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GRA0477 FILOSOFIA DO DIREITO E DIREITOS HUMANOS GR1136-212-9 - 202120 ead-13099 03

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25/09/2021 16:44 Ead.br
https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_728042_1&PAR… 1/31
FILOSOFIA DO DIREITO E FILOSOFIA DO DIREITO E DIREITOSDIREITOS
HUMANOSHUMANOS
Me. Chr ist iane S ingh Bezerra Bou Khezam
IN IC IAR
25/09/2021 16:44 Ead.br
https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_728042_1&PAR… 2/31
introdução
Introdução
Nesta Unidade abordaremos a evolução histórica dos direitos humanos, com
destaque aos principais acontecimentos da Antiguidade, na Era Medieval e na
modernidade que in�uenciaram o surgimento dos Direitos Humanos.
Em seguida, trataremos da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e
seu papel no sentido de Consagração dos Direitos Humanos, assim como a
importância do Tribunal de Nuremberg na judicialização desses direitos.
Ainda no contexto de evolução, abordaremos as gerações e dimensões dos
direitos humanos, suas características, os direitos e as garantias fundamentais.
E, por �m, apresentaremos de que forma os direitos humanos se apresentam
no ordenamento jurídico brasileiro e a recepção dos tratados internacionais
sobre o tema.
25/09/2021 16:44 Ead.br
https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_728042_1&PAR… 3/31
A compreensão da importância dos direitos humanos no mundo só pode ser
alcançada a partir da compreensão de sua evolução histórica. Entender os
acontecimentos que in�uenciaram na formação desses direitos, bem como os
instrumentos que os consagraram, passa necessariamente pelo pensamento
dos jus�lósofos da Antiguidade, como Sócrates, Platão, Aristóteles e Cícero, até
chegar nos pensadores pós-modernos, como Luhmann, Alexy, Dworkin e outros.
Nessa perspectiva, convém destacar que, na Antiguidade, dominada por um
pensamento teocêntrico - cujo poder soberano era exercido por um monarca,
constituído representante de Deus na terra e ao qual todos deviam obediência -
já se observava preceitos de direitos humanos no pensamento de alguns
jus�lósofos. Estes contrariando os dogmas da época demonstravam uma visão
antropocêntrica de temas como ética, moral e justiça, que são fundamentais
para a consagração e a tutela dos direitos humanos. Nesse sentido, Almeida
(2009) destaca que:
Os direitos humanos naOs direitos humanos na
Antiguidade, na Era Medieval e naAntiguidade, na Era Medieval e na
Era ModernaEra Moderna
25/09/2021 16:44 Ead.br
https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_728042_1&PAR… 4/31
É a partir de Sócrates, no século V a.C., que a �loso�a passa a ter
como eixo central de suas re�exões a formação do cidadão e do
sábio virtuoso. Sócrates pode ser considerado o primeiro �lósofo
antropocêntrico. No século IV a. C Platão e Aristóteles tinham como
tema principal de seu pensamento �losó�co a pessoa humana e suas
relações (ALMEIDA, 2009, p. 2).
Seguindo os passos de Sócrates e Platão, na Roma antiga, temos na �gura de
Cícero uma importante contribuição para os direitos humanos, uma vez que ele
é o responsável por lançar os primeiros conceitos sobre igualdade de direitos,
injustiça e tirania. Ainda segundo o autor, “a liberdade é condição essencial de
vida” (CÍCERO, 2007, p. 14), na perspectiva do pensamento de Cícero, liberdade e
igualdade são fundadas no direito natural e são essenciais a todos os indivíduos.
Pela essência do pensamento desses jus�lósofos, observa-se que na
Antiguidade já havia claramente um pensamento voltado à tutela dos direitos
humanos, no entanto, é evidente que naquele momento não havia ainda a
dimensão dos dias atuais em relação ao tema, sendo, portanto, pensamentos
embrionários da defesa dos direitos humanos e da necessidade de resguardar
direitos inerentes ao homem.
No entanto, até o �m da Idade Média o mundo era dominado por uma visão
teocêntrica, de modo que todas as ações dos homens e todos os seus direitos
gravitavam em torno da ideia do poder divino e soberano, logo, não havia
nenhuma preocupação em garantir direitos aos indivíduos, pois estes deveriam
viver segundo os desígnios de seus soberanos e de Deus.
O poder soberano era exercido pelo rei que comandava seus súditos que, por
sua vez, eram desprovidos de qualquer direito, cabendo a eles apenas a
obediência às decisões do rei, que atuava de acordo com suas próprias
vontades, não estando sujeito a nenhum tipo de regra. Desse modo, liberdade e
igualdade eram termos completamente distantes da realidade daquele período.
