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ESTÔMAGO AULA VIRTUAL 3º nível Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 2 GENERALIDADES RELAÇÕES ENTRE ÓRGÃOS: "ARTICULAÇÃO VISCERAL" Os órgãos se movem ao redor de diferentes eixos, existem entre eles superfícies de contato, de deslizamento e meios de união, que podem ser considerados como "articulações". Superfícies de deslizamento: - São serosas que relacionam os órgãos entre si (exemplo: fígado-diafragma) ou com o esqueleto (exemplo: pulmões-tórax). - Tipos de serosas: - As meninges: envolvem as estruturas nervosas. - As pleuras: envolvem os pulmões. - O pericárdio: envolve o coração. - O peritônio: composto por dois folhetos, o visceral ou seroso (envolve os órgãos da cavidade abdominal) e o parietal (recobre a face profunda da cavidade abdominal). A serosa se articula com a membrana parietal do órgão e entre as duas se encontra a cavidade peritoneal (virtual), onde circula uma pequena quantidade de líquido seroso fazendo-se de lubrificante. - Folheto parietal: peritônio diafragmático, peritônio anterior, peritônio posterior, peritônio inferior ou pélvico. - Folheto visceral: se une à parede visceral de cada órgão. Meios de união: Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 3 Os órgãos apresentam vários meios de união: • sistema das duplas membranas • sistema ligamentar • sistema dos "mesos" (exemplo: mesocólon) • sistema dos epiplons • pressão intracavitária • O sistema das duplas membranas: o Permite a união entre as vísceras, facilitando articulações. As membranas em contato, separadas por uma película de líquido, funcionam como "ventosas" (podem se deslizar, mas não se separar). • O sistema ligamentar: o Os ligamentos ao nível visceral, fazem de meios de união com os demais órgãos e com as membranas que rodeiam o órgão. o Estes ligamentos mantem o órgão em seu lugar durante os movimentos do corpo ou diafragma e lutam contra a gravidade (exemplo: o ligamento suspensório do fígado). o Não contem pedículos vasculares importantes. • O sistema dos "mesos": o São circunvoluções do peritônio que unem as vísceras à parede e que proveem a vascularização: mesocólon (intestino grosso), mesoduodeno (duodeno), mesogástrio (estômago), mesentério (intestino delgado) e mesosigmoide (sigmoide). o A longitude dos mesos é igual a mobilidade do órgão. Os mesos tem continuidade entre eles. • O sistema de Epiplons: São pregas de peritônio que unem dois órgãos entre si e que apresentam uma função vásculo-nervosa importante. o Existem 4 epiplons, e três deles se aderem ao estômago: ▪ Epiplon gastro- hepático ou menor: desde a face interior do fígado (extremo direito) à curvatura menor do estômago. ▪ Epiplon gastrocólico ou maior: desde a curvatura maior do estômago, pela frente do cólon transverso, e se adere ao assoalho inframesocólico da cavidade peritoneal maior. Composto por um duplo folheto, que se dobra sobre si mesmo, por isso na realidade consta de 4 capas. Atua como um reservatório de gordura. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 4 ▪ Epiplon gastro- esplênico: desde a curvatura maior do estômago a face interna do baço. ▪ Epiplon pancreático- esplênico: desde a face interna do baço a cauda d pâncreas. • Pressão intracavitária: o É a soma de todas as pressões de uma cavidade. o A pressão intra-visceral: capacidade de um órgão de ocupar o volume máximo em função de sua elasticidade e de seu sistema vascular. o Esta pressão intracavitária deve equilibrar permanentemente a gravidade, a pressão atmosférica e a tensão dos músculos que formam as paredes da cavidade. • Elementos importantes de sustentação: o Músculo de Treitz: sustenta o ângulo duodeno-jejunal ao diafragma. o A raiz mesentérica: sustenta o ângulo ileocecal para cima até a união duodeno-jejunal. o Se há um aumento de tensão destas estruturas, determinam uma alteração da função e acúmulo de gases e matéria fecal. SISTEMA VISCERAL A boa função de uma víscera depende de: • a mobilidade normal fisiológica • sua vascularização • sua inervação neurovegetativa Por tanto existem técnicas osteopáticas específicas que apontam a melhorar a mobilidade, vascularização e inervação. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 5 As vísceras se movem por peristaltismo próprio que está influenciado através das fáscias pelo DIAFRAGMA TORÁCICO e as mudanças de pressão. Efeito TURGOR: o É a forma de coaptação dos elementos viscerais. o A vascularização também sustenta as vísceras (exemplo: rim unido por pedículo). o As vísceras estão suspensas por ligamentos e fáscias ao gradil costal e diafragma (peritônio à fáscia). o Como se fossem rendas, o sistema fascial as sustentam de um lado e de outro. Pode-se comparar ao movimento de um barco amarrado por várias cordas. o As tensões diafragmáticas influem sobre a pressão intra-abdominal e consequentemente sobre a posição visceral. o Por tanto, antes de tratar um órgão se deve liberar o diafragma. Função aparelho locomotor (influencia) Visceral sistema neurovegetativo (regula funções) Antes de tratar um órgão se deve verificar que não exista lesão vertebral correspondente à inervação de órgãos, já que estas lesões podem "facilitar" neurologicamente a lesão orgânica. Também se deve liberar pela inervação neurovegetativa: - o forame occipitomastoideo (X par). Estes filetes vão ao sistema visceral por nervos esplênicos. - parassimpático medular sacro. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 6 Influencia diafragmática sobre o sistema visceral: mobilidade visceral: • Durante a inspiração o diafragma abaixa e aumenta a pressão abdominal. • O órgão se move segundo as inserções ligamentares. O fígado: • É o órgão mais pesado (já que é como uma esponja cheia de sangue) e influencia os outros órgãos. • Quando o diafragma abaixa, o fígado abaixa também, realizando uma rotação anterior e uma láteroflexão direita. • A parte externa direita do fígado é mais pesada, por isso abaixa mais realizando um movimento de báscula. O estômago: • Durante a inspiração abaixa, se inclina para a esquerda e roda anteriormente para a direita. O baço: • Abaixa e roda anteriormente. O cólon: • O cólon transverso abaixa e roda anteriormente. • Os ângulos cólicos se fecham e abaixam, mas menos que o cólon transverso, pelos ligamentos que os sustentam. • Tanto o cólon ascendente como o descendente abaixam com um movimento pendular de rotação externa. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 7 Duodeno: • Durante a inspiração abaixam D1 D2 D3. D4 abaixa menos fechando o quadrado de suas partes durante a fase inspiratória. Fixações nesta fase alteram a função duodenal e as secreções biliares hepáticas. Válvula ileocecal: • É onde o intestino delgado desemboca no ceco, e representa outra zona que pode sofrer acotovelamentos por alteração da função. Intestino delgado: • O intestino delgado entrelaçado se apoia no períneo. Durante a inspiração, o intestino delgado vai lateralmente. Rins: • Os rins se encontram posteriormente. O direito em contato com fígado e diafragma, está mais baixo. Durante a inspiração abaixam os dois e vão externamente. Abaixam com a direção oblíqua do psoas. Todos os movimentos de rotação que são induzidos pela inspiração, são considerados de rotação externa, para facilitar a nomenclatura das lesões. DISFUNÇÕES VISCERAIS Quando um órgão perde parte ou a totalidade de suas possibilidades de movimento, igual ao sistema músculo- esquelético, se denomina "fixação visceral". Por suas relações com os diferentes elementos do corpo, podem-se encontrar fixações: • ósteo - viscerais • fáscia- viscerais • músculo- viscerais • víscero- viscerais Podem-se distinguir diferentes fixações: • Fixações funcionais: osórgãos conservam suas relações "articulares", só a função está alterada. • Fixações anatômicas: os órgãos perdem sua função ou uma parte de sua função, mas também suas relações articulares. Por tanto, pode-se distinguir: fixações articulares ou aderências, fixações "ligamentares" ou ptose e fixações musculares ou espasmos viscerais. SEIS CAUSAS DE LESÃO VISCERAL: • Perda de mobilidade nas fáscias viscerais, fundamentalmente de serosas, a posteriori de cirurgias ou infecções, que determinam aderências. • Diafragma, por inserções parietais nas costelas, por charneira tóraco-lombar e por inervação frênica de cervicais (C3). • Lesão circulatória, por angioespasmo, tensões, pressão abdominal,... • Sistema neurovegetativo parassimpático craniano e sacral. Controlar trajeto do par X (vago), sobretudo no forame occipitomastoideo. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 8 • Comprometimento nervoso local. • Comprometimento psicológico. O sistema nervoso central aumenta a facilitação metamérica. Aderências Perda de mobilidade de um órgão por mau deslizamento com as estruturas que o cercam. São geralmente consequências direta ou indireta das cicatrizes. O órgão se move ao redor desse ponto de fixação (novo eixo de movimento). Em caso de fixação articular total, o órgão perde completamente sua possibilidade de movimento e em consequência sua função se altera. Uma cicatriz pode apresentar aderências profundas, que podem ocasionar espasmos (por tensão permanente), problemas circulatórios (estase) e fibrose geral. Ptose: É o resultado de uma hiperlassidão dos meios de união do órgão. Existem fatores que favorecem a ptose: • o biótipo (exemplo: longilíneo) • a depressão nervosa • o envelhecimento • as consequências de partos prolongados ou numerosos • as consequências de ablações cirúrgicas • traumatismos. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 9 Espasmos viscerais: Encontram-se geralmente ao nível dos órgãos ocos que apresentam uma dupla musculatura lisa, com fibras longitudinais e circulares. A raiz de uma irritação, as fibras musculares apresentam uma tensão permanente, o que provoca estase do fluxo digestivo. Este fenômeno, igual ao espasmo muscular, é geralmente limitado no tempo, mas se não é tratado, pode ser o fator "starter" de uma fixação orgânica e depois de uma patologia. GRAVIDADE E LESÃO OSTEOPÁTICA Ainda o homem não se adaptou totalmente à bipedestação e o organismo luta permanentemente contra a ação da gravidade. Peso-gravidade favorecem: • artrose • alterações curvas fisiológicas • ptose visceral. Em osteopatia se trabalha sobre espasmos viscerais e ptose (consequências) Consequências de ptose visceral: • Diminui a circulação de retorno venoso-linfático. Congestão. Estase. Distensão do sistema ligamentar (sistema hormonal). Diminuição de mobilidade. Exemplo: Ptose de fígado. Aumento da pressão na circulação portal. Congestão venosa sigmoide. Hemorroida. CADEIA LESIONAL DA ENTEROPTOSE Protocolo de tratamento em ptose: • Trabalhar sobre linhas de força. • Trabalhar sobre diafragma. • Trabalhar sobre ptose. • Equilibrar pressões intratorácica e pressão abdominal. • Normalizar o tônus muscular espinhais-abdominais. A meta é melhorar a circulação. Ter em conta que a ptose é um fenômeno lesional global. Não se apresenta um só órgão em ptose, por isso não se deve tratar um órgão individualmente. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 10 DIAGNÓSTICO VISCERALDO ANAMNESE • Perguntas sobre sintomas. INSPEÇÃO • Análise de postura (linhas de gravidade). • Ptose visceral. • Pulsações epigástricas de aorta: devem sentir-se antero-posterior, são transversais em caso de alteração. • