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RESUMO PROLIFERAÇÃO CELULAR PB4

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Emanuella Fonseca 
PROLIFERAÇÃO CELULAR 
PB 4 
 
 O câncer é uma desordem genética causada por mutações do DNA que (em sua maior 
parte) são adquiridas espontaneamente ou induzidas por agressões do ambiente 
 
 Os canceres mostram alterações epigenéticas (como o aumento focal da metilação de 
DNA e alterações nas modificações da histona, as quais por sua vez se originam de 
mutações adquiridas em genes que regulam essas modificações) que alteram a 
expressão ou função de genes-chave que regulam os processos celulares fundamentais. 
 
O acúmulo de mutações dá origem a uma série de propriedades chamadas características do 
câncer. Estas incluem 
1. autossuficiência nos sinais de crescimento, pelos quais o crescimento dos cânceres se 
torna autônomo e não é regulado por indícios fisiológicos; 
2. ausência de resposta aos sinais inibidores de crescimento que controlam as 
proliferações celulares não neoplásicas, como a hiperplasia; 
3. evasão da morte celular, permitindo que as células cancerosas sobrevivam sob 
condições que induzem apoptose em células normais; 
4. potencial replicativo ilimitado tornando, portanto, as células cancerosas imortais; 
5. desenvolvimento da angiogênese para sustentar o crescimento das células cancerosas; 
6. capacidade de invadir tecidos locais e disseminar-se para locais distantes; 
7. reprogramação das vias metabólicas — especificamente, uma alteração para a glicólise 
aeróbica, mesmo quando há abundante oxigênio; e 
8. capacidade de escapar do sistema imune. 
As alterações genéticas que dão origem a essas características dos cânceres são sustentadas e 
permitidas pelo desenvolvimento de instabilidade genômica, acrescentando mais combustível à 
fogueira. 
 
NOMENCLATURA 
Neoplasia literalmente significa “novo crescimento”. Diz-se que células neoplásicas são 
transformadas porque continuam a se replicar, aparentemente “desatentas” às influências 
regulatórias que controlam o crescimento celular normal. 
 Diz-se que um tumor é benigno quando suas características micro e macroscópicas são 
consideradas relativamente inocentes, indicando que permanecerá localizado, e é 
tratável com a remoção cirúrgica; geralmente o paciente sobrevive. Note-se, porém, 
que os tumores benignos podem produzir mais do que massas localizadas e, algumas 
vezes, são responsáveis por doença grave. 
 Os tumores malignos são coletivamente referidos como cânceres, termo derivado da 
palavra em latim “caranguejo” — ou seja, eles aderem a qualquer parte onde se 
agarram e de maneira obstinada, semelhante ao comportamento do caranguejo. O 
termo maligno aplica-se a uma neoplasia indicando que a lesão pode invadir e destruir 
Emanuella Fonseca 
estruturas adjacentes e disseminar-se para locais distantes (metástases) para causar 
morte. Nem todos os cânceres prosseguem em um curso tão mortal. Os mais agressivos 
também são alguns dos mais curáveis, mas a designação maligna constitui uma bandeira 
vermelha. 
Todos os canceres tem dois componentes básicos: 
 O parênquima: são as células neoplásicas e determinam seu comportamento 
biológico. 
 O estroma: é o tecido conectivo e contém o suprimento sanguíneo do parênquima. 
Tumores Benignos 
 Sufixo OMA. Ex.: fibroma, condroma etc. 
Tumores Malignos 
 Se surge em tecido mesenquimal sólido = SARCOMA, mas se for sanguíneo é 
LEUCEMIA/LINFOMA. Ex.: condrossarcoma. 
A neoplasia maligna da célula epitelial é chamada de carcinoma, seja no epitélio renal, pele ou 
revestimento intestinal. 
O mesoderma pode dar origem a carcinomas, sarcomas (mesenquimais) e tumores 
hematolinfoides. 
O carcinoma pode ser glandular – adenocarcinoma, de células escamosas, adenocarcinoma de 
células renais ou local x, e, se há pouca diferenciação – carcinoma mal diferenciado ou 
indiferenciado. 
Geralmente, o câncer tem origem em uma célula só, mas em casos incomuns elas podem sofrer 
diferenciação = tumores mistos, ex.: glândula salivar. Chamados de adenoma pleiomorfico. Na 
mama, podemos ter o fibroadenoma. 
O teratoma é um tipo especial, porque tem células reconhecíveis ou tecidos que representam 
mais de uma camada de celular germinativas. Isso ocorre porque ele vem de células 
germinativas totipotentes. 
Por exemplo, são usados os termos linfoma, mesotelioma, melanoma e seminoma para 
neoplasias malignas. 
Há outros casos de terminologia confusa: 
• Hamartoma é uma massa de tecido desorganizado nativo de um local específico. 
• Coristoma é uma anomalia congênita que consiste em um resto heterotópico de células. Por 
exemplo, um pequeno nódulo de tecido pancreático normalmente organizado pode ser 
encontrado na submucosa do estômago. 
CARACTERÍSTICAS DAS NEOPLASIAS BENIGNAS E MALIGNAS 
há quatro características fundamentais pelas quais se podem distinguir tumores benignos e 
malignos: 
(1) diferenciação e anaplasia, 
(2) velocidade de crescimento, 
Emanuella Fonseca 
(3) invasão local e 
(4) metástase. 
Explicando.... 
(1) diferenciação e anaplasia: A diferenciação das células tumorais parenquimatosas refere-
se à extensão em que se assemelham aos seus antepassados normais morfológica e 
funcionalmente. 
(2) velocidade de crescimento, 
(3) invasão local e 
(4) metástase: são implantes secundários de um tumor, as quais são descontínuas com o 
tumor primário e localizadas em tecidos remotos (Fig. 5-11). Mais do que qualquer 
outro atributo, a propriedade da metástase identifica uma neoplasia como maligna. Em 
geral, quanto mais anaplásica e maior a neoplasia primária, mais provável será a 
disseminação metastática, mas, como na maioria das regras, há exceções. 
As neoplasias malignas disseminam-se por uma de três vias: 
(1) semeadura nas cavidades corporais – invadem uma cavidade corporal natural 
(2) disseminação linfática – é a mais típica nos carcinomas 
(3) disseminação hematogênica – é a mais típica no sarcoma 
 
 BENIGNO MALIGNO 
DIFERENCIAÇÃO E 
ANAPLASIA 
célula for bem diferenciada 
Mitoses são raras e sua 
forma é normal 
 
A falta de diferenciação, ou 
anaplasia, é considerada 
uma característica de 
malignidade. 
núcleos são extremamente 
hipercromáticos (coloração 
escura) e grandes. Os 
núcleos anaplásicos são 
variáveis e têm tamanho e 
forma bizarros. 
VELOCIDADE DE 
CRESCIMENTO 
Cresce devagar tumores mal diferenciados 
tendem a crescer mais 
rapidamente 
INVASAO LOCAL permanece localizada em 
seu sítio de origem 
embora a encapsulação seja 
a regra nos tumores 
benignos, a falta de cápsula 
não significa que um tumor 
seja maligno 
o tem capacidade de se 
infiltrar, invadir ou 
metastatizar-se para locais 
distantes 
METASTASE Não ocorre Ocorre 
 
Apesar das exceções, quanto mais depressa crescer e mais anaplásico for um tumor, menos 
probabilidade haverá de que tenha atividade funcional especializada. 
Emanuella Fonseca 
A displasia, referindo-se à proliferação desordenada, mas não neoplásica. A displasia é 
encontrada principalmente em lesões epiteliais. É a perda de uniformidade de células individuais 
e em sua orientação arquitetural. As células displásicas exibem considerável pleomorfismo e, 
com frequência, possuem núcleos hipercromáticos que são anormalmente grandes para o 
tamanho da célula. O número de mitoses é mais abundante que o normal e frequentemente 
aparecem em localizações anormais dentro do epitélio. 
Os cânceres são imortais e têm ilimitada capacidade proliferativa, indicando que, como os 
tecidos normais, eles também devem conter células com propriedades do “tipo tronco”. 
Invasão: Por exemplo, como os adenomas apresentam lenta expansão, a maioria desenvolve 
uma cápsula fibrosa envoltória que os separa do tecido hospedeiro. Isso delimita invasão. 
Os cânceres crescem por meio de infiltração, invasão, destruição e penetração do tecido 
circundante. Além do desenvolvimento de metástases, a invasividade local é a característica 
mais confiável que distingue os tumores malignos dos benignos.Em alguns casos, as células cancerosas parecem atravessar os canais linfáticos dentro dos 
linfonodos imediatamente próximos para serem capturadas em linfonodos subsequentes, 
produzindo as chamadas metástases saltadas. 
As células podem atravessar todos os linfonodos, alcançando finalmente o compartimento 
vascular por meio do ducto torácico. 
Um “linfonodo-sentinela” é o primeiro linfonodo regional que recebe o fluxo linfático de um 
tumor primário. Pode ser identificado por injeção de corantes azuis ou radiotraçadores próximos 
do tumor. A biópsia do linfonodo-sentinela permite a determinação da extensão da 
disseminação do tumor e pode ser usada para planejar o tratamento. 
Emanuella Fonseca 
Na disseminação hematogênica, as veias são mais usadas como meio de transporte. O fluxo 
venoso que drena o local da neoplasia. A drenagem de toda área portal vai para o fígado e no 
tórax, pros pulmões. Por isso, esses dois órgãos são os locais secundários mais frequentemente 
envolvidos nessa disseminação. 
 
