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história da saude ocupacional(1)

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SAÚDE DO 
TRABALHADOR
Pamela Elis Astorga Galleguillos
Introdução e histórico 
sobre a saúde ocupacional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer o conceito da saúde ocupacional no Brasil.
 � Descrever o histórico da saúde ocupacional no Brasil.
 � Identificar os aspectos legais que regulamentam a saúde ocupacional.
Introdução
A saúde ocupacional é uma área que vai além da realização de exames 
como forma de manter a saúde e a qualidade de vida do trabalhador. 
Ela atua na prevenção de doenças e problemas laborais causados tanto 
pelo ambiente quanto pela rotina do trabalho. Dessa forma, vale a pena 
ressaltar que a saúde ocupacional não se limita apenas a proporcionar 
as melhores condições físicas do funcionário, mas também cuida da sua 
saúde psíquica — fator crescente quanto aos motivos de absenteísmo 
nas empresas.
Neste capítulo, você vai compreender a definição de saúde ocupa-
cional e a sua concepção histórica no Brasil, bem como as perspectivas 
legais e regulamentadoras que fundamentam essa temática.
Saúde ocupacional: conceitos principais
As ações dos indivíduos, tanto dentro quanto fora do ambiente de trabalho, 
interferem diretamente na sua saúde e qualidade de vida. Assim, de acordo 
com Aquino (2014), antes de compreender o conceito de saúde ocupacional, 
você deverá entender o conceito de saúde de maneira mais ampla.
A Organização Mundial da Saúde define “saúde” não apenas como a 
ausência de doenças no organismo humano, mas como uma situação perfeita 
de bem-estar físico, mental e social. Apesar de ser uma definição avançada 
para a época em que surgiu, de acordo com Segre e Ferraz (1997), trata-se 
atualmente de um conceito muito ilusório, devido à expressão “perfeição”. 
Além disso, outros autores afirmam que o ser humano deve ser compreen-
dido em sua totalidade. Para além de suas dimensões físicas, há mais dimensões 
que precisam ser consideradas, como a familiar, a existencial e a espiritual. 
Nessa perspectiva, Saporetti e Silva (2012) traz uma representação esquemática 
das dimensões do ser humano, como você pode observar na Figura 1.
Figura 1. Dimensões do ser humano.
Fonte: Adaptada de Saporetti e Silva (2012).
ω
α
ε
ζ
φ
γ
ψ
δ
As dimensões mostradas na Figura 1 se estabelecem da seguinte forma:
 � Dimensão física: representada pela letra grega φ, constitui o nosso 
corpo e os sofrimentos relacionados a ele, como dor, náuseas, dispneia.
 � Dimensão psíquica: representada pela letra grega Ψ, engloba os nossos 
medos, raivas, alegrias e tristezas.
Introdução e histórico sobre a saúde ocupacional2
 � Dimensão social e cultural: representada pela letra grega δ, esfera 
onde se encontram a nossa etnia, nacionalidade, religião, escolaridade 
e classe social.
 � Dimensão familiar: representada pela letra grega γ, relaciona-se também 
com as questões financeiras e as suas atribulações.
 � Dimensão existencial: representada pela letra grega ε, inclui todas as 
anteriormente citadas, concedendo significado e questionamento a 
cada uma delas.
 � Dimensão espiritual: representada pela letra grega ς, integra a relação 
do indivíduo com o transcendente α ω, sendo fundamental conhecer 
as distinções entre as questões existenciais e religiosas.
Aquino (2014) afirma que tanto a saúde quanto a sua ausência abrangem 
diversos aspectos da vida do ser humano. O autor cita elementos que favorecem 
a obtenção de saúde, como um bom emprego, as relações de amizade e uma 
boa alimentação. No entanto, aspectos como estresse, desemprego e problemas 
familiares poderão causar o adoecimento da pessoa.
A Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990, chamada de Lei Orgânica 
(BRASIL, 1990), define conceitos sobre a promoção, proteção e recuperação 
da saúde, enfatizando a saúde como obrigação do Estado e das empresas:
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado 
prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. (...) 
