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Comunicação organizacional, relações interpessoais e ética

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1 
 
Disciplina: Comunicação organizacional, relações interpessoais e ética 
Autores: M.e Crisbelli Djamilli Domingos Brunet 
Revisão de Conteúdos: Esp. Orlei Candido Antunes 
Revisão Ortográfica: Ana Carolina Oliveira Freitag 
Ano: 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
2 
 
Crisbelli Djamilli Domingos Brunet 
 
 
 
 
Comunicação organizacional, 
relações interpessoais e ética 
 1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2018 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
BRUNET, Crisbelli Djamilli Domingos. 
Comunicação organizacional, relações interpessoais e ética / Crisbelli 
Djamilli Domingos Brunet. – Curitiba, 2018. 
59 p. 
Revisão de Conteúdos: Orlei Candido Antunes. 
Revisão Ortográfica: Ana Carolina Oliveira Freitag. 
Material didático da disciplina de Comunicação organizacional, 
relações interpessoais e ética – Faculdade São Braz (FSB), 2018. 
 ISBN: 978-85-5475-161-6 
 
4 
 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio 
Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 
299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e 
Extensão Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Apresentação da disciplina 
 
Nesta disciplina serão estudados os processos operacionais, inovações, 
leis, administração financeira e estratégias a fim de impulsionar o sucesso da 
organização na qual trabalha. Serão vistos os conhecimentos necessários para 
se tornar um bom líder. 
Será desenvolvida a capacidade de inspirar e influenciar pessoas, para 
que uma equipe possa participar de decisões de maneira engajada e motivada. 
O líder é aquele que se comunica, então será estudado sobre como mobilizar 
pessoas, compartilhar ideias e tornar-se referência pela acessibilidade, 
empenho e espírito de equipe. 
A elaboração do conteúdo da disciplina possui uma abordagem 
dinâmica, pois as teorias são apresentadas de maneira contextualizada com a 
realidade da gestão escolar. Ao fim de cada aula, serão apresentados dados 
estatísticos de pesquisas científicas sobre o tema para contemplar os novos 
conhecimentos. 
A disciplina de Comunicação Organizacional, Relações Interpessoais e 
Ética é dividida em quatro momentos. No primeiro capítulo será aprendido 
sobre comunicação organizacional, relações interpessoais, condutas 
profissionais e inteligência emocional. No segundo capítulo serão abordados: 
liderança, poder, trabalho em equipe e motivação. Em seguida, no terceiro 
capítulo, será estudada a ética profissional, a gestão de conflitos e a gestão por 
competência de talentos. Tendo essas bases construídas, no capítulo quatro 
serão aprofundados o ensino-aprendizagem na cultura organizacional escolar 
e, também, o atendimento às crianças e adolescentes em situação de risco e 
suas relações com o conselho tutelar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Aula 1 - Comunicação organizacional, relações interpessoais e condutas 
profissionais 
 
Apresentação da aula 1 
 
Nesta aula serão apresentados conhecimentos estruturais da disciplina. 
Com o aporte das ciências da linguagem, será estudado o que é comunicação 
organizacional. Em seguida, será direcionado para o estudo das relações 
interpessoais, abordando questões como marketing pessoal e posturas 
profissionais do gestor educacional. 
 
1.1 Comunicação organizacional 
 
Uma organização é um conjunto de pessoas capazes de se comunicar e 
dispostas a contribuir em uma ação, visando alcançar um objetivo comum. 
Quanto mais a economia avança, maiores e mais complexas são as 
organizações no mundo globalizado. Assim, elas promovem impacto na 
qualidade de vida dos indivíduos. Frente a essa realidade, encontra-se a figura 
do gestor que, além de contribuir para o avanço das organizações, tem de criar 
condições de qualidade de vida profissional para a sua equipe. 
 Os seres humanos, integrantes de organizações, possuem duas 
perspectivas a serem consideradas em qualquer situação que envolvem: a 
perspectiva individual, que diz respeito às características próprias de 
personalidade, como valores, atitudes, interesses e aspirações, e, de outro 
lado, a perspectiva de recursos, na qual se insere o conhecimento, 
competências, habilidades e destrezas necessárias à função organizacional. 
Para compreender o indivíduo como um todo, isso é, como aquele que é 
dotado de recursos profissionais na medida em que possui a sua própria 
personalidade, faz-se necessário refletir sobre o comportamento humano. 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:https://image.freepik.com/vetores-gratis/20-pessoas-silhuetas-pe_23-
2147734371.jpg 
 
 
O comportamento é constituído por três elementos: causação, motivação 
e orientação para objetivos. O comportamento é causado, porque é originário 
da hereditariedade e do ambiente do indivíduo; é motivado, na medida em que 
se relaciona aos desejos, impulsos e necessidades que nos fazem tomar 
atitudes ou cometer um ato qualquer; e, também, orientado para objetivos, uma 
vez que as ações nunca são aleatórias, pois tudo o que se faz tem uma 
finalidade. 
 
 
Vocabulário 
Comportamento: Maneira de ser, de agir ou de reagir; 
conduta. Conjunto de reações, observáveis objetivamente, de 
um indivíduo que age em resposta a um estímulo. 
(LAROUSSE, 2004, p. 172). 
 
 
Diante do comportamento como o mais importante aspecto humano do 
convívio social, é importante saber que todas as vezes que os seres humanos 
têm uma necessidade, interrompem o estado de equilíbrio do seu organismo. 
Essa tensão natural ocorre porque sabe-se que não é sempre que se pode 
satisfazer as suas necessidades, que se não forem realizadas, podem ser 
frustradas, compensadas ou transferidas para outra situação, pessoa ou objeto. 
Por isso, a inteligência emocional nas relações interpessoais é o que dita o 
sucesso ou o fracasso na comunicação organizacional. 
 
 
8 
 
1.2 As ciências da linguagem e a comunicação no contexto educacional 
 
Toda abordagem sobre comunicação requer o uso de uma teoria da 
comunicação. São várias as áreas do conhecimento em que são elaboradas 
reflexões sobre esse assunto, mas aqui será dado destaque à pragmática, 
ciência interdisciplinar ancorada na linguística, que investiga o 
comportamento comunicativo humano diante dos mais diferentes contextos. 
Segundo essa ciência, a comunicação e a interpretação constituem-se 
por pelo menos dois processos mentais distintos: pelo resultado da 
decodificação do conteúdo verbal, seguido do reconhecimento das intenções 
comunicativas, que permite identificar não apenas o que foi dito, mas aquilo 
que ‘se quis dizer’ com a informação dada.Essa interação comunicativa, realizada pela negociação de significados, 
obedece a um princípio cooperativo, que parte da ideia de que existe um 
acordo prévio de colaboração na tarefa de se comunicar. Na maior parte do 
tempo, emite-se muito mais significados do que aqueles codificados por meio 
das palavras e enunciados. Por isso, o envolvimento cooperativo entre os 
interlocutores (falantes e ouvintes) possibilita que o implícito seja interpretado e 
a intenção comunicativa transmitida. Afinal, o que difere a inteligência do 
homem da inteligência artificial dos computadores é, justamente, a habilidade 
dos humanos de interpretar informações de maneira não literal. 
 
 
O envolvimento cooperativo entre os interlocutores (falantes e 
ouvintes) possibilita que o implícito seja interpretado e a 
intenção comunicativa transmitida. 
 
 Uma das condições necessárias para uma cooperação comunicativa 
eficaz nas relações humanas, segundo seus padrões de comportamento, é a 
Polidez Verbal. Nos estudos linguísticos, entende-se a polidez como uma 
norma conversacional, cuja violação é potencialmente notada pelos integrantes 
de uma conversação. A polidez compreende a noção de que os interlocutores 
pensam estrategicamente e procuram manter uma imagem pública, isto é, a 
preservação de sua própria face. Assim, a comunicação que diretamente 
 
9 
 
expressa uma ordem, por exemplo, pode representar ameaça à face do ouvinte 
se o comportamento de imperatividade do falante for intenso. 
Por outro lado, existem os atos de fala expressivos, como os pedidos de 
desculpas, os cumprimentos e os agradecimentos, que podem tanto se 
relacionar às situações de cortesia, como a situações constrangedoras ou 
humilhantes. Dessa maneira, a polidez torna-se positiva na busca de 
solidariedade e de aproximação; ou negativa, quando se pretende evitar 
confronto e conflito. Assim, a polidez nada mais é que uma tentativa de 
manipulação da comunicação a benefício do falante que, geralmente, busca 
ser polido a fim de conseguir o que precisa. 
Para Brown e Levinson (1987), autores da Teoria da Polidez, a face é 
uma autoimagem pública que pode ser mantida, reforçada ou perdida. Para 
não prejudicar a própria face, a tendência é a de que o falante busque 
estratégias que suavizem as relações de poder, distância social e necessidade 
de imposição nos atos comunicativos. Segundo os pesquisadores, as 
possibilidades que o falante pode escolher para atenuar ou acentuar conflitos 
são cinco: 
 
(1) “Professora, por favor, você faria o plano de aulas ainda hoje 
para nós? ” 
(2) “Você se importaria de ir fazer o plano de aulas, por favor? ” 
(3) “O plano de aulas está começando a fazer falta...” 
(4) “Faça o plano de aulas! ” 
(5) “Vá logo fazer esse plano de aulas, poxa! ” 
 
Adaptadas aos estudos, as sentenças acima possuem expressões 
linguísticas que permitem que o falante passe da forma mais polida para a 
menos polida, fazendo com que se preserve ou se exponha a face de seu 
interlocutor. 
Nota-se que em (1) o enunciado é cortês, pois suaviza o poder, indica 
aproximação e não é impositiva. Em (2), o enunciado é cortês, expressa 
necessidade e a imposição é feita de maneira regular. No terceiro enunciado, 
há expressão de indiretividade, que pode ou não ser cortês. Em (4) o 
 
10 
 
enunciado representa ameaça de resultar descortês, e, o último, certamente 
acentua conflitos. 
 