Variaveis geográficas e ambientais 
Apesar dos muitos avanços impressionantes ocorridos na compreensão da patogenia molecular 
do câncer por meio da análise dos cânceres hereditários, permitimo-nos afirmar que os fatores 
ambientais são a causa predominante da maior parte dos cânceres esporádicos comuns. 
Não há escassez de carcinógenos ambientais. Eles se ocultam no entorno ambiental, no local de 
trabalho, no alimento e nas práticas pessoais. Podem ser tão universais quanto a luz solar, 
podendo ser encontrados particularmente em ambientes urbanos (p. ex., asbestos) ou limitar-
se a certas ocupações. 
 
Epidemiologia inclui: incidência, geografia e ambiente (O risco de câncer cervical liga-se à idade 
da primeira relação sexual e ao número de parceiros sexuais (apontando para um papel causal 
de transmissão venérea do vírus oncogênico HPV).), idade (a frequência do câncer aumenta com 
a idade), sexo, hereditariedade, que tem três categorias: 
 Síndromes de Câncer Autossômicas Dominantes 
 Síndromes Autossômicas Recessivas do Reparo do DNA Defeituoso 
 Cânceres Familiares de Herança Incerta 
Emanuella Fonseca 
 
Lesões Pré-neoplásicas 
Adquiridas 
Assim como algumas condições 
hereditárias aumentam o risco 
de se ter certos cânceres, da 
mesma forma o fazem certas 
condições adquiridas. Elas são 
mencionadas livremente como 
lesões pré-neoplásicas ou 
simplesmente “pré-cânceres”. 
Essas designações são 
desafortunadas por sugerirem 
inevitabilidade, mas, de fato, 
embora tais lesões aumentem a 
probabilidade de malignidade, 
a maioria não progride para o 
câncer. 
Elas aumentam a prob. de 
malignidade por estimular a 
constante proliferação celular 
de regeneração ou por expor a 
célula a produtos da 
inflamação. Tudo isso, pode 
causar mutação ou induzir. 
Segue-se uma breve listagem de algumas dessas lesões precursoras importantes: 
• Metaplasia e displasia escamosas da mucosa bronquial, observadas em fumantes habituais — 
um fator de risco para o câncer. 
• Hiperplasia e displasia endometriais observadas em mulheres com estimulação estrogênica 
não oposta — um fator de risco para carcinoma endometrial. 
• Leucoplasia da cavidade oral, vulva ou pênis, que pode progredir para carcinoma de células 
escamosas. 
• Adenomas vilosos do cólon, associados a alto risco de transformação para carcinoma 
colorretal. 
Por exemplo, adenomas do cólon, à medida que aumentam de tamanho, podem sofrer 
transformação maligna em 50% dos casos; em contrapartida, a alteração maligna é 
extremamente rara nos leiomiomas do útero. 
CARCINOGÊNESE: A BASE MOLECULAR DO CÂNCER 
A hipótese genética do câncer sugere que uma massa tumoral resulte de expansão clonal de 
uma só célula progenitora que sofreu danos genéticos (isto é, os tumores são monoclonais) 
 
Emanuella Fonseca 
Quatro classes de genes reguladores normais — 
 proto-oncogenes promotores de crescimento, 
 genes supressores de tumor inibidores do crescimento, 
 genes que regulam a morte celular programada (isto é, apoptose) e 
 genes envolvidos no reparo do DNA — são os principais alvos do dano genético 
 
Oncogenes são genes que induzem um fenótipo transformado quando expresso em células. São 
versões MUTADAS ou superexpressas de genes celulares normais, que são chamados de proto-
oncogenes. 
Grande parte dos genes conhecidos codifica fatores de transcrição, proteínas reguladoras do 
crescimento ou proteínas envolvidas na sobrevivência celular e interações célula-célula e célula-
matriz. Eles são considerados dominantes pois a mutação de um único alelo pode levar à 
transformação celular. 
Os genes supressores de tumor são genes que normalmente impedem o crescimento 
descontrolado e, quando sofrem mutação ou se perdem de uma célula, permitem o 
desenvolvimento de fenótipo transformado. São alocados em dois grupos: governantes e 
guardiões. Governantes são os supressores de tumor clássicos. Os guardiões são responsáveis 
pelo sensoriamento do dano genômico. Alguns tem a reposta de controle de dano, que leva ao 
fim da proliferação ou a indução de apoptose. O TP53, chamado de “guardião do genoma”, é 
um gene supressor tumoral prototípico desse tipo. 
Gene TP53: Guardião do Genoma 
O gene supressor de tumor codificador de p53, TP53, é um dos genes mutados com mais 
frequência em cânceres humanos. A proteína p53 frustra a transformação neoplásica por três 
mecanismos entrelaçados: 
 interrupção da ativação do ciclo celular temporário (denominada quiescência), 
 indução do ciclo celular permanente (denominada senescência) ou 
 deflagrando a morte celular programada (denominado apoptose). 
Se Rb “sentir” os sinais externos, p53 poderá ser vista como um monitor central do estresse 
interno, direcionando as células estressadas a uma das três vias. 
ETIOLOGIA DO CÂNCER: AGENTES CARCINOGÊNICOS 
O dano genético está no âmago da carcinogênese. Que agentes extrínsecos podem infligir tal 
dano? Três classes de agentes carcinogênicos foram identificadas: 
 substâncias químicas, 
 energia radiante e 
 agentes microbianos. 
Substâncias químicas e energia radiante são causas documentadas de câncer em seres humanos, 
e os vírus oncogênicos estão envolvidos na patogenia de tumores em vários modelos animais e 
em alguns tumores humanos. 
Emanuella Fonseca 
 
 
Estima-se que 70-85% dos 
carcinomas hepatocelulares 
em todo o mundo se devam 
a infecção por HBV ou HCV. 
Entretanto, o modo de ação 
desses vírus na 
tumorigênese não está 
totalmente elucidado. 
 
OBJETIVO 2 
Câncer e Meio Ambiente 
Tabagismo, consumo 
excessivo de álcool, infecção 
por determinados tipos de 
vírus, dietas ricas em 
gorduras, excesso de 
exposição à luz solar e 
sedentarismo são os fatores 
mais reconhecidos como 
potencialmente 
relacionados a um maior 
risco de desenvolvimento 
de tumores em vários 
órgãos. 
Recentemente, outros fatores 
ambientais, menos 
conhecidos, foram associados 
ao risco de câncer, tais como 
pesticidas, disruptores 
endócrinos, infecção por 
alguns tipos de bactérias 
(como o Helicobacter pylori), 
radiação não ionizante, entre 
outros. 
 
