞ n 0 ϕ )n Séries de Fourier 7 Como o cálculo de potência média é realizado através da relação , temos finalmente: Isso demonstra que, no cálculo da potência média, envolvendo tensão e corrente periódicas, a potência média total é a soma das potências média em cada tensão e corrente relacionadas harmonicamente. Caso não tenhamos analiticamente o valor de tensão e corrente sobre o par de terminais do resistor, podemos utilizar as relações auxiliares como as relações de potência e sabendo que é possível encontrar o valor RMS de uma expansão em série de Fourier de uma função como: ou seja, em termos dos coeficientes de fourier P = vidt T 1 ∫0 T P = V I +dc dc V I cos(θ −2 1 n=1 ∑ ∞ n n n ϕ )n P = R VRMS 2 P = I RRMS 2 f(t) F =RMS a + A0 2 2 1 n=1 ∑ ∞ n 2 a e bn n F =RMS a + (a + b )0 2 2 1 n=1 ∑ ∞ n 2 n 2
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