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https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_728042_1&PAR… 5/31
A partir do século XVIII, percebe-se o surgimento de uma nova concepção que se
alicerçava na ideia de fazer cessar o arbítrio dos governantes. Esse movimento
se alastrou por toda a Europa e propunha o �m do poder despótico e, assim,
diversas revoluções se sucederam buscando estabelecer um “governo de leis e
não de homens” (FERREIRA FILHO, 2010, p. 19).
Surgem, então, as ideais iluministas, que colocam em xeque esse poder
absoluto e desmedido exercido pelos reis. Os iluministas questionaram, de
forma veemente, o pensamento medieval contrapondo-se, inclusive, às
concepções católicas reinantes até então, para combater a ideologia de
supremacia da fé sobre a razão. Questionou-se, ainda, o poder absoluto dos
reis, como uma concessão divina e, obviamente, abriu-se espaço para um
pensamento humanizado, voltado para o fato de que o homem deveria ser o
centro do universo e não o divino. Essa, certamente, foi a grande contribuição
do iluminismo em matéria de consolidação do conceito de direito humanos.
A partir do pensamento iluminista difundido, principalmente, por importantes
 intelectuais da época, como Diderot, Voltaire, Kant, Hegel e outros, consolidou-
se uma mudança de paradigma fundada, especialmente, na ideia de “separação
do Estado com relação à vida privada dos indivíduos” (GORENDER, 2004, p. 13).
Nesse contexto, o valor da liberdade foi consagrado e difundido como um
direito dos indivíduos, com a consequente limitação do Poder do Estado. Esse
processo se deu por meio dos movimentos revolucionários, como a Revolução
Francesa, em 1789, e a Independência do Estados Unidos, em 1776. Esses
movimentos consagraram os direitos individuais e inauguraram uma nova
concepção de vida e de direitos, fundada no ideal de liberdade e de igualdade
preconizados pela Revolução Francesa.
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https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_728042_1&PAR… 6/31
Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão (1789)
As ideias iluministas rapidamente se propagaram pela Europa e, a partir daí,
instaurou-se um clima de preocupação com a tutela dos direitos do homem.
Essa preocupação, aliás, �cou evidente em diversos movimentos e não se
restringiu à Europa, visto que os Estados Unidos também já haviam dado um
grande passo nesse sentido.
Dito isso, podemos a�rmar que a grande contribuição da Inglaterra ocorreu em
1689, com a assinatura da Bill of Rights, uma Declaração de Direitos, “que
garantia a legalidade do Parlamento em controlar de diversas formas os
poderes do monarca” (CASADO FILHO, 2012, p. 30). O documento mencionado
foi considerado a primeira declaração moderna a limitar os poderes de um
soberano, o que representa uma importante conquista no caminho de
efetivação de direitos humanos elementares relacionados à liberdade.
Igualmente importante foi o processo de Independência dos Estados Unidos em
saiba mais
Saiba mais
Para compreender mais sobre os antecedentes do Direitos Humanos, sua evolução
histórica e os fatos que in�uenciaram a consagração desses direitos no contexto
internacional, leia o conteúdo disponível no link a seguir:
<https://nacoesunidas.org/direitoshumanos/>.Acesso em: 1 maio 2019.
ACESSAR
https://nacoesunidas.org/direitoshumanos/
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https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_728042_1&PAR… 7/31
1776. A partir desse acontecimento, veri�ca-se uma preocupação mais
especí�ca com os direitos da pessoa humana e, também, uma limitação para a
intervenção estatal.
Embora tenha representado um avanço tremendo para época “a Declaração de
Independência Americana e a Constituição Americana, não asseguraram uma
igualdade efetiva a todos os americanos” (CASADO FILHO, 2012, p. 31). Mesmo
após a Independência, a questão racial ainda continuou sendo uma mácula na
história dos Estados Unidos, já que a escravidão só foi abolida após muitas
guerras e, até no século XX, a questão racial ainda representava um problema
gravíssimo para o país.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem não é considerada uma norma
de caráter compulsório, porém, tem caráter vinculante, pois é seguida pelos
Tribunais do mundo todo, inclusive, pelo Supremo Tribunal Federal, no que diz
respeito a resguardar direitos fundamentais, cujo respeito representa a garantia
da dignidade humana.