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e 
da sociedade (BRASIL, 1990, documento on-line).
Ainda de acordo com a Lei nº. 8.080/1990, no Capítulo I, art. 6º, encontra-
-se inserida no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS) a saúde 
do trabalhador, tendo como definição e abrangência as seguintes diretrizes:
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de 
atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e 
vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim 
como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos 
aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo:
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de 
doença profissional e do trabalho;
II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), 
em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à 
saúde existentes no processo de trabalho;
3Introdução e histórico sobre a saúde ocupacional
III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde 
(SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de produção, 
extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, 
de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde 
do trabalhador;
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde;
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas 
sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, 
bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames 
de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos 
da ética profissional;
VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de 
saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas;
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo 
de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão com-
petente a interdição de máquina, de setor, de serviço ou de todo ambiente de 
trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos 
trabalhadores (BRASIL, 1990, documento on-line).
Dessa forma, a saúde do trabalhador refere-se à ligação existente entre a 
produção, o trabalho e a saúde, dentro do campo da saúde pública. O trabalho 
é um elemento relevante nessa dicotomia entre saúde e doença, na qual os 
trabalhadores estão implicados como sujeitos essenciais para a conquista de 
melhorias nas condições de trabalho e saúde.
De acordo com o Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia 
Humana, o campo de saúde do trabalhador vem crescendo progressivamente 
desde a década de 1970 (CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO 
TRABALHADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO et al., 2011). Na 
atualidade, está se sedimentando um novo olhar para o trabalhador, aliado à 
investigação da saúde e à intervenção sanitária sistêmica.
Nos seus estudos, Nogueira (1984) esquematizou o sistema de atendimento 
à saúde dos trabalhadores brasileiros naquela época. Você pode ver esse 
sistema na Figura 2, o qual é desenvolvido primordialmente pelo Ministério 
do Trabalho e Ministério da Previdência Social.
Introdução e histórico sobre a saúde ocupacional4
Figura 2. Sistema de atendimento brasileiro à saúde dos trabalhadores.
Fonte: Adaptada de Nogueira (1984).
Atendimento à saúde 
dos trabalhadores
Ministério
do Trabalho
Grandes
empresas
Médias e
pequenas
empresas
Ministério da
Previdência Social
Ministério 
da Saúde
Rede geral
de saúde
Centros de
saúde
Setor de
convênios 
com empresas
INAMPS
Assitência 
médica
INPS
Acidentes do
trabalho
Saúde
ocupacional
Medicina
assistencial
SESMT
Entidades de
medicina em
grupo
Serviços
médicos
próprios
No entanto, o CESTEH faz a distinção conceitualentre saúde do trabalhador 
e saúde ocupacional. Ambas coexistem tanto no cenário nacional como no 
mundial, tendo níveis de atuação diferentes em relação ao processo saúde–
doença relacionado ao trabalho (CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE 
DO TRABALHADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO et al., 2011).
A saúde ocupacional é representada pelo Ministério do Trabalho, o qual 
tem o papel de normatizar as questões relacionadas à saúde e à segurança do 
trabalhador, orientado pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), por 
intermédio das Normas Regulamentadoras (NRs). Segundo o CESTEH, esse 
modelo é centrado na figura do médico e na doença, sendo regulamentado 
por documentos institucionais específicos (CENTRO DE REFERÊNCIA 
EM SAÚDE DO TRABALHADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
et al., 2011).
Para essa área, apesar de serem mencionadas preocupações acerca da saúde 
física e psíquica do trabalhador, em prol da promoção de situações laborais 
favoráveis a ele, prevalece a esfera das normas pactuadas com o governo sobre 
a relação entre empregado e empregador.
5Introdução e histórico sobre a saúde ocupacional
Já a expressão saúde do trabalhador, de acordo com o CESTEH, vai além 
dessa relação empregado–empregador, uma vez que este considera o trabalho 
como um dos determinantes sociais que podem ocasionar o adoecimento do 
indivíduo, indo na direção de uma visão para o ambiente e a coletividade (CEN-
TRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR DO ESTADO 
DO RIO DE JANEIRO et al., 2011). Preza-se pelo princípio da precaução, 
antevendo os riscos que podem causar o adoecimento do trabalhador e, por-
tanto, indo além do preestabelecido pelas normas.