 
ASPECTOS GERAIS DOS MECANISMOS DE CARCINOGÊNESE AMBIENTAL 
Radiação ionizante: nos expomos pela pele, por inalação ou ingestão, que possuem a 
propriedade de interagir diretamente com o DNA e promover câncer. 
Emanuella Fonseca 
Por outro lado, há agentes que têm a base de seu potencial carcinogênico nos produtos de seu 
metabolismo. Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, cujas etapas intermediárias de 
metabolismo produzem radicais altamente eletrofílicos, e o etanol, cujo metabolismo 
intermediário produz acetaldeído, são exemplos do fenômeno de ativação pós-metabolização 
de compostos carcinogênicos. 
Processos inespecíficos, que promovam inflamação crônica (e, consequente aumento da taxa 
de renovação celular, por liberaçãoparácrina de fatores de crescimento) podem contribuir para 
a expansão de clones celulares transformados ou, alternativamente, reduzir a eficiência dos 
mecanismos de apoptose. A silicose pulmonar e a gastrite crônica associada à infecção pelo H. 
pylori são exemplos desse tipo de mecanismo. 
Hormônios disruptores endócrinos estão associados com mais risco para neoplasias, fase se 
promoção da carcinogênese. Ex. tumor de mama devido a suplementação estrogênica. 
Pulmão 
É o local onde vários agentes ambientais foram bem definidos como causadores de câncer. 
Tabagismo ativo e passivo causa câncer. Depende do n de cigarros / dia, tempo e forma, 
ventilação (passsivos) etc. Várias substancias dentro do cigarro causam isso, a saber, os 
hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e as nitrosaminas, que, ao longo de seu metabolismo 
nas células de Clara, sofrem processos de transformação de Fase 1 e Fase 2 e produzem radicais 
eletrofílicos. Se ligam de forma estável com o DNA e alteram a estrutura de genes que regulam 
a divisão celular e a apoptose. Tambem há metais e o fato de que fumantes vivem num estado 
de inflamação subclínica constante = estresse oxidativo e citocinas que estimulam a proliferação 
celular. 
Asbesto (amianto) é o nome dado a minerais fibrosos: a amosita, a crisotila, a crocidolita, a 
tremolita, a actinolita e o antofilito. As fibras de asbesto, quando inaladas, orientam-se 
longitudinalmente ao fluxo laminar das vias aéreas, penetrando profundamente no território 
alveolar e pleura, suscitando uma reação inflamatória crônica com fibrose. Sua alta resistência 
e insolubilidade impedem a remoção efetiva das fibras inaladas. 
Poluição do ar: o. Entre os poluentes domiciliares, podem ser destacados: queima de biomassa 
em ambientes com ventilação inadequada, fumo passivo, formaldeído (utilizado em cola de 
carpetes e móveis) e radônio. Este último é um gás de ocorrência natural, derivado do urânio, 
que pode contaminar construções a partir de areia, pedras ou tijolos. Entre os poluentes 
ambientais, produtos de combustão de combustíveis fósseis, tanto para fins automotivos como 
aqueles produzidos por termoelétricas, foram consistentemente associados com 
desenvolvimento de tumores pulmonares em não fumantes6 . Além dos produtos de 
combustão, exposições ocupacionais a metais, como níquel, cromo e cádmio7-9, radiação 
ionizante10 ou solventes, como o benzeno. 
Solventes 
no contexto da vizinhança com indústrias petroquímicas ou pontos de alto tráfego veicular) ou 
ocupacional a solventes, notadamente o benzeno14. O benzeno, também presente na fumaça 
do cigarro, parece ser o agente causal nas leucemias e linfomas associados ao tabagismo. Outros 
solventes nas indústrias da borracha (o butadieno) também mostram-se associados com o 
desenvolvimento de neoplasias linfoides e hematopoiéticas. 
Emanuella Fonseca 
Outros agentes ambientais Metais, dioxinas e pesticidas (clordano e hepclor) têm sido 
recentemente associados com maior risco de desenvolvimento de leucemias e linfomas. 
Mama 
O aumento da exposição ao estrógeno, por ex. antecipação da menarca sem menopausa mais 
precoce, leva ao risco maior pra carcinoma mamário. Acredita-se que existem estrógenos 
ambientais que agem de forma semelhante: Bifenilas policloradas, pesticidas (ddt e clorados) e 
outros. 
PRÓSTATA 
Pesticidas: Em estudo recente16, foi observado que os níveis de pesticidas acumulados em 
tecido adiposo estavam positivamente associados com maior risco de câncer de próstata, 
especialmente em pacientes com níveis basais mais elevados de antígeno prostático específico. 
Metais e outros. 
PELE 
Luz solar: UV promove dano ao dna por produzir radicais livres frutos da hidrolise da agua. 
Arsenico: o mecanismo de carcinogênese do arsênico também é dependente de estresse 
oxidativo e, consequente, de lesão ao DNA. 
SNC 
Radiação ionizante Um dos aspectos mais controversos dos efeitos ambientais sobre neoplasias 
do sistema nervoso central versa sobre o uso da telefonia celular. Estudos recentes do tipo caso-
controle revelaram risco aumentado da utilização de telefones celulares (odds ratio de 1,9), o 
qual poderia ser aumentado, caso fossem considerados períodos de latência mais longos ou 
maior uso desse tipo de aparelho. 
TRATO GASTRINTESTINAL 
Pesticidas 
Carcinogênese Química: Tabaco e Álcool 
endo como base os modelos mais aceitos, supõe-se que os carcinógenos ativados formem 
complexos com o material genético das células; esses complexos são conhecidos como adutos 
de DNA e são a base das lesões genotóxicas. 
Lesoes podem virar mutações se os adutos não forem removidos e as lesões reparadas. 
O fumo e a ingestão de álcool são considerados importantes fatores de risco para carcinomas 
originados no trato aerodigestivo (UADT). 
MECANISMOS GERAIS DA CARCINOGÊNESE INDUZIDA PELO ÁLCOOL 
estão associados ao seu processamento metabólico no organismo. No fígado, o etanol é oxidado 
por meio da enzima álcool-desidrogenase (ADH), resultando na formação de acetaldeído (AD). 
A partir daí, o AD é convertido em acetato por meio da aldeído- -desidrogenase tipo II (ALDH2). 
A AD induz mutação genica. A inativação da enzima ALDH2 causaria um acumulo endógeno de 
AD secundário ao consumo de álcool. 
Emanuella Fonseca 
MECANISMOS MOLECULARES DA CARCINOGÊNESE INDUZIDA PELO ÁLCOOL 
Nos linfócitos humanos, o AD causa mutações pontuais no gene HPRT, que codifica a enzima 
hipoxantina-fosforribosiltransferase e induz trocas entre as cromátides irmãs e outras 
aberrações cromossômicas. Em pacientes alcoólatras, um alto nível de adutos derivados do 
ataque do DNA pelo AD é encontrado em linfócitos circulantes. 
O estresse oxidativo causado por espécies reativas de oxigênio (EROS) é aceito como mecanismo 
fisiopatológico crítico em várias doenças, incluindo o câncer. As EROS causam dano oxidativo e 
peroxidação lipídica celular, assim como inflamação tecidual. Dentre as espécies reativas de 
oxigênio, destacam-se o ânion peróxido, o peróxido de hidrogênio, e o peroxinitrito. A 
peroxidação lipídica leva à produção de 4-hidroxinonenal, composto que reage com bases 
nitrogenadas componentes do DNA (como desoxiadenosina e desoxicitosina) produzindo 
complexos de adição exocíclicos altamente mutagênicos, indutores de mutações pontuais no 
gene de supressão tumoral p53. 
o consumo crônico de álcool: O etanol também estimula diretamente a carcinogênese por 
meio da inibição da metilação do DNA e de interações com o metabolismo do ácido retinoico 
(RA). 
MECANISMOS GERAIS DA CARCINOGÊNESE RELACIONADA AO FUMO 
Outros componentes carcinógenos presentes na fumaça do cigarro, como aminas aromáticas, 
formaldeído, hidrocarbonetos voláteis, compostos orgânicos, metais, óxido nítrico (NO), 
oxidantes instáveis, dentre outros, estimulariam a ocorrência de lesões oxidativas. Entretanto, 
a função do dano oxidativo na gênese tumoral induzida pelo fumo ainda não está clara. 
MECANISMOS MOLECULARES DA CARCINOGÊNESE INDUZIDA PELO FUMO 
Além dos micro-RNAs, outras alterações epigenéticas, como hipermetilação de dinucleotídeos 
CpG aberrantes, em genes como MTHFR, RASSF1A e CDKN2A, são frequentes em neoplasias 
pulmonares; essas alterações parecem também associadas à ingestão de álcool 
A nicotina, o principal agente aditivo conhecido presente no cigarro, pode estar parcialmente 
envolvida no processo de desenvolvimento e progressão de tumores. Ela atua modulando o 
fenótipo das células epiteliais normais pela ativação da Akt (uma serino/ treonino-quinase), 
levando à inibição da apoptose. 
O fumo também atuaria na ativação do receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) 
de células epiteliais da boca, que estimulariam a enzima ciclo-oxigenase tipo-II (COX-2), 
levando à inibição da apoptose, promoção da angiogênese, modulação da inflamação e da 
resposta imune, e acentuando o padrão infiltrativo tumoral. 
OBJETIVO 3 
Atenção Primária à SaúdeÉ, assim, papel da atenção primária desenvolver ações para prevenção do câncer do colo do 
útero por meio de ações de educação em saúde, vacinação de grupos indicados e detecção 
precoce do câncer e de suas lesões precursoras por meio de seu rastreamento. 
Atenção Secundária e Terciária 
Emanuella Fonseca 
Assim, a atenção especializada é composta por unidades que podem ou não estar localizadas na 
estrutura de um hospital, unidades ambulatoriais e serviços de apoio diagnóstico e terapêutico, 
responsáveis pela oferta de consultas e exames especializados. No caso do colo do útero, a 
unidade secundária deverá confirmar o diagnóstico e tratar ambulatoriamente as lesões 
precursoras desse câncer pela realização de colposcopias, biópsias e excisão tipo 1 e algumas 
excisões do tipo 2b. 
 
Nomenclatura Citológica Brasileira 
 
 
Emanuella Fonseca 
 
O padrão predominante do rastreamento no Brasil é oportunístico, ou seja, as mulheres têm 
realizado o exame de Papanicolaou quando procuram os serviços de saúde por outras razões. 
Consequentemente, 20% a 25% dos exames têm sido realizados fora do grupo etário 
recomendado e aproximadamente metade deles com intervalo de um ano ou menos, quando o 
recomendado são três anos. Assim, há um contingente de mulheres superrastreadas e outro 
contingente sem qualquer exame de rastreamento. 
Cobertura 
A realização periódica do exame citopatológico continua sendo a estratégia mais amplamente 
adotada para o rastreamento do câncer do colo do útero 
Periodicidade 
A história natural do câncer do colo do útero geralmente apresenta um longo período de lesões 
precursoras, assintomáticas, curáveis na quase totalidade dos casos quando tratadas 
adequadamente, conhecidas como NIC II/III, ou lesões de alto grau, e AIS. Já a NIC I representa 
a expressão citomorfológica de uma infecção transitória produzida pelo HPV e têm alta 
probabilidade de regredir, de tal forma que atualmente não é considerada como lesão 
precursora do câncer do colo do útero. 
População-alvo 
Emanuella Fonseca 
A definição de quais mulheres devem ser rastreadas tem sido objeto de muitos 
questionamentos. É consenso que mulheres que nunca tiveram relação sexual não correm risco 
de câncer do colo do útero por não terem sido expostas ao fator de risco necessário para essa 
doença: a infecção persistente por tipos oncogênicos do HPV. 
Recomendações 
O método de rastreamento do câncer do colo do útero e de suas lesões precursoras é o exame 
citopatológico. Os dois primeiros exames devem ser realizados com intervalo anual e, se ambos 
os resultados forem negativos, os próximos devem ser realizados a cada 3 anos (A). O início da 
coleta deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram ou têm atividade sexual 
(A). O rastreamento antes dos 25 anos deve ser evitado (D). 
Os exames periódicos devem seguir até os 64 anos de idade e, naquelas mulheres sem 
história prévia de doença neoplásica pré-invasiva, interrompidos quando essas mulheres 
tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos (B). Para 
mulheres com mais 64 anos de idade e que nunca se submeteram ao exame citopatológico, 
deve-se realizar dois exames com intervalo de um a três anos. Se ambos os exames forem 
negativos, essas mulheres podem ser dispensadas de exames adicionais (B). 
Amostras 
É considerada insatisfatória a amostra cuja leitura esteja prejudicada pelas razões expostas 
abaixo, algumas de natureza técnica e outras de amostragem celular, podendo ser assim 
classificada: 1. Material acelular ou hipocelular (75% do esfregaço) por presença de sangue, 
piócitos, artefatos de dessecamento, contaminantes externos ou intensa superposição celular. 
Recomendações O exame deve ser repetido em 6 a 12 semanas com correção, quando possível, 
do problema que motivou o resultado insatisfatório (A). 
Amostra satisfatória para avaliação 
Designa amostra que apresente células em quantidade representativa, bem distribuídas, 
fixadas e coradas, de tal modo que sua observação permita uma conclusão diagnóstica. Células 
presentes na amostra 
Podem estar presentes células representativas dos epitélios do colo do útero: 
 − Células escamosas. 
 − Células glandulares (não inclui o epitélio endometrial). 
 − Células metaplásicas. 
 