25/09/2021 16:44 Ead.br
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atividade
Atividade
Os direitos humanos não surgiram prontos e completos, mas acompanharam o
desenvolvimento da sociedade. Na medida em que a sociedade evolui, surge a
necessidade de tutelar direitos e assim foi se estruturando toda a teoria dos Direitos
Humanos. Com relação ao surgimento e à evolução dos direitos humanos, assinale a
alternativa correta.
a) As primeiras remissões aos Direitos Humanos são veri�cadas a partir de
Sócrates que tinham como tema principal de seu pensamento �losó�co a
pessoa humana e suas relações.
b) A primeira vez que a se discutiu questões pertinentes aos Direitos Humanos
foi após a Primeira Guerra Mundial.
c) Na Antiguidade, qualquer expressão voltada à tutela de Direitos Humanos
era fortemente rechaçada. Segundo a concepção aristotélica, os Direitos
Humanos se contrapunham à visão teocêntrica daquele período.
d) Platão e Sócrates negavam veementemente qualquer pensamento de tutela
de direitos do cidadão por considerarem tal tipo de pensamento uma oposição
ao teocentrismo por eles defendido.
e) A noção de pessoa humana é recente na história da humanidade, tal
expressão só passou a ser admitida a partir da Declaração Universal dos
Direitos do Homem.
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https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_728042_1&PAR… 9/31
Muitos acontecimentos in�uenciaram a formação da teoria dos Direitos
Humanos, ou seja, os Direitos Humanos re�etem a própria evolução da
sociedade, portanto, é re�exo de uma época e de uma determinada sociedade.
Nesse contexto, alguns acontecimentos foram muito signi�cativos para a
formação da Teoria dos Direitos Humanos, dentre eles podemos destacar as
duas Grandes Guerras Mundiais.
Tribunal de Nuremberg
Atualmente, um dos grandes desa�os em matéria de Direitos Humanos é a sua
justicialização na ordem internacional. O Tribunal de Nuremberg teve um papel
muito relevante nesse processo, já que foi o primeiro Tribunal Internacional
criado para julgar crimes contra a humanidade.
O Tribunal de Nuremberg foi um Tribunal Militar Internacional, instituído em
1945 pelo acordo de Londres e tinha como função julgar os criminosos de
Evolução histórica dos DireitosEvolução histórica dos Direitos
HumanosHumanos
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https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_728042_1&PA… 10/31
guerra. De acordo com Piovesan (2006), mais especi�camente “com a
competência de julgar os crimes cometidos ao longo do nazismo, seja pelos
líderes do partido, seja pelos o�ciais militares” (PIOVESAN, 2006, p. 34).
Importante destacar que diferente do que ocorre no ordenamento jurídico
interno - em que cada país institui suas normas, com fundamento em sua
soberania - no direito internacional, essa relação é mais complexa, por isso
julgar crimes cometidos contra a humanidade, como se fez necessário no pós-
guerra, requer a utilização de mecanismos diferenciados e que estejam em
consonância com o direito internacional.
Por essa razão, a estrutura e a competência do Tribunal foram determinadas
por um Tratado Internacional, no caso, o Acordo de Londres, que entre outros
detalhes de�niu quais os crimes o Tribunal julgaria, a citar:
Crimes contra a paz;
Crimes de guerra;
Crimes contra a humanidade.
Quanto à fundamentação das decisões proferidas pelo Tribunal, o autor
Piovesan (2006) destaca que:
O Tribunal de Nuremberg aplicou fundamentalmente o costume
internacional para a condenação criminal de indivíduos envolvidos
na prática de crime contra a paz, crime de guerra e crime contra a
humanidade, previsto pelo Acordo de Londres (PIOVESAN, 2006, p.
35).
Dessa forma, mesmo que pesem as críticas lançadas aos mecanismos do
Tribunal, certo é que sua contribuição foi essencial para demonstrar que no
contexto internacional, especialmente, quando a questão envolve Direitos
Humanos, é necessário mitigar a soberania nacional e penalizar os indivíduos,
mesmo que estes em tese não sejam sujeitos do direito internacional. Foi
também graças ao Tribunal de Nuremberg que se de�niu a aplicação do
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costume internacional como fundamento para as condenações em crimes de
guerra, visto que apenas os tratados internacionais não são capazes de prever
todas as situações que necessitem de punição.
Figura 3.1 Tribunal de Nuremberg
Fonte: Olga Popova / 123RF.
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atividade
Atividade
Leia o trecho a seguir:
“O Tribunal de Nuremberg foi criado por um tratado, o Acordo de Londres, �rmado
entre as Quatro Potências em 8 de agosto de 1945, ou seja, exatos três meses após a
rendição incondicional da Alemanha. Toda a base organizacional, desde os limites de
sua jurisdição até os detalhes procedimentais dos julgamentos, foi acordada entre as
Quatro Potências por meio de negociações, sem limitarem-se a suas próprias normas
jurídicas internas”.
