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VIA OLFATÓRIA E VIA GUSTATIVA

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PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021-1 
 
TUTORIA 12 – PROBLEMA 10 
OBJETIVOS 
1- ANALISAR A VIA OLFATÓRIA E GUSTATIVA CONSIDERANDO A ANATOMIA E FISIOLOGIA (NERVOS 
CRANIANOS ENVOLVIDOS) 
2- EXPLICAR A TRANSDUÇÃO E CONDUÇÃO DOS IMPULSOS DAS VIAS OLFATÓRIAS E GUSTATIVA; 
3- EXPLICAR AS RELAÇÕES ENTRE AS VIAS GUSTATIVAS E OLFATÓRIAS; 
ANALISAR A VIA OLFATÓRIA E GUSTATIVA CONSIDERANDO A ANATOMIA E FISIOLOGIA 
(NERVOS CRANIANOS ENVOLVIDOS) 
VIA OLFATÓRIA (ANATOMIA) 
A olfação, o sentido de cheirar, ocorre em resposta aos 
odores que estimulam receptores sensoriais na 
extremidade superior da cavidade nasal, chamada 
região olfatória. A região olfatória está alinhada com 
um epitélio especializado chamado epitélio olfatório. O 
restante da cavidade nasal está envolvido na 
respiração. 
EPITÉLIO OLFATÓRIO E BULBO OLFATÓRIO 
O epitélio olfatório contém aprox. 10 milhões de 
neurônios olfatórios. Os nervos olfatórios, formados 
pelos axônios desses neurônios bipolares, projetam-se 
por meio de vários pequenos forames na placa óssea 
cribriforme para os bulbos olfatórios. Os axônios fazem 
sinapses com neurônios de segunda ordem do bulbo 
olfatório. A partir dos bulbos, os tratos olfatórios 
projetam-se para o córtex cerebral. Os dendritos dos 
neurônios olfatórios estendem-se pela superfície 
epitelial da cavidade nasal, e suas terminações são 
modificadas em alargamentos bulbosos chamados 
vesículas olfatórias. Estas vesículas possuem cílios 
chamados cílios olfatórios, os quais se inserem em um 
filme mucoso sobre a superfície do epitélio. 
 
 
VIA GUSTATIVA (ANATOMIA) 
As estruturas sensoriais que detectam estímulos 
gustatórios são os botões gustatórios. A maioria desses 
botões está em porções especializadas da língua 
chamadas de papilas. Porém, eles também estão 
localizados em outras áreas da língua, do palato, e até 
mesmo nos lábios e na garganta, especialmente em 
crianças. Os quatro principais tipos de papilas são 
denominados de acordo com seu formato: 
 Filiforme: em formato de filamento 
 Circunvalada: circundada por uma parede 
 Folhada: em forma de folha 
 Fungiforme: em formato de cogumelo. 
Os botões gustatórios estão associados com as papilas 
circunvaladas, folhadas e fungiformes. As papilas 
filiformes são as mais numerosas sobre a superfície da 
língua, porém, não possuem botões gustatórios. Essas 
papilas proporcionam uma superfície rugosa na língua, 
permitindo uma manipulação mais fácil do alimento. 
As papilas circunvaladas são as maiores em tamanho, 
mas as menos numerosas. Oito a 12 dessas papilas 
formam uma linha V entre as regiões anterior e 
posterior da língua. 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021-1 
 
As papilas folhadas estão distribuídas em dobras nas 
laterais da língua e contém botões gustatórios mais 
sensíveis. Elas são mais numerosas em crianças jovens 
e diminuem com o passar da idade. 
As papilas fungiformes estão espalhadas de modo 
irregular por toda a superfície superior da língua, 
aparecendo como pequenos pontos vermelhos 
intercalados entre as papilas filiformes, mais 
numerosas. 
HISTOLOGIA DOS BOTÕES GUSTATÓRIO 
 
