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APOSTILA ONCOLOGIA (RESUMO)

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ONCOLOGIA 
VICTORIA CHAGAS 
 
CICLO CELULAR E PONTOS DE CHECAGEM 
 O ciclo celular dura cerca de 24 horas e é dividido em intérfase e mitose 
 Uma nova célula é duplicada a partir de uma célula já existente 
 As proteínas regulatórias vão controlar o correto andar do ciclo celular, e dependem de 
sinais interiores e exteriores da célula 
 
❖ INTÉRFASE (Célula ainda não está em divisão → período de preparação) – 23 horas 
 
 G1: ocorre logo após a mitose. 
Período de preparação onde a 
célula sintetiza proteínas, lipídeos e 
carboidratos. Organelas estão a 
ser sintetizadas (muita síntese 
proteica) 
 S: período de síntese de DNA 
(duplicação dos cromossomos) 
 G2: chamado o período pós 
síntese de DNA onde ocorre síntese 
de proteínas 
 G0: estado de permanência na 
intérfase (repouso) 
 
❖ MITOSE – divisão celular – 1 hora 
 
 Prófase: condensação da cromatina 
 Metáfase: condensação máxima; alinhamento 
das cromátides-irmãs 
 Anáfase: cromátides-irmãs migram para polos 
opostos (separação) 
 Telófase: Reorganização do envoltório nuclear e 
descondensação do cromossomo 
 Citocinese: separação das duas células filhas 
 
 
 
❖ SISTEMA DE CONTROLE (complexos ciclinas-CdKs) 
 
 O sistema depende de proteínas → ciclinas que se ligam a cinases (ciclinas-CdKs) e fazem 
os eventos de fosforilação e desfosforilação 
 Para que uma ciclina seja completamente ativada ela necessita de duas cinases → só se 
tornam enzimaticamente ativas ligadas as Cdk’s. 
 A ativação das ciclinas-CdK depende de eventos fosforilativos, já inativação do complexo 
pode se dar pela degradação da ciclina. 
 As ciclinas são recicladas a cada ciclo celular → concentração de ciclinas que determina 
quantidade de complexos ciclina-Cdk pois concentração de cinases é constante 
 Cinase → unidade catalítica 
 Ciclina → unidade regulatória 
 CLASSES DE CICLINAS: 
o G1/S-ciclinas: ativam as CdKs de G1 e ajudam a desencadear a progressão ao ponto de 
restrição, resultando no comprometimento a entrada no ciclo celular. Seus níveis caem na 
fase S. 
o S-ciclinas: se ligam as CdKs logo após a progressão ao ponto de restrição e ajudam a 
estimular a duplicação de cromossomos. Níveis elevados até a mitose (também 
contribuem ao controle de alguns eventos mitóticos iniciais) 
o M-ciclinas: ativam CdKs que estimulam entrada na mitose no ponto de verificação G2/M 
o G1-ciclinas: ajudam a 
regular as atividades das 
G1/s-ciclinas, que 
controlam ao final de G1 
a progressão ao ponto 
de restrição G1/S. 
 
 4 Cdks, que junto com as 
ciclinas formam 4 
complexos (G1-Cdk, G1/S-
Cdk, S-Cdk e M-Cdk) 
 
 Ativação de CDK: 
- A ligação com a ciclina move a 
alça do sítio ativo, ativando-a 
parcialmente 
- A ativação total ocorre quando 
outra cinase fosforila e causa uma 
mudança conformacional 
- Sua ativação vai permitir que 
fosforile proteínas-alvo e induza eventos específicos do ciclo celular 
 
❖ PONTOS DE CHECAGEM 
 
 1º PONTO DE CHEGAGEM (G1 → S) 
- O ambiente é favorável? se sim, é 
necessário estímulos extracelulares 
como presença de nutrientes ou 
mitógenos (ex.: RAS –fosforilado 
permite entrar na fase S) que ativa 
transcrição de ciclinas. 
- O primeiro substrato a ser fosforilado 
pelo complexo é a proteína de 
retinoblastoma (pRb) que está ligada 
ao E2F quando desfosforilada → 
restringe o crescimento celular 
- Ao ser fosforizado pela ação da 
ciclina D (CdK4,6) libera o fator E2F, 
permitindo que o ciclo celular 
progrida para próxima fase. 
- A pRb vai ser mantida fosforilada durante fase S, G2 e M; após isso volta a se ligar ao fator 
E2F (ciclina-CdK fica reduzido) 
- A proteína p53 está presente em baixas quantidades (devido ao MDM2 que ubiquitina a 
p53 levando-as até os proteossomos) e verifica se o DNA está danificado → caso haja dano 
ao DNA é fosforilada e é liberada de MDM2 → ativa a transcrição de p21 que é uma 
proteína inibidora das CdKs 4 e 6 → faz com que a fosforilação da pRb não ocorra (não há 
liberação do fator E2F) até que os danos sejam reparados ou até a morte celular. 
- Final da G1 → para que haja progressão do ciclo é necessária ciclina E e da CDK 2. 
 2º PONTO DE CHEGAGEM (G2 → M) 
- Regulado por M-CdK que fosforila histonas e condensinas (permitem condensação dos 
cromossomos) e outras proteínas essenciais para a divisão celular. 
- Caso a o DNA não tenha sido corretamente duplicado a WEE1 inativa a M-CdK impedindo 
sua fosforilação e parando o ciclo. 
- Ciclina B e CdK 1 → fosforilado → Cdc25 desfosforila e o ciclo prossegue 
- Caso haja DANO → ativa CHK1 que fosforila a fosfatase Cdc25 que ficará inativada. 
 
 3º PONTO DE CHECAGEM (metáfase → anáfase) 
- Ciclina B e CdK 1 
- A APC/C (complexo promotor da anáfase) é responsável pela continuidade do ciclo 
- Se os cromossomos estão ligados pelo cinetócoro e alinhados corretamente a proteína 
fosfatase Cdc20 liga-se ao APC e o ativa. 
- O APC ubiquitina a securina liberando separase, que irá degradar as coesinas e permitirá 
a separação das cromátides-irmãs 
- APC também ubiquitina a ciclina M que é degrada por proteossomos 
- Quando em G1, complexo ciclina-Cdk é fosforilado → inativação de APC 
- Caso não esteja tudo certo → proteínas MAD inativam as Cdc20 (logo APC também) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELAÇÃO DA INTERFERÊNCIA NO CICLO CELULAR E O CÂNCER 
 PROTO-ONCOGENES: genes que 
normalmente ajudam células crescer. 
- Micro-RNA → controla 
protoncogêne (silencia), se inativo, 
muta para oncogênese + fácil. 
 
 ONCOGÊNE: proto-oncogenes que 
sofreram mutações ou se existe muitas 
cópias, tornando-se um gene ‘’ruim’’ 
que pode ficar ligado quando não 
deveria. Quando isso acontece a 
célula cresce fora de controle. 
 
 GENES SUPRESSORES DE TUMOR: genes 
normais que retardam a divisão 
celular (impede que se divida 
rapidamente), reparam erros no DNA ou indicam se as células devem morrer (apoptose). 
- Quando inativados, células podem se desenvolver sem controle e levar ao câncer. 
 
 MUTAÇÕES: 
- Gênicas: as formas mais comuns são as mutações pontuais, ou seja, troca em bases 
nitrogenadas. Muito frequentemente são causados por agentes químicos. Um exemplo 
disso é a mutação do gene RAS. 
- Cromossômicas: um mecanismo importante envolvido na carcinogênese é a 
translocação. Um exemplo clássico desse tipo de alteração é o cromossomo Philadelphia 
(translocação entre os cromossomos 9 e 22), responsável por modificar expressão da 
proteína codificada pelo gene ABL → causa leucemia mieloide crônica. 
- Amplificação gênica: é a existência de múltiplas cópias de um proto-oncogene, 
potencializando a sua função. Pode ser encontrado em muitos tipos tumorais, mas um 
exemplo importante é a amplificação do N-MYC, gene envolvido no neuroblastoma. 
- Superexpressão gênica: é o aumento da função de um gene, mesmo não ocorrendo 
aumento do número de cópias. Um exemplo é a superexpressão do gene HER2 → proto-
oncogene que codifica receptores de fatores de crescimento. Se transformado em 
oncogene, produz um número maior de receptores muito sensíveis, mas pouco específicos, 
ou seja, responderão a qualquer estímulo iniciando a proliferação celular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRESSORES DO DNA 
❖ FÍSICOS 
 Radiação ionizante → alfa, beta, gama ou raios-X 
- A passagem pelas células provoca a liberação de elétrons, o que torna as células instáveis 
e suscetíveis a reações químicas. 
- Cânceres mais comum → leucemia, câncer de tireoide 
 Radiação não ionizante → radiação UV, luz visível, radiação infravermelha 
- UV = criação de dímeros de pirimidina → distorcem a conformação do DNA e inibem sua 
replicação normal. (Mais comum câncer de pele) 
 
❖ QUÍMICOS 
 Carcinógenos ativados → Formam complexos com o material genético das células (adutos 
de DNA) → lesões podem virar mutações se os adutos não forem reparados- Tais modificações acumulam-se nas células filhas → acúmulo de alterações atinge um 
ponto crítico → alterações prejudiciais para célula (modificações da replicação celular 
normal e a desregulação das vias de transdução de sinal, dos mecanismos de reparo de 
DNA e das vias de apoptose) → Padrão celular fenotipicamente maligno 
 
 Diretos: são agentes alquilantes que já possuem atividade eletrofílica intrínseca, e por isso 
podem provocar câncer diretamente. Ex.: metilmetanosulfato, agentes alquilantes 
 Indiretos = precisam sofrer modificações químicas no organismo para se tornarem ativas. 
- Transformação enzimática/bioativação → conversão para agente mais reativo. 
- O metabolismo dos carcinógenos é feito por enzimas solúveis ou associadas a membranas 
(P450 é a mais importante) 
- Ex.: álcool, cigarro ... 
→ Álcool: no fígado, o etanol é oxidado em acetaldeído (AD). O AD possui ação 
carcinogênica devido alta capacidade indutora de mutações (câncer de esôfago) 
- Se liga a várias proteínas envolvidas no reparo e metilação do DNA 
→ Cigarro: risco de câncer de pulmão, esôfago, boca, faringe, laringe, pâncreas. 
- Benzopireno: faz alteração na P53 
- + 4000 substancias toxicas já foram identificadas entre elas ao menos 60 carcinógenos 
→ Amianto, formol, agrotóxicos, poluição, agentes quimioterápicos... 
 
