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Anti-inflamatórios não esteroidais São os anti-inflamatórios que mais efetivamente usamos. Eles não têm apenas ação anti-inflamatória, ele também tem ação analgésica, antipirética e antitrombótica Tudo começa no trauma tecidual ➜ liberação de substâncias algogênicas Origem ➜ As células danificadas isquêmicas e os mastócitos na área lesada, bem como plaquetas na microcirculação, liberam substâncias algogênicas e os AINES e inibidores da ciclooxigenase exercem o efeito analgésico e isso acontece porque eles inibem a síntese de prostaglandinas e a isso reduz a sensibilidade de nociceptores periféricos do local lesado. ➤Todo os processos de trauma, calor, reações imunes, isquemias, microrganismos que causem destruição do tecido desencadeiam a inflamação Dinâmica processo inflamatório – → Liberação mediadores químicos → Vasodilatação (aspecto avermelhado do tecido e calor) → Aumento da permeabilidade vascular → Passagem de proteínas plasmáticas para o interstício, carreando água (edema) → Marginação leucocitária e passagem para o tecido → Fase de reparação: formação de tecido de granulação e cicatrização (remoção agente causal) → Sem resolução: supuração (lise das células leucocitárias e formação de pus) – pus tem origem da morte das células, se tiver bactéria esse pus é séptico ➜Os aines inibem a cox 1, cox 2 e LOX que são responsáveis pela conversão do ácido araquidônico em prostanóides/eicosanoides ➜Temos uma lesão celular e as células liberam os fosfolipídeos de membrana e a ação da fosfolipase A2 nesses fosfolipídeos faz com que haja a liberação do ácido araquidônico, que vai sofrer ação da COX 1, COX 2 e LOX. O ácido araquidônico quando sofre ação da COX 1 vai produzir/liberar prostaglandinas e teremos produção de muco, diminuição de agregação plaquetária e aumento da perfusão renal. ➜Quando o ácido araquidônico sofre ação da COX 2 temos a produção de prostaglandinas inflamatórias, que exacerbam o processo inflamatório. ➜Quando o ácido araquidônico sofre ação da LOX temos a liberação de leucotrienos e lipoxinas ➤Os equinos exageram na formação do tecido de granulação, as vezes exacerbando o bordo da ferida e isso acaba virando um problema. Reação inflamatória – FASE AGUDA FASE CRÔNICA Curta duração Longa duração Dilatação de vasos Presença de linfócitos e macrófagos ↑ Perm. Vascular, exsudação de fluidos e proteínas plasmáticas Proliferação de vasos e tecido conjuntivo Migração de leucócitos (neutrófilos) A inflamação é uma resposta protetora (livrar organismos de causa/consequência da lesão) – se não houvesse inflamação as infecções seguiriam e as feridas não cicatrizariam - e quando sua resposta protetora é exacerbada, o órgão afetado pode perder a sua função e por isso entramos com os AINES para que eles modulem o processo inflamatório e que a resposta volte a ser protetiva e não exacerbada. Tratamento da dor – Segundo a OMS, podemos utilizar os AINES no tratamento de dor e podemos fazer associações com eles, usando outros fármacos e fazemos essa associação quando a dor for mais intensa. Escada de analgesia (OMS) – 1. Leve – AINE, Adjuvante 2. Moderada – AINE, opioides fracos, adjuvante 3. Intensa – AINE, opioides fortes, adjuvante 4. Torturante – AINE, opioides fortes, adjuvante, técnicas intervencionistas (dessensibilizar a região) Quando a dor é leve fazemos apenas o AINES por ele ter ação analgésica, quando a dor é moderada podemos associar com um opioide fraco (tomar cuidado com a dependência dos opióides) nas dores intensas usamos um opioide mais forte com o AINES e nas torturantes usamos AINES, opióide forte e técnicas intervencionistas (onde fazemos a dessensibilização do local), como a neurectomia. Eicosanóides – Sãos as prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanas e eles são os mediadores