Situações especiais 
Gestantes têm o mesmo risco que não gestantes de apresentarem câncer do colo do útero ou 
suas lesões precursoras. 
O rastreamento em gestantes deve seguir as recomendações de periodicidade e faixa etária 
como para as demais mulheres, devendo sempre ser considerada uma oportunidade a procura 
ao serviço de saúde para realização de pré-natal (A). 
Mulheres na pós-menopausa devem ser rastreadas de acordo com as orientações para as 
demais mulheres (A). Se necessário, proceder à estrogenização previamente à realização da 
Emanuella Fonseca 
coleta, conforme sugerido adiante (vide Exame citopatológico normal – Resultado indicando 
atrofia com inflamação) (B). 
Mulheres submetidas à histerectomia total por lesões benignas, sem história prévia de 
diagnóstico ou tratamento de lesões cervicais de alto grau, podem ser excluídas do 
rastreamento, desde que apresentem exames anteriores normais (A). Em casos de 
histerectomia por lesão precursora ou câncer do colo do útero, a mulher deverá ser 
acompanhada de acordo com a lesão tratada (A). 
Mulheres sem história de atividade sexual não devem ser submetidas ao rastreamento do 
câncer do colo do útero (D). 
Imunossuprimidas: O exame citopatológico deve ser realizado nesse grupo de mulheres após o 
início da atividade sexual com intervalos semestrais no primeiro ano e, se normais, manter 
seguimento anual enquanto se mantiver o fator de imunossupressão (B). Mulheres HIV positivas 
com contagem de linfócitos CD4+ abaixo de 200 células/mm3 devem ter priorizada a correção 
dos níveis de CD4+ e, enquanto isso, devem ter o rastreamento citológico a cada seis meses (B). 
Resultado citológico normal, alterações benignas e queixas ginecológicas 
Se o exame é normal, seguir a rotina normal de rastreamento. 
Inflamação sem identificação de agente 
É caracterizada pela presença de alterações celulares epiteliais, geralmente determinadas pela 
ação de agentes físicos, os quais podem ser radioativos, mecânicos ou térmicos, ou, ainda, 
químicos. 
Havendo queixa de corrimento ou conteúdo vaginal anormal, a paciente deverá ser conduzida 
conforme diretriz direcionada para o tratamento de corrimento genital e doenças sexualmente 
transmissíveis (A). 
 Resultado citológico indicando metaplasia escamosa imatura: seguir normal 
 Resultado citológico indicando reparação: seguir normal 
Resultado citológico indicando atrofia com inflamação 
Seguir a rotina de rastreamento citológico (A). Na eventualidade do laudo do exame 
citopatológico mencionar dificuldade diagnóstica decorrente da atrofia, a estrogenização deve 
ser feita por meio da via vaginal com creme de estrogênios conjugados em baixa dose. 
Resultado citológico indicando alterações decorrentes de radiação ou quimioterapia 
Seguir a rotina de rastreamento citológico (A). A radioterapia ou a quimioterapia prévias devem 
ser mencionadas na requisição do exame (A). 
Achados microbiológicos − Lactobacillus sp. − Cocos. − Outros Bacilos. São considerados achados 
normais, pois fazem parte da microbiota normal da vagina. 
Células escamosas atípicas de significado indeterminado 
O termo células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASCUS – atypical squamous 
cells of undetermined significance) foi definido como achados citológicos caracterizados pela 
presença de alterações celulares insuficientes para o diagnóstico de lesão intraepitelial, mas 
alterações mais significativas do que as encontradas em processos inflamatórios. 
Emanuella Fonseca 
Essa categoria foi então 
reclassificada em células 
escamosas atípicas de significado 
indeterminado (ASC-US)e células 
escamosas atípicas de significado 
indeterminado não podendo 
excluir lesão intraepitelial de alto 
grau(ASC-H) 
Células escamosas atípicas de 
significado indeterminado, 
possivelmente não neoplásicas 
Diante de um resultado de exame 
citopatológico de ASC-US, a 
conduta na mulher com 30 anos ou 
mais será a repetição desse exame 
num intervalo de seis meses (A). A 
segunda coleta deve ser 
precedida, quando necessário, do 
tratamento de processos 
infecciosos e de melhora do 
trofismo genital, com uso prévio 
de estrogênio. 
Para as mulheres com idade 
inferior a 30 anos, a repetição do 
exame citopatológico deverá ser 
realizada em 12 meses. 
Se dois exames citopatológicos 
subsequentes com intervalo de 
seis (no caso de mulheres com 30 
anos ou mais) ou 12 meses (no caso de mulheres com menos de 30 anos) forem negativos, a 
mulher deverá retornar à rotina de rastreamento citológico trienal (B); porém, se o resultado de 
alguma citologia de repetição for igual ou sugestiva de lesão intraepitelial ou câncer, a mulher 
deverá ser encaminhada à unidade de referência para colposcopia 
No caso de a colposcopia mostrar achados anormais maiores (sugestivos de NIC II/III) ou 
suspeitos de invasão, deve-se realizar a biópsia (A). Se o resultado for de NIC II/III ou câncer, a 
conduta será específica para esse resultado. 
Células escamosas atípicas de significado indeterminado, quando não se pode excluir lesão 
intraepitelial de alto grau 
Emanuella Fonseca 
 
 
Células glandulares atípicas 
Células glandulares atípicas de significado indeterminado, possivelmente não neoplásicas ou 
células glandulares atípicas de significado indeterminado quando não se pode excluir lesão 
intraepitelial de alto grau 
Emanuella Fonseca 
 
 
Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau 
Emanuella Fonseca 
 
 
Lesão intraepitelial escamosa de alto grau 
Emanuella Fonseca 
 
 
Emanuella Fonseca 
 
Emanuella Fonseca 
 
 
 
Emanuella Fonseca 
FECHAMENTO 
1- Esclarecer o processo da oncogênese e sua evolução (as bases imunológicas) – a 
evolução natural das neoplasias/ os genes que regulam a apoptose/ características clínicas dos 
tumores 
2- Elucidar a vigilância imunológica contra a proliferação do câncer (imunodeficiência e 
consequências imunológicas) 
3- Explanar acerca do perfil epidemiológico do paciente com câncer e sua assistência 
(incidência, prevalência...) 
OBJ 3 
Material Estimativas 2020 incidência de câncer no Brasil 
Páginas 33 a 51 
1.Câncer de próstata e mama, colon e reto 
2.Câncer de pulmão, estomago e colo de útero 
3.Câncer de cavidade oral e sistema nervoso central 
4.Leucemia e Câncer de esôfago 
5.Linfoma nao hodking, cancer de tireoide 
6.Cancer de bexiga e laringe 
7.Cancer de corpo do utero e ovário 
8.Linfoma de Hodkin, de pele e infanto-juvenil 
 
OBJ 1 
CARCINOGÊNESE: UM PROCESSO DE MÚLTIPLAS ETAPAS 
tumores se tornam mais agressivos e adquirem maior potencial maligno. Esse fenômeno é 
referido como progressão tumoral e não é representado simplesmente pelo aumento de 
tamanho do tumor. 
Em nível molecular, a progressão tumoral e a heterogeneidade associada resultam, mais 
provavelmente, de múltiplas mutações que se acumulam independentemente em diferentes 
gerações de células, gerando subclones com diferentes características (Fig. 5-17), como 
capacidade de invadir, taxa de crescimento, capacidade metastática, cariótipo, responsividade 
hormonal e suscetibilidade a drogas antineoplásicas. Algumas das mutações podem ser letais; 
outras podem estimular o crescimento celular, afetando os proto-oncogenes ou os genes 
supressores de tumor. Assim, até mesmo o mais maligno dos tumores tem origem monoclonal, 
no momento em que se torna clinicamente evidente que as células que o constituem podem ser 
extremamente heterogêneas. 
Durante a progressão, as células tumorais são submetidas a pressões de seleção imune e não 
imune. Por exemplo, as células que são altamente antigênicas são destruídas pelas defesas do 
Emanuella Fonseca 
hospedeiro, enquanto aquelas com reduzidas necessidades do fator de crescimento são 
positivamente selecionadas 
Assim, a evolução genética e a seleção podem explicar duas das mais perniciosas propriedades 
dos cânceres: a tendência a se tornarem (1) mais agressivos e (2) menos responsivos à terapia 
com o tempo. 
CARACTERÍSTICAS DO CÂNCER 
• Autossuficiência nos sinais de crescimento 
• Insensibilidade aos sinais inibidores de crescimento 
• Evasão da morte celular 
• Potencial ilimitado de replicação 
• Desenvolvimento de angiogênese sustentada 
• Capacidade de invadir e metastatizar 
 
Acrescente-se a essa lista duas características “emergentes” de câncer, reprogramação do 
metabolismo de energia e evasão ao sistema imune, e duas características capacitantes, 
instabilidade genômica e inflamação promotora de tumor. 
 