Os botões gustatórios são estruturas ovais embutidas 
no epitélio da língua e da boca. Cada botão gustatório 
consiste em três principais tipos de células epiteliais 
especializadas. As células sensoriais de cada botão 
consistem em cerca de 520 células gustatórias e os 
outros dois tipos, não sensoriais, são células basais e 
células de suporte. Cada célula gustatória possui várias 
microvilosidades, chamadas cílios gustatórios, ou cílios 
gustativos, projetando seu ápice em um pequeno 
orifício no epitélio chamado poro gustatório, ou poro 
gustativo. 
EXPLICAR TRANSDUÇÃO E CONDUÇÃO DOS IMPULSOS DAS VIAS OLFATÓRIAS E 
GUSTATIVAS 
VIAS NEURAIS DA OLFAÇÃO (TRANSDUÇÃO E 
CONDUÇÃO) 
As moléculas transportadas pelo ar entram na cavidade 
nasal e são dissolvidas no muco que recobre o epitélio 
olfatório. Algumas dessas moléculas, chamadas 
odorantes, ligam-se a receptores transmembrana de 
odorantes (quimiorreceptores) da membrana dos cílios 
olfatórios. Uma proteína G, associada com cada 
receptor de odorante, é ativada pela ligação do 
odorante. Explicação abaixo: 
1- Membrana plasmática de um cílio olfatório 
não estimulado. O canal iônico com portão 
está fechado. 
2- Um odorante liga-se a um receptor de 
odorante específico. 
3- A proteína G associada é ativada. As 
subunidades ALFA, BETA E GAMA dissociam-
se. A subunidade ALFA da proteína G liga-se e 
ativa a adenilato-ciclase. 
4- A adenilato-ciclase catalisa a conversão do ATP 
a AMP cíclico(cAMP). 
5- O cAMP abre canais iônicos, como canais de 
Na+ e Ca2+ (não mostrados). 
6- A entrada de íons no cílio olfatório causa a 
despolarização do neurônio. 
 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021-1 
 
CURIOSIDADE 
Os receptores de odorantes são compostos por 
sete subunidades polipeptídicas transmembrana 
produzidas por uma grande família de genes. 
Podem ser produzidas aproximadamente 1.000 
combinações de subunidades de receptores de 
odorantes. Esses receptores podem responder a 
odorantes de diferentes tamanhos, formatos e 
grupos funcionais. Essas capacidades, junto com 
múltiplas vias de sinalização intracelular 
envolvendo proteínas G, adenilato-ciclase e canais 
iônicos, permitem a detecção de uma ampla 
variedade de aromas – cerca de 4 mil para a média 
de pessoas. 
Na maioria das pessoas, o limiar para detecção de 
odores é extremamente baixo, de modo que 
poucas moléculas odorantes são necessárias para 
desencadear uma resposta. Aparentemente existe 
especificidade baixa no epitélio olfatório, de modo 
que um receptor pode responder a mais de um tipo 
de odorante. 
Porém, se os receptores tornam-se saturados com 
odorantes, eles não respondem mais a suas 
moléculas. Essa adaptação torna a pessoa menos 
sensível a um odorante após ter sido exposta a ele 
por um curto período. Por exemplo, quando você 
entra pela primeira vez em um cinema, o aroma 
característico da pipoca é notável, mas logo se 
torna menos perceptível após você ter ficado na 
sala por algum tempo. 
Os axônios dos neurônios olfatórios formam os 
nervos olfatórios (nervo craniano I), os quais 
entram nos bulbos olfatórios, onde fazem sinapse 
com células mitrais (triangulares) ou células 
tufosas. As células mitrais e tufosas transmitem a 
informação olfatória ao encéfalo pelos tratos 
olfatórios e fazem sinapse com células granulares 
no bulbo olfatório. 
Os neurônios do bulbo olfatório também recebem 
informações de processos de células nervosas que 
entram através do encéfalo. Como resultado do 
recebimento de informações tanto de células 
mitrais quanto do encéfalo, esses neurônios 
podem modificar a informação olfatória antes que 
esta deixe o bulbo olfatório. 
A olfação é a única sensação principal que é 
transmitida diretamente ao córtex cerebral sem 
passar primeiro pelo tálamo. Cada trato olfatório 
termina em uma área do encéfalo chamada Córtex 
Olfatório ou nas áreas olfatórias secundárias. O 
córtex olfatório fica no lobo temporal e está 
envolvido na percepção consciente do odor. As 
áreas olfatórias secundárias localizadas no lobo 
frontal incluem as áreas olfatórias medial e 
intermediária. 
A área olfatória medial é responsável pelas 
reações viscerais e emocionais a odores e tem 
conexões com o sistema límbico, pelo qual se 
conecta com o hipotálamo. Axônios estendem-se 
da área olfatória intermediária ao longo do trato 
olfatório até o bulbo e fazem sinapse com os 
neurônios do bulbo olfatório, constituindo um 
mecanismo importante pelo qual a informação 
sensorial é modulada dentro dele. 
A retroalimentação a partir da área olfatória 
intermediária é predominantemente inibidora, 
aumentando, assim, a rápida adaptação do sistema 
olfatório. A adaptação ao nível do receptor, ao 
nível do bulbo olfatório e ao nível do sistemanervoso central (SNC) torna o sistema olfatório 
insensível a um odorante após uma breve 
exposição. 
Explicação abaixo: 
1- Processos dos nervos olfatórios, formados 
pelos axônios dos neurônios olfatórios, 
projetam-se por meio dos forames na placa 
cribriforme até o bulbo olfatório. 
2- Axônios dos neurônios no bulbo olfatório 
projetam-se pelo trato olfatório até o córtex 
olfatório ou até as áreas olfatórias secundárias. 
3- O córtex olfatório está envolvido na percepção 
consciente do odor. 
4- A área olfatória medial está envolvida na 
reação visceral e emocional a odores. 
5- A área olfatória intermediária recebe 
informações da área olfatória medial e do 
córtex olfatório. 
6- Axônios da área olfatória intermediária 
projetam-se ao longo do trato olfatório em 
direção ao bulbo olfatório. Potenciais de ação 
conduzidos por esses neurônios modulam a 
atividade dos neurônios no bulbo olfatório. 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021-1 
 