locais altamente potentes de curta duração que produzem uma gama surpreendente de efeitos biológicos ligando-se a receptores de superfície celular específicos, que parecem estar ligados à proteína G (esses receptores são metabotrópicos.) Principais funções dos eicosanóides: ✔Prostaglandinas ✓ Aumento da permeabilidade capilar ✓ Indução da resposta inflamatória ✓ Inibição da agregação plaquetária ✔Leucotrienos ✓ Estimulação da contração da musculatura lisa ✓ Indução da resposta alérgica ✓ Indução da resposta inflamatória ✔Tromboxanas ✓ Estimulação da contração da musculatura lisa ✓ Indução da agregação plaquetária AINES – Mecanismo geral de ação ➜ Inibição das ciclooxigenases das células inflamatórias e consequente redução da síntese de eicosanóides *seria interessante que continuasse a ação da COX1 e um mais específico apenas para a COX2, porém nem sempre é possível AINES – ➜O mecanismo geral dos aines é a inibição das enzimas ciclooxigenases (COX 1, COX 2 e COX 3) das células inflamatórias e a inibição das funções das COXs. ➜A síntese de prostaglandinas é catalisada pelas duas formas, cox 1 e cox 2. As prostaglandinas produzidas pelas cox estão presentes em todos os tecidos e exercem funções fisiológicas no organismo. A COX 1 é fisiológica porque é ele quem faz a proteção da mucosa gástrica, manutenção do fluxo sanguíneo renal e a hemostasia vascular. A COX 2 é inflamatória ➜Quando utilizamos os AINES, tentamos escolher um fármaco que seja um bloqueador mais eficiente para cox 2 do que a cox 1, pois a COX 1 é protetiva e se bloquearmos a COX 1 temos consequências e não temos suas ações protetivas. ➜Preferimos bloquear a COX 2 porque ela que é efetiva da inflamação de fato e não protetiva como a 1. ➜Escolhendo aqueles que inibem a cox 2, teremos menos efeitos colaterais Anti-inflamatórios não-esteroidais – • Flunixin meglumine (banamine®) - grandes animais (cólicas, dor visceral) • Fenilbutazona (equipatozole®) - grandes animais • Cetoprofeno (ketofen® ketojet®) - pequenos e grandes animais • Carprofeno (carproflan ® rimadyl®) – cães • Meloxicam (maxicam®) – felinos • Firocoxib (previcox®) - cães • Dipirona - todas as espécies • Paracetamol - cães. Temos que levar em consideração o princípio ativo, pois alguns AINES são melhores para cada tipo de dor. E as vezes ao dia também pode ser considerada por conta do grau de dificuldade para medicar. O intervalo das trocas de AINES é de 24H Farmacocinética – ➜Na maioria, os aines são fármacos compostos de ácidos fracos, são bem absorvidos, tem alta ligação as PP (96-99%), facilmente excretados em urina básica. ➜Os cães eliminam os AINES por via biliar e isso favorece uma maior incidência de lesões no TGI inferior, com maiores chances de sangramentos e enteropatias pela administração de AINES neles e por conta disso fazemos associação com protetores de mucosa. Mecanismos de ação – ✓Ação anti-inflamatória ➜ a ação anti-inflamatória acontece pela ação inibitória sobre a COX e lipooxigenase (são enzimas que degradam o ácido araquidônico). Nessa ação temos: ✓ Diminuição das prostaglandinas ✓ Diminuição da aderência de granulócitos e leucócitos aos vasos sanguíneos lesados ✓ Diminuição da ação de polimorfonucleares, macrófagos para a área lesionada, menos sinalização e menos degranulação, menos sensibilização de nociceptores no local inflamado, ou seja, diminuição da dor. ✓Ação analgésica - tem ação sobre a dor proveniente dos processos inflamatórios instalados. Com a lesão celular temos a liberação de bradicinina e histamina que são amplificadas pelas prostaglandinas, se não temos a formação de prostaglandinas, (pelo bloqueio da COX) não temos a ativação/sensibilização dos nociceptores. ✓Ação antipirética - os aines diminuem a síntese de prostaglandinas E2, diminuindo a ação que ela tem no hipotálamo. A febre se estabelece