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Infecções Na idade média, o primeiro relato que se ouviu falar foi sobre suspeitas de que alguma coisa "sólida" pudesse transmitir doenças de um indivíduo para outro, foi através de Francastorius, médico italiano de Verona, declara que as doenças surgiam devido a microrganismos que eram transmitidos de pessoas para pessoas, em 1546, ele defende a teoria de que certas doenças eram transmitidas por meio de corpúsculos de contato direto ou por roupas e objetos. Francastorius descreve os três mecanismos de transmissão de doenças infecciosas que seriam por contato direto, indireto e sem contato direto e sem fômites (qualquer objeto inanimado ou substância capaz de absorver, reter e transportar organismos contagiantes ou infecciosos (de germes a parasitas), de um indivíduo a outro). Esse pesquisador descreveu a sífilis desde a lesão inicial até a fase terciária da doença O holandês Anton Van Leeuwenhock, mesmo sem formação científica descobriu em 1863 o microscópio que identificou as bactérias, lançando com isso a base da bacteriologia. Foi no século XIX que Von Pettenkoffer, ressaltou a interação de três fatores: o agente, o hospedeiro e o meio ambiente. Vale ressaltar na história o médico Semmelweis, que descobriu que as mortes puerperais eram devido à presença de “venenos cadavéricos” e instituiu em 1847 que todo o pessoal médico e de enfermagem deveriam lavar as mãos com solução clorada, reduzindo a mortalidade materna de 12,24% para 2,38% Outro destaque vai para Florence Nightingale que, com medidas simples de cuidado com o ambiente, como a melhoria das condições sanitárias, cuidados com cozinhas e lavanderias, conseguiu diminuir as taxas de infecção de 42,7% para 2,2%. Evitar a transmissão de microrganismos é uma preocupação de todo o profissional da saúde, e uma forma de atingir essa meta é por meio da assepsia que significa ficar livre de organismo que produzem doenças. A prática de enfermagem está em fornecer um ambiente seguro e terapêutico para impedir que pacientes, membros da família e profissionais da saúde contraiam infecções . Os microrganismos capazes de lesionar pessoas são chamados de patógenos ou patogênicos, ao entrar e se multiplicar dentro dos tecidos corporais eles rompem os processos fisiológicos normais e produzem uma infecção. A sepse que é uma intoxicação dos tecidos, frequentemente está relacionada à presença de infecção. Quando há o transporte da infecção ou um dos produtos da infecção por todo o corpo pelo sangue, chamamos de septicemia. Há diferenças quando se fala de infectado e séptico: Quando se diz que um paciente está infectado, significa que possui uma doença causada por microrganismos, quando séptico, significa que o paciente está manifestando destruição microbiana dos tecidos, como febre alta ou hipotensão A doença infecciosa refere-se à patologia ou a eventos patológicos que resultam da invasão e multiplicação de microrganismos em um hospedeiro. Os profissionais de saúde dedicam grande parte do seu tempo, energia e talento para desenvolver e manter as práticas para controlar a disseminação de microrganismos. Algumas práticas são adotadas, como, por exemplo, higienização das mãos, processos de limpeza, desinfecção e esterilização e também de barreiras como os EPIs (Equipamentos de Proteção Individuais) como luvas, máscaras, gorros e aventais) A taxa de incidência de pacientes desenvolvendo infecções como resultado de internações em hospital está aumentando. The Joint Comission considera um assunto de segurança do paciente, todos os ambientes de cuidado de saúde estão em risco de adquirir infecção devido a sua baixa resistência, bem como exposição aumentada aos micro-organismos infecciosos, como, por exemplo, procedimentos invasivos. Em todos os ambientes, os pacientes e seus familiares precisam ser capazes de identificar as fontes de infecções e instituir medidas protetoras. Os profissionais de saúde estão em risco pela exposição às infecções causadas pelo contato com sangue, fluidos corporais dos pacientes, equipamentos e superfícies contaminados. A infecção é causada pela entrada e multiplicação de um organismo em um hospedeiro, nem sempre a presença de um agente infeccioso em um hospedeiro significa que ocorrerá infecção, quando isso ocorre significa que houve uma colonização. Se os patógenos se multiplicam e causam sinais e sintomas chamamos de sintomáticos, se os sinais e sintomas não estão presentes é chamado de assintomático. Os agentes infecciosos incluem os microrganismos como: ✓ Bactérias; ✓ Vírus; ✓Fungos; ✓ Protozoários. O reservatório é um lugar onde um patógeno pode sobreviver, mas pode ou não se multiplicar. Por exemplo, o vírus da hepatite A que sobrevive em moluscos, mas não se multiplica. O reservatório mais comum é o corpo humano. Após os microrganismos