ZOCOLER, M. R. O Tribunal Militar Internacional para a Alemanha: Tribunal de
Nuremberg: seu caráter de exceção e o princípio da legalidade. In: Revista Jus
Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, n. 3766, 2013. Disponível em:
<https://jus.com.br/artigos/25599>. Acesso em: 1 maio 2019.
Com base na citação apresentada sobre o Tribunal de Nuremberg, assinale a
alternativa correta:
a) Era um Tribunal, ad hoc, criado especi�camente para julgar os criminosos do
Eixo Europeu.
b) Era um Tribunal Internacional, com competência para julgar qualquer crime
de guerra.
c) Era um Tribunal ad hoc, com competência exclusiva para julgar criminosos de
guerra alemães.
d) Era um Tribunal de Exceção criado pelos alemães e que tinha a função de
julgar os criminosos de guerra.
e) Era um Tribunal permanente com o escopo de julgar crimes contra a
humanidade.
https://jus.com.br/artigos/25599
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Os Direitos Humanos foram desenvolvendo-se na medida em que a própria
sociedade evoluiu, desse modo, eles representam as demandas da sociedade
em um determinado período. Para tentar demonstrar essa evoluçãode forma
didática, podemos classi�cá-los em gerações ou dimensões e , nesse tocante, a
classi�cação mais aceita é aquela que atribui aos referidos direitos três
dimensões/gerações, a citar:
1. Primeira geração/dimensão - Direitos Civis e Políticos;
2. Segunda dimensão - Direitos Sociais;
3. Terceira dimensão - Direitos de Solidariedade ou Fraternidade.
Importante destacar que ainda paira uma discussão acerca da terminologia
mais adequada para a classi�cação dos Direitos Humanos. Para alguns, o termo
“geração” não seria o mais conveniente por remeter à ideia de sucessão de
Classi�cação dos DireitosClassi�cação dos Direitos
Humanos: GeraçõesHumanos: Gerações
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direitos, já que, na verdade, eles não são sucedidos um pelos outros, mas
acrescidos ao rol de direitos a serem tutelados.  
Nesse sentido, o autor Paulo Bonavides, por exemplo, utiliza a terminologia
“geração” sob o fundamento de que esse termo remete à forma como
historicamente esses direitos foram inseridos nas constituições dos países.
Segundo ele, “os direitos fundamentais passaram na ordem institucional a
manifestar-se em três gerações sucessivas, que traduzem sem dúvida um
processo cumulativo e quantitativo” (BONAVIDES, 1993, p. 517).
Em contrapartida, veri�ca-se aqueles que entendem que o termo “gerações” não
seria apropriado por remeter a uma ideia de substituição. Nesse sentido,
merecem destaque as lições do autor Sarlet (2007), segundo o qual:
Em que pese o dissídio na esfera terminológica, veri�ca-se crescente
convergência de opiniões no que concerne à idéia que norteia a
concepção das três (ou quatro, se assim preferirmos) dimensões dos
direitos fundamentais, no sentido de que estes, tendo tido sua
trajetória existencial inaugurada com o reconhecimento formal nas
primeiras Constituições escritas dos clássicos direitos de matriz
liberal-burguesa, se encontram em constante processo de
transformação, culminando com a recepção, nos catálogos
constitucionais e na seara do Direito Internacional, de múltiplas e
diferenciadas posições jurídicas, cujo conteúdo é tão variável quanto
as transformações ocorridas na realidade social, política, cultural e
econômica ao longo dos tempos. Assim sendo, a teoria dimensional
dos direitos fundamentais não aponta, tão-somente, para o caráter
cumulativo do processo evolutivo e para a natureza complementar
de todos os direitos fundamentais, mas a�rma, para além disso, sua
unidade e indivisibilidade no contexto do direito constitucional
interno e, de modo especial, na esfera do moderno ‘Direito
Internacional dos Direitos Humanos. (SARLET, 2007, p. 55).
Independente da nomenclatura, é importante compreender que os Direitos
Humanos formam uma unidade, cuja consagração de novos direitos é inerente
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à historicidade que os caracteriza. Ademais, as gerações/dimensões se
complementam e, uma vez consagradas, não deixam de existir, posto que são
inalienáveis e irrenunciáveis, além de inerentes à própria existência humana.
Desse modo as dimensões/gerações têm por escopo relacioná-las às demandas
sociais de determinado período e, também, à forma como foram recepcionadas
no ordenamento jurídico interno.
Nesse sentido, podemos destacar que os direitos civis e políticos, também
chamados de direitos de primeira dimensão, consolidaram-se após a Declaração
Universal dos Direitos do Homem, por meio do Pacto Internacional de Direitos
Civis e Políticos. Os direitos consagrados no referido Pacto dizem respeito à
liberdade e representam “poderes de agir, ou não agir, independentemente da
ingerência do Estado” (FERREIRA FILHO, 2010, p. 41).