Autossuficiência nos Sinais de Crescimento 
1. Ligação de um fator de crescimento ao seu receptor específico na membrana 
celular. 
2. Ativação transitória e limitada do receptor do fator de crescimento, que por sua 
vez ativa várias proteínas transdutoras de sinal no folheto interno da membrana 
plasmática. 
3. Transmissão do sinal transduzido através do citosol para o núcleo por meio de 
segundos mensageiros ou de uma cascata de moléculas de transdução de sinal. 
4. Indução e ativação de fatores reguladores nucleares que iniciam e regulam a 
transcrição do DNA. 
5. Entrada e progressão da célula em um ciclo celular, acabando por resultar em 
divisão celular. 
 
Fatores de Crescimento 
Toda célula que vai proliferar precisa desse fator. Normalmente, as células que produzem fator 
de crescimento não expressam o receptor cognato. Essa especificidade impede a formação de 
circuitos de feedback positivo dentro da mesma célula. 
A célula do tumor consegue sintetizar o próprio fator de cresciemento que ela precisa. 
A célula tumoral envia sinais para ativer a via e fatores de crescimento que ela precisa. 
Receptores do Fator de Crescimento e Tirosina Quinases Não Receptoras 
Emanuella Fonseca 
vários oncogenes que resultam de superexpressão ou mutação dos receptores do fator de 
crescimento. 
Proteínas receptoras mutantes liberam sinais mitogênicos contínuos para as células, mesmo na 
ausência do fator de crescimento no ambiente. 
O gene codificador de um receptor relacionado, HER2/NEU (ERB2), está amplificado em 25-30% 
dos cânceres de mama e adenocarcinomas do pulmão, ovário e glândulas salivares. Esses 
tumores são estranhamente sensíveis aos efeitos mitogênicos de pequenas quantidades dos 
fatores de crescimento. 
Proteínas Transdutoras de Sinal a Jusante 
As células conseguem autonomia por meio de mutações em genes codificadores de 
componentes das vias de sinalização a jusante dos receptores do fator de crescimento. 
Essas proteinas se acoplam ao fator e crescimento ativado e o levam ao núcleo. Ex de proteína: 
1 – proteína RAS 
RAS é o proto oncogente mutado com mai sfrequencia em humanos. 
RAS é membro de uma família de 
pequenas proteínas G que ligam 
nucleotídeos de guanosina 
(guanosina trifosfato [GTP] e 
difosfato de guanosina [GDP], 
semelhante às grandes proteínas G 
trimoleculares. 
Com GDP = inativa. a estimulação 
de células por fatores de 
crescimento, como EGF e PDGF, 
leva à troca de GDP por GTP e a 
alterações subsequentes de 
conformação que geram RAS ativa. 
A atividade de GTPase da proteína 
RAS ativada é magnificada 
drasticamente por uma família de 
proteínas ativadoras de GTPase 
(GAPs), que age como freios 
moleculares impedindo a ativação 
descontrolada de RAS por 
favorecerem a hidrólise de GTP 
para GDP. 
Chega ao núcleo aqui por duas 
vias: 
RAS ativada transduz os sinais 
proliferativos para o núcleo ao 
longo de duas vias: 
Emanuella Fonseca 
 a chamada via RAF/ERK/MAP quinase e 
 a via PI3 quinase/AKT.Legenda: GDP, guanosina difosfato; GTP, guanosina trifosfato; MAP, proteína ativada por 
mitógeno; PI3, fosfatidilinositol 3. 
A proteína RAS é ativada com mais frequência por mutações pontuais em resíduos de 
aminoácidos que estão dentro da bolsa de ligação à GTP ou na região enzimática essencial para 
hidrólise de GTP. AMBOS interferem na hidrolise de GTP, que é o que INATIVA RAS. RAS é então 
capturada em sua forma ativada ligada à GTP, e a célula é forçada a um estado de contínua 
proliferação. 
2- ABL. Além de RAS, várias tirosina quinases associadas a não receptores funcionam 
como moléculas transdutoras de sinais. Nesse grupo, ABL é a de maior definição em relação à 
carcinogênese. 
O proto-oncogene ABL tem atividade de tirosina quinase que é deprimida por domínios 
reguladores negativos internos. 
O desenvolvimento da leucemia provavelmente requer outras mutações colaboradoras, mas a 
célula transformada continua a depender de BCR-ABL para os sinais mediadores de crescimento 
e sobrevivência. 
A sinalização de BCR-ABL pode ser vista como uma viga mestra em torno da qual se constroem 
as estruturas. Se a viga mestra for removida por inibição de BCR-ABL quinase, rui a estrutura. 
Em vista desse nível de dependência, não surpreende que a resistência adquirida dos tumores 
aos inibidores de BCR-ABL com frequência se deva ao crescimento de um subclone com uma 
mutação em BCR-ABL que impede a ligação da droga à proteína BCR-ABL. 
 
Fatores de Transcrição Nuclear 
Todas as vias entram no núcleo e mexem no ciclo mitótico. A sinalização por meio das 
oncoproteinas (RAS OU ABL) continua a estimulação de fatores de transcrição. Eses fatores 
impulsionam a expressão dos genes que promovem crescimento. 
Grande número de oncoproteínas, incluindo os produtos dos oncogenes MYC, MYB, JUN, FOS e 
REL, funciona como fatores de transcrição reguladores da expressão dos genes promotores de 
crescimento, como as ciclinas. Destes, o gene MYC está envolvido com mais frequência nos 
tumores humanos. 
MYC funciona como um fator de transcrição que regula a expressão dos genes que promovem 
crescimento. Essa proteína pode ativar ou reprimir a transcrição de outros genes. 
Aqueles ativados por MYC incluem os vários genes promotores de crescimento, incluindo as 
quinases dependentes de ciclinas (CDKs), cujos produtos impulsionam as células para dentro do 
ciclo celular. MYC inibe os inibidores de CDK1s. Surgem tumores porque se a MYC desregular, 
aumenta a expressão deos genes que tornam lenta ou impedem a progresao do ciclo celular. 
Ciclinas e Quinases Dependentes de Ciclina 
 O ciclo celular consiste em fases G1 (pré-sintética), S (síntese de DNA), G2 (pré-mitótica) 
e M (mitótica). As células quiescentes que não entraram no ciclo celular estão em estado G0. o 
Emanuella Fonseca 
ciclo celular tem múltiplos pontos de controle, particularmente durante a emergência de G0 e 
G1 e na transição da fase G1 para a fase S. As células podem entrar em G1 ou G0 (células 
quiescentes) ou após completar a mitose (células em contínua replicação). A progressão pelo 
ciclo celular, particularmente a transição G1-S, é regulada por proteínas chamadas ciclinas, 
assim chamadas devido à natureza de sua produção e degradação, e enzimas associadas, as 
quinases dependentes de ciclina (CDKs). Os complexos CDK-ciclina fosforilam proteínas-alvo 
cruciais que impulsionam a célula através do ciclo celular. Ao completar essa tarefa, os níveis de 
ciclina diminuem rapidamente. Aatividade dos complexos CDK-ciclina é regulada pelos 
inibidores de CDK (CDKIs). 
 
Se o dano ao DNA for muito grave para ser reparado, as células são eliminadas por 
apoptose ou entram em estado não replicativo chamado senescência, principalmente por meio 
de mecanismos dependentes de p53, discutidos posteriormente. As mutações em genes 
reguladores desses pontos de controle permitem a divisão das células com DNA danificado, 
produzindo células-filhas portadoras de mutações. 
Papel das ciclinas, quinases dependentes de ciclina (CDKs) e inibidores de CDK na regulação do 
ciclo celular. As setas sombreadas representam as fases do ciclo celular durante o qual os 
complexos ciclina-CDK estão ativos. Conforme ilustrado, ciclina D-CDK4, ciclina CDK6 e ciclina E-
CDK2 regulam a transição G1 para S por fosforilação da proteína Rb (pRb). A ciclina A-CDK2 e a 
ciclina A-CDK1 estão ativas na fase S. A ciclina B-CDK1 é essencial para a transição de G2 para M. 
Duas famílias de inibidores de CDK podem bloquear a atividade de CDKs e a progressão através 
do ciclo celular. Os chamados inibidores INK4, compostos de p16, p15, p18 e p19, agem sobre 
ciclina D-CDK4 e ciclina D-CDK6. A outra família de três inibidores, p21, p27 e p57, pode inibir 
todas as CDKs. 
 