1.3 Expressões linguísticas 
 
 
 
 
 
Fonte:https://cdn.pixabay.com/photo/2016/10/12/09/02/multitasking-
1733890_960_720.jpg 
 
 
Obviamente, o propósito da fala, se é sério, brincadeira ou tem como 
objetivo provocar humor, ironia ou sarcasmo, junto com a atenuação da voz, 
são elementos necessários para a real análise das sentenças acima. Mas o 
que é fundamental nesse momento de estudos é como, de que maneira, 
determinadas comunidades constroem suas normas de (im) polidez. A resposta 
é simples. É pela observação dos comportamentos comunicativos das 
pessoas de uma organização que o gestor ou futuro gestor, conseguirá 
elaborar estratégias comunicativas harmoniosas e eficazes. 
 
1.4 Relações interpessoais no contexto organizacional 
 
 O engajamento das pessoas no contexto organizacional depende, 
estritamente, do desenvolvimento das relações interpessoais. Nas situações 
de trabalho, as relações interpessoais são construídas pela comunicação e 
cooperação dos indivíduos nas atividades coletivas que exercem. Na medida 
em que essa interação ocorre, emoções e sentimentos são despertados e isso 
influencia diretamente a produtividade e o clima do ambiente comum. 
 Chanlat (1993), professor de liderança e gestão, descreve que o êxito 
das relações interpessoais é condicionado por pelo menos, três aspectos de 
convívio: a motivação, o cultivo do bom clima e a identidade de equipe. Motivar 
 
11 
 
alguém significa encorajá-lo ao desempenho de suas funções, isso é, utilizar-se 
da comunicação afetiva para que o comportamento orientado para um 
objetivo seja mantido. Esse comportamento é resultado de várias razões que 
atuam ao mesmo tempo, seja pela necessidade de dinheiro, de aprovação 
social ou da vontade de fazer parte de um grupo específico (afiliação). 
O importante é que o gestor saiba que, independente dessas 
necessidades primárias, existem ainda outras de igual importância e que 
precisam ser promovidas a equipe, como a segurança de que uma meta 
traçada é possível de ser cumprida; a estima pelo objetivo comum; e o 
sentimento de realização durante e após o cumprimento de tarefas. 
Pessoas desmotivadas é indício de que talvez falte atenção do gestor no 
cultivo do bom clima organizacional, que depende de ações que promovam o 
diálogo positivo, que é aquele que não prejudica a imagem pública do outro. 
Sem motivação não há engajamento, e sem engajamento não há identidade 
de equipe. Além disso, a tendência a conflitos é consequência de impactos no 
clima de trabalho, em razão de comportamentos comunicativos inadequados e 
outras situações mal resolvidas entre àqueles que integram um mesmo espaço 
social. 
Vale ressaltar que as diferenças na história de vida particular de cada 
um é o que molda os raciocínios que as pessoas fazem diante das situações 
que lhe são apresentadas. Por esse motivo, torna-se completamente possível 
que duas pessoas presenciem um mesmo acontecimento e construam 
representações radicalmente diferentes sobre ele. Assim, as organizações 
tornam-se complexos sociais que unem pessoas com suas diferentes 
percepções, valores e padrões culturais. 
Inserido nas funções elementares de mediador e conciliador, reitera-
se que o gestor precisa ser um atento observador das condutas humanas e dos 
conjuntos de valores que tendem a influenciar a instituição de ensino, a si 
próprio e a sua equipe. Ao conhecer a diversidade de opiniões de seus 
semelhantes, o gestor terá elementos concretos para analisar condutas e 
reunir, de forma coerente com a realidade, os argumentos para as suas 
tomadas de decisões, sejam elas integradas, participativas, democráticas e, 
claro, que respondam aos bons valores da organização. 
 
12 
 
 Como se vê, as relações interpessoais mobilizam processos psíquicos. 
A prática da comunicação, quando é fluida entre o gestor e os integrantes de 
sua equipe, diminui a incidência de comportamentos negativos, além de ajudar 
na criação de um espaço para que as manifestações (críticas, opiniões, 
sugestões) sejam sempre construtivas. No entanto, é importante lembrar que 
pessoas se comunicam não apenas por palavras, mas também por suas 
expressões faciais, olhares, gestos e posturas corporais diversas. É necessário 
estar atento também ao silêncio daqueles que o rodeiam e aquilo que as 
palavras não comunicam, mas que o corpo e as atitudes se encarregam de 
transmitir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2016/10/12/09/03/woman-1733891_960_720.jpgO ambiente de trabalho por si só gera competitividade, uma vez que 
esta é característica natural do ser humano devido a seu instinto de 
sobrevivência. Mediar esses comportamentos competitivos não significa anular 
a produtividade. Pelo contrário, significa reduzir o clima de desentendimentos, 
fofocas, insatisfações e falta de ânimo. Isso é fundamental para que a equipe 
permaneça pautada na ética e no respeito. 
É claro que promover um espaço perfeito de trabalho não é possível e 
nunca será. Super-heróis existem apenas no mundo da ficção e o gestor não é 
capaz de resolver os seus problemas e os problemas de todos ao mesmo 
tempo. Mas, trazemos uma boa notícia: medidas preventivas existem e podem 
ser colocadas em prática! Tanto para a própria satisfação profissional do gestor 
como para a de sua equipe. 
 
 
 
 
13 
 
1.5 Marketing pessoal 
 
Por se viver em uma sociedade atenta aos elementos e estímulos 
visuais, a imagem pessoal tornou-se essencial para o sucesso profissional. 
Qualquer pessoa que pretenda inserir-se no mercado, ou seguir planos de 
carreira, precisa de um esforço de marketing para promover a própria imagem. 
Quanto mais valorizado é o profissional, maiores as chances de promoção. 
 Isso não tem a ver apenas com asseio pessoal, que é aquele em que se 
preza por manter o corpo higienizado e as vestimentas limpas e sempre 
discretas, mas relaciona-se, conjuntamente, a atenção em si mesmo, em seus 
próprios objetivos de vida. São princípios para planejar o próprio sucesso 
dentro e fora das organizações: 
 
➢ Traçar um grande objetivo em longo prazo; 
➢ Listar os objetivos menores e mais precisos a médio e curto 
prazo; 
➢ Montar um plano para alcançá-los e estipular prazos; 
➢ Fazer experiências: procurar descobrir o que gosta; 
➢ Listar os pontos fortes: tirar proveito das características que têm 
e que o tornam melhor no desempenho de determinadas tarefas; 
➢ Listar os pontos fracos e reverte-los em benefícios em certas 
ocasiões; 
➢ Executar o plano. Ser determinado, criativo e flexível. 
 
O que faz do gestor um bom profissional não é apenas a sua habilidade 
de lidar com pessoas, resolver urgências e executar os planos da organização 
na qual faz parte. O bom gestor cuida de si mesmo, preza por sua imagem 
pública, e é atento aos seus próprios objetivos profissionais e aspirações de 
vida. 
 
 
 
 
 
14 
 
Para Refletir 
Se você é gestor, convidamos que faça essa lista. Ela o 
ajudará muito. Se você é um futuro gestor, saiba que o fato 
de estar realizando esse curso já demonstra que você possui 
fortes iniciativas de liderança. Então, mãos à obra! Coloque a 
gestão como o seu grande objetivo e utilize a lista em seu 
favor. Acreditamos em você! 
 
 
1.6 Posturas profissionais 
 
Além de manter as tarefas do marketing pessoal em dia, outras 
medidas existem para o sucesso da gestão e satisfação profissional da equipe. 
Algumas dessas medidas são bem simples. Solicitar à equipe que seja 
chamado pelo nome e não de chefe, senhor, gestor, coordenador ou diretor, 
por exemplo, expressa que é alguém próximo e acessível. Essa acessibilidade 
também pode ser notada no uso da porta da sua sala. Deixá-la aberta sempre 
que possível é fundamental para que as pessoas se sintam à vontade para 
dialogar. 
A condição para que a comunicação eficaz ocorra, é a de um contexto 
fluido propiciado. Chegar ao trabalho, trancar-se na sala e posicionar-se em 
frente ao computador durante a maioria do expediente é um ato que não 
expressa acessibilidade. Olhar para frente e lados, observar e sentir o clima 
do ambiente, cumprimentar cordialmente as pessoas (sem demonstrar maiores 
preferências por uma e outra), andar pelos corredores da instituição para tomar 
conhecimento das situações, e, assim, drenar as ações mais urgentes a serem 
tomadas naquele dia, torna-se essencial antes de adentrar a atmosfera 
particular da sala individual. 
 
Importante 
Um diálogo face a face, cuja comunicação verbal é 
complementada pela seriedade e profundidade do olhar, resulta 
em credibilidade e reafirma a confiança depositada na figura do 
gestor. 
 