principalmente em quadros infecciosos,inflamação, mas no geral, os leucócitos quando estão no local liberam pirógenos endógenos (eles são citocinas) que aumentam a síntese de prostaglandinas E2, essa prostaglandina E2 atua no hipotálamo. A E2 se liga nos receptores e aumenta os níveis do segundo mensageiro AMPc e isso faz com que o hipotálamo aumente a temperatura corporal, promovendo o aumento da geração de calor e diminuição da perda de calor. ✓Ação antitrombótica - os aines inibem a síntese de tromboxanos. *nem todos os AINES tem todas essas ações; alguns são escolhidos pois tem terminada ação mais evidente Efeitos colaterais dos bloqueios dos AINES – o Ulcerações e hemorragias na mucosa gástrica o Redução do fluxo sanguíneo renal = levar a insuficiência renal o Alteração na coagulação sanguínea = levara a hemorragia *Isorformas da COX ➜ tentar utilizar fármacos específicos para COX2 (menos efeitos colaterais) Efeitos indesejados mais comuns: ✓Gastrointestinais - no TGI podemos ter efeitos indesejados como gastrite, náuseas, vômitos, diarreia, constipação, doença ulcerativa crônica (uso crônico), hemorragia grave e perfurações (úlceras). Tudo isso pode acontecer por conta da inibição da COX 1. A diminuição da prostaglandinaE2 diminui o bicarbonato e isso aumenta a ação corrosiva de ácido clorídrico na mucosa gástrica e por isso devemos fazer o uso associado com protetores gástricos. ✓Renais - nos rins podemos ter efeitos indesejados como insuficiência renal e nefrites e isso pode acontecer pela inibição da COX 1. Inibe a prostaglandina que tem função vasodilatadora nos rins e com isso temos a diminuição do fluxo sanguíneo renal. ✓Hemostasia - na hemostasia podemos ter aumento do sangramento, pois a coagulação e a agregação plaquetária ficam comprometidas e isso acontece por conta da inibição dos tromboxanos. Classificação dos fármacos – → Inibidores não-seletivos de COX - Cetoprofeno, Fenilbutazona e aspirina → Inibidores preferenciais de COX 2 - Carprofeno, Meloxicam e nimesulida → Inibidores seletivos de COX 2 - Firocoxib, deracoxib, refocoxib e valdecoxib A probabilidade de não causarem efeitos adversos está relacionada a inibição preferencial da COX 2, dose e duração do tratamento. Então com isso, quando escolhemos os inibidores de COX 1, as probabilidades de termos efeitos indesejados são maiores do que quando escolhemos os inibidores de COX 2. A inibição das COXs pode ocorrer de forma similar ou diferente e isso vai depender da seletividade do agente que estamos usando. Inibidores não-seletivos de cox – SALICILATOS ✔Ácido acetilsalicílico e ácido salicílico (aspirina®) Mecanismo de ação: → Fazem a inibição irreversível da cox Propriedades farmacológicas: → Analgésica, antipirética, anti-inflamatória → Uso principal é para inibição da agregação plaquetária (trombose, hipertensos, infarto do miocárdio, avc). Propriedades farmacocinéticas: → São bem absorvidos e em baixas concentrações eles têm ligação as PP de 50- 70% e quando estão em altas concentrações eles ficam mais disponíveis/livres. A meia vida no cão é de 8h, no gato é de 38h e no homem é de 5h. *A meia vida é o tempo que o fármaco leva para reduzir a sua concentração a metade. Todo fármaco para fazer a sua ação ele tem que atingir a concentração sérica adequada. A meia vida é o tempo que ele demora para atingir 50% e nesse momento que devemos repetir a dose. Ex: remédio a cada 12h, 8h, 2h → 25% do princípio ativo é excretado inalterado e a % é maior de excreção em urina alcalina. Então em casos de intoxicação e queremos aumentar o processo de excreção, podemos utilizar substâncias alcalinas para que a urina fique alcalina e aumente o processo de excreção, pois existe uma maior % de velocidade de excreção em urina alcalina. → Usado em trombose (ação agregação plaquetária retomada após síntese de novas