Ainda sobre essa dicotomia entre saúde do trabalhador e saúde ocupacio-
nal, o CESTEH define a forma como o trabalhador se insere nesses modelos, 
seguindo o exposto na legislação para cada um deles (CENTRO DE REFE-
RÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR DO ESTADO DO RIO DE 
JANEIRO et al., 2011). Você pode analisar esses fatores no Quadro 1.
Saúde ocupacional Saúde do trabalhador
Controle de risco de forma 
coletiva e individual
NR 09 — Programa de Prevenção 
de Riscos Ambientais
NR 15 — Atividade e 
Operações Insalubres
Anexo 1 — Limites de tolerância 
para ruído contínuo ou intermitente
Anexo 2 — Limites de tolerância 
para ruídos de impacto
NR 17 — Ergonomia
Participação em normatização, 
fiscalização e controle das 
condições de produção, 
extração, armazenamento, 
transporte, distribuição e 
manuseio de substâncias, 
de produtos, de máquinas e 
equipamentos que apresentam 
riscos à saúde do trabalhador
Portaria GM/MS nº. 1.125/2005 
— Política Nacional do 
Trabalhador (PNST)
Decreto nº. 7.602/2011 — Política 
Nacional de Segurança e 
Saúde no Trabalho (PNSTT)
Monitoramento dos trabalhadores 
expostos via gerenciamento 
de avaliações periódicas
NR 07, Anexo II do Quadro II — 
Diretrizes e parâmetros mínimos para 
avaliação e acompanhamento da 
audição em trabalhadores expostos 
a níveis de pressão sonora elevados
Avaliação do impacto que as 
tecnologias provocam na saúde
Portaria GM/MS nº. 
1.125/2005 — PNST
Decreto nº. 7.602/2011 — PNSTT
Portaria GM/MS nº. 3.120/1998
Quadro 1. Saúde ocupacional versus saúde do trabalhador
(Continua)
Introdução e histórico sobre a saúde ocupacional6
Fonte: Adaptado de Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do Estado do Rio de Janeiro 
et al. (2011).
Quadro 1. Saúde ocupacional versus saúde do trabalhador
Saúde ocupacional Saúde do trabalhador
Intervenção nos processos 
de trabalho
NR 04 — Serviço Especializado 
em Engenharia de Segurança e 
Medicina do Trabalho (SESMT)
Revisão periódica da listagem 
oficial de doenças originadas 
no processo de trabalho
Portaria GM/MS nº. 
1.125/2005 — PNST
Decreto nº. 7.602/2011 — PNSTT
(Continuação)
Para Aquino (2014), a saúde ocupacional tem os seguintes objetivos:
 � desenvolver e estabelecer o bem-estar físico, mental e social de todos 
os trabalhadores, nas distintas profissões;
 � evitar o agravamento da saúde advindo das condições de trabalho;
 � proteger o trabalhador dos riscos dos agentes nocivos presentes no 
local de trabalho;
 � manter as aptidões fisiológicas e psicológicas íntegras, adaptando o 
trabalho ao homem, e não contrário. 
De maneira geral, faz-se necessário trabalhar em busca da promoção, 
prevenção, recuperação e reabilitação da saúde coletiva e individual dos 
trabalhadores, analisando a possibilidade de o adoecimento do trabalhador 
estar vinculado à sua atividade profissional. Dessa forma, desenvolve-se a 
relação existente entre saúde, trabalho e ambiente.
Histórico da saúde ocupacional no Brasil
De acordo com os estudos de Rojas (2015), a segurança do trabalhador começou 
a ser considerada no Brasil por dirigentes e empresários principalmente com 
o desenvolvimento industrial e a utilização do trabalho assalariado. O autor 
faz um resumo cronológico dos principais fatos que marcaram essa temática 
no Brasil, como você pode ver no Quadro 2.