15 
 
Contudo, nada disso adianta se tiver no rosto uma expressão sisuda e 
fechada. Não se é capaz de sorrir cem por cento do tempo, tampouco ser feliz 
permanentemente, mas, como seres humanos, pode-se demonstrar atenção e 
disposição aos semelhantes. E como é bom receber feições receptivas! 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:https://br.freepik.com/vetores-gratis/plano-de-fundo-com-profissionais-
sorridentes_1269752.htm#term=sorriso&page=1&position=22 
 
 
Instituídas essas condições básicas de acesso, além da redução da 
tensão no ambiente, ficará muito mais fácil promover ações participativas na 
gestão, que se possa garantir que as boas ideias da equipe sejam ouvidas e 
implantadas para a melhoria das condições de trabalho e da produtividade. 
Além da acessibilidade, outro aspecto que influencia diretamente o 
declínio das relações interpessoais é a prática do trabalho repetitivo, que, a 
longo prazo, gera insatisfação e desgosto. Então, é preciso mover as peças do 
tabuleiro e mãos à obra no acompanhamento! Novos olhares para diferentes 
atividades podem ser muito produtivos, desde que se tenha o consentimento, 
afinidade e competência do indivíduo para a nova função. 
 Falando em atividades, não se pode deixar de mencionar que tarefas 
perigosas levam ao medo e, assim como toda emoção, o medo é contagiante. 
Profissionais da área da educação têm que lidar com os mais variados tipos de 
perigo, desde a escuridão do turno da noite e a falta de policiamento público, 
até a agressividade de alguns alunos e pais. Cabe ao gestor, ouvir as 
dificuldades da equipe e engajar-se na constante melhoria das condições de 
segurança. 
Obviamente, prezar pela segurança é mais fácil no contexto das 
instituições privadas, que, geralmente, possuem melhores disposições 
financeiras para isso. Porém, ainda que a realidade pública seja a de escassos 
 
16 
 
recursos para essa finalidade, bons gestores incitam o espírito de união ao 
incentivar que sejam trocadas, constantemente, informações e alertas sobre 
situações inseguras ou insalubres. Atitudes como essa fortalecem, inclusive, a 
identidade e o espírito de equipe. 
Até o momento, percebe-se a comunicação como o cerne das 
questões que envolvem o gestor. Para que as relações interpessoais sejam 
eficazes, além de possibilitar o ambiente fluido e o acesso ao gestor ou futuro 
gestor, é preciso lembrar de que não basta apenas ouvir, interpretar e tomar 
atitudes frente às situações adversas, mas dar feedbacks à sua equipe, como 
antídoto à falta de transparência nos relacionamentos. 
 
Vocabulário 
Feedback: significa dar a equipe uma resposta sobre os 
resultados das tarefas que desempenham. Por meio dessas 
respostas é que as pessoas tomam conhecimento daquilo 
que se espera delas no desempenho de suas funções. 
 
 
Um grupo de professoras brasileiras, de pós-graduação em 
administração, realizou uma pesquisa interessante sobre os motivos que 
dificultam o bom relacionamento interpessoal no contexto organizacional. O 
levantamento feito por elas demonstrou que as maiores incidências negativas 
nas relações interpessoais recaem sobre a falta de diálogo. 
 
 
 
Gráfico - A falta de diálogo e as relações interpessoais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Silva (2007). 
 
17 
 
Os dados da pesquisa mostram que, dos mais de cinquenta 
colaboradores que aceitaram responder o questionário, a maioria assinalou a 
falta de diálogo entre colegas e por parte da chefia imediata como o maior 
motivo de declínio do engajamento nos relacionamentos interpessoais e no 
ambiente de trabalho. Portanto, é muito importante manter e aperfeiçoar o 
diálogo entre as equipes no ambiente organizacional. 
 
1.7 A inteligência emocional 
 
 Em meados da década de 90, o termo InteligênciaEmocional obteve 
uma definição formal, como sendo a capacidade de compreensão das 
emoções próprias e dos semelhantes, a fim de aperfeiçoar o autocontrole para 
a melhoria da qualidade de vida (REBELO e RUIVO, 2014). Foi também a 
partir dessa década que neurocientistas como Ledoux (2000) e Damásio (2009) 
fizeram importantes considerações a respeito desse conceito. 
 A partir dos estudos sobre cognição e comportamento humano, Damásio 
(2009, p. 14) buscou comprovar que “a emoção é componente integral da 
maquinaria da razão”. Nesse enquadramento, a concepção de inteligência sai 
da abordagem de racionalidade pura (razão) e salta para a ideia de que o ser 
humano possui uma arquitetura mental que permite o reconhecimento, 
entendimento e gestão das próprias emoções, especialmente no 
relacionamento com os outros, sempre de modo a privilegiar o sucesso pessoal 
e profissional (LEDOUX, 2000). 
 O psicólogo Goleman (2010) destaca que existem cada vez mais provas 
de que as posições éticas são decorrentes das capacidades emocionais. Ele 
define que processar o que as emoções oferecem significa desenvolver um 
leque de capacidades: a de motivar-se e persistir a despeito das frustrações; a 
de controlar os impulsos e adiar a recompensa; e a capacidade de regular o 
próprio estado de espírito para impedir que o desânimo neutralize a faculdade 
de pensar, de ser empático e de ter esperanças. 
Nesta linha de pensamento, os gestores educacionais Ruivo e Rebelo 
(2014) afirmam que: 
 
 
18 
 
Ser gestor de uma instituição educativa com o apoio de seus pares, 
de seus parceiros, de seus superiores, garantindo uma gestão 
administrativa, financeira e pedagógica que pretenda efetivamente 
reforçar a participação das famílias e das comunidades na direção 
estratégica desta, deve ser o gestor que reconhece e utiliza-se de sua 
inteligência emocional (REBELO; RUIVO, 2014, p. 143). 
 
 A inteligência emocional marca o ritmo da vida moderna, sendo a chave 
do sucesso profissional e satisfação pessoal. Por isso é importante que o 
gestor não subestime o poder de sua equipe, tampouco cogite a possibilidade 
de sucesso ignorando as emoções coletivas. Ao maximizar as emoções 
positivas em si próprio e na equipe, fomenta-se o desenvolvimento das 
competências da inteligência emocional. Emoções contagiam e é natural que 
pessoas se atentem aos sentimentos, expressões e comportamentos do líder, 
e esta é a razão pela qual ele dá o tom do trabalho conjunto, atuando na 
construção da realidade emocional de seu grupo. 
 Ao partir do entendimento de gestão também como função de motivar 
pessoas a seguir a mesma direção em busca de objetivos comuns, Rebelo e 
Ruivo (2014) desenvolveram um método para mensurar o coeficiente 
emocional e o coeficiente intelectual (‘técnico-teórico’) de dezenas de 
profissionais da área da gestão da educação. 
O cruzamento dos resultados da pesquisa mostrou algo interessante. 
Cerca de 90% dos gestores possuíam coeficiente emocional maior que os 
demais profissionais da área, e, dentre esses, a competência de maior 
destaque foi a da empatia, que obteve 100% das respostas atribuindo-a como 
principal valor do gestor da educação. 
Os dados também revelaram que quanto maior fosse a hierarquia do 
profissional da educação em instituições democráticas, mais alto é o seu 
coeficiente emocional, sendo as aptidões técnicas secundárias na comparação. 
 Assim sendo, os pesquisadores constataram que a empatia é a 
característica central da inteligência emocional, já que quando pessoas se 
relacionam de maneira positiva, a experiência adquirida é a de menor estresse 
e tensão, e de maior satisfação, resultando no melhor desempenho de si 
próprias e da equipe diante das tarefas atribuídas (REBELO; RUIVO, 2014). 
 
 
 
19 
 
1.8 A empatia como conduta profissional do gestor da educação 
 
A maioria das abordagens teóricas sobre empatia é pouco prática, pois 
quase nunca é dito como exercê-la. São várias as definições de empatia e 
todas elas são aplicáveis ao gestor da educação. Mas, sem precisar ir muito 
longe nos termos teóricos, a empatia nada mais é que capacidade de se 
colocar no lugar do outro, a fim de projetar o que o outro sentiria e como agiria, 
diante de determinadas situações. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/diversidade-de-diversidade-de-pessoas-
reuniao-animadora-colorida_1238624.htm#term=maos dadas&page=8&position=9 
 
 
No contexto de gestão educacional, a empatia pode ser exercida pela 
prática de condutas como: 
 
CONDUTAS PROFISSIONAIS DO GESTOR DA EDUCAÇÃO 
 Dividir equilibradamente as tarefas e responsabilidades entre os membros 
da equipe. Isso irá afastar sentimento de injustiça, tensão e sobrecarga de 
trabalho. 
Reconhecer e elogiar as iniciativas e esforços. Isso irá estimular e motivar 
as pessoas para o cumprimento harmônico de suas tarefas. 
Fazer parcerias com os professores e colaboradores para atender as 
necessidades da escola. Isso irá ocasionar o sentimento de segurança, 
senso de diretriz e entrosamento de equipes. 
Expor metas utilizando-se de uma comunicação transparente e realista. Isso 
irá repelir sentimentos de desconfiança e a sensação de ignorância. 
Lidar com tranquilidade e discernimento frente aos conflitos. Isso também 
promove segurança e senso de justiça, pois todos necessitam ter a quem 
 
20 
 
recorrer nos momentos de dificuldades e que esse alguém seja sempre 
exemplo. 
Superar o ego e a vaidade, nunca agindo com autoritarismo. Ninguém gosta 
de sentir-se oprimido. 
Garantir que as decisões gerais tomadas estejam de acordo com a 
legislação vigente. Isso irá promover segurança técnica. 
Incitar que a equipe traga novas ideias e que sejam discutidas em conjunto. 
Isso promoverá senso de participação e sentimento de união. 
Acompanhar o cumprimento da equipe as regras internas. Isso expressará 
ordem e organização. Ninguém gosta de trabalhar no caos permanente. 
Intervir em situações que desestabilizem a rotina, os relacionamentos ou 
que acarretem prejuízo à instituição de ensino. A agilidade promove o 
sentimento de admiração, confiança e credibilidade. 
Fonte: Elaborado da autora e adaptado pelo DI (2018). 
 