acharem um local para crescer e se multiplicar, eles precisam encontrar uma porta de saída, que incluem o sangue, pele e mucosas, trato respiratório, trato geniturinário, trato gastrointestinal e transplacentário (da mãe para o feto). Modo de Transmissão Cada doença tem um modo específico de transmissão, por exemplo, um mosquito serve como um vetor, transmitindo um vírus quando ele pica o hospedeiro. Alguns microrganismos podem ser transmitidos por mais de uma maneira, como exemplo, a Herpes Zoster que pode ser transmitida pelas vias respiratórias e por contatos diretos. A porta de entrada, normalmente é o mesmo lugar que saíram, por exemplo, quando uma agulha fura a pele, os organismos entram no corpo se uma preparação adequada da pele não foi executada. Alguns fatores influenciam a suscetibilidade de uma pessoa que incluem: ✓ Idade; ✓ Estado nutricional; ✓ Presença de doenças crônicas; ✓ Trauma; ✓ Tabagismo. Algo que é muito discutido hoje é o uso do antibiótico de forma desordenada, o que leva o organismo infeccioso a se tornar resistente ao antibiótico. O paciente que se encontra nos ambientes de cuidados da saúde tem risco aumentado de adquirir infecções. As infecções relacionadas ao cuidado de saúde ou nosocomiais, podem ocorrer como resultado de procedimentos invasivos, administração de antibióticos, a presença de microrganismos multirresistentes a drogas e quebras nas atividades de prevenção e controle de infecção. As infecções iatrogênicas são causadas por procedimentos onde o profissional não se atenta para os procedimentos assépticos impactando na qualidade da assistência. As infecções relacionadas ao cuidado de saúde podem ser exógenas, ou seja, um organismo que está fora do paciente, por exemplo, uma infecção pós- operatória. Já as endógenas fazem parte da flora normal do paciente, podendo causar infecção quando parte da flora se torna alterada, por exemplo, o uso de antibiótico pode alterar a flora intestinal normal, levando a uma infecção. As infecções relacionadas ao cuidado da saúde aumentam consideravelmente o custo do cuidado de saúde. Um tempo maior de internação do paciente, ou seja, permanência nas instituições (hospitalar ou clínicas), aumenta a incapacidade, os custos de antibióticos e prolonga o tempo de recuperação. Uma forma de diminuir os riscos de infecção dentro de um hospital ou em instituições de saúde é a adoção de precauções padrão que se aplicam ao sangue, fluidos corporais (exceto suor), pele não intacta e mucosas. É imprescindível realizar a lavagem das mãos quando em contato com pacientes, principalmente após contato com sangue e/ou fluidos corporais, secreções e excreções e após contato com equipamentos ou artigos contaminados por eles e imediatamente após a retirada das luvas. No cuidado ao paciente, usar luvas quando for tocar em sangue, fluidos corporais, secreções, excreções,pele não intacta, membranas mucosas ou itens ou superfícies contaminadas. Após o cuidado, as luvas devem ser removidas e as mãos higienizadas. Usar máscaras, proteção ocular ou escudos faciais, quando em contato com espirros ou respingos de sangue ou fluidos corporais. Descartar todos os objetos perfurocortantes contaminados e agulhas em um recipiente resistente a furo, adequado para o material. Existem outras formas de precauções para evitar os riscos de infecções nos hospitais, como precauções respiratórias, por gotículas, por contato e ambiente protetor, usado em pacientes de alto risco, com o objetivo de impedir a aquisição de esporos fúngicos do ambiente, por exemplo, aos que irão se submeter a transplante de medula óssea. O enfermeiro tem uma atuação importante no que diz respeito à Infecção hospitalar, é o profissional que realiza quase todos os procedimentos no paciente, por isso deve ter, além da habilidade na manipulação de materiais, um aprofundado conhecimento científico para que se evite a contaminação por germes e bactérias. Alguns fatores como idade, estado nutricional, estresse, o processo da doença, entre outros fazem com que o sistema imunológico esteja susceptível a certos tipos de infecções, além disso, muitas vezes o paciente adquire a infecção devido à má prática dos profissionais de saúde na manipulação de medicamentos, curativos e materiais perfurocortantes. Há muitos profissionais do cuidado em contato direto com o paciente, por meio de procedimentos invasivos, a manipulação excessiva, o tempo em que o paciente fica hospitalizado aumentam o risco de infecção. As principais causas de infecções no serviço de saúde estão relacionadas ao trato urinário, feridas cirúrgicas e traumáticas, trato respiratório e corrente sanguínea. Que medidas de segurança você adotaria para minimizar os riscos de infecção durante a internação de um paciente que está sob o seu cuidado?
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