7Introdução e histórico sobre a saúde ocupacional
Ano Fato histórico
1919 Criado o Decreto nº. 3.724, de 15 de janeiro de 2019, sendo 
o primeiro que trata dos acidentes de trabalho. Estes são 
definidos como os produzidos por uma causa súbita, violenta, 
externa e involuntária no exercício do trabalho, ou moléstia 
contraída exclusivamente pelo exercício do trabalho.
1941 Inaugurada, no Rio de Janeiro, a Associação Brasileira para Prevenção 
de Acidentes (ABPA), com a finalidade de educar trabalhadores 
e empresários para a prevenção de acidentes e a segurança 
no trabalho, em todos os setores da atividade econômica.
1943 Aprovada a CLT, por meio do Decreto-Lei nº. 5.452, de 1º de maio de 
1943, com o intuito de unificar a legislação trabalhista brasileira.
1944 Promovida a “reforma da Lei de acidentes de trabalho”, por meio 
do Decreto-Lei nº 7.036, de 10 de novembro de 1944, que tinha 
como finalidade a compreensão e a agilidade na implementação 
dos dispositivos da CLT, garantindo assistência médica, hospitalar 
e farmacêutica ao acidentado e indenizações por acidentes.
1953 Instituída, a partir do Decreto nº. 34.715, de 27 de novembro 
de 1953, a Semana de Prevenção de Acidentes do Trabalho 
(SPAT), a ser executada na quarta semana de novembro de cada 
ano. Nesse mesmo ano, foram regulamentadas as Comissões 
Internas de Prevenção de Acidentes do Trabalho (CIPAs).
1955 Estipulada a realização do congresso anual das CIPAs, durante a SPAT.
1960 Regulamentado o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
1966 Criado o Fundacentro, antigamente chamado de Fundação 
Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, 
com o intuito de estudar e avaliar os principais problemas 
trabalhistas, bem como apontar as possíveis soluções.
1967 Integrado o seguro de acidentes de trabalho à Previdência Social. 
Nesse mesmo ano, surgiu a sexta lei de acidentes de trabalho, 
que definiu a doença profissional como sinônimo de doença 
do trabalho, assemelhando-se ao acidente de trabalho.
1972 Estipulada a segurança, higiene e medicina do trabalho como uma das 
prioridades para o Programa Nacional de Valorização do Trabalhador.
Quadro 2. Fatos históricos relacionados à saúde ocupacional no Brasil
(Continua)
Introdução e histórico sobre a saúde ocupacional8
Fonte: Adaptado de Rojas (2015).
Quadro 2. Fatos históricos relacionados à saúde ocupacional no Brasil
Ano Fato histórico
1974 Iniciados os cursos de formação de profissionais de 
segurança, higiene e medicina do trabalho.
1977 Estabelecidas na CLT a obrigatoriedade da implantação da 
CIPA e a estabilidade de emprego para os seus membros.
1978 Aprovadas as primeiras 28 Normas Regulamentadoras 
de Segurança do Trabalho.
1983 Modificada a NR 05, com o acréscimo dos riscos ambientais.
1985 Oficializada a especialização em engenharia de segurança do trabalho 
e criada a categoria profissional de técnico em segurança do trabalho.
1986 Regulamentadas as profissões de enfermagem, técnico de 
enfermagem e auxiliar de enfermagem.Nesse mesmo ano, foi 
regulamentada a categoria de técnico de segurança do trabalho, 
que na década de 1950 era intitulado de inspetor de segurança.
1987 Estabelecido o curso de formação de técnico 
em segurança do trabalho.
1990 Atualizado o SESMT, sendo constituído pelos seguintes 
profissionais: engenheiro de segurança do trabalho, médico 
do trabalho, enfermeiro do trabalho, auxiliar de enfermagem 
do trabalho e técnico de segurança do trabalho.
1991 Estabelecido o conceito de acidente de trabalho e de trajeto.
2001 Proibido o trabalho infantil no Brasil.
2004 Regulamentada a Notificação Compulsória de Agravos à 
Saúde do Trabalhador (acidentes e doenças relacionadas 
ao trabalho) e os Serviços Sentinelas específicos no SUS 
(centros de referência em saúde do trabalhador).