Todas essas atitudes são o desempenho de ações participativas, que 
tem como princípio fundamental o diálogo para a tomada de decisões em 
conjunto a partir do respeito, flexibilidade e resiliência com a diversidade de 
posicionamentos (LUCK, 2009). Nesse sentido é que se afirma, novamente, 
que o gestor exerce funções de mediador e de conciliador de pessoas em 
situações e objetivos comuns, tendo como alicerce a sua própria inteligência 
emocional para a construção e conservação de um ambiente organizacional 
harmônico. 
 
Resumo da aula 1 
 
 Nesta aula estudou-se que a interação comunicativa obedece a um 
princípio cooperativo, que parte da ideia de que existe um acordo prévio de 
colaboração na tarefa de se comunicar. É somente pela observação dos 
comportamentos comunicativos das pessoas de uma organização que o gestor 
conseguirá elaborar estratégias comunicativas harmoniosas e eficazes. 
 
 
21 
 
Atividade de Aprendizagem 
Rebelo e Ruivo (2014, p. 143) afirmam que “Ser gestor de 
uma instituição educativa com o apoio de seus pares, de 
seus parceiros, de seus superiores, garantindo uma gestão 
administrativa, financeira e pedagógica que pretenda 
efetivamente reforçar a participação das famílias e das 
comunidades na direção estratégica desta, deve ser o gestor 
que reconhece e utiliza-se de sua inteligência emocional” 
(REBELO, S. RUIVO, J. Emotional intelligence in the 
management of educational institutions. Campo Abierto, 
v.33, nº1, p. 137-150, 2014). 
A partir dos conhecimentos adquiridos na aula, discorra 
sobre a importância da inteligência emocional e a gestão 
educativa. 
 
 
Aula 2 – Liderança, gestão de conflitos e trabalho em equipe 
 
Apresentação daaula 2 
 
 Nesta aula será estudado o desenvolvimento dos conhecimentos 
estruturais da disciplina. Com o aporte das teorias de gestão, será aprendido o 
que é a liderança, bem como o estudo da gestão de conflitos, abordando 
questões como planejamento estratégico, motivação e trabalho em equipe. 
 
2.1 Liderança e poder 
 
 Nas organizações educacionais, a liderança tende a ser distribuída 
coletivamente e não hierarquicamente a partir de uma relação restrita de poder. 
Alunos lideram grupos estudantis, educadores e professores lideram as suas 
turmas, professores lideram grupos de professores, educadores lideram grupos 
de educadores, que, por sua vez – e ciclicamente – são liderados por equipes 
de coordenação, supervisão, direção, dentre outros cargos ora 
interdependentes. Isso quer dizer que todos os que estão inseridos no 
ambiente escolar possuem lugar no processo de liderança. E isso se dá, 
 
22 
 
principalmente, em razão da escola ter como pilar estrutural o contexto 
democrático. 
 Diferente do que possa parecer, a liderança não é uma condição inata 
de um indivíduo. Isto é, ninguém nasce com “espírito de liderança”. Pelo 
contrário. A liderança é construída, aos poucos, pela inteligência emocional 
daqueles que buscam constantemente a visão ampla das relações 
interpessoais, e, que, por acreditarem que as interações humanas são o que 
transformam a sociedade, sentem-se motivados a conduzir um grupo de 
pessoas a um objetivo comum. 
 Bryman (1996), cientista da administração de pessoas, define que “a 
liderança pode ser vista como o processo ou ato de influenciar as atividades de 
um grupo organizado nos seus esforços para atingir determinados objetivos 
(BRYMAN, 1996, p. 276). 
 Na amplitude daquilo que entende-se por liderança, torna-se importante 
fazer distinção entre as tarefas de gerir e liderar. Afinal, existem líderes que 
não ocupam cargos de gestão e há gestores que, por estarem totalmente 
absorvidos por suas tarefas operacionais, encontram-se afastados do efetivo 
exercício da liderança. Assim sendo, Day (2003), teórico da educação, 
distingue que a liderança é o processo de manutenção das relações 
interpessoais, missão, cultura e valor da organização, enquanto a gestão 
relaciona-se a execução do planejamento, metas, cumprimento de leis e uso 
dos recursos administrativos. Em síntese, pode-se extrair que a gestão lida 
com o capital financeiro e a liderança com o capital humano. 
 
A liderança é o processo de manutenção das relações 
interpessoais, missão, cultura e valor da organização, 
enquanto a gestão relaciona-se a execução do planejamento, 
metas, cumprimento de leis e uso dos recursos 
administrativos. 
 
 As organizações de modo geral, principalmente as educacionais, não 
possuem homogeneidade, tampouco são estáveis em todos os seus aspectos 
administrativos ou devidamente hierarquizadas e estruturadas, com objetivos 
de longo e curto prazo bem delineados, dirigidos e controlados. Isso acontece 
 
23 
 
porque os indivíduos nem sempre são coerentes, devido a sociedade estar em 
constante transformação. 
 Diante dessa realidade transmutatória, o gestor torna-se líder quando 
enlaça ambas tarefas - a de gerir e a de liderar - de maneira a aperfeiçoar o 
ambiente organizacional por meio de práticas proativas e criativas para a 
resolução de problemas, maximizando, sempre, o compromisso das equipes 
com a visão, missão e valores no alcance das metas organizacionais. 
 Além disso, o gestor líder tem a consciência do quanto é importante 
moldar-se as mudanças da sociedade e, principalmente, acomodar essas 
mudanças em suas práticas laborais, sempre com vistas ao compromisso ético 
e humanizado, assumindo, assim, uma característica poliédrica. 
 
 
Vocabulário 
Líder poliédrico: profissional de gestão que se comporta 
como a forma geométrica poliédrica, que, por possuir vários 
lados, têm facilidade de se encaixar a outros formatos 
diferentes. 
 
 
 Quando ambas tarefas se mesclam, a de gerir e a de liderar, o gestor 
líder passa a ser visto como um gestor de sentido: 
 
[...] que é aquele que define a realidade organizacional através de 
uma visão que reflete a forma como interpreta a missão e os valores 
nos quais a ação organizacional deverá se basear. (COSTA & 
CASTANHEIRA, 2015, p. 32). 
 
 
 Como a escola é uma organização complexa, Gonzáles (2003), teórico 
da educação, explica que: 
 
Uma escola é composta por pessoas e suas interações, na qual se 
leva a cabo uma tarefa plena de valores e ética que não pode ser 
realizada de modo mecânico (...). Nessa perspectiva, a escola não é 
apenas uma organização democrática, mas uma organização onde 
as práticas da democracia são objetivo da sua ação; não é só uma 
escola justa, uma organização apreendente, mas um contexto em 
que se pratica a autonomia” (GOLZÁLES, 2003, p. 38). 
 
 
24 
 
 Logo, se o espaço educacional é um local inter-relacional, mas, ao 
mesmo tempo, autônomo, a liderança deve ser equacionada não apenas como 
meio para a prática pedagógica, mas como sendo o próprio objeto de ação 
pedagógica, a partir de uma abordagem estratégica. 
 
 
Importante 
A liderança estratégica é aquela em que o gestor líder, junto 
da liderança participativa, propicia no ambiente de trabalho o 
desenvolvimento de perspectivas de ação pautadas na 
confiança, liberdade, iniciativa, criatividade, entusiasmo, 
alegria e flexibilidade. 
 
Frente a esses aspectos que diferenciam liderança do poder hierárquico 
e que, sobretudo, enlaçam a tarefa de gerir com a de liderar, vale ressaltar que 
a falta desse entrosamento é mais importante do que sua sobra. Ou seja, se 
existe uma gestão sem liderança, ou a liderança sem o cumprimento da 
gestão, oportuniza-se o aparecimento de negligências, incoerências, 
dificuldades e problemas generalizados. Em outras palavras, abre-se espaço 
para conflitos que, se não forem com destreza resolvidos, tornam-se capazes 
de colocar o resultado de árduos trabalhos em vão. 
 
 
2.2 Gestão de conflitos 
 
 
 
 
Fonte:https://pixabay.com/pt/pessoal-equipe-m%C3%A3os-tr%C3%AAmulas-2473870/ 
 
 Em definição, pode-se afirmar que o conflito é o resultado da diferença 
de opinião ou interesse expressado entre duas ou mais pessoas, afinal, como 
indivíduos, temos nossos próprios desejos, expectativas, sonhos, hábitos, 
 
25 
 
interesses, valores, cultura, experiências e vivências. Da infância à maturidade, 
passamos por constantes conflitos intrapessoais, como ir ou não ir fazer, 
falar ou não falar, comprar ou não comprar, casar ou descasar, etc. E, também, 
por conflitos interpessoais, como brigar com os irmãos em casa, com os 
amigos na rua, com os professores na escola. 
 No âmbito escolar, especificamente as sequências de episódios 
violentos, demandam a necessidade de trazer o assunto à discussão. Apesar 
da existência de projetos públicos de desenvolvimento, a educação no Brasil 
vem sofrendo, gradativamente, a falta de medidas de curto e longo prazo que 
atendam as necessidades educacionais das comunidades, principalmente as 
mais carentes. Isso acarreta a depreciação dos salários e afastamento dos 
docentes mais qualificados, o sucateamento das estruturas físicas e a evasão 
dos alunos das escolas públicas que, por sua vez, não conseguem se colocar 
no mercado de trabalho por falta de formação e recorrem ao universo da 
criminalidade. 
 Em pesquisa feita em 2006, pelo SINEPE – Sindicato dos 
Estabelecimentos de Ensino do Rio de Janeiro, intitulada Juventude, 
Sociedade e Ética (IBOPE-RJ, 2006) mostra-se que 60% dos jovens 
entrevistados acreditam que a violência é o mais grave problema do país no 
que tange o afastamento da escola e da realização de seus próprios sonhos. 
Desses jovens, 48% acreditam que a escola é a maior entidade responsável 
pela garantia de seu bom futuro, ficando atrás somente do papel familiar. 
 Além dessas evidênciasmostradas na pesquisa IBOPE do Rio de 
Janeiro, há outra (FERNANDES, 2006) feita no Distrito Federal (o que indica 
um problema generalizado no país) que corrobora dados similares. Das 
centenas de professores e alunos entrevistados, 64% dos professores e 47% 
dos alunos de escola pública responderam que a violência é o maior problema 
na escola e, nas instituições de ensino privadas, obteve-se a mesma opinião. A 
soma de 51,6 % dos alunos e 61,2% dos professores da rede privada de 
ensino reclamam de brigas físicas de alunos maiores com alunos menores, 
menos fortes ou de grupos diferentes. 
 O que se percebe nesses resultados também é uma – ainda que 
pequena – diferença entre os índices das opiniões entre professores e alunos 
sobre o tema da violência. Isso ocorre porque, obviamente, a violência é 
 