Alterações nas Proteínas 
de Controle do Ciclo 
Celular em Células 
Cancerosas 
De fato, todos os 
cânceres parecem ter 
lesões genéticas que 
incapacitam o ponto de 
controle G1-S, 
provocando a reentrada 
das células na fase S. 
Os contratempos que 
aumentam a expressão 
de ciclina D ou CDK4 
parecem ser um evento 
comum na 
transformação 
neoplásica. 
Emanuella Fonseca 
Só ter mais oncoproteinao não quer 
dizer que haverá sustentação de 
proliferçaõ de células tumorais. Há 
ainda a SENESCENCIA e a APOPTOSE, 
que se opõem a isso. 
Insensibilidade aos Sinais Inibidores 
do Crescimento 
Enquanto os genes codificam 
proteínas que promovem o 
crescimento celular, os produtos dos 
genes supressores de tumor aplicam 
freios à proliferação celular. A quebra 
de tais genes torna as células 
refratárias à inibição de crescimento e 
simula os efeitos promotores de 
crescimento dos oncogenes. 
genes supressores de tumor: 
Gene RB: Governador do Ciclo Celular 
É útil começar com o gene do 
retinoblastoma (RB), o primeiro gene 
supressor de tumor a ser descoberto. 
O retinoblastoma desenvolve-se quando o gene RB normal se perde nos retinoblastos 
em consequência de mutação somática. Como, nas famílias com retinoblastoma, é necessária 
apenas uma única mutação somática para a expressão da doença, a transmissão familiar segue 
um padrão de herança autossômico dominante. 
Por conta de ocorrência familiar e esporádica de um tumor idêntico, Knudson, em 1974, propôs 
sua agora famosa hipótese de duas mutações (two-hit), que em termos moleculares pode ser 
expressa como segue: 
• Duas mutações (hits) são necessárias para produzir retinoblastoma. Elas envolvem o gene RB 
que foi mapeado para o lócus cromossômico 13q14. Ambos os alelos normais do lócus RB 
devem ser inativados (por isso, dois hits) para o desenvolvimento de retinoblastoma (Fig. 5-
21). 
O retinoblastoma desenvolve-se quando o gene RB normal se perde nos retinoblastos em 
consequência de mutação somática. Como, nas famílias com retinoblastoma, é necessária 
apenas uma única mutação somática para a expressão da doença, a transmissão familiar segue 
um padrão de herança autossômico dominante. 
Em casos esporádicos, ambos os alelos RB normais se perdem por mutação somática em um dos 
retinoblastos. O resultado final é o mesmo: uma célula retiniana que perdeu ambas as cópias 
normais do gene RB se torna cancerosa. 
Neste ponto, algum esclarecimento de terminologia é válido: uma célula heterozigótica no lócus 
RB não é neoplásica. Os tumores se desenvolvem quando a célula perde sua cópia de gene RB 
normal e, assim, se torna homozigótica para o alelo mutante. 
Emanuella Fonseca 
Fosforilado o produto de RB fica inativo e vice versa. 
RB controla G1/S. 
Por exemplo, a proteína E7 do papilomavírus humanos (HPV) liga-se à forma hipofosforilada de 
Rb, impedindo-a de inibir os fatores de transcrição E2F. Assim, ocorre a deleção funcional de Rb, 
levando ao crescimento descontrolado. 
 
Gene TP53: Guardião do Genoma 
é considerado o guardião do genoma pq a p53 é ativada em diversas alterações de estresse 
celular, que dificulta a transformação neoplásicapelos mecanismos de quiescência, senescência 
ou apoptose. 
Em resposta a algum dano ao DNA, a p53 é responsável por manter a integridade do genoma. 
Em células saudáveis ela tem duração de 20 minutos, quando a célula foi estressada ela utiliza 
proteínas quinasses para realizar algumas catalises que vão servir para aumentar sua vida e 
conseguir realizar a transcrição de genes alvo. 
Essa Interrupção do ciclo celular mediada por p53 vai ocorrer na fase G1, onde também ocorre 
a induçao da expressão dos genes de reparo do dano ao DNA. 
vias de inibição da proliferação , a inibição de contato, quando ocorre a inibição de contato entre 
células, a interação entre elas é através de proteínas transmembranas , as caderinas epiteliais. 
E tudo isso é sustentando e mediado alias pelo gene supressor de tumor NF2 que gera o 
neurofibroma 2 ou merlina. O mau funcionamento desse arranjado e a perda perda 
homozigótica de NF2 causa neurofibromatose. 
O gene APC exerce efeitos antiproliferativos , que regula os níveis intracelulares de β-catenina, 
uma proteína da via desinalização WNT que também regula a proliferação celular. 
Emanuella Fonseca 
 
 
Via do Fator b de 
Transformação de 
Crescimento 
O TGF-b, mais 
conhecido, é um 
membro da família dos 
fatores de crescimento 
dimérico, que inclui as 
proteínas 
morfogenéticas ósseas 
e as ativinas. Na 
maioria das células 
epiteliais, endoteliais e 
hematopoéticas 
normais, TGF-b é um 
potente inibidor da 
proliferação. 
A dimerização do 
receptor à união com 
um ligante leva a uma 
cascata de eventos que 
resulta na ativação 
transcricional de CDK1s 
com atividade 
supressora do crescimento, assim como à repressão dos genes promotores de crescimento, 
como MYC, CDK2, CDK4 e aqueles que codificam ciclinas A e E. 
Essas mutações podem alterar o receptor de TGF-b tipo II ou as moléculas SMAD que servem 
para transduzir sinais antiproliferativos do receptor para o núcleo. 
De fato, em muitos tumores em estádio terminal, a sinalização de TGF-b ativa a transição 
epitelial para mesenquimal (TEM), um processo que promove migração, invasão e metástase, 
como é descrito posteriormente. 
Inibição de Contato, NF2 e APC 
O gene APC exerce ações antiproliferativas pela regulação da destruição da proteína 
citoplasmática b-catenina. Com a perda de APC, a b-catenina não é destruída e se transloca para 
o núcleo, onde age como um fator de transcrição promotor de crescimento. 
Evasão da Morte 
A via apoptótica pode ser dividida em reguladores a montante e efetores a jusante. Os 
reguladores dividem-se em duas principais vias, uma que interpreta os sinais extracelulares e 
outra que interpreta os sinais intracelulares. A estimulação de cada via resulta na ativação de 
uma protease normalmente inativa (caspase-8 ou caspase-9, respectivamente), que inicia uma 
Emanuella Fonseca 
cascata proteolítica envolvendo caspases “executoras” que desmontam uma célula de 
maneira ordenada. 
Os restos da célula são consumidos pelos fagócitos sem estimular inflamação 
Veremos a apoptose por meio de sinalização através de receptores da morte, os quais são 
membros da família dos receptores TNF (via extrínseca), e dano ao DNA e outros estresses (via 
intrínseca). 
A via extrínseca (receptor da morte) é iniciada quando o receptor TNF, como CD95 (Fas) é unido 
ao seu ligante, CD95L, levando à trimerização do receptor e de seus domínios de morte 
citoplasmática, que atraem a proteína adaptadora intracelular FADD. Essa proteína recruta 
procaspase-8 para formar o complexo de sinalização indutor da morte. A procaspase-8 é ativada 
por clivagem dentro de subunidades menores gerando caspase-8. A caspase-8 ativa então as 
caspases a jusante, como a caspase-3, uma caspase executora que cliva o DNA e outros 
substratos para causar a morte celular. 
Avia intrínseca (mitocondrial) da apoptose é deflagrada por uma variedade de estímulos, 
incluindo a retirada dos fatores de sobrevivência, estresse e lesão. A ativação dessa via leva à 
permeabilização da membrana externa mitocondrial e à liberação de moléculas, como o 
citocromo C, que inicia a apoptose. 
A integridade da membrana externa mitocondrial é regulada por membros pró-apoptóticos e 
antiapoptóticos da família BCL2 de proteínas. As proteínas pró-apoptóticas BAX e BAK são 
necessárias para a apoptose e promovem diretamente a permeabilização mitocondrial. Um 
terceiro grupo de proteínas, as chamadas proteínas BH3-only (somente), que incluem BAD, BID 
e PUMA, regulam o equilíbrio entre os membros pró e antiapoptóticos da família BCL2 
 
OBJ 2 
O fenótipo maligno dos cânceres resulta da regulação defeituosa da proliferação celular, 
resistência das células tumorais à morte apoptótica, e à habilidade das células tumorais de 
invadir os tecidos do hospedeiro e metastatizar para sítios distantes. Além disso, hoje incluímos 
a habilidade das células tumorais de evadir os mecanismos de defesa imune do hospedeiro 
como uma das características marcantes do câncer. 
Emanuella Fonseca 
O conceito de imunovigilância do câncer, proposto por Macfarlane Burnet nos anos 1950, 
estabelece que uma função fisiológica do sistema imune é reconhecer e destruir clones de 
células transformadas antes de seu desenvolvimento em tumores, bem como matar tumores já 
formados. 
Tumores estimulam respostas imunes adaptativas específicas que podem prevenir ou limitar o 
crescimento e a disseminação dos cânceres. 
embora as células tumorais sejam derivadas de células do hospedeiro, os tumores elicitam 
respostas imunes nesses hospedeiros. A maioria das evidências indica que as respostas imunes 
clinicamente relevantes envolvem as células T, especialmente os linfócitos T citotóxicos CD8 + 
(CTLs, do inglês, cytotoxic T lymphocytes). Estudos histopatológicos mostram que muitos 
tumores são circundados por infiltrados de células mononucleares compostos por linfócitos T e 
macrófagos, e que linfócitos e macrófagos ativados estão presentes nos linfonodos que drenam 
os sítios de crescimento tumoral. 
números aumentados de células T, em particular CTLs CD8 + e células Th1 CD4 + , estão 
associados a um melhor prognóstico. 
As respostas imunes falham com frequência em prevenir o crescimento de tumores. Motivos: 
tumores tem mecanismos especializados em subverter as respostas imunes, células tumorais 
perdem a expressão de antígenos que podem ser reconhecidos pelo sistema imune (menos 
imunogênicos = mais sobrevida), rápido crescimento pode sobrepujar a capacidade do sistema 
imune controlar. 
Podemos controlar e melhoras essa resposta imune adaptativa que foi inefetiva ao usar 
terapêuticas que estimulam essa resposta, ativando células T antitumorais. 
A existência de imunidade antitumoral específica implica que os tumores devem expressar 
antígenos reconhecidos como estranhos pelo hospedeiro. 
Antígenos Tumorais 
A maioria dos antígenos tumorais que elicitam respostas imunes protetoras são neoantígenos 
produzidos por genes mutantes em diferentes clones de células tumorais 
Isso quer dizer que eles não são produzidos por células sadias e não estão no corpo. O sistema 
imune não tolera. 
Em tumores induzidos por vírus, os antígenos tumorais são principalmente proteínas estranhas 
produzidas por vírus oncogênicos, e a resposta imune observada é essencialmente uma resposta 
antiviral. 
No passado, o termo antígeno tumoral era usado para abranger muitas moléculas diferentes 
expressas por células tumorais, quer estimulassem ou não respostas imunes protetoras. 
Emanuella Fonseca 
 