 
FUNÇÃO/NEUROFISIOLOGIA DA GUSTAÇÃO 
(TRANSDUÇÃO) 
Substâncias chamadas sabores, dissolvidas na saliva, 
entram nos poros gustatórios e, por diversos 
mecanismos, levam à despolarização da célula 
gustatória. Essas células não possuem axônios 
clássicos, mas apresentam pequenas conexões com 
neurônios sensoriais secundários. Essas conexões 
apresentam algumas características de sinapses 
químicas. Neurotransmissores (incluindo ATP) são 
liberados das células gustatórias e estimulam 
potenciais de ação nos axônios dos neurônios 
sensoriais associados a elas. 
São reconhecidos cinco tipos principais de sabores: 
salgado, ácido, doce, amargo e umami. 
O sabor salgado resulta da difusão do Na+ por meio de 
canais de Na+ nas microvilosidades ou em outra 
superfície das células gustatórias, resultando na 
despolarização das células. 
O sabor ácido ocorre quando os íons hidrogênio (H+) 
dos ácidos causam a despolarização das células 
gustatórias por três mecanismos distintos: 1. Podem 
entrar na célula diretamente por canais de H+; 2. 
Podem ligar-se a canais de K+ ligante (ou quimio)-
dependentes e bloquear a saída de K+ da célula; 3. 
Podem abrir canais com ligante-dependentes para 
outros cátions e permitir sua entrada na célula. 
Os sabores doce e amargo ligam-se a receptores na 
superfície dos pelos gustatórios e causam a 
despolarização via proteína G. 
O sabor denominado umami (termo japonês com 
tradução livre de ‘’saboroso’’) resulta quando 
aminoácidos, como o glutamato, ligam-se a receptores 
nas microvilosidades das células gustatórias e causam 
a despolarização via proteína G. 
VIAS NEURAIS DA GUSTAÇÃO (CONDUÇÃO) 
As informações do paladar são levadas por três pares 
de nervos cranianos. A corda timpânica (assim 
denominada por cruzar a superfície da membrana 
timpânica da orelha média), um ramo do nervo facial 
(VII), transmite as sensações do paladar a partir dos 
dois terços anteriores da língua, exceto das papilas 
circunvaladas. 
O nervo glossofaríngeo (IX) leva informações de sabor 
do terço posterior da língua, das papilas circunvaladas 
e da faringe superior. 
Adicionalmente a esses dois nervos principais, o nervo 
vago (X) leva poucas fibras com informações do paladar 
a partir da epiglote. 
Esses nervos estendem-se dos botões gustatórios para 
o núcleo do trato solitário do bulbo encefálico. Fibras 
provenientes desse núcleo decussam e projetam-se 
até o tálamo. Neurônios do tálamo projetam-se para a 
área gustatória do córtex cerebral, a qual se encontra 
na ínsula, localizada profundamente na parte inferior 
do giro pós-central do lobo parietal. 
 
Explicação abaixo: 
1- Axônios de neurônios sensoriais, os quais 
fazem sinapse com os receptores gustatórios, 
projetam-se via nervos cranianos VII, IX e X e 
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021-1 
 
passam pelos gânglios de cada nervo (porção 
alargada de cada nervo). 
2- Os axônios entram no tronco encefálico e 
fazem sinapse no núcleo do trato solitário. 
3- Os axônios do núcleo do trato solitário fazem 
sinapse no tálamo; 
4- Os axônios do tálamo terminam na área 
gustatória do córtex cerebral. 
EXPLICAR AS RELAÇÕES ENTRE AS VIAS GUSTATIVAS E OLFATÓRIAS 
Muitas das sensações identificadas como sabores são 
fortemente influenciadas por sensações olfatórias. 
Para demonstrar esse fenômeno, basta solicitar a 
pessoa que prenda o nariz enquanto prova algum 
alimento. 
Com a olfação bloqueada, é difícil distinguir o gosto de 
um pedaço de maça do gosto de um pedaço de batata, 
por exemplo. Essa é uma das razões pela qual uma 
pessoa com resfriado tem a sensação do paladar 
diminuída.

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