26 
 
apenas um dos mais diversos tipos de conflitos (discussão, ofensa, sabotagem, 
fofoca, manipulação) e, ainda, deve-se considerar que existem conflitos entre 
alunos com alunos, alunos com professores, professores com professores e 
professores e gestores. 
 Sobre o conflito na organização educacional, o teórico da educação 
Álvaro Chispino (2007), aponta que as divergências mais frequentes entre 
docentes se dá por falta de comunicação, interesses pessoais, competição por 
posições de destaque, pontuações, indicações para cargos de ascensão 
hierárquica e posições político-ideológicas. Entre alunos e docentes, os 
conflitos acontecem em maioria por indisciplina, falta de interpretação do 
conteúdo dado pelo professor, indisciplina, notas arbitrárias, critérios de 
avaliação, discriminação, e por não serem devidamente ouvidos ou por 
desinteresse pela matéria. 
 Chispino (2007) elenca, ainda, os motivos de conflito entre alunos que, 
segundo ele, acontecem por mal-entendidos, rivalidade entre grupos, 
discriminação, bullyng, uso de espaços e bens, assédios sexuais, perda ou 
dano de bens escolares, competições e intrigas. Sobre os conflitos entre 
pais, docentes e gestores, a frequência, segundo o autor, ocorre por 
agressões verbais, divergências nos assuntos da associação de pais e amigos, 
na perda ou extravio de materiais de trabalho, pela falta dos professores ao dia 
de trabalho, falta de assistência pedagógica e, dentre outros, pelo não 
atendimento aos requisitos administrativos da gestão. 
 Note-se que esses são apenas alguns dos possíveis conflitos. Cabe ao 
gestor líder, e a liderança participativa como um todo, ter a percepção da 
existência dessas arbitrariedades e a capacidade de agir positivamente a elas, 
de modo a extrair vantagens. Afinal, assim como descreve Chispino (2007), o 
conflito ajuda a regular as ações sociais, permite o reconhecimento das 
diferenças e a visão da perspectiva do outro, e, além disso, ensina que “a 
controvérsia é uma oportunidade de crescimento e de amadurecimento social 
(CHRISPINO, 2007, p. 17). 
 
 
 
 
 
27 
 
O conflito ajuda a regular as ações sociais, permitindo o 
reconhecimento das diferenças e a visão da perspectiva do 
outro, e, além disso, ensina que a controvérsia é uma 
oportunidade de crescimento e de amadurecimento social. 
 
De encontro a esse pensamento, Moore (1998), teórico de gestão e 
liderança, entende que há tipos e causas de conflito. São eles: 
 
➢ Estruturais: padrões destrutivos de comportamento entre as 
equipes devido ao controle exacerbado por parte da hierarquia, 
pressões de tempo, distribuição desigual de trabalho e recursos 
e, principalmente, fatores que impedem a cooperação; 
 
➢ De valores: critérios diferentes para avaliação de 
comportamentos, ideias, modos de vida, ideologias e religião, 
isto é, quando a organização não expressa devidamente os 
valores a serem seguidos e não possui um padrão 
metodológico para essa finalidade; 
 
➢ De relacionamento: a comunicação ineficiente provoca 
comportamentos negativos. Com isso, emoções negativas são 
externadas, causando o mal clima organizacional; 
 
➢ De interesse: gera em torno de competições e disputas, tanto 
por legitimação, como por ascensão a cargos; 
 
➢ Quanto aos dados: falta de informação ou informações 
inadequadas, que causam, consequentemente, diferentes 
interpretações sobre um mesmo assunto. Isso atrapalha, 
significativamente, o alcance do objetivo comum e da missão da 
instituição. 
 
 Diante desse contexto sobre conflitos, seus tipos e causas, Chispino 
(2007) propõe que o gestor líder trabalhe a partir da criação de um programa 
de mediação de conflitos na escola. Em síntese, sugere-se que, de tempos 
em tempos, tenha-se o aporte de um gestor líder imparcial, que não seja do 
quadro funcional da instituição, para que seja realizada uma análise do 
 
28 
 
ambiente escolar no que tange aos conflitos internos, a fim de, a partir de um 
novo olhar, compor uma reorientação sobre as divergências da organização. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2014/12/22/07/21/network-577009_960_720.jpg 
 
Tal gestor líder atuaria como um mediador, que trabalharia no 
fortalecimento das relações sociais e interpessoais, sugerindo outras diferentes 
formas de renovar os laços de cooperação, confiança, solidariedade, 
tolerância, responsabilidade e motivação. Novas ideias e a troca de 
experiências contribuiriam para a renovação da ordem social da escola, por 
meio da prática da mediação de conflitos, para que esses sejam superados e 
a escola cumpra com maior qualidade suas reais finalidades. 
 
Vocabulário 
Mediação: é uma conversa de negociação intermediada por 
alguém imparcial, que favorece e organiza a comunicação 
entre os envolvidos no conflito. 
 
 
 
É evidente que, diferente das instituições privadas, as organizações 
públicas não dispõem de recursos para a contratação de mediadores de 
conflitos, tampouco outros serviços de assessoria diversos, como palestras de 
motivação, por exemplo. No entanto, diante da escassez de recursos, pode-se 
fazer um arranjo criativo! Colegas gestores de outras escolas podem firmar 
parcerias e fazer um intercâmbio provisório entre suas instituições, um expondo 
ao outro claramente e honestamente a sua realidade contextual, permitindo-se 
ouvir e conhecer o seu dia a dia a partir de outra perspectiva. 
 
29 
 
É fato que existem encontros, confraternizações, cursos de extensão 
para gestores escolares (tanto do funcionalismo público como privado) e que, 
nessas oportunidades, novas ideias surgem e novas estratégias podem ser 
aplicadas na gestão. Contudo, vale ressaltar que cada escola possui suas 
particularidades, necessidades, demandas e modos de operação, além claro, 
da diferença cultural da comunidade em que está localizada. 
 Logo, partir do princípio de que é fundamental saber que não há uma 
fórmula pronta para a tarefa de liderar (que ora é, geralmente, proposto em 
alguns cursos e palestras), torna-se pertinente estabelecer que a presença 
física de um outro gestor colega por alguns dias possibilitará que a liderança, 
naquele contexto específico, seja estudada, aprendida, vivida e analisada 
para então, ser aperfeiçoada. Não há como um líder pertencente àquele 
mesmo contexto ter e manter uma posição imparcial em dadas situações, a 
que ele mesmo está direta, ou indiretamente envolvido. 
 Nos Estados Unidos, programas de mediação de conflitos nas 
organizações escolares apresentam, já há algumas décadas, resultados de alta 
eficácia. Em pesquisa realizada por Kmitta (1999) mostra-se que em 2.803 
mediações realizadas em escolas de 10 diferentes estados, o percentual de 
êxito atingiu 88,5%. Isso nos mostra, claramente, que a criação de parcerias e 
o intercâmbio de gestores escolares entre suas organizações pode ser uma 
excelente (e viável) solução para a melhora da qualidade de ensino e do 
ambiente de trabalho, de modo geral. 
São dados que permitem constatar a importância da união e 
estreitamento das relações interpessoais comoutros profissionais da área da 
liderança. 
 
2.3 Motivação e trabalho em equipe 
 
 
 
 
 
Fonte:https://pixabay.com/pt/quebra-cabe%C3%A7a-coopera%C3%A7%C3%A3o-
parceria-1019751/ 
 
 
30 
 
 O trabalho é a atividade humana voltada à transformação do meio em 
que vive, com o intuito de satisfazer necessidades. Trabalhar em equipe é o 
meio que os gestores líderes encontram para alcançar resultados com maior 
eficácia. No entanto, essa eficácia torna-se possível somente se os integrantes 
se sentirem parte do grupo, podendo cooperar. Conforme esclarece 
Albuquerque (2012, p. 84) “(...) a cooperação vai além do favor, que é uma 
gentileza espontânea, além da obrigação e do poder de mando”. Nesse 
sentido, influenciar pessoas é conseguir que elas cooperem e colaborem 
mutuamente. Carvalho (2009) define que 
 
Uma equipe é considerada um conjunto ou grupo de pessoas com 
habilidades complementares, comprometidas umas com as outras 
pela missão comum, objetivos comuns, obtidos pela negociação entre 
os membros envolvidos em um plano de trabalho bem difundido 
(CARVALHO, 2012, p. 99). 
 