❖ BIOLÓGICOS 
 
 VÍRUS → necessitam da presença de outro carcinógeno para ser efetivo 
o HPV → expressa oncoproteínas → associam a p53 e pRb → proliferação desregulada 
- Câncer de colo de útero 
- Proteína E6 se liga ao p53; Proteína E7 se liga ao pRb 
o Hepatite B (HBV) e C (HCV) → cerca de 70-85% dos carcinomas hepatocelulares 
- Inflamação crônica com lesão hepatocelular → proliferação de hepatócitos e ROS que 
danificam DNA 
o HIV → mata células TCD4, diminui as defesas → doenças oportunistas e tipos de câncer 
 
 BACTÉRIA 
o H. PYLORI: genes que entram na célula do hospedeiro e interagem com vias de 
transdução de sinal, alterando o fenótipo, proliferação e apoptose → câncer gástrico 
- Gene A (quando proteína A é injetada na célula causa alteração na proliferação) 
 
 PARASITA 
o SCHISTOSSOMA HEMATOGRIDO: câncer de bexiga 
LESÕES DO DNA E MECANISMOS DE REPARO 
 
 Lesões mutagênicas → causam alterações na sequência do DNA (mutações) que se 
acumulam ao longo do tempo e ocasionalmente levam a formação de tumores. 
 Lesões citotóxicas → normalmente bloqueiam os processos de replicação e transcrição do 
DNA, provocando a inibição do estado proliferativo ou mesmo a apoptose 
- Ex = quebras duplas do DNA, as lesões induzidas por luz UV, algumas bases oxidadas e a 
ligações cruzadas entre as fitas de DNA 
 
o Oxidação: O excesso de ROS (espécies reativas de oxigênio) é danoso para a célula; o 
excesso pode ser devido resposta a fatores de crescimento e citocinas, exposição a ROS 
exógenos (raios UV) ou produção intracelular aumentada. Processo patológicos também 
podem fazer ROS devido a resposta inflamatória. 
o Hidrólise → Desaminação hidrolítica: perda de um grupo amino (-NH2) que pode ter sido 
originada por uma hidrólise). O mais frequente é desaminação de citosina: quando perde 
o grupo amino, se transforma em uracila → troca de um par CG por um TA. 
o Metilação: acréscimo de um grupo metil 
o Perda de bases: nucleotídeos podem sofrer quebra espontânea e essa quebra gera um 
espaço vazio que pode incorporar qualquer um dos nucleotídeos. 
o Formação de dímero de timina: a luz UV pode causar formação de ligações covalentes 
entre resíduos de pirimidina vizinhos. Mais comum = T-T. Outros = C-C, C-T. 
- Esses dímeros impedem ação das polimerases do DNA, impedindo a síntese. 
 
❖ MECANISMOS DE REPARO DO DNA 
 
 Depende do tipo de lesão, tipo celular e etapa do ciclo em que se encontra 
 Sem o reparo do DNA, as lesões espontâneas rapidamente modificariam as sequências de 
DNA, podendo passar tais danos às células-filhas e agravar ainda mais o problema. 
 A estrutura de dupla-hélice do DNA é adequada para o reparo → possui duas cópias 
separadas de toda a informação genética – uma em cada fita. 
 
• REPARO DURANTE A REPLICAÇÃO 
 DNA polimerase percorre o DNA procurando danos → se encontrar ativa a exonuclease de 
correção → cliva nucleotídeo errado e regenera extremidade 
 
• REPARO POR MALPAREAMENTO (MISMATCH) 
 Acontece logo após o novo DNA ter sido feito, e sua função é 
remover e substituir as bases mal pareadas (aquelas que não 
foram corrigidas durante a revisão). 
 O reparo do malpareamento também pode detectar e corrigir 
pequenas inserções e deleções que ocorrem quando as 
polimerases "deslizam" perdendo seu local de inserção. 
 Primeiro, um complexo de proteínas reconhece e liga-se à base 
malpareada. Um segundo complexo corta o DNA próximo ao 
malpareamento e mais enzimas cortam o nucleotídeo incorreto 
e um pedaço do DNA que o envolve. Uma DNA polimerase 
substitui a parte que falta com os nucleotídeos corretos, e uma 
enzima chama da DNA ligase fecha a lacuna. 
 Nos eucariontes a fita original pode ser identificada pelo 
reconhecimento de entalhes encontradas apenas em DNA 
recém sintetizado. 
• REPARO POR EXCISÃO DE BASES (BER) 
 Principal via de reparo (glicolisação) 
 Envolve várias enzimas (DNA-glicosilases), cada uma 
capaz de reconhecer um tipo especifico de base 
alterada no DNA e de catalisar sua remoção hidrolítica. 
 Existem pelo menos seis tipos dessas enzimas, incluindo as 
que removem ‘’C’’ desaminados, ‘’A’’ desaminados. 
 
 Detecção da base alterada: a projeção do nucleotídeo 
alterado para fora da hélice, em um processo mediado 
por enzimas, permite que a DNA-glicosilase procure uma 
lesão em todas as fazes da base. 
- Reconhecida a lesão → remove a base do açúcar 
- Lacuna deixada pela DNA-glicosilase é reconhecida 
pela ENDONUCLEASE AP (apirimídica) → cliva a cadeia 
fosfodiester → lacuna resultante é corrigida 
 
• REPARO POR EXCISÃO DE NUCLEOTÍDEOS (NER) 
 Pode corrigir uma lesão causada por praticamente 
qualquer alteração volumosa na estrutura da dupla-
hélice do DNA. Essas alterações incluem: aquelas 
produzidas pela ligação covalente de bases do 
DNA aos hidrocarbonetos (benzopireno, 
encontrado na fumaça do tabaco, alcatrão e 
exaustão do diesel) e os vários dímeros de 
pirimidina causados pela luz do sol. 
 Um enorme complexo multienzimático verifica o 
DNA à procura de distorções na dupla-hélice, 
em vez de uma alteração específica de bases. 
 
 É composto por 2 subvias que diferem no modo 
pelo qual a lesão é reconhecida: 
- REPARO DE GENOMA GLOBAL (GGR) = O 
reconhecimento da lesão e recrutamento das 
proteínas envolvidas no reparo é feito pelos 
complexos proteicos XPC-HR23B e DDB-XPE; 
- REPARO ACLOPADO À TRANSCRIÇÃO (TCR) → a 
parada da RNA polimerase II durante a transcrição, 
devido ao encontro com a lesão, é o sinal de 
reconhecimento do dano ao DNA e, nesse estágio, 
dois fatores específicos do TCR (CSA e CSB) são 
requeridos para o deslocamento da polimerase 
bloqueada 
 Encontrada a lesão → Formação de um 
complexo de relaxamento do DNA ao redor da lesão (2 DNA-helicases XPB e XPD) → 
Estabiliza a região do DNA simples fita formado e das proteínas do reparo no sítio de lesão 
→ cadeia fosfodiester da fita anormal é clivada nos 2 lados da distorção → DNA-helicase 
remove o oligonucleotídeo de fita simples contendo a lesão → intervalo produzido na 
hélice do DNA é corrigido pela DNA-polimerase e pela DNA-ligase; 
• REPARO DE QUEBRA DE FITA DUPLA 
 
A. RECOMBINAÇÃO HOMOLOGA (HR) 
 Acontece somente em células na fase S ou G2, já que 
apenas nessas células é possível usar a sequência da 
cromátide-irmã para reparo. 
 Mecanismo mais VERSÁTIL 
 Quase não ocorrem erros, diferente da ligação de 
extremidades não homólogas 
 O DNA com quebra deve ser aproximado de um DNA 
homólogo sem quebras, que servirá como molde. 
 Geralmenteocorre logo após a replicação, onde as 2 
moléculas-filhas de DNA estão bem próximas. 
1. Extremidades do DNA danificado são removidas por 
nucleases, produzindo uma fita simples 
2. TROCA DE FITAS → Uma das extremidades 3’ da molécula 
de DNA quebrada abre caminho até o duplex-molde e 
busca a sequência homóloga por pareamento. 
3. Uma vez estabelecido o pareamento de bases, uma DNA-
polimerase com alta precisão alonga a fita invasora usando 
a informação fornecida pela molécula-molde não 
danificada, corrigindo o DNA danificado. 
4. As últimas etapas – deslocamento da fita, síntese adicional 
do reparo e ligação – regeneram as duas hélices duplas de 
DNA originais e completam o processo de reparo; 
B. RECOMBINAÇÃO DE EXTREMIDADES NÃO HOMÓLOGAS 
 
 As duplas quebras são reconhecidas pela proteína KU → 
ativa a quinase dependente de DNA (DNA-PK) → levam 
ao recrutamento e à ativação de proteínas de 
processamento, polimerases e DNA ligase IV 
 Neste mecanismo, as extremidades de uma molécula de 
DNA, apesar de terem perdido alguns nucleotídeos por 
degradação espontânea, são justapostas para 
recombinar. O mesmo complexo enzimático realiza o 
processo de ligação entre extremidades. Desta forma, a 
sequência original de DNA acaba sendo alterada. 
 