Esses direitos surgiram no contexto das Revoluções Burguesas, especialmente,
da Revolução Francesa e Gloriosa, e tratam-se de prestações negativas, cujo
objetivo é limitar a ação do Estado e permitir que o cidadão exerça livremente
sua liberdade individual, dentre elas:
1. Liberdade de ir e vir;
2. Liberdade religiosa;
3. Liberdade de manifestação;
4. Liberdade de associação.
Observa-se que a tutela da liberdade se faz no mais amplo sentido e dela
decorrem diversos princípios, tais como: presunção de inocência, legalidade
criminal e processual e outras. É importante ponderar que a consagração desses
direitos foi extremamente in�uenciada pelo pensamento iluminista.
Os direitos de segunda dimensão, por sua vez, são direitos decorrentes de uma
concepção socialista, que se desenvolveu no contexto da Revolução Industrial
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como resposta à ausência de direitos sociais, sobretudo, aos operários que
eram submetidos à condições degradantes de trabalho naquele período.
De acordo com Almeida (2009), os Direitos de segunda dimensão dizem respeito
às “prestações positivas do Estado: a satisfação das necessidades sociais,
econômicas e culturais do cidadão depende da ação do Estado” (ALMEIDA, 2009,
p. 18). Esses direitos traduzem e relacionam-se com princípios de igualdade de
direitos para todos, de forma concreta.
É importante que se compreenda que o surgimento dos direitos de segunda
dimensão não implica em abandono dos direitos de liberdade, anteriormente
consagrados na primeira dimensão. Trata-se, em verdade, de uma evolução na
conquista de Direitos Humanos, que complementa o rol de direitos
anteriormente conquistados. É importante dizer que esses direitos coexistem e
se complementam, uma vez que uma das principais características dos Direitos
Humanos é exatamente sua complementaridade, ou seja, devem ser pensados
de forma conjunta e interativa. Entre esses direitos estão:
I. A igualdade de gênero;
II. A igualdade racial;
III. Direito ao trabalho digno.
Os direitos consagrados são efetivados por meio de políticas públicas,
instituídas pelo Estado e que, infelizmente, no Brasil, ainda não são uma
realidade, visto que muitos direitos pertencentes não só a essa, mas a todas as
dimensões/gerações, não estão totalmente efetivados por ine�ciência do
Estado.
Após consagrar nas duas dimensões anteriores os direitos de titularidade
individual, a terceira dimensão traz os direitos de titularidade coletiva, também
tratados pela doutrina como direito ao desenvolvimento. Estão nesse contexto,
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o direito ao meio ambiente saudável e o direito à paz, à solidariedade e à
fraternidade (CASADO FILHO, 2012, p. 40).
Os direitos de Terceira Dimensão “devem sua origem à ação dos países de
Terceiro Mundo, que durante o período da Guerra Fria (...) por meio de
competente ação diplomática, inseriram tais direitos na agenda internacional”
(ALMEIDA, 2009, p. 18).
No contexto de evolução de direitos, após os direitos relacionados à igualdade e
à liberdade, consagraram-se aqueles relacionados à solidariedade ou à
fraternidade, considerados direitos de terceira geração/dimensão, que segundo
o autor:
Quatro são os principais direitos: o direito à paz, o direito ao
desenvolvimento, o direito ao meio ambiente e o direito ao
patrimônio comum da humanidade. A eles alguns acrescentam o
direito dos povos a dispor deles próprios. (direito à
autodeterminação dos povos) e o direito à comunicação (FERREIRA
FILHO, 2010, p. 76).
A terceira dimensão/geração de direitos é bastante controversa, pois muitos
desses direitos não se encontram expressamente previstos no texto
constitucional. Embora isso não retire a validade deles, traz questionamentos
acerca de quais seriam os mecanismos hábeis para efetivá-los.
Além disso, há na doutrinaquem atribua alguns desdobramentos a esses
direitos e os classi�quem em uma quarta geração/dimensão. Essa ideia é
defendida por Celso Lafer, segundo ele, os direitos de terceira e quarta geração
ultrapassam a esfera individual (LAFER, 1988, p. 131).
Preferimos, no entanto, optar pela classi�cação dos direitos em apenas três
dimensões, visto que os direitos previstos na referida dimensão/geração são
aqueles que têm como escopo a promoção da qualidade de vida. Portanto, são
de titularidade coletiva ou difusa, diferente das duas primeiras
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gerações/dimensões, nas quais a tutela restringe-se à esfera individual. Desse
modo, caso aceitássemos a existência de mais uma dimensão/geração,
estaríamos abrindo o precedente para um in�ndável número de
gerações/dimensões e estaríamos deixando em segundo plano um fator
primordial nesse contexto que é a busca pela efetivação dos direitos já
consagrados.