2009 Retirado o termo “ato inseguro” da NR 01, citado pelos 
prevencionistas como expressão que por vezes retirava a 
responsabilidade do empregador perante um acidente.
(Continuação)
9Introdução e histórico sobre a saúde ocupacional
Aspectos legais que regulamentam a saúde 
ocupacional
De maneira geral, a legislação trabalhista no Brasil corresponde ao conjunto 
de leis e normas que qualquer empregador ou empregado deverá cumprir, uma 
vez que estabelecem direitos e deveres a ambos. Já a legislação nos aspectos 
da saúde ocupacional estabelece que as empresas garantam um ambiente de 
trabalho saudável ao trabalhador. Isso se dá por meio da colaboração dos 
funcionários e dos gestores no processo de melhoria contínua da proteção e 
promoção da segurança, saúde e bem-estar de todos, bem como na sustenta-
bilidade do ambiente de trabalho.
Assim, é por meio da CLT que ocorre a regulamentação das relações que 
envolvem o trabalho e as relações individuais ou coletivas. A CLT dedica um 
capítulo especial à legislação em saúde ocupacional, dando ênfase à busca por 
zelar pela saúde e pelo bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores.
Um dos artigos mais notórios da CLT é o art. 157 (BRASIL, [1946]), que 
define o seguinte:
 � deve-se cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina 
no trabalho;
 � deve-se orientar os empregados quanto às precauções, para assim evitar 
acidentes de trabalho e doenças ocupacionais;
 � deve-se favorecer as atividades de fiscalização do órgão competente 
em relação à segurança e saúde no trabalho. 
Na CLT constam ainda regras sobre segurança e saúde do trabalhador 
e normas que tratam da CIPA, bem como as suas atribuições, composição 
e implementação. Além disso, na Seção IV, os art. 166 e 167 estabelecem a 
obrigatoriedade por parte da empresa quanto ao fornecimento gratuito do EPI 
aos empregados (BRASIL, [1946]). A sua comercialização somente poderá 
ser realizada quando a empresa tiver a indicação do Certificado de Aprova-
ção do Ministério do Trabalho. Já os art. 168 e 169 da CLT discorrem sobre 
as medidas preventivas da medicina do trabalho, no que tange à realização 
do exame médico admissional, demissional e periódico, assim como sobre 
a notificação das doenças profissionais e ocupacionais (BRASIL, [1946]).
Introdução e histórico sobre a saúde ocupacional10
São dispostas de forma complementar ao Capítulo V da CLT as Normas 
Regulamentadoras (BRASIL, [1946]), que estabelecem elementos específicos 
para determinadas situações provenientes do ambiente de trabalho. Alguns 
exemplos são os procedimentos obrigatórios quanto ao trabalho em locais ou 
operações insalubres, estabelecidos pela NR 15. Atualmente existem 37 NRs 
sobre o tema da segurança e saúde no trabalho, dispostas da seguinte maneira:
 � NR 01 — Disposições Gerais
 � NR 02 — Inspeção Prévia
 � NR 03 — Embargo ou Interdição
 � NR 04 — Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho
 � NR 05 — Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
 � NR 06 — Equipamentos de Proteção Individual
 � NR 07 — Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional
 � NR 08 — Edificações
 � NR 09 — Programas de Prevenção de Riscos Ambientais
 � NR 10 — Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
 � NR 11 — Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de 
Materiais
 � NR 12 — Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos
 � NR 13 — Caldeiras e Vasos de Pressão
 � NR 14 — Fornos
 � NR 15 — Atividades e Operações Insalubres
 � NR 16 — Atividades e Operações Perigosas
 � NR 17 — Ergonomia
 � NR 18 — Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da 
Construção
 � NR 19 — Explosivos
 � NR 20 — Segurança e Saúde do Trabalho com Inflamáveis e 
Combustíveis
 � NR 21 — Trabalho a Céu Aberto
 � NR 22 — Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
 � NR 23 — Proteção contra Incêndios
 � NR 24 — Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
 � NR 25 — Resíduos Industriais
 � NR 26 — Sinalização de Segurança
11Introdução e histórico sobre a saúde ocupacional
 � NR 27 — Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho 
(Revogada)
 � NR 28 — Fiscalização e Penalidades
 � NR 29 — Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho 
Portuário
 � NR 30 — Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
 � NR 31 — Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, 
Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura
 � NR 32 — Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde
 � NR 33 — Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados
 � NR 34 — Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da 
Construção e Reparação Naval
 � NR 35 — Trabalho em Altura
 � NR 36 — Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e 
Processamento de Carnes e Derivados
 � NR 37 — Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo
Entretanto, de acordo com os estudos de Almeida e Lima (2018), a pro-
teção existente aos trabalhadores brasileiros se dá primordialmente àqueles 
regidos pela CLT, colocando à margem os servidores públicos, uma vez que 
são subordinados ao regime estatuário.
Outro elemento no âmbito da legislação em saúde ocupacional refere-se 
ao eSocial, sistema que colabora para a unificação do envio de dados pelo 
empregador sobre os seus empregados, com a finalidade de uniformizar as 
obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas, reduzindo a burocracia 
para as empresas. Dessa forma, faz-se necessário que as clínicas de saúde 
ocupacional informem corretamente os dados para a plataforma. As principais 
informações a serem enviadas dizem respeito a admissão e desligamento do 
funcionário, afastamento temporário, alteração de salário, modificação de 
jornada de trabalho, aviso prévio, atestados de saúde, cadastro de benefícios, 
beneficiários, comunicação de acidente de trabalho, monitoramento da saúde 
do trabalhador, entre outros.
Conclui-se que a legislação em saúde ocupacional é bastante ampla e aborda 
várias obrigações, que devem ser seguidas por empregadores e empregados, a 
fim de se manter um ambiente de trabalho saudável, com a garantia de todos 
os direitos adquiridos nos últimos anos. 
Introdução e histórico sobre a saúde ocupacional12
ALMEIDA, J. C. de; LIMA, I. A. de. A segurança e saúde no trabalho no regime CLT e no 
regime estatutário: uma abordagem no planejamento governamental comparando 
o tema nos dois regimes. Revista Brasileira de Planejamento e Desenvolvimento, Curitiba, 
v. 7, n. 1, p. 2–28, jan./abr. 2018. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/rbpd/
article/download/5679/4872. Acesso em: 16 jul. 2019.
AQUINO, A. de S. F. Saúde ocupacional. Natal: IFRN; UFRN, 2014. Disponível em: http://
proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/998/Saude_Ocupacional_BR_GRAF.
pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 16 jul. 2019.
BRASIL. Decreto-Lei nº. 5.442, de 1° de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do 
Trabalho. Brasília, DF: Presidência da República, [1946]. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452compilado.htm. Acesso em: 16 jul. 2019.
BRASIL. Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a pro-
moção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamentodos 
serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da Re-
pública, 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. 
Acesso em: 16 jul. 2019.
CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR DO ESTADO DO RIO DE JA-
NEIRO et al. Saúde ocupacional x saúde do trabalhador. Fonoaudiologia na Saúde do 
Trabalhador, [s. l.], n. 6, set./dez. 2011. Disponível em: http://www.cesteh.ensp.fiocruz.
br/sites/default/files/boletim_6.pdf. Acesso em: 17 jul. 2019. 
NOGUEIRA, D. P. Incorporação da saúde ocupacional à rede primária de saúde. Revista 
de Saúde Pública, São Paulo, v. 18, n. 6, p. 495–509, dez. 1984. Disponível em: http://
www.scielo.br/pdf/rsp/v18n6/09.pdf. Acesso em: 17 jul. 2019.
ROJAS, P. Técnico em segurança do trabalho. Porto Alegre: Bookman, 2015.
SAPORETTI, L. A.; SILVA, A. M. O. P. Aspectos particulares e ritos de passagem nas 
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13Introdução e histórico sobre a saúde ocupacional

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