 VANTAGEM → reparo independente da fase do ciclo em 
que a célula se encontra 
 PERIGO → como aparentemente não há um mecanismo 
que assegure que as duas extremidades ligadas estavam 
originalmente próximas no genoma, essa ligação pode 
gerar rearranjos em que um cromossomo quebrado seja 
ligado covalentemente a um outro. Como resultado, 
podemos ter cromossomos com dois centrômeros ou 
cromossomos sem nenhum centrômero; os dois tipos de 
cromossomos defeituosos são segregados de forma 
incorreta na divisão celular; 
 
 
MORTE CELULAR 
❖ APOPTOSE 
 
 Morte celular programada 
 Processo muito mais organizado que o da necrose 
 Membrana celular não se desfaz 
 Pode ser fisiológica (desenvolvimento embrionário, 
menopausa) ou patológica (radiação, etc) 
 É um processo ordenado, no qual o conteúdo da 
célula é compactado em pequenos pacotes de 
membrana para a ´´coleta de lixo´´ pelas células 
do sistema imunológico, podem ser recolhidos e 
reciclados por outras células. 
 Remove as células durante o desenvolvimento, 
eliminas as células potencialmente cancerosas e 
infectadas por vírus e mantem equilíbrio do corpo. 
 No final, toda a célula se separa em pequenos pacotes, cada um envolto por um pedaço 
da membrana. Esses pacotes liberam sinais que atraem células do sistema imune 
(fagócitos) que comem restos (macrófagos). 
 Para isso, os fragmentos da célula que está morrendo apresentam uma molécula lipídica 
chamada fosfatidilserina em sua superfície. A fosfatidilserina está, geralmente, escondida 
dentro da membrana, e quando estão expostas, elas permitem que os fagócitos se liguem 
e "comam" os fragmentos celulares 
 
• MECANISMO DA APOPTOSE 
 
 A apoptose resulta da ativação de enzimas - caspases (irreversível quando iniciada) 
 Duas vias distintas convergem para a ativação de caspase 
 
 
1. VIA EXTRÍNSECA – ligação receptor-ligante 
 Ativam caspase-8 que ativará caspases executores (3/6/7) 
 Proteínas de sinalização → TNF (receptores de morte); FAS (NK identifica) 
 
 
2. VIA INTRÍNSECA (mitocondrial) – ativada por sinais internos como lesões do DNA 
 
 MOLÉCULAS PRÓ-APOPTÓTICAS: 
As mitocôndrias contêm uma série de 
proteínas que são capazes de induzir 
apoptose como o citocromo c e BH3-
only presentes no interior das 
mitocôndrias, caso chegue ao 
citoplasma (onde estão as caspases) 
induzem a apoptose. 
 MOLÉCULAS ANTI-APOPTÓTICAS: 
proteínas da família BCL-2, BCL-X – 
presentes no citoplasma e na membrana 
das mitocôndrias impedindo as pró-
apoptóticas de chegarem as caspases. 
 
 A balanço entre as proteínas BCL2 anti-apoptóticas (BCL2, BCLX) e pro-apoptóticas 
(subfamília BH123 – bax e bak e subfamília BH3-only – Bad, Bid, Bim, Puma e Noxa) formam 
heterodímeros, no qual ocorre a inibição da atividade de ambas as proteínas. 
 
 Em resposta ao dano no DNA, a proteína supressora de tumor p53 promove codificação 
das proteínas pro-apoptóticas BH3-only como a PUMA e NOXA → interagem com as 
proteínas pro-apoptóticas efetoras como a BAX e neutraliza proteínas antiapoptóticas → 
BAX sofre mudança conformacional e se insere na membrana mitocondrial formando poros 
→ citocromo c é liberado no citosol → liga-se a proteína chamada Apaf1 (fator 1 de 
ativação de protease apoptótica) → oligomerização do Apaft1 em um heptâmero 
apoptossomo → proteínas Apaft1 no apoptossomo recrutam caspase 9 iniciadoras → ativa 
caspases executoras (3/6/7) 
 
 Em alguns casos, a via extrínseca recruta a via intrínseca para amplificar a cascata de 
caspase para matar a célula. A proteína BH3-only BID (geralmente inativa) é a conexão 
entre as duas vias. Caspases-8 clivam e ativam BID que se transloca para membrana 
mitocondrial inibindo proteínas anti-apoptóticas e fazendo poros, amplificando o sinal de 
morte. 
 
 
 
 Caspases iniciadoras → ativam 
caspases executoras → clivam 
numerosos alvos → ativam nucleases → 
degradam nucleoproteínas e DNA, 
além de degradarem componentes 
da matriz nuclear e do citoesqueleto 
 
❖ NECROSE 
 
 Morte celular desorganizada e provoca uma resposta imune de inflamação 
 As células são danificadas por fatores prejudiciais (como a lesão física ou substancias 
químicas toxicas) - sempre um processo patológico 
 Geralmente expelem seu conteúdo enquanto morrem 
 A membrana plasmática da célula danificada não pode mais controlar a passagem de 
íons e água, a célula incha, e seus conteúdos vazam por furos na membrana plasmática. 
Isso causa, muitas vezes, inflamação nos tecidos circundantes à célula morta 
 
❖ AUTOFAGIA 
 
 Célula digere partes de si mesma. 
 Refere-se ao processo de degradação e reciclagem de componentes das células. 
 Ex.: eliminação de organelas envelhecidas, renovando componentes 
 Pode ocorrer quando organismo carece de reservas energéticas ou quando precisa 
eliminar células sadias ou tumorais, promovendo reciclagem dos seus componentes. 
 O processo de autofagia inicia com a produção de proteínas que se ligam até formar 
membranas. O material a ser ingerido é envolvido pelas membranas, formando o 
autofagossomo → O autofagossomo se funde com o lisossomo, onde o material é digerido 
pela ação de enzimas, ocorrendo a digestão. 
 Em algumas situações, pode ocorrer a autólise que levará a morte da célula. A autólise 
consiste na ruptura dos lisossomos, com a liberação das enzimas digestivas no citoplasma e 
destruindo todo o conteúdo celular. Podemos dizer que a autólise é auto digestão da célula 
SENESCÊNCIA CELULAR (TELÔMEROS E TELOMERASE) 
 
• TELÔMEROS – porção terminal do cromossomo (proteção) 
 Contêm sequências nucleotídicas repetidas que permitem que as extremidades dos 
cromossomos sejam replicadas de maneira eficiente. Em humanos, a sequência da 
unidade de repetição é TTAGGG, sendo repetida cerca de mil vezes em cada telômero. 
 As sequências de DNA repetidas, juntamente com as regiões adjacentes a elas, formam 
estruturas que evitam que as extremidades cromossômicas sejam confundidas com uma 
molécula de DNA quebrada que necessita de reparo pela célula. 
 Uma nuclease especializada remove a extremidade 5’ de um telômero formando uma 
saliência na extremidade de fita simples. Essa extremidade – associada às repetições 
GGGTTA nos telômeros – atrai um grupo de proteínas que formam um tipo de “tampa” 
cromossômica protetora conhecida como shelterina. A shelterina “esconde” os telômeros 
dos detectores de lesões celulares que monitoram o DNA continuamente 
 
• TELOMERASE – É um grande complexo proteína-RNA (enzima) 
 O RNA contém a sequência molde para a síntese de novas repetições de DNA telomérico. Está presente nas células-tronco e germinativas (mantem telômeros longos) 
 Nas células somáticas está presente em níveis muito baixos 
 Enzima (telomerase) que repõe sequência do telômero cada vez que a célula se divide 
 Uma característica exclusiva da telomerase é que ela carrega seu próprio molde de RNA. 
 
• COMPRIMENTO DOS TELÔMEROS 
 Na maioria das células, os telômeros vão sendo encurtados gradualmente e foi proposto 
que esse encurtamento fornece um mecanismo de contagem que ajuda a evitar a 
proliferação ilimitada de células com desvios, nos tecidos adultos; 
 Algumas células-tronco, especialmente aquelas em tecidos que precisam ser regenerados 
em altas taxas durante a vida conservam a atividade da telomerase. Mas em vários tipos 
de tecidos o nível de telomerase é reduzido de tal modo que a enzima não acompanha 
mais a duplicação cromossômica → perdem de 100 a 200 nucleotídeos por divisão. 
 Após várias gerações celulares → células herdarão cromossomos que não possuem a 
função de telômero = ativam a resposta de lesões no DNA, provocando sua retirada do 
ciclo e a célula não se divide mais → SENESCÊNCIA CELULAR REPLICATIVA 
 Esse mecanismo poderia oferecer alguma segurança contra a proliferação celular 
descontrolada de células anormais, auxiliando na proteção contra o câncer. 
 
 
 
 LIMITE DE HAYFLICK: Proposto 
que quanto mais próximos o 
tamanho dos telômeros 
estiverem desse limite 
(menores), mais envelhecidos 
estaremos. 
 
 
 
 
 
CARCINOGÊNESE 
 
❖ ESTÁGIO DE INICIAÇÃO (IRREVERSÍVEL) 
 
 Ela se caracteriza pela ocorrência de uma mutação inicial em uma célula normal, 
conferindo a esta vantagens de crescimento e sobrevivência em relação às vizinhas e 
direcionando-a para um perfil tumoral 
 Para o desenvolvimento do câncer é preciso um acúmulo de diversas alterações genéticas 
e evasão do sistema imune. 
 Quatro classes de genes reguladores normais são os principais alvos do dano genético: 
1) Proto-oncogenes: Promotores de crescimento (RAS, MYC) 
2) Genes supressores de tumor: Inibidores crescimento (p53, pRb) 
3) Genes que regulam a apoptose: Morte celular programada 
4) Genes envolvidos no reparo do DNA 
 Apesar de geneticamente modificadas, ainda não é possível 
identificar como tumor clinicamente 
 
❖ ESTÁGIO DE PROMOÇÃO (REVERSÍVEL) 
 
 Nele, as células geneticamente alteradas, ou seja, "iniciadas", sofrem o efeito dos agentes 
cancerígenos classificados como oncopromotores (aumenta alterações cromossômicas) 
 A célula iniciada é transformada em célula maligna, de forma 
lenta e gradual. Para que ocorra essa transformação, é 
necessário um longo e continuado contato com o agente 
cancerígeno promotor. 
 Ex.: fatores que promovem a transformação → alimentação, 
exposição excessiva e prolongada a hormônios, cigarro, 
inflamação crônica e drogas. 
 