Característica dos Direitos Humanos
Com base nas dimensões/gerações dos Direitos Humanos já é possível
compreender suas características. Para tanto, partiremos da ideia,
anteriormente exposta, de que ao se classi�car os Direitos Humanos em
dimensões/gerações não se pretende passar uma ideia de exclusão ou de
substituição, já que uma vez consagrado um direito humano, este não pode ser
suprimido do ordenamento jurídico. Desse fato, decorre suas características:
reflitaRe�ita
Os direitos sociais representam o resultado de longas lutas e protestos da classe
trabalhadora especialmente no período da Revolução Industrial, quando homens,
mulheres e crianças trabalhavam em condições desumanas, sem o mínimo de segurança
e de saúde.
Todo esse cenário de indignidade e de total ausência de direitos fez com que diversos
movimentos se desenvolvessem em busca de condições dignas aos trabalhadores. Nesse
cenário, surgiram leis que proibiam o trabalho em condições degradantes, limitavam a
jornada de trabalho, proibiam o trabalho do menor etc. No entanto, será que no Brasil
superamos esses problemas? Esses direitos estão efetivados?
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a) Históricos - Como se observou, os Direitos Humanos decorrem da natural
evolução da sociedade, sendo consagrados ao longo do processo
desenvolvimento da sociedade;
b) Universais - Por decorrerem do direito natural. Devido ao fato de serem
inerentes a todos os seres humanos, são considerados universais na medida em
que transcendem os ordenamentos jurídicos e, até mesmo, a soberania do
Estado;
c) Imprescritíveis - Podem ser exigidos a qualquer tempo, são inerentes à pessoa
humana por acompanhá-la desde antes de seu nascimento e, até mesmo, após
sua morte;
d) Inalienáveis - Suas titularidades não podem ser transferidas, visto que
nascem e morrem com seu titular;
e) Irrenunciáveis - Não admitem nenhum tipo de renúncia na medida em que
são inerentes à pessoa.
Ainda com relação as características, observa-se na doutrina algumas variações,
segundo Almeida (2009), por exemplo, além das características anteriores ainda
acrescentam-se as seguintes:
a) Extrapatrimonialidade - Não são dotados de natureza econômica imediata;
b) Inviolabilidade - As disposições infraconstitucionais devem sempre estar em
consonância com os Direitos Humanos;
c) Efetividade - Cabe ao Estado garantir que os Direitos Humanos sejam
efetivados;
d) Relatividade - Não existe hierarquia entre os Direitos Humanos, de modo que
podem ser exercidos simultaneamente e são limitados uns pelos outros, por
essa razão, em determinados momentos pode ocorrer colisão entre eles,
quando isso ocorre é necessário valer-se da razoabilidade e da
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proporcionalidade para relativizar um em detrimento de outro, atentando-se ao
mais relevante em um contexto especí�co.
e) Limitabilidade - Não são direitos absolutos, signi�ca dizer que podem sofrer
restrições em situações excepcionais, por exemplo, aquelas previstas nos
artigos 136 a 141 da Constituição Federal.
f) Complementaridade - São direitos que devem ser sempre observados de
forma conjunta e interativa, sempre em consonância com as normas
constitucionais;
g) Indivisibilidade - Os Direitos Humanos devem ser sempre analisados no todo,
de forma conjunta, visto que o descumprimento de um direitos acarreta a
violação de uma série de outros direitos (ALMEIDA, 2009, p. 18).
Direitos e Garantias Fundamentais
No contexto do ordenamento jurídico interno, a tutela dos direitos e a garantia
fundamentais estão necessariamente relacionadas à promulgação da
Constituição Federal de 1988, visto que marca a redemocratização do país e
consagra a dignidade humana como fundamento da República.
Conforme destaca a Constituição Federal, “institucionaliza a instauração de um
regime político democrático e introduz avanço indiscutível na consolidação
legislativa das garantias e direitos fundamentais e na proteção de setores
vulneráveis da sociedade brasileira” (ALMEIDA, 2009, p. 44).
Assim, a partir do momento que estão previstos no ordenamento interno de
cada país, os Direitos Humanos, graças a sua positivação, ou seja, a sua previsão
constitucional, passam a ser vistos como direitos fundamentais e gozam de
coercibilidade, tornando-se dever do Estado restaurá-los quando violados, ainda
que o agente que o violou seja estatal. Para melhor esclarecimento sobre o
conceito de direitos fundamentais, merece destaque as seguintes lições:
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As expressões direitos humanos e direitos fundamentais são muitas
vezes utilizadas como sinônimos. Entretanto, em geral, reserva-se a
expressão direitos fundamentais para designar os direitos
positivados, ou seja, reconhecidos e garantidos pelo Direito positivo,
em âmbito interno (ALMEIDA, 2009, p. 43).