 Dessa maneira, assim como argumentamos no tópico sobre missão e 
valores da escola, é necessário que exista sintonia entre a liderança 
participativa e, principalmente, um processo comunicativo transparente e 
contínuo na construção e manutenção do ambiente de trabalho. Isso resultará 
em uma convivência saudável, integrada no respeito às diversidades e 
experiências, com vistas a eliminar o trabalho isolado que, em longo prazo, 
torna-se repetitivo, enfadonho e estressante, de qualidade estagnada. 
 Nas instituições educacionais atuais e inovadoras, ora conhecedoras 
dos novos conceitos de gestão, considera-se que o corpo funcional como o 
capital humano. Isto é, as capacidades e aptidões do ser humano são o 
grande valor da organização, afinal é o que mais contribui para o seu 
progresso. Contudo, isso ocorre apenas se estiverem garantidos à equipe dois 
fatores fundamentais: o preparo técnico para exercer as atividades e o 
constante incentivo a criação de boas ideias. Como indivíduos, sabemos que 
quando se tem vontade de realizar um trabalho, esse torna-se mais produtivo e 
proveitoso, e, certamente, esse sentimento de capacidade e harmonia 
colabora, inclusive, com o bom clima organizacional. 
 A psicóloga Maria Carvalho, especialista em relacionamentos 
interpessoais nas organizações, ressalta que “a motivação é o combustível, a 
base enérgica para superar obstáculos [grifo nosso] (CARVALHO, 2009, p. 
 
31 
 
99,). Quando um indivíduo possui uma meta para atingir e é devidamente 
orientado para a obtenção de resultados por meio de ações que o estimule, há 
a percepção desses estímulos, que são respondidos a partir de suas próprias 
necessidades. Assim, o gestor líder que é perspicaz na observação e 
promoção desses estímulos, terá condições de criar estratégias comunicativas 
que entusiasme a equipe para que os integrantes se sintam importantes 
quando dão o melhor de si. 
 Para manter o equilíbrio da inteligência emocional no ambiente de 
trabalho, Carvalho (2009) corrobora o conteúdo estudado na primeira aula, 
mencionando que as pessoas devem aperfeiçoar permanentemente as suas 
qualidades de empatia, feedback e flexibilidade. Como já se viu com detalhes 
os conceitos de empatia e feedback, credita-se, nesse momento, maior 
atenção a flexibilidade. A ação de ser um flexível torna-se a chave para a 
resolução de conflitos, pois civiliza os indivíduos. Uma equipe que é treinada 
com vistas a empregar flexibilidade em suas tomadas de decisão, tende a 
interagir e comunicar-se mutuamente com mais frequência, assim gerando e 
disseminando agradabilidade no ambiente corporativo. 
 Um estudo de campo feito por Fonseca et al (2016), sobre o impacto do 
trabalho em equipe demonstrou, que: 
 
Gráfico – O impacto do trabalho em equipe: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Fonseca et al (2016, p. 15) e adaptado pelo DI (2018). 
 
 
32 
 
 Dentre cinco fatores fundamentais responsáveis sobre a causa do 
impacto do trabalho em equipe, sendo elas (1) atingir metas; (2) aumentar a 
produtividade; (3) manter um bom relacionamento entre os indivíduos; (4) 
trabalhar em harmonia criando um ambiente favorável para todos; e, (5) 
comprometimento com a equipe e a organização; os entrevistados escolheram, 
no montante de 45%, que trabalhar em harmonia criando um ambiente 
favorável para todos é, definitivamente, o aspecto que mais influencia o 
trabalho em equipe e impacta no ambiente organizacional. 
 Esse resultado comprova que se o gestor, a partir de uma liderança 
participativa e democrática, buscar valorizar o seu corpo funcional e motivá-lo 
ao desempenho de suas tarefas com excelência, conseguirá demonstrar com 
sucesso a importância da sua equipe para a organização. Afinal, constata-se 
pelo gráfico que as pessoas se preocupam, primeiramente, com seus 
relacionamentos no ambiente organizacional, uma vez que as atitudes de cada 
um afetam às atividades do trabalho em conjunto. 
 Conforme pontua Fonseca et al (2016), em um ambiente de trabalho as 
pessoas externam diferentes comportamentos a partir da realização de suas 
tarefas, nas quais despertam-se emoções e sentimentos como cooperação, 
empatia e vínculos de amizade que, direta ou indiretamente, refletem na 
interação entre aqueles que passam a maior parte do dia juntos. Isso gera 
laços que motivam os indivíduos a agirem de forma eficaz, produtiva e positiva, 
ou, em contrapartida, quando as emoções e sentimentos despertados são 
negativos, instaura-se o conflito que, consequentemente, desfavorece o clima 
organizacional. 
 Conflitos comprometem a equipe. Nesse sentido é que o gestor líder 
deve atuar como mediador de controvérsias, ouvindo os diferentes pontos de 
vista, analisando e sopesando, de maneira justa e negociável, a fim de que as 
partes acreditem no benefício de tal atitude para a organização, como um todo. 
No entanto, o gestor líder não é imune a conflitos e a disseminação de seus 
atos falhos podem gerar grandes repercussões na escola. Diante disso, 
sugere-se como antídoto a troca de ideias e experiências com outros gestores 
que podem, na falta de recursos para a contratação de mediadores 
especializados, ser colegas parceiros de outras instituições, lembrando sempre 
 
33 
 
que cada indivíduo pode oferecer diferentes arranjos criativos para um mesmo 
problema. 
 
Para Refletir 
Por que é tão importante, na liderança democrática e 
participativa, pensar na coletividade, ter cuidado no falar e 
ouvir o outro, em uma forma de comunicação em que os 
problemas possam ser esclarecidos? 
Todos nós temos certeza de que a vida é uma escola na qual 
aprendemos diariamente com os tropeços, desencontros, 
acertos, erros, fraquezas e vitórias. Assim, não basta ter 
conhecimento daquilo que deve-se ser, temos que, de fato, 
ser. Ser mais humilde, mais tolerante, mais digno, mais 
honesto, mais alegre, mais verdadeiro, mais amigo, mais 
companheiro, mais leal, mais carinhoso e solidário, pois não 
sabemos quanto tempo irá durar tudo o que sonhamos e 
construímos ao longo do tempo. 
(FONSECA, L. et al, 2016, p. 21) 
 
Resumo da aula 2 
 
 Viu-se nesta segunda aula que tendo como força motriz a liderança 
estratégica, o gestor líder ao focar os valores, se relacionará estreitamente à 
grande missão de uma instituição de ensino que é a de educar para a formação 
da cidadania com valores, reconhecimento e respeito pela dignidade, 
solidariedade e justiça, de modo a desenvolver as estruturas de 
responsabilidade do indivíduo consigo mesmo e com a sociedade. 
 Atividade de Aprendizagem 
 “Quando realizamos tarefas planejadas por nós mesmos para 
que nosso grupo obtenha resultado, estamos unindo, na 
prática, nossos motivos e ações. Como cada um de nós 
possui características diferentes e percebe as tarefase 
desafios de maneiras diferenciadas, podemos ampliar nossos 
resultados se utilizarmos diversidade como apoio para 
aumentar a criatividade” (CASTRO, 2015, p. 27). A partir dos 
conhecimentos adquiridos na aula de hoje, discorra sobre a 
importância da motivação no ambiente de trabalho. 
 
 
34 
 
Aula 3 – Ética profissional nas organizações educacionais 
 
Apresentação da aula 1 
 
 Na aula de hoje serão aprofundados os conhecimentos sobre ética 
profissional. Com o aporte de análises teóricas sobre moral e ética no ambiente 
escolar, será estudado sobre a importância que as atitudes éticas têm ao 
serem tomadas pelo gestor líder. Em seguida, partiremos para o estudo da 
ética na Lei das Diretrizes e Bases e, também, sobre ética e pluralidade cultural 
nos Padrões de Currículos Nacionais. 
 
3.1 Ética nas organizações educacionais 
 
 O gestor líder é fundamentalmente importante na aplicação da ética e da 
disseminação moral no ambiente escolar, uma vez que é o responsável pelo 
planejamento e execução dos recursos humanos e materiais. Esse leque das 
diferentes atribuições do cargo, que vai desde a manutenção do prédio, 
acompanhamento da cantina ou merenda, fiscalização da frequência do corpo 
funcional, resoluções de questões pedagógicas, observação das relações 
diversas interpessoais, administração e motivação das equipes e todas as 
outras tarefas relativas ao cargo, ainda há a missão de instaurar, na escola, os 
direitos de cada cidadão. Nesse aspecto torna-se essencial, tanto ao 
profissional gestor como ao seu corpo funcional e alunos, que as bases morais 
estejam bem definidas e claras entre todos, a fim de que a convicção acerca 
dos direitos e deveres de cada um sejam bem consolidadas. 
 É na escola que se institui a cidadania, tendo-se em vista que é o 
momento em que as crianças saem do seio familiar para integrarem-se em 
uma comunidade ampliada, sob o convívio com diferentes indivíduos, em um 
mesmo sistema de regras e convenções. 
 Como afirmam as psicólogas e educadoras Patrícia Regel e Carolina 
Guazelli (2015), a educação escolar é o espaço potente que oportuniza a 
formação e construção de uma sociedade crítica, na qual os alunos não 
aprendam apenas os conteúdos formais, mas adquiram conhecimentos 
capazes de moldar a sua cidadania, possibilitando colocar em prática suas 
 
35 
 
opiniões e valores contributivos a uma sociedade mais justa, digna e ética 
(REGEL & GUAZELLI, 2015, p. 07). 
 No cotidiano, a ética torna-se um desafio. Na medida em que se ouve 
pessoas se referirem ao termo com frequência, nota-se, de modo geral, certa 
descrença e cuidado acerca da importância da ética. Isso ocorre porque é 
transmitida pelo exemplo, primeiramente absorvido no ambiente familiar e, 
depois, disseminada pelo corpo funcional da organização educacional. Por 
essa razão, a educação escolar deve ter em sua missão, contribuir para que os 
indivíduos reconheçam um ao outro, de forma a respeitar diferenças, 
compreender o meio coletivo em que vive, aceitando os limites e regras sociais. 
Pontuam, ainda, Hegel & Guazelli (2015) que: 
 