❖ ESTÁGIO DE PROGRESSÃO (IRREVERSÍVEL) 
 
 Envolve a multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. 
 O câncer já está instalado e evoluindo até o surgimento das manifestações clínicas 
 As células cancerosas irão se estabelecer, crescendo e interagindo com células do 
microambiente tumoral. As ações de mediadores inflamatórios promovem a evasão dos 
mecanismos apoptóticos, o aumento da sobrevivência celular e vantagens replicativas, 
além de serem intimamente relacionadas com os processos de angiogênese e metástase. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
❖ CARACTERÍSTICAS DO TUMOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O acúmulo de mutações da origem às 
características da célula cancerosa, as 
quais são: 
1) Autossuficiência nos sinais de 
crescimento: O crescimento dos cânceres 
se torna autônomo e não é regulado por 
indícios fisiológicos 
2) Insensibilidade aos sinais inibidores de 
crescimento: Genes de supressão tumoral 
3) Evasão da morte celular: sobrevivem em 
condições que normalmente levaria a 
apoptose 
4) Potencial replicativo ilimitado: Torna as 
células cancerosas imortais 
5) Angiogênese: Sustenta o crescimento das 
células cancerosas 
6) Capacidade de invasão e disseminação: 
Invasão de tecidos locais e disseminação 
7) Reprogramação das vias metabólicas: 
Alteração para glicólise aeróbica 
8) Evasão do sistema imune 
 
 HETEROGENEIDADE TUMORAL: diferentes tipos de 
células tumorais que levam a lesões morfológicas e 
fenotípicas distintas, com diferentes morfologias 
celulares, expressão gênica, metabolismo, 
microambiente, proliferação e possibilidade de 
lesões metastáticas (relacionado a resistência a 
terapia) 
 
 MICROAMBIENTE TUMORAL: composto pelo 
parênquima (constituído por células neoplásicas ou 
transformadas) e pelo estroma (constituído por 
tecido conectivo, vasos sanguíneos e células 
inflamatórias) 
 
 EFEITO WARBURG: mesmo com oxigênio em 
abundância, as células tumorais mudam seu metabolismo para glicólise - a quantidade de 
ATP produzida é menor, porém o crescimento é mais rápido - as células tumorais convertem 
glicose em ácido lático → precisa dos esqueletos de carbono para a biossíntese de outros 
componentes necessários à proliferação 
 
 EVASÃO DO SISTEMA IMUNE: células cancerosas que são altamente imunogênicas serão 
eliminadas, por isso diminuem a expressão de HLA1 ou MHC1 
 
1. AUTOSSUFICIÊNCIA NOS SINAIS DE CRESCIMENTO 
 
 As células cancerosas utilizam uma série de estratégias para impulsionar sua proliferação: 
 
o FATOR DE CRESCIMENTO: 
- Todas as células normais requerem estímulo de fator de crescimento para se proliferar 
- Muitas células cancerosas adquirem a autossuficiência sendo capaz de sintetizar os mesmos 
fatores de crescimento aos quais são responsivas (ação autócrina) 
- Interagem com o estroma e envia sinais para as células de suporte para sua ativação 
 
o RECEPTORES DE FATOR DE CRESCIMENTO 
- Proteínas receptoras mutantes liberam sinais mitogênicos (mitógeno= substância que estimula 
a proliferação celular) contínuos para as células, mesmo na ausência de fatores de 
crescimento. 
- Superexpressão dos receptores podem tornas células cancerosas hiper-responsivas a níveis 
que normalmente não deflagariam a proliferação. 
 
o PROTEÍNAS TRANSDUTORAS DE SINAL A JUSANTE 
- Mutação de genes codificadores de componentes das vias de sinalização a jusante dos 
receptores do fator de crescimento 
- Essas proteínas sinalizadoras acoplam-se ao fator de crescimento ativado e o transmitem ao 
núcleo, seja por meio de segundos mensageiros ou de cascata de fosforilação e ativação das 
moléculas de transdução de sinal 
 
• RAS: proto-oncogene mutado com mais 
frequência em tumores humanos; membro 
de uma família de pequenas proteínas G 
que ligam a GTP e GDP. 
 
→ NORMAL: oscilam entre um estado 
transmissor de sinal e um quiescente 
- É inativa quando ligada a GDP 
- O estímulo do fator de crescimento troca o 
GDP por GTP e RAS fica ativa. 
- RAS torna-se inativo novamente em pouco 
tempo pela atividade da GTPase que 
hidrolisa GDP em GTP. 
 
→ MUTADA: afeta a hidrólise de GTP, nisso a 
RAS é capturada em sua forma ativada e a 
célula é forçada a um estado de contínua 
proliferação. 
 
• ABL: proto-oncogene com atividade de 
tirosina quinase. 
- Sua atividade é deprimida por domínios 
reguladores negativos internos. 
- Na leucemia mielógena crônica uma 
parte do gene ABL transloca-se do 
cromossomo 9 para o 22 onde se fundo com parte do gene BCR formando a proteína 
híbrida BCR-ABL → mantém o domínio da tirosina quinase, os autoassociados do domínio 
BCR, uma propriedade que desencadeia a atividade constitutiva da tirosina quinase → 
ativa todos os sinais que estão a jusante de RAS 
 
o FATORES DE TRANSCRIÇÃO NUCLEAR 
- Todas as vias de transdução de sinal entram no núcleo e causam impacto sobre muitos 
genes que levam ao processo mitótico. 
- A sinalização das oncoproteínas (RAS e ABL alteradas) é inadequada e continua 
estimulando osfatores nucleares de transcrição que impulsionam a expressão dos genes 
promotores de crescimento. 
- Grande número de proteínas (MYC, MYB, JUN, FOS e REL) funciona como fatores de 
transcrição reguladores da expressão dos genes promotores de crescimento, como as ciclinas 
 
• MYC: Família de genes reguladores e proto-oncogenes (ativador da G1) 
- Proto-oncogene envolvido com mais frequência nos tumores 
- Pode ativar ou reprimir a transcrição dos outros genes 
- Inclui os genes promotores de crescimento (CDKs) e genes inibidores de CDK (CDK1s) - 
- Desregulações de MYC promovem a proliferação do tumor por meio de aumento da 
expressão dos genes que promovem a progressão através do ciclo celular e reprimem 
genes que tornam lenta ou impedem a progressão através do ciclo celular 
- Regulador-chave do metabolismo intermediário, fazendo a regulação crescente dos 
genes que promovem a glicólise aeróbica (efeito de Warburg) e maior utilização de 
glutamina, duas alterações metabólicas características das células cancerosas 
 
2. INSENSIBILIDADE AOS INIBIDORES DE CRESCIMENTO 
 
 Corresponde à perturbação do controle do ciclo celular na transição da fase G1 → S 
 Os principais alvos são Rb (proteína retinoblastoma) e inibidores das cinases dependentes 
de ciclinas (CDK), que controlam o ciclo celular em G1/S e ativam a proliferação 
 
• CÉLULA NORMAL E CÉLULA DOENTE INIBIDA 
 
• CÉLULA CANCEROSA 
 
 
 
 
 
 
 
3. EVASÃO A APOPTOSE 
 
 Mais comum: inativação do supressor de tumor p53 (50% dos tumores sólidos) que 
deflagra a apoptose quando não é possível o reparo ao DNA 
 Superexpressão de oncogenes 
 As caspases podem ser inibidas por uma família de proteínas chamadas de inibidores das 
proteínas da apoptose (IPAs) 
 Aumento da FLIP → inativa caspase 8 → interrompe apoptose 
 Retira FAZ e APAF1 
 Ativa receptores anti-apoptóticos 
 
4. POTENCIAL REPLICATIVO ILIMITADO 
 
 Aumento da atividade da telomerase → crescimento celular descontrolados 
 Em 85-95% dos cânceres, a manutenção dos telômeros se deve à regulação crescente da 
enzima telomerase 
5. ANGIOGÊNESE 
 
 Mesmo com as vantagens do crescimento, o diâmetro dos tumores não pode aumentar 
além de 1-2mm, a não ser que estejam vascularizados → é a distância máxima no qual 
oxigênio, nutrientes e resíduos podem se difundir a partir dos vasos sanguíneos 
 São caracterizados por vasos tortuosos, parede fina e alto metabolismo. 
 Células cancerosas (e os grandes tumores benignos) podem estimular: 
1) Neoangiogênese: Novos vasos brotam de capilares preexistentes 
2) Vasculogênese: Células endoteliais são recrutadas da medula óssea 
 
 INDUTORES: VEGF (fator de crescimento endotelial), p53 (induz síntese) e alguns fatores 
secretados pelas células inflamatórias e do microambiente tumoral como TGFCX 
- Estímulo fisiológico: HIPÓXIA (estimula a produção de citocinas e VEGF) 
 INIBIDORES: TPS-1 (inibidor de trombospodina) → induzido pela p53 
 
 A base molecular da alteração angiogênica envolve maior produção de fatores 
angiogênicos e/ou perda de inibidores de angiogênese, controlado pela hipóxia. 
 
 
6. INVASÃO E DISSEMINAÇÃO (METÁSTASE) 
 
 Consiste na invasão do MEC e disseminação vascular e realojamento das células tumorais 
 3 vias de disseminação: linfática (paredes mais fracas; + comuns em carcinomas), 
sanguínea (+ comum em sarcomas e + perigosas) e cavitária. 
 