plaquetas) → Ambos os ácidos possuem baixa potência antiálgica (dor-analgesia) e ambos na sua composição química possuem grupamentos fenólicos e esses grupamentos para serem metabolizados no fígado precisam passar pela fase 2 de metabolização hepática, então para os gatos isso é mais complicado, já que os gatos possuem uma deficiência da enzima glicuroniltransferase, que é a enzima que faz a conjugação do ácido glicurônico presente na metabolização desses ácidos. Em casos de intoxicação nos gatos, eles apresentam depressão, anorexia, hemorragia gástrica, vômitos, anemia e hepatite medicamentosa. Isso não quer dizer que não podemos usar esses ácidos nos gatos, quer dizer que devemos tomar cuidado com o manejo dessas medicações, como o espaçamento entre as doses e usar as doses mínimas. Os efeitos adversos são gastrite, erosão, sangramentos focais, erupções cutâneas, salicilismo quando temos ingestão de altas doses e a toxicidade crônica causa náuseas e vômitos e podemos ter distúrbios da hemostasia gerando processos hemorrágicos intensos ➜Apresentação: comprimido 100 e 500 mg / AAS infantil: 81mg -AAS® (acido acetilsalicílico, aspirina) – indicação veterinária = evitar trombos (HAC, CMD ou CMH) • Cão - 10-12mg/kg BID VO, SC, IM, IV • Gato - 10mg/kg VO, SC, IM, IV a cada 48-72h. • Bovinos - 30mg/kg BID VO, SC, IM, IV • Equinos - 25mg/kg BID VO, SC, IM, IV • Suínos - 10mg/kg BID VO, SC, IM, IV 4x ao dia DERIVADOS DO PARAMINOFENOL ✔Acetaminofen, paracetamol Mecanismo de ação: → São inibidores reversíveis da COX Propriedades farmacológicas: → analgésicas e antipiréticas → pouco efeito anti-inflamatórios. Propriedades farmacocinéticas: → São bem absorvidos por via oral, tem baixa ligação com as PP, é inativado no fígado e tem excreção renal. → Não é recomendado para os gatos, já que eles têm deficiência da enzima glicuroniltransferase e esses fármacos têm na sua composição química possuem grupamentos fenólicos que necessitam da fase 2 de metabolização hepática. Utilizamos muito nos cães e em doses terapêuticas temos poucos efeitos indesejados, mas nos casos de intoxicação aguda, os cães podem apresentar náuseas, vômitos, anorexia, dor abdominal. Já os gatos, em casos de intoxicação aguda, eles apresentam a mucosa cianótica, salivação, vômito, depressão, anorexia, edema facial e morte. Em casos de intoxicação/overdose temos o antídoto, que é o N-acetilcisteína. Esse antídoto é muito utilizado como mucolítico para facilitar a expectoração do muco nas vias aéreas. Na overdose ela se conjuga com o metabolito toxico do paracetamol. Fazemos a dose de ataque com 280mg/kg e depois que melhorar fazemos a dose de 140mg/kg nas 4, 12 e 20h depois do acontecimento. O uso crônico de ambos (Acetaminofen e paracetamol) aumenta o risco de lesão renal. -Acetaminofen ou Paracetamol (Tylenol®) Apresentação: 10mg/ml, frasco 200mg/ml, comprimido 325, 500 e 750 mg → Dose: 10mg/kg BID PO → Contraindicado: felinos DERIVADOS DO ÁCIDO PREPIÔNICO ✔Ibuprofeno, naproxeno, fenoprofeno, CETOPROFENO, CARPROFENO Mecanismo de ação: → São inibidores reversíveis da COX e fazem efeitos inibitórios nos leucócitos, diminuem a quimiotaxia dos leucócitos para a área de inflamação, diminuem degradação e liberação de histamina e diminuição da sensibilização dos nociceptores. → Inibição competitiva preferencial de COX2 CARPROFENO Propriedades farmacológicas: → Analgesia (osteoartrite e para o controle da dor associada a cirurgias ortopédicas, de tecidos moles e traumatismos em geral) → Analgesia efetiva quando administrado previamente a cirurgia → Meia vida cães: 8-12 horas, gatos: 20 horas, equinos: 22 horas, bovinos: 30 horas → Pode ser utilizado em dor crônica → Não é aprovado para uso em felinos no Brasil Seus efeitos adversos são vômitos, diarreia, anorexia, letargia, poliúria, polidipsia, hematúria e hepatopatia.A dose