 
Neoantígenos: Antígenos Codificados por Genes Mutantes 
O neoantigeno é um produto de gene que foi mutado. Isso ocorre pq a célula cancerosa é 
instável. Essa é a mutação passageira. Quando o instável é o produto de oncogene mutante ou 
genes supressores tumorais são mutações condutoras. 
A mutação cria um antígeno que elícita resposta da célula T, haja vista que sãoestranhos ao 
sistema imune. Em geral, esses neoantígenos são produzidos por mutações pontuais ou 
deleções em genes não relacionados ao desenvolvimento dos tumores. As proteínas codificadas 
geram novos peptídeos de ligação ao MHC que são apresentados a células T e são estranhos ao 
sistema imune, uma vez que normalmente não estão presentes. Os neoantígenos muitas vezes 
são proteínas citosólicas ou nucleares degradadas por proteassomos, podendo ser apresentados 
em moléculas do MHC I. Depois de fagocitados por DCs, os neoantigenos podem entrar na va 
de apresentação do MHC II. 
Em adição, mesmo em um único paciente, à medida que o tumor evolui pode adquirir novas 
mutações e, assim, produzir novas coleções de neoantígenos. Esses achados têm levado ao 
conceito de “neoantígenos clonais”, implicando variabilidade entre clones de células tumorais. 
Emanuella Fonseca 
Antígenos de Vírus Oncogênicos 
Seus produtos agem como antígenos tumorais e tbm chamam células T, que vai erradicar os 
tumores induzidos por esse vírus. 
Exemplos: o vírus EpsteinBarr (EBV), que está associado aos linfomas de célula B e ao carcinoma 
nasofaríngeo; e o papilomavírus humano (HPV), que está associado aos carcinomas da cérvice 
uterina, orofaringe e outros sítios. 
Eles são vírus de DNA e na sua maioria, os antígenos são encontrados no núcleo, citoplasma ou 
membrana da célula tumoral.Sçao expressas via MHC. 
Alguns vírus, como os das hepatites B e C, estão associados ao câncer, mas não são oncogênicos. 
Acredita-se que esses vírus promovam tumores induzindo reações inflamatórias crônicas em 
que são gerados fatores de crescimento tumorigênicos e outros sinais. 
Uma vacina contra o HPV diminuiu a incidência de lesões cervicais précancerosas em mulheres 
vacinadas. A vacina é composta por proteínas recombinantes do capsídeo do HPV oriundas das 
cepas oncogênicas mais comuns de HPV, as quais formam partículas semelhantes ao vírus sem 
o genoma viral. A vacinação contra o vírus da hepatite B diminuiu a incidência do câncer 
hepático associado ao HBV. 
Proteínas Celulares Superexpressas 
Alguns antígenos tumorais são os produtos de genes que estão silenciados em células normais 
e desreprimidos em células tumorais, ou são proteínas produzidas por células normais, mas que 
são produzidas em excesso por tumores. 
Eles nao são estranhos ao organismo, mas produzem resposta imune tbm. 
As principais categorias de antígenos tumorais não mutantes que são mais abundantes em 
tumores do que nos tecidos normais incluem os antígenos de: câncer/testículo, proteínas 
codificadas por genes amplificados, e antígenos de diferenciação tecidual. 
 
Emanuella Fonseca 
 
 
FIGURA 18.3 Antígenos tumorais não mutantes. 
As proteínas não mutantes e que são expressas de forma mais abundante do que as células 
normais podem induzir resposta de célula T em seus hospedeiros. Muitos desses antígenos 
incluem proteínas codificadas por genes que normalmente não estão expressos na maioria das 
células dos adultos, devido à supressão epigenética, mas estão deprimidos nas células tumorais, 
como ocorre com os antígenos de câncer/testículo (A). Alguns antígenos tumorais podem estar 
superexpressos em consequência de amplificações gênicas, como é o caso da proteína 
Her2/Neu, altamente expressa em muitos carcinomas de mama (B). Os antígenos tecido-
específicos são proteínas expressas tanto por células cancerosas como pelos tipos celulares 
normais dos quais as células tumorais derivam, como as tirosinases produzidas por melanócitos 
e por células de melanoma maligno. Por causa da desregulação gênica ou da abundância de 
células tumorais, a quantidade dessas proteínas é alta nos tumores, levando às respostas de 
célula T (C). 
Outros Antígenos de Tumores 
Está claro que a maioria dos antígenos é produzido até mesmo em células normais, 
especialmente sob condições de lesão tecidual e inflamação. Portanto, o papel desses antígenos 
na imunidade tumoral é incerto. 
Antígenos oncofetais: proteínas que se pensava serem expressas em altos níveis em 
células cancerosas e tecidos fetais, mas não nos tecidos adultos. Mas elas, em adultos, estão em 
Emanuella Fonseca 
vários tecidos e circulação em condçoes inflamatórias. Ex. antígeno carcinoembrionário (CEA) e 
a αfetoproteína (AFP). 
Sua utilidade como marcadores tumorais, alvos de anticorpos ou candidatos a vacinas é limitada. 
 
Antígenos glicoproteicos e glicolipídicos alterados: A maioria dos tumores humanos e 
experimentais expressam níveis acima do normal ou formas anormais de glicoproteínas e 
glicolipídeos de superfície, incluindo gangliosídeos, antígenos de grupo sanguíneo e mucinas. 
Isso ocorre porque os tumores tem expressão desregulada de proteínas que sintetizam mucinas, 
e aí aparecem epitopos tumor-especificos nas cadeiras lateraisde carboidrato ou no 
nucleopolipeptidico anormalmente exposto. Ex. Uma dessas mucinas, chamada MUC-1, é uma 
proteína integral de membrana normalmente expressa apenas na superfície apical do epitélio 
ductal da mama. Em alguns carcinomas, porém, MUC-1 é expressa de modo não polarizado e 
contém epítopos peptídicos e carboidratos tumor-específicos novos detectáveis por anticorpos 
monoclonais murinos. 
 
Respostas Imunes aos Tumores 
Linfócitos T 
O principal mecanismo de imunoproteção contra tumores é o killing de células tumorais por 
CTLs CD8 +. 
Eles conferem imunidade antitumoral, exercem uma função de imunovigilancia ao reconhecer 
e destruir células potencialmente malignas que expressam peptídeos derivados de antígenos 
tumorais e apresentados em associação com moléculas do MHC de classe I. 
Onde o CTL está, o prognostico é melhor. 
Além disso, as células mononucleares derivadas do infiltrado inflamatório em tumores sólidos 
humanos, chamados linfócitos tumor-infiltrantes (TILs, do inglês, tumor-infiltrating 
lymphocytes), contêm CTLs capazes de destruir o tumor do qual derivam. 
É importante ressaltar que a incapacidade de detectar CTLs tumor-específicos funcionais em 
alguns pacientes pode ser devida aos mecanismos reguladores empregados pelo tumor para 
suprimir as respostas de CTL. 
Emanuella Fonseca 
As respostas de T CD8+ 
especificas para antígenos 
tumorais podem requerer 
apresentação cruzada dos 
antígenos tumorais pelas DCs. A 
maiorias das células tumorais 
não derivam de APC e por isso 
não estão nos órgãos linfoides 
secundários onde exibem 
antígenos pra célula T naive. 
Também não expressa os 
coestimuladores necessários 
para iniciar as respostas de 
célula T ou as moléculas do MHC 
de classe II necessárias à 
estimulação de células T 
auxiliares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A explicação provável de como ocorre a resposta da célula T aos tumores é que 
1. 1 as células tumorais ou seu antígeno é ingerido pela APC do hospedeiro 
2. 2 os peptídeos que resultam disso são expostos no MHC I 
3. 3 a célula T CD8 reconhece o MHC I 
4. 4 Crosspining ou apresentação cruzada: a APC (DC) colocam o antígeno no linfonodo 
junto com a T naive 
5. 5 APC e célula T auxiliar ativadas juntas emitem sinais que fazem a naive se diferenciar 
em CTLs tumorais específicos. 
6. 6 CTL especifico reconhece e matam a célula tumoral em qualquer tecido sem qualquer 
coestimulação. 
As células T auxiliares CD4 + contribuem para as respostas imunes antitumorais por meio de 
vários mecanismos. 
Os efeitos antitumorais das células Th1 podem refletir seu papel comprovado na intensificação 
das respostas da célula T CD8 + e na ativação de macrófagos, via secreção de fator de necrose 
tumoral e interferon-γ (IFNγ). O IFN-γ pode aumentar a expressão do MHC de classe I na célula 
tumoral, bem como a sensibilidade à lise pelos CTLs. 
Emanuella Fonseca 
 
Anticorpos 
O hospedeiro produz anticorpos contra o tumor, mas sua proteção é indeterminada. Os 
anticorpos podem matar células tumorais ao ativarem o complemento ou inibirem a 
citotoxicidade celulardependente de anticorpos, em que células natural killer (NK) ou 
macrófagos com receptores Fc medeiam o killing. 
No entanto, há pouca evidência de que as respostas imunes humorais contra tumores exercem 
efeito significativo na prevenção do desenvolvimento ou progressão tumoral. Mas se usa pra 
conferir imunidade passiva contra tumores. 
Células Natural Killer 
As células NK são capazes de destruir muitos tipos de células tumorais e podem contribuir para 
a imunovigilância contra os cânceres. Seu papel tambem não esta claro. 
As células tumorais se tornam suscetíveis ao killing pelas células NK quando regulam 
negativamente a expressão do MHC de classe I ou quando regulam positivamente a expressão 
de ligantes que ativam receptores da célula NK. 
As células NK também podem ser ativadas para matar células tumorais cobertas com anticorpos 
antitumorais, por citotoxicidade celular dependente de anticorpo. A capacidade tumoricida das 
células NK é aumentada pelas citocinas, incluindo interleucina-2 (IL2), IL-15 e IL-12, sendo que 
os efeitos antitumorais das citocinas in vivo são parcialmente atribuíveis à estimulação da 
atividade de células NK. 
Macrófagos 
Os macrófagos são capazes tanto de inibir como de promover o crescimento e disseminação dos 
cânceres, dependendo de seu estado de ativação. Mecanismo: reconhecer PAMPs. 
Tambem podem ser ativados para matar células tumorais via IFN gama, que os CTLs ou células 
Th1 tumor especificas produzem. Outra forma: os macrófagos tipo M1 agem pra matar o tumor 
da mesma forma que mata infecções, pela viz do NO. 
 