• INVASÃO DO MEC: 
- Degradação do MEC (MMP’s – enzimas proteolíticas liberadas pelo tumor e citocinas) 
- TEM → transição epitelial mesenquimal (mudança de fenótipo) → leva a perda ou 
expressão reduzida de marcadores específicos das células epiteliais (células perdem o 
contato célula-célula diminuindo junções aderentes como as e-caderinas e ganham 
propriedades de células tronco) 
 
- Etapas: 
1. Afrouxamento das células tumorais 
2. Degradação da membrana basal 
(digeridas por proteases) e tec. Conjuntivo 
3. Alterações na fixação das células 
tumorais as proteínas do MEC 
4. Locomoção 
 
• DISSEMINAÇÃO VASCULAR 
- Quando na circulação são vulneráveis a 
destruição pelas células imunes 
- Algumas agregam aos leucócitos 
circulantes (plaquetas) 
- CTC’S → células tumorais circulantes) → 
1 em 1000 conseguem circular. 
- Por meios de mecanismos semelhantes a 
invasão do MEC, invade órgãos 
- Extravasam a circulação a parte da 
fixação a membrana basal endotelial 
- Local de extravasamento e a distribuição 
das metástases no órgão geralmente 
podem ser previstos pela localização do 
tumor primário e sua drenagem vascular ou 
linfática 
 
 O tropismo do órgão pode se relacionar com: 
liberação de exossomos que vão para a 
corrente sanguínea criando ciclo de citocinas 
que atraem células tumorais (quimiotaxia); 
expressão de moléculas de adesão que se 
expressam nos órgãos-alvos e capacidade de 
colonizar local com estroma receptivo (induzir 
angiogênese). 
 
 Células hibernantes em G0 não morrem na 
quimioterapia e pode voltar tempos depois → REINSCIDÊNCIA 
 
 GENES DA INICIAÇÃO DA METÁSTASE: 
- TWIST, HMP, IL-11, COX-2, VEGF, RANKL 
 
 
 
8. EVASÃO DO SISTEMA IMUNE 
 Os antígenos tumorais são apresentados na superfície celular pelas moléculas MHC1 e 
são reconhecidas por CD8+ e CTLs → um dos mecanismos é diminuir o MHC1 
 
 MECANISMOS DE ESCAPE: 
1. Crescimento seletivo de variantes negativas dos antígenos 
- Eliminação de subclones durante a progressão do tumor fortemente imunogênicos 
2. Imunossupressão - Os tumores ou os produtos tumorais podem ser imunossupressores 
- Alguns tumores expressam FasL, que pode engajar Fas nas superfícies celulares imunes e 
induzir a célula imune a entrar em apoptose 
3. Resistência a TCD8 e NK 
4. Mascaramento do antígeno - Muitas células tumorais produzem uma cobertura mais 
espessa de moléculas glicocálices → bloquear o acesso de células imunes às moléculas 
apresentadoras de antígenos, impedindo o reconhecimento do antígeno e a morte 
5. Regulação decrescente de moléculas coestimuladoras - As moléculas coestimuladoras 
são necessárias para iniciar fortes respostas das células T. Muitos tumores reduzem a 
expressão dessas moléculas 
 
ESTADIAMENTO 
 Baseia-se no tamanho da lesão primária, extensão de sua disseminação para linfonodos 
regionais e presença ou ausência de metástases 
 Essa avaliação normalmente baseia-se em exames clínicos, radiográficos e, em alguns 
casos, exploração cirúrgica. 
 
1. Sistema TNM 
 
o T → informações sobre aspectos do tumor primário (tamanho, quão profundamente se 
desenvolveu no órgão em que se originou e quanto invadiu os tecidos adjacentes) 
- TX tumor não pode ser avaliado 
- T0 não existe evidência de tumor primário (não pode ser encontrado) 
- Tis as células cancerosas estão se desenvolvendo apenas na camada mais superficial do 
tecido, sem invadir tecidos mais profundos; também pode ser chamado de câncer in situ 
- T1, T2, T3 e T4: podem descrever o tamanho do tumor e/ou a disseminação da doença 
nas proximidades; quanto maior o número de T, maior o tumor e/ou mais se disseminou 
 
o N → descreve se o câncer se espalhou para os linfonodos vizinhos 
- NX linfonodos não podem ser avaliados 
- N0 linfonodos vizinhos não contêm câncer 
- N1, N2 e N3 podem descrever o tamanho, localização e/ou o número dos linfonodos com 
doença; quanto maior o número, mais o câncer se espalhou para os linfonodos 
 
o M → descreve se o câncer se espalhou (metástases) para locais distantes do corpo 
- M0 nenhuma disseminação foi encontrada 
- M1 CA se espalhou para órgãos distantes 
 
2. Sistema AJC (American Joint Committee) 
- Os cânceres dividem-se em estádios 0 a IV, incorporando o tamanho de lesões primárias 
e a presença de disseminação nodal e metástases distantes 
 
- Estágio 1: T1, NO, MO 
- Estágio 2: T2-T4, NO, MO 
- Estágio 3: Qualquer N 
- Estágio 4: Qualquer MRECIDIVA TUMORAL/ RECORRÊNCIA 
 Retorno do câncer após uma cirurgia/tratamento curativo (local ou à distância) 
 Ocorre porque as células liberadas pelo antigo tumor se espalharam pelo corpo e 
permaneceram inativas por algum tempo, até que voltaram a crescer 
 Uma das chaves para entender a recorrência da recidiva são as células-tronco tumorais, 
capazes de resistir às drogas quimioterápicas que costumam ser as responsáveis pelo 
retorno da doença 
 Pode ser: 
1. Local: 
- Volta ao mesmo local de origem do câncer primário 
 - Pode haver tratamento curativo 
2. Locorregional: 
 - Volta do câncer nos linfonodos próximos ao tumor original 
 - Pode haver tratamento curativo 
3. Metastáticas: 
 - Chamada também de recidiva sistêmica 
 - Volta disseminado em órgãos distantes do tumor original, originando tumor secundário 
 - Tratamento mais focado no paliativo 
 
RADIOTERAPIA 
 Tratamento que se utiliza radiações ionizantes para destruir/impedir que tumor aumentem 
 Tem como objetivo destruir o tecido doente e preservar as estruturas normais adjacentes 
 Quando não é possível obter a cura do câncer, a radioterapia pode contribuir para a 
melhoria da qualidade de vida (diminui o tamanho do tumor aliviando a pressão, reduz 
hemorragias, dores e outros sintomas) 
 Pode ser associada à quimioterapia 
 O número de aplicações necessárias varia de acordo com a extensão e localização do 
tumor, bem como do estado de saúde do paciente 
 A sensibilidade à radiação tem relação com fase do ciclo celular que se encontra a célula 
(fase G2 e M são as mais sensíveis, já a S é a menos sensível) 
 
1. Radioterapia externa ou teleterapia: Emitida por um aparelho, que fica afastado do 
paciente, direcionado ao local a ser tratado com aplicações geralmente diárias 
 
 2. Braquiterapia: Aplicadores são colocados pelo médico em contato ao local a ser 
tratado. A radiação é emitida do aparelho para os aplicadores 
 - Feito em ambulatório, podendo necessitar de anestesia 
 - Feito de uma a duas vezes por semana 
 
 O fracionamento da dose total de radiação é uma forma de dividir em menores porções 
diárias a alta dose final necessária; busca-se, assim, menor toxicidade com alta efetividade 
 
 O fracionamento está fundamentado nos chamados “5 Rs” da radiobiologia: 
- Reparo: regime de fracionamento para reparo do dano tumoral e de células normais 
- Reoxigenação: 02 causa dano ao tumor pois ele necessita de hipóxia 
- Repopulação: células cancerígenas que escapam da morte se proliferam novamente 
(refere-se ao tempo total do tratamento) 
- Radiossensibilidade: erradicar células que podem formar novo tumor 
- Redistribuição: sensibilidade em G2 e M para as células que escaparam das 1ª doses 
 
 
 
PROTOCOLO SPIKES 
 (1) Planejando a entrevista (SETTING UP THE INTERVIEW) 
 (2) Avaliando a percepção do paciente (PERCEPTION) 
 (3) Obtendo o convite do paciente (INVITATION) 
 (4) Dando conhecimento ao paciente (KNOWLEDGE) 
 (5) Abordar as emoções do paciente (EMOTIONS) 
 (6) Estratégia e resumo (STRATEGY) 
 
 
MARCADORES TUMORAIS 
 
 São moléculas presentes no sangue, em tumores e em outros líquidos biológicos, cujo 
aparecimento e/ou alterações estão relacionados com a gênese e o crescimento de 
células neoplásicas. 
 Podem ser produzidos pelos tumores ou pela resposta imune 
 Não podem ser usados para diagnóstico definitivo do câncer → devido aos falsos positivos 
são; considerados testes de triagem úteis e detecção da recorrência da doença 
 Aplicação clínica: diagnostico diferencial em pacientes sintomáticos, estadiamento, 
estimativa de volume tumoral, avaliação da terapia, detecção de recidiva, indicador de 
prognóstico. 
 
• PSA → triagem de adenocarcinoma de próstata 
- Podem estar elevados também na hiperplasia benigna da próstata 
- Valioso na detecção de recidivas e no estadiamento 
- Mesmos níveis baixos não excluem existência do câncer 
 
• CEA → antígeno carcinoembrionário elaborados pelo CA de cólon, pâncreas, 
estomago e mama. 
 
• CA 15.3 → glicoproteína usado no estadiamento do câncer de mama e avaliar resposta 
ao tratamento (3 em 3 meses). 
- Também presente em câncer de ovário, pulmão, colo uterino e linfomas. 
 
• CA 125 → câncer de ovário para resposta ao tratamento e recidiva. 
- Pode apresentar falsos positivos em casos de cirrose, gravidez, endometriose. 
- Diminui na menopausa. 
 