Uma vez entendido o conceito de direitos fundamentais, cabe agora
entendermos o que são garantias. De antemão, já é importante esclarecer que
as garantias podem ser compreendidas a partir de diversos sentidos, contudo,
aquele que mais nos interessa é o da garantia em sentido amplo que, nas
palavras do autor, “são a estrutura institucional organizada que se volta para a
defesa de direitos” ( FERREIRA FILHO, 2010, p. 50).
Em última análise, podem as garantias serem consideradas direitos
fundamentais, decorrentes da proteção que cabe a estes que estão, inclusive,
expressamente previstos na Constituição Federal sob o título “Dos Direitos e
Garantias Fundamentais”, o que signi�ca dizer que são expressamente tutelados
pelo ordenamento jurídico e recebem proteção especial, posto que estão
previstos na lei maior do Estado brasileiro.
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atividade
Atividade
A respeito das gerações/dimensões dos direitos humanos, assinale a alternativa
correta.
a) Os Direitos Humanos de segunda dimensão/geração caracterizam-se por
exigir uma atuação positiva do Estado para sua efetivação.
b) Os Direitos Humanos de segunda dimensão/geração substituíram os direitos
de primeira dimensão por serem mais complexos e evoluídos que os
anteriores.
c) Os Direitos Humanos de segunda dimensão/geração representam os direitos
de solidariedade, por exemplo, os direitos ao meio ambiente saudável.
d) Os direitos de segunda geração/dimensão são aqueles relacionados à
liberdade, representados, portanto, pelos direitos civis ou individuais.
e) Os direitos de primeira dimensão/geraçãosão representados pelos direitos
sociais, ligados ao conceito de igualdade e que se efetivam por meio de Políticas
Públicas.
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O tema Direitos Humanos no Brasil só ganha status constitucional com a
promulgação da Constituição Federal de 1988, a chamada “Constituição Cidadã”,
como a chamou o ilustre constituinte Ulysses Guimarães.
A recepção do tema Direitos Humanos pela Carta Constitucional de 1988 �ca
evidente desde o artigo 1º, especi�camente no inciso III, consagrada com um
dos fundamentos da República Federativa do Brasil a Dignidade Humana; e de
forma expressa, quando no art. 4º, dispõe quanto aos princípios que regem as
relações internacionais, sendo no inciso II contemplada a prevalência dos
direitos humanos.
A análise dos artigos acima mencionados demonstra que o tema Direitos
Humanos ganhou destaque na Constituição Federal, o que o “consagrou como o
maior instrumento de proteção de direitos humanos da história constitucional
do nosso povo” (SIQUEIRA, 2009, 159).
Os Direitos Humanos noOs Direitos Humanos no
Ordenamento Jurídico Brasileiro eOrdenamento Jurídico Brasileiro e
os Tratados Internacionaisos Tratados Internacionais
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Ainda sobre o prestígio dos Direitos Humanos, no contexto da Carta
Constitucional de 1988, são expostas as seguintes considerações:
É necessário frisar que a Constituição brasileira de 1988 constitui o
marco jurídico da transição democrática e da institucionalização dos
direitos humanos no Brasil. O texto de 1988, ao simbolizar a ruptura
com o regime autoritário, empresta aos direitos e garantias
constitucionais ênfase extraordinária, situando-os como o
documento mais avançado, abrangente e pormenorizado sobre a
matéria, na história constitucional do pai (PIOVESAN, 1996, p. 143).
Postas essas considerações, não podemos nos furtar de analisar a recepção dos
tratados internacionais sobre Direitos Humanos pelo ordenamento jurídico
brasileiro, haja vista a globalização trazer à tona a importância do direito
internacional e de seus mecanismos. Consequentemente, ganha relevância
nesse processo os tratados internacionais que versam sobre Direitos Humanos
e, de forma mais especial, a maneira como estes são recepcionados pelo
ordenamento jurídico pátrio.