de Carprofeno nos cães é de 2,2mg/kg IV BID ou 4,4 mg/kg SID VO ou SC por conta do efeito de primeira passagem, onde parte dele é metabolizado e excretado e a outra parte vai para a circulação. o Rimadyl 25,75, 100 mg o Carproflan 25,75, 100 mg O Cetoprofeno é um inibidor competitivo reversível da COX, também tem efeitos inibitórios nos leucócitos e inibe a COX e LOX, reduzindo o edema tecidual. Utilizamos em casos de artrite, artrose, hérnias discais e controle de dor pós operatória oriunda de tecidos moles e ortopédica. Ele reduz a aderência plaquetária e inibe reversivelmente a agregação, porém sua ação é menor que a do AAS. Seus efeitos adversos são aumento de tempo de sangramento, úlceras duodenais e gástricas, falência renal e vômitos. Nos cães fazemos 2mg/kg na dose de ataque e depois a manutenção 1mg/kg VO ou IV SID Nos gatos fazemos 2mg/kg na dose de ataque e depois a manutenção1mg/kg VO ou IV SID Nos equinos e bovinos fazemos 2,2mg/kg VO ou IV, IM SID o Ketofen 1% (injetável) o Ketofen 5mg e 20 (comprimidos) DERIVADOS DE PIRAZOLONA ✔FENILBUTAZONA (IV), oxifenilbutazona, antipirina, aminopirina e dipirona Mecanismo de ação: → São inibidores competitivos reversíveis da COX Propriedades farmacológicas: → anti-inflamatórias, analgésicas e antipiréticas. FENILBUTAZONA ➜A Fenilbutazona é muito utilizada em equinos em inflamações articulares e ósseas (claudicação), cólicas e afecções de tecidos moles, embora sua ação seja melhor em problemas osteomusculares. ➜Na biotransformação da Fenilbutazona ela ainda produz o oxifenbutazona que é um metabolito ativo e a hidroxifenilbutazona. ➜A meia vida nos cães e equinos é de 3-8h e nos bovinos de 37h o período hábil em equinos é de 8-12h, então fazemos a Fenilbutazona a cada 12h (2x ao dia). ➜A fenilbutazona tem alta ligação as PP e seus efeitos adversos são distúrbios do TGI, hepatotoxicidade, nefropatias. ➜A dose de ataque nos equinos é de 4,4mg/kg (fazemos a dose de ataque por 5dias e não fazemos manutenção, não é comum, mas temos a dose de manutenção) e de manutenção é de 2,2mg/kg IV BID DIPIRONA ➜A dipirona tem capacidade, segundo alguns estudos de inibir a COX 3, tem um efeito de potencializar os efeitos dos opióides. Tem ótima ação antipirética, apenas com 30 minutos após a administração temos a redução de 1ºC. ➜Ela não é aprovada nos EUA, pois os humanos podem desenvolver anemia aplásica (aplasia de medula óssea). ➜Temos poucos efeitos colaterais no TGI. Ela não é um bom anti-inflamatório, por isso usamos ela associada a outro tipo de anti-inflamatório. ➜A dose nos cães é de 25-30mg/kg TID, nos gatos é 25mg/kg BID PO e em gotas fazemos 1 gota por cada kg DERIVADOS DO ÁCIDO ENÓLICO ✔PIROXICAN, MELOXICAM, tenoxican (não seletivo de cox) e banumetona (não seletivo de cox) Mecanismo de ação: → Eles são inibidores competitivos reversíveis da COX → O Meloxicam tem inibição seletiva prefencialmente da COX 2. Propriedades farmacológicas: → Tem efeitos analgésicos, antipiréticos e anti- inflamatórios e seu uso é aprovado para cães e gatos. Efeitos adversos: → Seus efeitos adversos são distúrbios do TGI, como vômitos e diarreia, já o Meloxicam tem raros efeitos indesejados. MELOXICAM ➜O Meloxicam é utilizado em casos de artrite, osteítes, osteoartrite, espondiloses, displasia coxofemoral, calcificação de discos vertebrais, reparação de fraturas, traumatismos e podemos usar em pós operatórios de artroplastias e outras cirurgias ortopédicas e tecidos moles. ➜O Meloxicam inibe 12x mais a atividade da COX 2 do que a atividade da COX 1. Seu uso é aprovado para os gatos. ➜Sua dose nos cães é de 0,2/kg SID (ataque), IV/SC PO seguido de 0,1mg/kg SID PO, SC em casos de uso crônico. Nos gatos a dose é 0,2mg/kg SC, PO seguida de 0,1mg/kg SID PO a cada 3-4 dias e em casos crônicos a dose é de 0,025mg/kg 2-3 vezes por semana. Nos equinos