• AID → Usado nas doenças benignas hepáticas ou nas infecções por HBV e HCV, 
especialmente na cirrose para triagem de carcinoma hepatocelular. 
- Também produzido por células embrionárias (some com 1 ano de idade) 
 
• CA 242 → câncer de colo retal e pancreático 
 
• LDH → enzima cardíaca e músculo esquelético usado na L.N.H e neoplasia de próstata 
- Aumento antes tratamento → mal prognóstico 
 
• CA 19.9 → CA pancreático, hepatobiliar, gástrico, hepatocelular, colorretal e mamário. 
Usado como indicador de resposta ao tratamento. 
 
 
CÂNCER DE MAMA 
 
❖ EPIDEMIOLOGIA 
 
 Tipo mais comum entre mulheres no mundo e no Brasil 
 Responde por cerca de 28% dos novos casos de câncer em mulheres 
 Também pode acometer homens, mas é raro (menos de 1% dos casos) 
 75% das mulheres com CA de mama tem mais de 50 anos e 5% tem menos de 40 anos 
 Neoplasia esporádica (sem associação do fator hereditário) → 90% dos casos 
 5º causa de morte por câncer em geral e 1º em morte nas mulheres 
 
❖ FATORES DE RISCO 
 
 Idade: >50 anos 
 Variações geográficas: hábitos alimentares e padrões reprodutivos 
 Raça/etnia: ↑ taxa em mulheres brancas nãp-hispânicas 
- Entretanto, mulheres hispânicas e negras tendem a desenvolver câncer mais jovem 
 Obesidade: inflamação contribui para resistência à insulina e progressão de cél. malignas 
 Dieta rica em gordura e pobre em fibras: tecido adiposo libera estrógenos 
 Consumo de álcool: 3 a 6 copos de vinho por semana aumenta de 7-10% da incidência 
 Alterações genéticas como o gene BRCA-1 e 2 
 Ciclos menstruais menores que 21 dias 
 Parente próxima com CA de mama ou ovário 
 Nuliparidade (não ter filhos): aleitamento tem efeito protetor 
 Gestações tardias (>30) 
 Desequilíbrio hormonal: menarca precoce (<11) ou menopausa tardia (>55) 
 Exposição a radiação ionizantes 
 
❖ PATOGENIA 
 
 Hiperexpressão do EGRF (receptor) → HER-2 (proto-oncogene - proteína que promove 
crescimento das células mamárias) 
 Amplificação do RAS e MYC → oncogenes 
 Silenciamento dos genes supressores de tumor (pRb e p53) 
 Hiperexpressão do VEGF e TGF-B (fatores de crescimento vascular) 
 BRCA-1 e BRCA-2 → supressor de tumor (envolvidos no reparo de DNA) 
- Estatisticamente falando, quando há mutação no gene BRCA-1 o risco de desenvolver 
câncer de mama é de 80% e até 60% de câncer de ovário. 
- No BRCA-2 há um risco de 20-85% de chance de ter câncer de mama feminino e 
masculino, câncer de ovário, câncer de próstata e câncer de pâncreas. 
- Nos indivíduos com mutações nos dois genes (BRCA-1 e BRCA-2), 90% dos casos são 
caracterizados como ‘’triplo-negativo’’ 
- Mutação no BRCA-2 → normalmente apresenta tumores 
mais diferenciados e mais receptores de estrogênio 
- Mutações no BRCA-1 → geralmente tumores mais 
agressivos e mal diferenciados (triplo-negativo), portando 
a hormonioterapia não são bem indicados nesse cenário 
 
 Localização mais comum: quadrante superior externo 
 Metástases: mais comuns no pulmão, fígado, osso. Vão 
para os linfonodos axilares, linfonodos das artérias 
mamárias e linfonodos supracraviculares. 
 
❖ CLASSIFICAÇÃO E TIPOS 
 
 São classificados conforme sua penetração ou não na membrana basal limitante → as 
que estão dentro dos limites são os ‘’in situ’’ e os que se espalham ‘’carcinomas invasivos’’ 
 
o NÃO INVASIVO 
 
1. Carcinoma ductal in situ (CDiS) 
2. Carcinoma lobular in situ (CLiS) 
 
o INVASIVO 
1.Carcinoma ductal invasivo (“não 
especificado em outros aspectos”), o subtipo 
mais comum de carcinoma invasivo 
2. Carcinoma lobular invasivo 
3. Carcinoma medular 
4. Carcinoma coloide (carcinoma mucinoso) 
5. Carcinoma tubular 
6. Outros tipos 
 
 
 TRIPLO NEGATIVO → 
negativo para os três 
receptores (estrogênio, 
progesterona e HER2) 
acaba não 
respondendo aos 
tratamentos hormonais 
e drogas específicas 
para o HER2, limitando 
as estratégias mais 
gerais de tratamento. 
 
 CLASSIFICAÇÃO BIRADS MAMOGRAFIA: 
 
 
 
❖ SINAIS E SINTOMAS 
 
 
 Nódulo indolor 
 Retração do mamilo 
 Secreção 
 Nódulos palpáveis na axila e no pescoço 
 Inchaço/vermelhidão 
 Inchaço no braço 
 Mudanças na textura da pele 
 Edema (casca de laranja) 
 Dor 
 
 Vale a pena lembrar que na grande 
maioria dos casos, a vermelhidão, 
inchaço na pele e mesmo o aumento de 
tamanho dos gânglios axilares 
representam inflamação ou infecção 
(mastite, por exemplo), especialmente se 
acompanhados de dor 
 
❖ RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO 
 
 RASTREAMENTO MINISTÉRIO DA SAÚDE: 
- Mamografia de rastreamento – exame de rotina em mulheres sem sinais de CA de mama 
- Recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos; 
- Acima de 69 não é recomendado 
- Em casos de risco rastrear desde os 35 anos (como fatores genéticos) 
- SUS não recomenda o autoexame de mama para rastreamento 
 
 DIAGNÓSTICO: 
- Biópsia 
- Exame físico 
- Mamografia (padrão outro) 
- Ultrassom – usado em mulheres mais jovens 
com alto fator de risco 
 
 MARCADORES TUMORAIS: 
- CA 15.3 é o mais sensível e específico (prognóstico) 
- CEA o aumento pode sugerir que o tratamento não está funcionando 
- CA 125 (triagem e recidiva) 
 
 
 
 
 
 
CANCÊR DE PRÓSTATA 
❖ EPIDEMIOLOGIA 
 
 Segundo mais comum no sexo masculino (depois de CA de pele não melanoma) 
 Segundo na mortalidade em 2018: 1º pulmão, 2ª próstata, 3º colorretal 
 75% dos casos >65 anos 
 Maior incidência em negros → mortalidade 3x maior 
 
❖ FATORES DE RISCO 
 
 Consumo excessivo de álcool 
 Idade >50 anos 
 Tabagismo 
 Vasectomia 
 Histórico familiar – pai ou irmão com CA de próstata <60 anos 
 Obesidade 
 Afrodescendentes 
 Frequência ejaculatória 
 IST’s 
 Exposição a aminas aromáticas, arsênicos e fuligem 
 
❖ PATOGENIA 
 
 Mutações em células somáticas (TMPRSS2; ETS) e fatores de crescimento 
 Mutações no PTEN (crescimento e proliferação) 
 Mutações no MYC (proliferação celular) 
 BCRA-2 (supressor de tumor) 
 
 Metástases: reto, ossos (são frequentes nos estágios avançados da doença e tipicamente 
causam lesões osteoblásticas) e bexiga. Outros órgãos como pulmão, fígado e 
suprarrenais podem ser acometidas. 
 
❖ SINAIS E SINTOMAS 
 
 Na maioria dos casos cresce de forma lenta e não da sinais durante a vida 
 Em alguns casos pode crescer rapidamente e se espalhar 
 Com o aumento da idade a próstata aumenta de tamanho normalmente 
 Ausência de sintomas no estágio inicial 
 Alguns sintomas sugestivos (assemelham aos do crescimento benigno) → hesitação 
urinária; hematúria; diminuição da força do jato; mictória (vontade durante a noite); 
disfunção erétil; incontinência urinária; urgência urinária; dor óssea quando metastizado. 
 
❖ RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO 
 
 Cerca de 70-80% dos cânceres de próstata surgem nas glândulas externas (periféricas) e 
por isso podem ser percebidos nódulos duros e irregulares no toque real 
 Muitos são lesões pequenas, assintomáticos e não palpáveis → diagnóstico por biópsia 
 
 RASTREAMENTO: PSA (até 4ng/ml – acima de 10 indicar biópsia) + toque retal 
- 55 a 69 anos a cada 1 a 2 anos 
 
 DIAGNÓSTICO: Biópsia 
 
 ESTADIAMENTO 
- Escore de Gleason → 2 a 4 (25% de disseminar em 10 anos); 5 a 7 (50%) e 8-10 (75%) 
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO 
❖ EPIDEMIOLOGIA 
 
 3º mais frequente na população feminina e a 4ª em mortalidade no Brasil 
 Incidência é duas vezes maior em países subdesenvolvidos 
 Pico de incidência se dá entre 45 e 50 anos 
 O HPV de tipos 16 e 18 causam a maioria dos casos de câncer do colo de útero em todo 
mundo (cerca de 70%). Eles também são responsáveis por até 90% dos casos de câncer 
de ânus, até 60% dos cânceres de vagina e até 50% dos casos de câncer vulvar. 
 Os HPV de tipo 6 e 11, encontrados na maioria das verrugas genitais (ou condilomas 
genitais) e papilomas laríngeos. 
 Estima-se que por volta de 50 anos, 80% das mulheres tenham contraído HPV, mas a 
maioria não desenvolve e muitos eliminam a carga viral. 
 