(...) é fundamental que todos os educadores questionem o sentido de 
suas ações em sua prática pedagógica, afinal a ética não se ensina 
de forma isolada como uma disciplina qualquer. Muito pelo contrário, 
ela avança em todos os componentes curriculares, mostrando-se nas 
atitudes de todos os indivíduos que a vivenciam. (HEGEL & 
GUAZELLI, 2015, p. 07) 
 
Em um ambiente competitivo a ética em vendas pode ser entendida 
como os padrões utilizados para avaliar se o comportamento do profissional de 
vendas é certo ou errado, bom ou mau, justo ou injusto e neste contexto faz-se 
importante a compreensão de que alguns atos ilícitos poderão depor de forma 
negativa com o seu caráter, sendo eles: 
➢ Indução ao erro (quando o profissional que oferece ao seu cliente o que 
lhe convém vender, mesmo que não atenda as expectativas e 
necessidades do cliente); 
➢ Espionagem (quando o profissional busca informações estratégicas da 
empresa onde trabalha para utilizar como moeda de troca em sua 
benéfice com a outras pessoas (ou até com empresas concorrentes); 
➢ Propina (quando algo é ofertado na intencionalidade da troca de alguma 
vantagem); 
➢ Conluio (quando ocorre um acordo ou “combinação” que tenham o 
intuito de prejudicar outrem). 
 
 
36 
 
Na vida profissional ética e moral são responsáveis por construir as 
bases de conduta de qualquer profissional e no nosso caso, em especial. Ética 
e Moral determinam caráter e virtudes bem como nos posicionam na melhor 
forma de agir e do comportamento frente ao cliente e colegas de trabalho. 
Para Refletir 
É correto que alguém receba os méritos e créditos por algo 
que por direito seriam de criação de outrem? 
É correto alguém receber sem trabalhar? 
É correto burlar um sistema somente para recebimento ilícito 
que vise vantagens próprias? 
É correto e ético você receber a uma comissão por uma venda 
efetuada de forma automática (de algum sistema operacional), 
ou por outra pessoa ou circunstância que não tenha se 
originado de você? 
 
Partindo da reflexão dos questionamentos acima é evidente que não 
seria correto nenhum dos apontamentos, pois um profissional integro e ético 
visa o bem-estar coletivo e preza pelos valores morais e éticos. Valendo 
reforçar que é totalmente errado visar tirar a vantagem de uma situação ilícita. 
 Segundo o manual curricular de Ética do MEC (1997, p. 07), em 
definição, entende-se por ética “o conjunto de princípios e normas que um 
grupo estabelece para seu exercício profissional”, como os códigos 
estabelecidos entre os médicos, psicólogos, advogados e, geralmente em 
esferas municipais e privadas, a de educadores, dentre outras profissões. Mas, 
em sentido mais amplo, consta que ética pode referir-se a princípios humanos 
que, intuitivos, dão rumo a maneiras de pensar, refletir e agir, independente da 
prescrição de fórmulas prontas de conduta e/ou de regras precisas nas 
organizações e na própria vida individual em si. 
 A ética é um pilar fundamental na gestão da educação. Quando o 
gestor líder institui em sua organização um padrão ético capaz de determinar 
uma conduta digna e honrada, inspirará a confiança dos cidadãos da 
organização escolar a seguir moldes idôneos, responsáveis, competentes e 
que se orientem mutuamente a fazer as coisas certas. 
 
37 
 
 Por isso é indispensável e, até, inaceitável que o gestor seja antiético 
para conseguir alcançar com mais facilidade os objetivos da instituição. O que 
se espera de todos os profissionais do âmbito da educação e, especialmente 
do líder, é que as exigências legais sejam obedecidas, que toda a equipe seja 
tratada sem que se faça distinção, que privilégios não sejam oferecidos aos 
colaboradores, que os direitos alheios sejam defendidos, de modo a agregar 
valores no exercício da profissão (SOUZA et al, 2016, p. 10). 
 É previsto no Brasil, do ponto de vista legal, que a formação para a 
cidadania seja princípio e fim das organizações educacionais nacionais, 
conforme Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional: 
 
 
LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996 
 
 
 Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional 
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 
TÍTULO I 
Da Educação 
 
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na 
convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos 
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. 
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por 
meio do ensino, em instituições próprias. 
 
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. 
TÍTULO II 
Dos Princípios e Finsda Educação Nacional 
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos 
ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, 
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
 
Fonte: http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9394.htm 
 
 Mesmo que a ética seja condição primária de qualquer profissional da 
educação é difícil agir com ética em sistemas culturalmente marcados por 
 
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desrespeitos aos interesses coletivos, como por exemplo, os cenários 
nacionais contínuos de corrupção política e institucional, desigualdades sociais 
e, principalmente, frente à admiração do senso comum pelo aclamado “jeitinho” 
de obter mais por meios questionavelmente mais fáceis. 
 Obviamente, esse tipo conduta não cabe ao profissional da educação, e 
é determinada “muito mais por uma questão de consciência, educação e 
valores morais, do que pelo simples dever de dar cumprimento às regras” 
(SOUZA et al, 2016, p. 6). Estabelecer uma gestão ética no ambiente geral da 
organização educacional significa promover funções de natureza educativa, 
conciliadora, investigadora e, se necessário for, punitiva. No entanto, o objetivo 
da ética no contexto educativo não é punir. Pelo contrário, é o de instruir, 
ensinar, educar e prevenir. 
 O líder precisa estar ancorado em um planejamento de valores e 
padrões de desempenho capazes de serem refletidos e sustentados 
coletivamente na organização. Isso é fundamental pois os próprios rankings 
escolares, a título de exemplo, tornam-se impasse para o gestor líder 
educacional, que precisa decidir se promovem as mesmas condições a todos 
os alunos, se dão prioridade de recursos a aqueles que possuem maiores 
possibilidades de sucesso nos exames, ou, ainda, se dirigem suas atenções 
aos que têm mais dificuldades de aprendizagem. Tendo natureza 
essencialmente ética, essas tomadas de decisão proporcionam dificuldades e 
conflitos, frente a realidade competitiva educacional pública e privada. 
 Por essas e outras inúmeras razões que demandam o prevalecimento 
ético, faz-se distinção entre os conceitos de moral e ética. Segundo o filósofo 
Paul Ricoeur (1990) a moral é a articulação da ética com as normas sociais. A 
moral é, portanto, um conjunto de comportamentos aceitos em sociedade, em 
uma determinada época. Além disso, equivale a normas que restringem a 
liberdade do indivíduo, em um campo comum em que são distinguidos o bem e 
o mal e suas consequências à coletividade. Assim, o ambiente escolar é um 
espaço promissor para a formação ética dos cidadãos. A filósofa e educadora 
brasileira Terezinha Rios (2002) argumenta que: 
 
Mesmo com limitações, a escola participa da formação moral de seus 
alunos. Valores e regras são transmitidos pelos professores, pelos 
livros didáticos, pela organização institucional, pelas formas de 
 
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avaliação, pelo comportamento dos próprios alunos, e assim por 
diante (...) isso significa que essas questões devem ser objeto de 
reflexão da escola como um todo, ao invés de cada professor tomar 
isoladamente as suas decisões (RIOS, 2002, p. 70). 
 Nessa perspectiva, a ética no contexto escolar é imprescindível ao 
gestor líder que deve criar condições para que ele mesmo, o corpo funcional e 
os educandos, aperfeiçoem sua cidadania crítica, autonomia e capacidade de 
dialogar com as diferenças do meio em que vive. Na prática, há vários 
caminhos e normas para ensinar valores e possibilitar uma convivência justa. A 
educadora brasileira Catarina Lavelberg (2010), sugere algumas atividades 
pedagógicas produtivas ao enriquecimento moral e ético como: 
 
➢ Nas aulas de literatura promover a leitura e debate de textos que 
contenham temas transversais como trabalho, consumo, orientação 
sexual, meio ambiente, relações raciais e etc., de modo que os alunos 
se engajem com os personagens a fim de ampliar suas capacidades 
de reflexão. 
 
➢ Apresentar e trazer para sala de aula a discussão de dilemas morais 
(“É certo mudar a posição da linha do trem para salvar cinco pessoas 
ao custo de uma?”, “Um amigo conta que feriu, por engano, 
gravemente uma pessoa e você jurou segredo. Se a polícia lhe 
procurasse, você o entregaria?”), isso promoveria reflexão sobre as 
relações humanas e a criação de estratégias éticas de ação. 
➢ Inserir alunos na gestão da escola, de maneira que sejam ouvidos nos 
conselhos de classe, assembleias, grêmios e outros âmbitos 
coletivos. 
 
➢ Promover projetos, simpósios ou seminários que tratem de direitos 
fundamentais como a Declaração dos Direitos Humanos e/ou sobre o 
Estatuto da Criança e do Adolescente, de forma a instruir sobre 
métodos de denúncia de situações, para exigir modificações na 
sociedade. 
 
 
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➢ Integrar o corpo funcional e os alunos em projetos socioambientais e 
culturais, que inspire o desenvolvimento da cooperação e 
entendimento de mundo com base em outras diferentes realidades. 
 
 Em pesquisa feita sobre ética por Souza et al (2016), em escolas 
brasileiras, mostra-se que 18% do corpo funcional entrevistado tem como fator 
primordial o exemplo ético dado pelo gestor escolar. Esse é um resultado 
que chama a atenção pois está entre os quatro primeiros mais respondidos. 
Portanto, é importante saber que o comportamento ético dos administradores 
tem influência decisiva nos demais integrantes da organização. 
 