a dose é 0,3mg/kg SID, não é comum, pois temos apenas em comprimido. PIROXICAN ➜O Piroxican impede a formação e radicais livres de oxigênio (diminui a lesão celular) e impede a ativação e agregação de neutrófilos. Ele é mais específico de COX 1 e sua administração nos gatos não é recomendada, apenas o Meloxicam é recomendado. ➜Sua indicação é em casos artrite, inflamação da musculatura esquelética. Sua dose é 0,1mg/kg SID por 3 dias apenas, por conta da sua ação na COX 1. Em gotas podemos fazer 1 gota por kg ÁCIDOS AMINONICOTÍNICOS ✔Flunixina meglumine ➜Tem ação analgésica e anti-inflamatória para os equinos, podendo ser utilizada em casos de cólica e distúrbios musculoesqueléticos e artropatias, inflamações oculares, mastites, gastroenterites e afecções pulmonares nos bezerros e distúrbios respiratórios em geral. Ele é 4x mais potente que a fenilbutazona, tem baixa margem de segurança e nos cães ele é nefrotóxico e causa lesões gástricas. ➜Tem ação antiendotóxica e em quadros de cólica ou diarreia, as chances do animal ter uma endotoxemia (sintomatologia sistêmica) por conta da liberação do LPS das bactérias é grande e contra isso podemos usar o Flunixina meglumine com ¼ da dose normal. Ele é muito utilizado nos pós cirúrgicos. ➜A dose antiendotóxica é ¼ da dose anti-inflamatoria fazendo de 3-4 vezes ao dia. A dose é 0,25mg/kg. ➜Sua dose normal é nos equinos é de 1,1mg/kg e 2,2mg/kg (ataque) para ruminantes e a dose de manutenção é 1,1mg/kg. ➜Nos cães a dose é 0,5 -1mg/kg por apenas 3 dias SID VO, IM ou IV e em gatos a dose é 1mg/kg também por apenas 3 dias SIS, VO, IM ou IV. INIBIDORES SELETIVOS DE COX 2 ✔Firocoxib ➜Eles atuam apenas na COX 2 e o Firocoxib é o mais recente inibidor seletivo de COX 2 e seu uso é aprovado para cães. ➜Tem capacidade de inibir a COX 2 com o mínimo de impacto na atividade da COX 1. Seus efeitos são anti- inflamatórios, analgésicos e antipiréticos. Não deve ser utilizado em gestantes, lactantes e filhotes até 7 meses de idade e não deve ser usado em gatos. ➜Prevocox: Sua dose nos cães é de 5 mg/kg SID VO Anti-inflamatórios que não atuam pela inibição de eicosanoides: → Dimetil sulfóxido DMSO – subproduto do processamento da madeira e da destilação do petróleo e agora vem sendo muito utilizado como veículo para diversos medicamentos *muito utilizado em equinos topicamente para processos inflamatórios locais. *Veículo é uma substância que colocamos um princípio ativo (fármaco) para que a molécula do princípio ativo fique estável e ativa, o veículo pode ser oleoso, aquoso. Depois da aplicação do DMSO tópica ou nas mucosas, ele é bem absorvido em cerca de 5 minutos e é distribuído para os diferentes tecidos em apenas 20 minutos. Ele possui a propriedade de carregar consigo substâncias de pequeno peso molecular, exemplo, medicamentos muito hidrossolúveis, que tem muita dificuldade de atravessar as membranas celulares, quando associadas ao DMSO, ele consegue carregar com ele essas substâncias. O DMSO tem ação anti-inflamatoria vinculada com a remoção dos radicais livres, principalmente as hidroxilas, tem ação analgésica por diminuir os impulsos aferentes nervosos a partir das áreas inflamadas, ele reduz a agregação plaquetária, protege o endotélio vascular, diminui a formação de trombos, aumenta a perfusão tecidual, melhora a ação estilizadora de membranas que é regularizada pelos corticoides e inibir a quimiotaxia das células inflamatórias. Ele é capaz de atravessar a barreira hematoencefálica, ele diminui a produção de prostaglandinas no SNC, reduz o processo inflamatório no SNC em casos de trauma, pro exemplo. Por ele atravessar a barreira hematoencefálica e por ter capacidade de carrear outras substâncias junto com ele, conseguimos fazer tratamento com substâncias que não atravessam a barreira. Ex:uma doença em equinos que é transmitida