 Há dois tipos principais de câncer de colo do útero: 
- carcinomas de células escamosas, que representam entre 80% e 90% dos casos 
- adenocarcinomas, de 10% a 20% do total 
 
❖ FATORES DE RISCO 
 
 HPV (principalmente o 16 e 18 – 
carcinógenos) – Papiloma vírus humano 
 Idade precoce na relação sexual 
 Menarca precoce 
 Múltiplos parceiros sexuais 
 Falta de higiene 
 Uso prolongado de anticoncepcionais 
 Tabagismo e etilismo 
 Baixa condição econômica 
 Multiparidade (>3) 
 Presença de outras IST’s 
 
 
❖ PATOGENIA 
 
 Maioria das infecções por HPV são 
subclínicas e transitórias 
 Uma pequena porcentagem progride para 
carcinoma invasivo 
 Na puberdade e zona de transformação 
modifica as células colunares que sofrem 
metaplasia e viram escamosas (JEC) → 
onde geralmente inicia a infecção pois 
possui células multipotentes que podem 
virar colunar ou escamosa 
 Se não for tratada evolui para carcinoma 
em 10-30% dos casos 
 
1. Infecção do epitélio metaplásico (via endocitose – vesículas cobertas por clatrina) 
2. Vírus reconhece receptores específicos na célula indiferenciada 
3. Fase latente: pode durar anos 
4. Partículas virais começam a ser formadas (fase produtiva) 
5. Início das lesões 
6. E1 e E2 expressadas → controlam os demais genes (quando ocorre a proliferação 
exagerada vão ser suprimidos e ocorre a hiperexpressão de E6 e E7) e são essenciais para 
a estabilização do DNA viral em longo prazo 
- E4 codifica proteínas que facilitam maturação dos vírus 
- E5 que impede a apoptose e faz proliferação celular 
- E6 → evita correção de erros (inativa a p53 e ativa a telomerase) 
- E7 → liga-se a pRb e libera o fator E2F estimulando a proliferação 
❖ SINAIS E SINTOMAS 
 
 Frequentemente assintomático, mas quando ocorre sintomas: 
o Leucorreia (corrimento mucoso) 
o Coito doloroso 
o Disúria 
o Dor abdominal 
o Queixas urinárias 
o Verrugas genitais (condilomas) 
o Sangramentos fora do ciclo 
o Alteração na coloração do colo 
uterino 
o Inchaço de linfonodo inguinal 
 
❖ PROGRESSÃO 
 
 Neoplasia 
intraepitelial cervical 
(NIC) → precede o 
câncer de colo de 
útero 
 
 
 
 
 
 
 
 
❖ RASTREAMENTO, DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO 
 
 RASTREAMENTO: 
- Exame pélvico e história clínica/toque vaginal e retal 
- Papa Nicolau → feito de 25 a 65 anos em quem já teve relações sexuais. Se der negativo 
faz no próximo ano, caso seja negativo novamente, refazer a cada 3 anos. Caso dê NICl 
fazer novo exame em 6 meses. 
- Colposcopia 
 
 DIAGNÓSTICO: biópsia, colposcopia e citologia cervicovaginal. 
 
 PREVENÇÃO: 
- Uso de preservativos 
- Vacina: SUS disponibiliza tetravalente (6/11/16/18) para meninas de 9 a 14 anos e 
meninos de 11 a 14 anos (2 doses); para HIV e transplantados de 9 a 26 anos (3 doses) 
- Exame preventivo (Papanicolau) 
- Higiene íntima 
 
❖ OUTROS CÂNCERES PELO HPV 
 
 CA da orofaringe → no Brasil, cerca de 25% dos casos de câncer de orofaringe foram 
relacionados ao HPV - nesta situação incluem-se o câncer de garganta, câncer de 
palato mole, câncer de base de língua e de amígdalas. 
 CA de ânus → 90% dos casos de câncer de ânus são causados pelo HPV-16 ou HPV-18, os 
mesmos tipos do HPV genital - comum em homens infectados pelo HIV e que têm 
relaçõessexuais com outros homens 
 CA de pênis → Brasil, o HPV foi encontrado em 50% dos casos de câncer de pênis - é 
comum em homens infectados pelo HIV e que têm relações sexuais com outros homens - 
o câncer inicia embaixo do prepúcio do pênis, onde o vírus encontra ambiente favorável 
para a sobrevivência e nesta região pode ser detectado precocemente 
CÂNCER DE PULMÃO 
❖ EPIDEMIOLOGIA 
 
 Corresponde a cerca de 13% de todos os novos casos de câncer 
 85% está associado ao fumo de derivados de tabaco 
 1ª causa de morte em homens e 2ª em mulheres 
 3º mais incidente em homens e 4º em mulheres 
 Pico de incidência entre 50-70 anos (apenas 2% são antes dos 40) 
 
❖ FATORES DE RISCO 
 
 Tabagismo: Cerca de 20% dos fumantes 
desenvolvem CA e 85% desses casos 
estão relacionados ao tabaco. As 
mulheres geralmente possuem mais 
suscetibilidade aos carcinógenos do 
tabaco. 
 Fumantes passivos 
 Exposição ocupacional → agentes 
químicos como arsênio, sílica... 
 Infecção de repetição 
 Poluição 
 Altas doses ou deficiência de vitamina 
A 
 Fatores genéticos e história familiar 
 Idade 
 
❖ TIPOS 
 
 CARCINOMAS DE NÃO PEQUENAS CÉLULAS – CNPC (80%) → + comum em fumantes 
- Localização central ou proximal a árvore traqueobrônquica, mais propensos a ressecção, 
não respondendo bem a quimioterapia. 
- Disseminam lentamente para outros órgãos podendo ser detectado precocemente. 
 
o Carcinoma escamoso (epidermoide) – 25-30% 
- Principalmente em homens 
- Perto ou no hilo (perto de um brônquio) 
o Adenocarcinoma – 35-40% 
- Mais comum em não fumantes, mulheres e jovens 
- Geralmente periférico → capacidade de se espalhar pelos espaços alveolares sem 
invadir os septos → cresce mais lentamente 
- Pior prognóstico que o escamoso 
o Carcinoma de grandes células – 10-15% 
- Pior prognóstico de todos os CNPC 
- 9% dos casos 
- Células pouco diferenciadas 
 
 CARCINOMA DE PEQUENAS CÉLULAS – CPC (20-25%)→ pior prognóstico (mais agressivo) 
- Tumor central e hilar que se dissemina rapidamente do pulmão para outros órgãos 
(geralmente já apresenta metástase quando há o diagnóstico) 
- Não são ressecáveis, tratados com quimioterapia. 
- Também chamados de oat-cells 
 
❖ PATOGENIA 
 
 TABAGISMO: lesões teciduais causadas pela fumaça que dão origem a mutações: 
- Inativação da p53, pRb e p16 (supressores tumorais) 
- Superexpressão do KRAS (oncogene) 
- EGFR – fator de crescimento (proto-oncogene) 
- EML-4 + CEMET - amplificam a tirosina quinase → proliferação celular 
- Mecanismos de reparo de DNA como proteínas glutationa-5 e a p450 tem capacidade 
de inativar carcinógenos, por isso apenas parte dos fumantes desenvolve câncer 
 Nos CPC são comuns mutações → p53 (75-90%); pRb (100%) e MYC 
 No adenocarcinoma → EGFR, ALK e KRAS 
 Mutação de RAS ocorre em 30% dos adenocarcinomas de pulmão; amplificação e 
expressão aumentada dos oncogenes MYC são observadas em 10-40%dos pacientes com 
CPCP e em 10% do CPCNP, HER-2 está ativado nos CPCNP, mas não nos CPCP e o Bcl-2 tem 
sua expressão aumentada principalmente no CPCP. 
 
 MARCADORES TUMORAIS: CK7, TTF1 
 METÁSTASES MAIS FREQUENTES: pleura, pulmão oposto, ossos, fígado e suprarrenal. 
 METAPLASIA ESCAMOSA → mudança de epitélio com proliferação das células basais e 
aumento da quantidade de muco devido células mucosas ocuparem o lugar das ciliadas 
 DISPLASIA → redução/perda da diferenciação das células 
 
 
❖ SINAIS E SINTOMAS 
 
 A maioria são assintomáticos até que esteja avançado, mas algumas pessoas podem 
apresentar: tosse persistente, escarro com sangue (hemoptise), dor no peito, rouquidão 
persistente, falta de ar (dispneia), perda de peso e apetite, pneumonia recorrente ou 
bronquite e astenia. 
 
 SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS (manifestações extrapulmonares secundárias às 
substancias secretadas pelo tumor ou resultado de anticorpos) 
 
o Síndromes endócrinas→ Anorexia, secreção inapropriada de ADH, hipercalemia... 
o Síndrome de Pancost → tumor invade tórax e causa alteração na sensibilidade (dor) 
o Síndrome de Horner → quando tumor invadido no tórax (pancost) destrói corpo vertebral 
acometendo a cadeia simpática e causa conjunto de sintomas q incluem ptose 
palpebral (pálpebras caídas), miose (constrição da pupila), anidrose (diminuição do 
suor) e enoftalmia (afundamento do olho). 
o Síndrome de Eaton-Lambert → diminuição de acetilcolina e causa fraqueza, mialgias, 
rigidez muscular, sabores metálicos e impotência 
o Síndrome da veia cava superior → são sinais e sintomas decorrentes da estase venosa no 
segmento braquiocefálico devido à obstrução da veia cava superior. 
 
❖ RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO 
 
 RASTREAMENTO: não é recomendado e não existe programa nacional 
- Apenas direcionado ao público de risco (discutir com paciente benefícios/malefícios) 
 
 DIAGNÓSTICO: radiografia (1º a pedir), tomografia, endoscopia 
- Suspeita → melhor exame é tomografia computadorizada helicoidal de baixa dosagem 
- Exame de escarro (Citopatologia) 
- Biópsia feita por broncoscopia ou agulha pela parede torácica. 
 