Importante 
A ética no contexto escolar é imprescindível ao gestor líder que 
deve criar condições para que ele mesmo, o corpo funcional e 
os educandos aperfeiçoem sua cidadania crítica, autonomia e 
capacidade de dialogar com as diferenças do meio em que vive. 
 
 
 
 
3.2 A Ética pela Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) do 
Ministério da Educação 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:https://pesquisaescolar.site/wp-
content/uploads/2017/07/img_596372d7b999a.png 
 
 Na apresentação da LDB, no artigo I, explana-se que a educação 
abrange os processos de formação desenvolvidos no convívio familiar, no 
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nas demais organizações da 
sociedade civil e nas manifestações culturais. Assim, a educação escolar tem 
 
41 
 
por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
 Sobre elementos que compõem a ética o artigo nº 206 discorre sobre o 
ensino e seus princípios: 
 
 
LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996 
 
 Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional 
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
TÍTULO I 
Da Educação 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; 
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições 
públicas e privadas de ensino; 
IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
V – valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na forma da lei, planos de carreira 
para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por 
concurso público de provas e títulos; 
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei; 
VII – garantia de padrão de qualidade. 
 
Fonte: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/70320/65.pdf 
 
 
 De maneira mais aprofundada, ampla e instrucional, anteriormente os 
PCNs reservaram dois volumes de livro com argumentos em defesa da 
importância da organização escolar para a formação ética de novas gerações, 
a partir da transversalidade, no contexto curricular mediante as influências 
sociais no desenvolvimento cognitivo-educativo das crianças. 
 Em definição, nos PCNsa ética é entendida como um eterno pensar, 
refletir e construir. E a escola deve educar seus alunos para que possam tomar 
parte nessa construção, serem livres e autônomos para pensarem e julgarem. 
 
42 
 
A partir dessa concepção de ética, desenvolve-se nos PCNs três pilares que 
sustentam os valores e as regras morais: a afetividade, a racionalidade, 
desenvolvimento e socialização valores estes que são reforçados atualmente 
na BNCC. 
 Sobre a afetividade, argumenta-se sobre a condição individual do aluno, 
cuja legitimação, absorção e resguardo dos valores e regras morais se dá na 
realização de seus projetos de vida, de modo a respeitar a si próprio. Esse 
autorrespeito é o que projeta, conscientemente, o respeito coletivo. Na prática, 
isso se traduz na qualidade do ensino como condição necessária para que os 
alunos consigam cumprir seus sonhos, seus projetos de vida profissional. Do 
contrário, terão seus projetos frustrados. Na prática da gestão escolar, prezar 
pelo ensino de qualidade, em um ambiente no qual se apregoa a justiça, o 
respeito e a solidariedade, a possibilidade de contribuição para o alcance de 
projetos de vida de sucesso aumentará significativamente. 
 Tal condição da afetividade recai na racionalidade. Se as regras morais 
requerem investimento afetivo, pode-se intuir que não há legitimação dessas 
regras sem a racionalidade, que é, justamente, a reflexão e o julgamento que 
se faz das coisas do mundo segundo nossas crenças pessoais e coletivas. 
Novas regras existem diante da legitimação e transformação de outras 
anteriores, assim, o pensamento ponderado dos cidadãos é o que constrói 
novas perspectivas sociais. 
 Viver em democracia é isso: explicitar pensamentos e resolver conflitos 
por meio da comunicação. Diálogos profícuos geram resultados e a 
racionalidade é necessária às práticas do diálogo afetivo. Por isso, se faz tão 
importante que a escola seja um lugar em que se desenvolvam as capacidades 
comunicativas dos alunos, e que os valores morais possam ser analisados por 
todos e não impostos ou apenas meros frutos do hábito. 
 
 
 
 
 
 
 
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Fonte: http://concepto.de/wp-content/uploads/2015/05/moral-min-e1506348455685.jpg 
 Em tempos passados a educação moral era imposta nos ambientes 
escolares por meio de discursos normatizadores, repressão e castigo. 
Atualmente entende-se o desenvolvimento e a socialização como a base do 
conhecimento construído pelas experiências, nas quais edificam apenas aquilo 
que favorece e estimule positivamente a vida do indivíduo. Se uma criança é 
tolhida, isso é, não é dada a ela possibilidade de refletir sobre suas ações e 
condutas, sua afetividade é reduzida e sua racionalidade embotada. Crianças e 
adolescentes precisam pensar por si mesmos para atingir êxito em seus planos 
de vida e prosperarem. Portanto, o desenvolvimento moral depende da 
afetividade, respeito próprio e da racionalidade vivida em suas relações sociais, 
dentro do cotidiano escolar. 
 
3.3 Ética, respeito, diálogo e solidariedade 
 
 O respeito pode ser remetido à várias relações pessoais. Pode ser 
atrelado ao medo e a submissão por alguém que detém algum poder, ou pode 
originar-se pela admiração, consideração ou importância de uma pessoa 
especial. No entanto, o respeito deve se manifestar sob o princípio da 
reciprocidade: se devemos respeitar alguém, também devemos ser 
respeitados. Nesse sentido é que a mutualidade positiva oportuniza a 
dignidade humana, pois a dignidade do ser humano quanto o ideal democrático 
de convívio social pressupõe o respeito mútuo, e não o respeito unilateral 
(BRASIL, 1997). 
 Uma maneira de o gestor líder trabalhar o respeito, pelas mesmas vias 
de se trabalhar a ética no contexto escolar, ora já mencionadas, é abordar 
temas como as diferenças de gênero, a cultura, a etnia, os valores, as religiões, 
a privacidade, a dignidade, repúdio a humilhações, violências físicas e 
psicológicas, instruindo sobre as formas legais de se lutar contra o preconceito, 
de modo que seja compreendido por todos (funcionários e alunos) que no 
ambiente escolar deve-se zelar pelos direitos e deveres no convívio em 
sociedade. 
 O conflito entre pessoas é dimensão constitutiva da democracia. O 
diálogo é um dos principais instrumentos desse sistema, por isso é tão 
 
44 
 
complexo. Dialogar demanda a capacidade de ouvir o outro e de se fazer 
entender, respeitando as diferenças. Sendo a democracia composta de 
cidadãos, cada um deles deve valorizar o diálogo como a maneira de resolver 
conflitos. Assim, a escola torna-se um lugar privilegiado onde se pode ensinar o 
valor da comunicação e aprender a traduzi-lo em ações e atitudes. Nesse 
momento insere-se o papel do gestor líder, que é o de transmitir, também aos 
alunos, a importância do trabalho em equipe, da troca de ideias, de debates e 
da mediação de divergências de opinião. 
 No âmbito dessas conciliações, no tema transversal ética dos PCNs 
(atualmente contemplada na BNCC) também se aborda a solidariedade, que é 
exposta como ideia próxima ao significado de generosidade. Tal solidariedade 
não se refere a atos como ajuda às pessoas em situações de rua ou 
participação em campanhas de apoio a desastres naturais, mas aquela 
solidariedade na qual se ampara indivíduos com dificuldades, atuando contra 
injustiças, na busca de uma sociedade mais humanizada. Na escola, cabe as 
práticas docentes ensinarem sobre formas de ação solidária, desde as 
cotidianas (em casa, na comunidade, na escola), até aquelas em que se 
precisa recorrer aos serviços públicos, como postos de saúde, polícia e corpo 
de bombeiros. Instruir os alunos e o corpo funcional da escola sobre quem 
chamar, para onde ligar e o que fazer em situações delicadas é fundamental 
para a construção da cidadania. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:https://image.freepik.com/vetores-gratis/maos-que-conectam_23-
2147506270.jpg 
 
 
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Tal solidariedade não se refere a atos de ajuda as pessoas em 
situação de rua ou participação em campanhas de apoio a 
desastres naturais, mas aquela na qual se ampara indivíduos 
com dificuldades, atuando contra injustiças na busca de uma 
sociedade mais humanizada. 
Para Refletir 
Por que é tão importante dar, no ambiente escolar, destaque 
ao trabalho de conscientização frente às divergências éticas 
entre docentes e discentes? 
Gestores e professores não devem admitir atitudes 
desrespeitosas entre si e entre os alunos. Não se trata de 
punir; trata-se de explicar-lhes com clareza o que significa 
dignidade do ser humano e demonstrar a total 
impossibilidade de se deduzir que alguma raça é melhor que 
outra, que um sexo é superior ao outro, que determinada 
cultura é a única válida, que atributos físicos determinam 
personalidades, e assim por diante. Trata-se de possibilitar 
que a comunidade escolar pense e reflita a respeito de suas 
atitudes. Daí a necessidade de firmeza na intervenção pelo 
gestor ou professor. Tal firmeza é importante para que os 
alunos percebam que a dignidade do ser humano não é mera 
opinião, mas princípio fundamental da ética e do convívio 
democrático. No entanto, é importante considerar que a 
firmeza se transmite também e sobretudo pela coerência 
entre o discurso do gestor e professor, em suas atitudes no 
convívio escolar. Isto é instruir pelo exemplo. 
 
Atualmente a BNCC define a competência “responsabilidade e 
cidadania” como “Agir pessoal e coletivamente com autonomia, 
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões 
com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e 
solidários.” 
“A educação não deve servir apenas como trampolim para uma 
pessoa escapar da sua região: deve dar-lhe os conhecimentos 
necessários para ajudar a transformá-la.” (Ladislaw Dowbor) 
 
 
Resumo da aula 3 
 
 Nesta aula estudou-se que a ética é um pilar fundamental para a gestão 
da educação.

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