por protozoário, temos uma encefalopatia protozoótica que atinge o SNC dos equinos (bambeira) e o tratamento é com o uso de anti-inflamatórios e combater os protozoários no SNC, mas esses medicamentos contra os protozoários não conseguem atravessar a barreira, com isso fazemos o uso do DMSO e ele consegue levar esse medicamento para dentro do SNC e matar aqueles protozoários. Quando fazemos a associação com anestésicos, temos uma maior toxicidade. Sua metabolização é pulmonar. Ele pode ser administrado por via venosa, mas com cautela, devemos diluir no soro e a concentração no soro não pode ser superior a 20%, pois se a concentração for maior que 20% causamos uma hemólise muito intensa no animal. O uso do DMSO nos cães é para o alívio das afecções inflamatórias de ouvido e nos equinos fazemos o uso quando temos processos inflamatórios nos membros e trauma cerebrais e coluna. O uso prolongado nos cães pode levar ao desenvolvimento de cataratas. Os efeitos colaterais do DMSO são edema, eritema, desidratação cutânea e prurido por causa da liberação de histamina. Os equinos tratados podem apresentar áreas com alopecia. Não devemos utilizar o DMSO em animais de consumo, nem como vacas leiteiras, pois ele pode ser passado pelo leite. E ele não deve ser utilizado no primeiro terço da gestação por ter potencial teratogênico. Há estudos que dizem que o DMSO tem efeitos anticolinesterásicos e com isso devemos tomar cuidado com o uso anterior de Organofosforados e Carbamatos, pois ambos são anticolinesterásicos e com o uso em conjunto ao DMSO podemos potencializar esse efeito e sinais neurológios de intoxicação, nunca utilizar juntos. SUPERÓXIDO DISMUTASE Superóxido dismutase é conhecido como orgoteína. Ela é uma metaloproetína que contêm zinco e cobre e é naturalmente encontrada em pequenas quantidades no fígado e tem capacidade de converter o superóxido em peróxido de hidrogênio e o hidrogênio é convertido em água pela catalse e esse processo inibe a ativação das substâncias quimiotáticas dependentes do superóxido. Pode ser utilizado em cães e equinos. Sua administração é em casos de inflamações articulares e em tecidos moles. A administração intra- articular melhora a viscosidade do líquido sinovial. Outra via que não seja intra-articular é questionável, pois essa substância (metaloproetína) tem um tamanho molecular muito grande e com isso tem uma baixa absorção sistêmica. A dose letal dessa substância é 40 mil vezes que a dose terapêutica, com isso ele é bem seguro. Efeitos adversos AINE – • Gastrite e ulceração TGI (vômitos, diarréia) • Inibição da agregação plaquetária • Inibição da motilidade uterina • IRA/IRC • Alterações hepáticas Particularidades dos felinos: • ↓ Capacidade de glucuronização hepática • Efeitos tóxicos com o uso de compostos fenólicos como paracetamol • Meia-vida longa de fármacos como carprofeno e aspirina Precauções = nunca associar dois AINES´s diferentes; intervalo para troca de anti-inflamatórios: no mínimo 24 horas → Evitar em fêmeas prenhes (PG envolvidas na fisiologia da gestação) → Neonatos (fígado e rins não estão totalmente funcionantes – T1/2 maior) → Idosos (fígado e rins não estão totalmente funcionantes – T1/2 maior) → Aumentar o intervalo de aplicações → Doses baixas Contraindicações absolutas: o Doença erosiva ativa do TGI o Qualquer distúrbio gastrointestinal o Insuficiência renal o Desidratação, hipovolemia, hipotensão o Trombocitopenia o Uso concomitante com outros AINEs e/ou conticosteróides Administração restrita a pacientes: o Normovolêmicos o Normotensos o Hidratados o Função renal e hepática normal o Sem evidências de alterações hemostáticas o Sem ulceração gástrica o Não estão fazendo uso de corticoesteróides o Dois ou mais AINE´s não devem ser administrados concomitantemente
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