O Papel da Imunidade Inata e Adaptativa na Promoção do Crescimento Tumoral 
De fato, a inflamação crônica é reconhecida há muito tempo como fator de risco de 
desenvolvimento tumoral em numerosos tecidos diferentes, especialmente naqueles afetados 
por doenças inflamatórias crônicas, como o esôfago de Barre e a colite ulcerativa. Alguns 
cânceres associados a infecções também são considerados resultados indiretos dos efeitos 
carcinogênicos dos estados inflamatórios crônicos induzidos por organismos infecciosos. Entre 
estes estão o carcinoma gástrico e o linfoma no contexto da infecção crônica por Helicobacter 
pylori, além dos carcinomas hepatocelulares associados a infecções crônicas causadas pelos 
vírus das hepatites B e C. 
as células do sistema imune inato são consideradas os culpados mais diretos da promoção 
tumoral. 
Emanuella Fonseca 
Os macrófagos tumor-associados com fenótipo alternativamente ativado (M2), bem como 
outras células, são fontes de VEGF, um fator de crescimento promotor de angiogênese, e de 
metaloproteinases, enzimas modificadoras do tecido extracelular. 
Sendo assim, a ativação crônica de algumas células imunes inatas é caracterizada por 
angiogênese e remodelamento tecidual, que favorecem o crescimento e a disseminação 
tumorais. 
A inata tbm contribui para a malignidade ao gerar radicais livres que causam dano ao DNA e 
mutações em genes tumorais e oncogenes. Secretam fatores que promovem a progressão do 
ciclo celular e sobrevivência da célula tumoral. 
O fator de transcrição NF-κB, um mediador-chave das respostas imunes inatas, pode exercer um 
papel importante na progressão do câncer associada à inflamação. 
O sistema imune adaptativo pode intensificar o crescimento de um tumor de varias formas. As 
DCs podem ser orientadas a diferenciar T CD4 para células Th2 antiinflamatorias ou células T 
reguladoras, ambas SUPRIMEM a resposta imune que destroem os tumores. Tambem estimula 
macrófago M2 e outros tipos celulares pró tumorigenicos. Linfocito B tbm pode agir estimulando 
por meio da sua secreção de fatores. 
 
Emanuella Fonseca 
 
Evasão das Respostas Imunes pelos Tumores 
A maioria dos mecanismos de evasão podem ser classificados como inibição ativa de respostas 
imunes antitumorais ou perda dos antígenos que dirigem essas respostas. 
 
A imunidade antitumoral se desenvolve quando as células T reconhecem os antígenos tumorais 
e são ativadas. As células tumorais podem evadir as respostas imunes perdendo a expressão de 
antígenos ou moléculas do MHC, ou produzindo ligantes para os receptores de inibição da célula 
T e citocinas imunossupressoras. 
 
Pontos de Controle Imunes: Inibição de 
Respostas Imunes 
Os tumores evadem as respostas de células 
T antitumorais engajando moléculas 
inibidoras que normalmente atuam 
prevenindo a autoimunidade ou regulando 
as respostas imunes aos microrganismos. 
Há fortes evidências experimentais e clínicas 
de que as respostas de célula T a alguns 
tumores são inibidas pelo envolvimento de 
CTLA-4 (do inglês, cytotoxic T lymphocyte-
associated protein 4) ou de PD-1 (do inglês, 
programmed cell death protein-1), duas das 
vias de inibição mais bem definidas em 
células T. Ambas estão positivamente 
reguladas em células T infiltrantes tumorais, 
ou seja, INIBEM a célula T lutando contra o 
tumor. 
Uma possível razão para os tumores 
explorarem CTLA-4 para regular as 
respostas antitumorais é o fato de os 
antígenos tumorais serem apresentados por 
APCs na ausência de imunidade inata forte 
e, portanto, com baixos níveis de 
coestimuladores B7. Os níveis reduzidos 
podem ser suficientes para engajar o receptor CTLA-4 de alta afinidade. A via do PD-1 pode ser 
engajada em células T tumor-específicas, porque PD-L1 (PD-ligante 1), uma proteína da família 
B7 que é ligante de PD-1 (Capítulo 15), é expressa em muitos tumores humanos, às vezes devido 
à amplificação do gene PDL1. 
O bloqueio das vias CTLA-4 e PD-L1/PD-1 atualmente é bastante usado na clínica, para reverter 
o fenótipo disfuncional de células T tumor-específicas e intensificar sua habilidade de matar 
células tumorais. 
Emanuella Fonseca 
Produtos secretados de células tumorais podem suprimir as respostas imunes antitumorais. Ex.: 
TGF beta (imunosupressor) é secretado por muitos tumores e inibe o sistema imune. 
As Tregs podem suprimir as respostas de célula T aos tumores. Sem elas, a atividade contra o 
tumor é alta, e o tumor diminui de tamanho. 
As células supressoras mieloide-derivadas (MDSCs, do inglês, myeloidderived suppressor cells) 
são precursores mieloides imaturos que se acumulam na medula óssea, tecidos linfoides, sangue 
e tumores de animais portadores de tumor e pacientes com câncer, e que suprimem as 
respostas imunes antitumorais mediadas por célula T e inatas. 
Perda da Expressão de Antígeno Tumoral 
As respostas imunes a células tumorais participam das pressões seletivas que resultam na 
sobrevivência e crescimento de células tumorais variantes com imunogenicidade reduzida. 
O truque: Além da perda de antígenos tumor-específicos, a expressão do MHC de classe I pode 
estar negativamente regulada em células tumorais, de modo a impedir seu reconhecimento 
pelos CTLs. 
Vários tumores mostram síntese diminuída de moléculas do MHC de classe I ou de proteínas 
requeridas para a expressão de MHC de classe I na superfície celular, incluindo β2-
microglobulina, ou ainda de componentes da maquinaria de processamento antigênico, 
incluindo componentes transportadores de antígeno (TAP1 e TAP2) e subunidades do 
proteassomo. A perda da expressão do MHC de classe I provavelmente é uma adaptação que 
surge em resposta às pressões seletivas da imunidade do hospedeiro, e permite que as células 
tumorais evadam as respostas imunes mediadas por CTLs. 
 
OBJ 3 
Câncer de pulmão 
 Atinge mais homem que mulher 
 Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de pulmão em homens 
ocupa a segunda posição mais frequente nas Regiões Sul e Nordeste 
 No mundo, o câncer de pulmão configura-se entre os principais em incidência, 
ocupando a primeira posição entre os homens e terceira posição entre as mulheres 
 Oitenta e cinco por cento dos casos diagnosticados estão associados ao consumo de 
derivados de tabaco 
 Outros fatores de risco são exposição ocupacional a agentes químicosou físicos 
(asbesto, sílica, urânio, cromo e radônio) e altas doses de suplementos de betacaroteno 
em fumantes e ex-fumantes 
Câncer de estômago 
 Maior em homens 
 Terceira posição aqui no nordeste em homens, sexta para mulheres 
 O câncer de estômago mais frequente é o do tipo adenocarcinoma, responsável por 95% 
dos casos. O adenocarcinoma de estômago atinge, na maioria dos casos, homens com 
idade entre 60 e 70 anos. 
Emanuella Fonseca 
 A infecção pela bactéria Helicobacter Pylori é o principal fator de risco para o câncer de 
estômago 
 Outros fatores risco relacionados ao desenvolvimento de câncer de estômago são: 
excesso de peso e obesidade; consumo de alimentos preservados no sal; alimentação 
com baixa ingestão de frutas, vegetais e fibra integral, o consumo excessivo de álcool e 
tabaco, algumas exposições ocupacionais, como, por exemplo, a exposição de 
trabalhadores rurais a agrotóxicos; e a exposição para a produção da borracha. 
 
Câncer do colo do útero 
 O câncer do colo do útero é um dos mais frequentes tumores na população feminina 
 Outros fatores que aumentam o risco de desenvolver esse tipo de câncer são: início 
precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros; tabagismo (a doença está 
diretamente relacionada à quantidade de cigarros fumados); e uso prolongado de 
pílulas anticoncepcionais 
 
perfil epidemiológico do câncer no Brasil 
Os dados encontrados acompanham o perfil epidemiológico do câncer no Brasil, em que se 
observa maior incidência de cânceres de próstata e de mama 
Verifica-se também que a maior parte das pessoas teve o diagnóstico após os 60 anos de 
idade, o que é esperado para a maioria dos tumores malignos 
A presença de morbidade referida é fortemente dependente do padrão de acesso aos 
serviços de saúde e aos procedimentos diagnósticos

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