No caso brasileiro, o processo de incorporação do direito
internacional dos direitos humanos e de seus importantes
instrumentos é consequência do processo de democratização,
iniciada em 1985. O processo de democratização possibilitou a
reinserção do Brasil na arena internacional de proteção de direitos
humanos - embora relevantes medidas ainda necessitem ser
adotadas pelo Estado brasileiro para o completo alinhamento do
país a causa da plena vigência dos direitos humanos (PIOVESAN,
1998, p. 54-55),
Para garantir plena efetividade aos Direitos Humanos no ordenamento jurídico
interno, a Constituição Federal dispôs sobre mecanismos especí�cos para essas
normas determinando, inclusive, no § 2º do artigo 5º, que os direitos
expressamente previstos na Constituição “não excluem outros decorrentes do
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regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que
a República Federativa do Brasil seja parte” (ALMEIDA, 2009, p. 50).
É notório pela previsão constitucional que o ordenamento jurídico recepciona os
tratados internacionais que versem sobre Direitos Humanos, desde que
evidentemente seja o Brasil signatário.
Quanto ao processo de recepção dos tratados internacionais pelo ordenamento
jurídico brasileiro, para que sejam estes dotados de status constitucional,
deverão observar a previsão introduzida pela Emenda Constitucional 45,
acrescentando ao art. 5º da Constituição Federal o § 3º, que estabeleceu:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste
parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de 2009, DLG 261, de
2015, DEC 9.522, de 2018) (BRASIL, 1988).
Assim, o entendimento que tem prevalecido no STF quanto ao ingresso dos
tratados internacionais no ordenamento jurídico brasileiro é que estes têm
caráter ordinário ou supralegal ou, ainda, com status constitucional,
dependendo da opção do Poder Legislativo.
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atividade
Atividade
Sobre a recepção dos Tratados Internacionais que versam sobre Direitos Humanos, no
ordenamento jurídico brasileiro, assinale a alternativa correta.
a) Quando internalizados, os tratados internacionais sobre Direitos Humanos
podem receber status normativo-hierárquico constitucional ou legal.
b) São recepcionados por meio de emenda constitucional, aprovada pelo
Congresso Nacional, em cada Casa, em dois turnos, por três quintos dos votos
dos respectivos membros.
c) São internalizados como lei ordinária, devendo ser aprovados pelo Congresso
Nacional, em cada Casa, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros.
d) São recepcionados como lei complementar, devendo ser aprovados pelo
Congresso Nacional, em cada Casa, em dois turnos, por três quintos dos votos
dos respectivos membros.
e) São recepcionados como emenda constitucional, independentemente da
aprovação pelo Congresso Nacional para adquirir referido status.
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indicações
Material Complementar
LIVRO
A Era dos Direitos
Noberto Bobbio.
Editora: Elsevier.
ISBN: 978-85-352-1561-8.
Comentário: o livro permite uma exata noção do
surgimento dos Direitos Humanos e sua evolução a partir
das demandas mundiais. O autor traz de forma muito
clara a importância de criar mecanismos de efetivação
dos já consagrados Direitos Humanos e divide-os em
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gerações para que seja possível identi�car o bem jurídico
tutelado do qual decorre esse rol de direitos.
FILME
Julgamento de Nuremberg
Ano: 2000
Comentário: o �lme retrata o julgamento dos criminosos
nazistas que praticaram atrocidades durante a Segunda
Guerra Mundial. O Tribunal tinha como objetivo julgar os
criminosos de guerra de forma imparcial e promover a
justiça contra aqueles que cometeram atrocidades contra
a humanidade e, em especial, contra os Judeus. O �lme
traz questões relevantes sobre a história da humanidade,
da �loso�a e do direito.
TRA ILER
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conclusão
Conclusão
Ao longo desta Unidade foi possível veri�car que os Direitos Humanos são tão
antigos quanto a própria sociedade. Mesmo na Antiguidade, já existiam
remissões a esses direitos, veri�camos também que o iluminismo abriu caminho
para que esses direitos começassem a se consagrar na ordem internacional e
que a necessidadede criação de instrumentos para sua efetivação restou claro
pela instituição do Tribunal de Nuremberg.
Nesse sentido, estudamos que a evolução dos Direitos Humanos acompanha o
próprio desenvolvimento da sociedade, conforme é notório pelas
dimensões/gerações de Direitos Humanos, que se complementam ao longo do
tempo e que são consagradas no ordenamento jurídico interno por meio da
recepção dos tratados internacionais que versam sobre Direitos Humanos.
referências
Referências Bibliográ�cas
ALMEIDA, G. A.. Direitos Humanos. São Paulo: Atlas, 2009.
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PIOVESAN, F. A Constituição brasileira de 1988 e os tratados internacionais
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____. Direitos humanos e justiça internacional: um estudo comparativo dos
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SARLET, I. W. A E�cácia dos Direitos Fundamentais. 8ª ed., Porto Alegre :
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IMPRIMIR
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641393/paragrafo-3-artigo-5-da-constituicao-federal-de-1988

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