 ESTADIAMENTO: 
- T1 (não atingiu brônquio principal; <3 cm) 
- T2 (envolve brônquio principal; atelectasia; >3cm e <7 cm; invade pleura), 
- T3 (envolve brônquio principal - atelectasia; >7 cm ou qualquer tamanho) 
- T4 (qualquer tamanho; invade mediastino, coração, grandes vasos, traqueia, esôfago, 
corpo vertebral ou nódulos tumorais) 
METAPLASIA ESCAMOSA
DISPLASIA
(baixo, médio e alto grau)
CARCINOMA
CÂNCER COLORRETAL 
❖ EPIDEMIOLOGIA 
 
 3º mais frequente no mundo e 4ª no Brasil 
 2ª mais incidente em homens e mulheres no Brasil (INCA) 
 Mortalidade: 3º homens e mulheres no Brasil (INCA) 
 Houve um aumento nos casos devido ao estilo de vida, porém devido aos rastreios e 
retiradas dos pólipos precocemente diminuiu a mortalidade relacionada ao tumor 
 Relacionado aos países mais industrializados devido ao estilo de vida ocidental 
(alimentação pobre em nutrição e abuso de alimentos industrializados e processados) 
 Afeta pessoas mais velhas, diagnosticado geralmente com 50-60 anos 
 Mais prevalente em homens 
 Menos de 20% dos casos ocorrem antes dos 50 anos 
 
❖ FATORES DE RISCO 
 
 Alimentação – gordura, carne vermelha e processados (recomendado comer menos de 
500 gramas por semana – compostos nitrosos) 
 Etilismo – acima de 30 gramas por dia é convertido em acetoaldeído (carcinogênico) 
 Sedentarismo (equilibra hormônios, reduz inflamação e regula trânsito do TGI) 
 Obesidade e diabetes (resistência à insulina → ↑ IGF-1 → proliferação mucosa intestinal e 
inibição da apoptose) 
 Tabagismo 
 Baixa ingestão de fibras (fibras reduzem proliferação celular) 
 Idade: >55 anos 
 Sexo masculino e afrodescendentes 
 Doença de Chron (pólipos inflamatórios) e colite 
 Síndromes hereditárias → Polipose adenomatosa familiar (PAF) e síndrome de Lynch 
 
❖ PATOGENIA 
 
 Se inicia a partir de pólipos (lesões benignas que crescem na parede interna do intestino) 
 Displasia na mucosa → adenoma → pode evoluir para adenocarcinoma (95% dos tumores 
do intestino grosso) 
 
 ADENOMAS (pedunculados ou sésseis) 
- Tubulares → pólipos pequenos, pedunculados, compostos por glândulas arredondadas ou 
tubulares pequenas, PAF – mais comum 
- Vilosos → são maiores e sesseis, vilosidades delgadas, pior prognostico – menos comum. 
- Tubulovilosos → mistura de elementos tubulares e vilosos, prognostico intermediário 
- Sésseis serrilhados – lesões mais comuns no colón direito, tem potencial maligno 
semelhante ao de adenomas tradicionais. Apresentam uma arquitetura serrilhada. 
 
 VIA APC/BETA-CATENINA: 
- Relacionado a 80% dos tumores de cólon 
- Distúrbios que levam ao aumento da sinalização de WNT → relacionado com PAF 
- PAF → pólipos por todo cólon – mínimo 100 para diagnostico - <1% do CA de cólon 
- Ocorre a mutação dosupressor de tumor APC (via de sinalização da WNT) 
- Em condições normais a APC se liga a b-catenina e a degrada 
- Com a perda da APC a beta-catenina se acumula e é levada ao núcleo onde ativa a 
transcrição de genes que modificam a MYC e a ciclina D1 (promovem a proliferação) 
- Acompanha mutações adicionais como hiperexpressão do KRAS (proliferação) e da 
COX2 (aumenta angiogênese); supressores de tumor como SMAD2/SMAD4 que são efetores 
da TGF-b (inibe ciclo celular) e o TP53 (ocorre em fase mais tardia – 70%) 
- Aumento da telomerase 
 
 VIA DE INSTABILIDADE DE MICROSSATÉLITES (defeitos no reparo do DNA) 
- Alterações nos genes de reparo do DNA como: hMSH2, hMLH1, MSH6, hPMS1 e hPMS2 
- Microssatélites → são pequenas sequências repetitivas de nucleotídeos (três a cinco pares 
de bases) altamente polimórficas no genoma e muito sujeitas a mutações. 
- TGF-beta → inibe a proliferação de células epiteliais (mutação → proliferação) 
- Perda do BAX → proteína apoptótica 
- KRAS e TP53 tipicamente não são mutados 
- Principal característica é a combinação de instabilidade microssatélite + mutação de 
BRAF (oncogene) + metilação de alvos específicos (MLH1 e 2) 
- Relacionado com a síndrome de Lynch (CA colorretal hereditário sem polipose) 
 
 
 
 
 
❖ SINAIS E SINTOMAS 
 
 Inicialmente é assintomático e possui progressão lenta (20/25 anos) 
 Variam de acordo com local: 
o Cólon ascendente (bolo fecal ainda não está totalmente formado) causa diarreia ou 
constipação, hematozequia, anemia e tumor palpável no flanco direito 
o Cólon transverso/descendente causa diarreia mais frequente, constipação, 
hematozequia, flatos com distensão abdominal, obstrução e perfuração. 
o Sigmoide causa hematozequia, diminuição do calibre das fezes, tenesmo (vontade 
constante de evacuar). 
o Reto causa o afilamento das fezes por conta da parcial obstrução do canal gerando 
dificuldades de evacuação (urgência, tenesmo, puxo e incontinência). 
 
 Sintomas gerais: sangue nas fezes; alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre 
alternados); dor ou desconforto abdominal; fraqueza e anemia; perda de peso sem causa 
aparente; alteração na forma das fezes (fezes muito finas e compridas); massa (tumoração) 
abdominal e tenesmo – urgência para micção e defecação. 
 
 A obstrução intestinal total causa a parada de eliminação de flatos e fezes e está associada 
a distensão abdominal (no raio x abdominal aparece o sinal do grão de café). 
 Esses sinais e sintomas também estão presentes em problemas como hemorroidas, 
verminose, úlcera gástrica e outros, e devem ser investigados para seu diagnóstico 
 
❖ RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO 
 
 METÁSTASES: mais comum em fígado, pulmão e peritônio 
 
 RASTREAMENTO: feitos para público alvo de acordo com ministério da saúde 
- Pacientes com histórico familiar ou síndrome hereditária entre 50 a 85 anos 
- Primeiro faz o sangue oculto nas fazes 
- Se positivo faz colonoscopia ou retossigmoidoscopia 
- Em <50 anos são os casos de pessoas com histórico familiar de síndrome de Lynch, PAF 
ou CA colorretal (recomendado colonoscopia de 2 em 2 anos após os 25 anos ou 10 anos 
antes do diagnóstico do familiar) 
 
 DIAGNÓSTICO: biópsia 
 
 
INCIDÊNCIA E MORTALIDADE NO BRASIL 
 INCIDÊNCIA INCIDÊNCIA MORTALIDADE MORTALIDADE 
1ª Próstata Mama Pulmão Mama 
2ª Colorretal Colorretal Próstata Pulmão 
3ª Pulmão Colo de útero Colorretal Colorretal 
4ª Estômago Pulmão Estômago Colo de útero 
 
 INCA – 2020 
 Tabela não inclusa o câncer de pele não-melanoma 
 
 
 
TERMINALIDADE 
 
 EUTANÁSIA: prática de abreviar a vida a fim de aliviar ou evitar sofrimento para paciente 
- 4 tipos: voluntária (paciente tem parte na decisão); involuntária (ação praticada sem o 
aval do paciente); ativa (paciente recebe dose letal de medicamentos); passiva 
(paciente deixa de receber tratamento necessário para viver) 
- Brasil é proibida e considerado crime de homicídio 
 
 DISTANÁSIA (OBSTINAÇÃO TERAPÊUTICA): prolongamento artificial do processo de morte 
(opõe-se a eutanásia), resultando no sofrimento do paciente e não permitindo a morte 
natural. 
 
 ORTOTANÁSIA: ‘’morte correta’’ sendo a abordagem apropriada de acordo com o CFM 
- não iniciar tratamentos ‘’desnecessários’’ que vão prolongar o sofrimento do paciente, 
mas oferecendo suporte para que ocorra o processo natural da morte 
 
 O testamento vital junto com o mandato duradouro (nomeação de alguém para decidir 
pelo paciente caso ele esteja incapaz) são as Diretivas Antecipadas Da Vontade (DAV) no 
qual o paciente faz um documento com o médico e o advogado descrevendo as 
vontades do indivíduo em relação aos tratamentos que deseja ou não receber caso se 
encontre em fase terminal ou danos irreversíveis. 
- Aprovado em 2012 
- Apenas maiores de 18 anos 
 
 
 CUIDADOS PALIATIVOS: conjunto de práticas voltado para o período final da vida de 
pacientes fora de possibilidades de cura. 
- De acordo com a OMS os cuidados paliativos consistem na assistência ativa e integral a 
pacientes cuja doença não responde mais ao tratamento curativo. 
- A abordagem ao paciente e família é feita por uma equipe multiprofissional composta 
por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, 
fonoaudiólogos e farmacêuticos, em atividades diretamente ligadas às necessidades 
biopsicossociais. 
- Baseado nos princípios: 
(1) Alívio dos sintomas e da dor 
(2) Considerar a morte como um processo normal da vida 
(3) Não acelerar a morte 
(4) Abordar os aspectos psicológicos e espirituais do paciente 
(5) Oferecer um sistema de suporte que permita o paciente viver com qualidade 
(6) Auxiliar os familiares 
(7) Obter uma abordagem multidisciplinar para o paciente 
(8) Melhorar a qualidade de vida do paciente 
(9) Entender que os cuidados paliativos envolverem exames complementares, mediações 
e procedimentos que podem auxiliar o paciente a não sentir dor ou piorar o seu estado 
 
 Pelo código de ética médico é vedado ao médico: ‘’Art. 31. Desrespeitar o direito do 
paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de 
práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte.’’ 
 
 A melhor forma de orientar o paciente é sempre ser claro quanto ao tratamento, reações 
possíveis e prognóstico, de modo que se possa construir uma relação médico-paciente 
baseado em confiança e transparência.

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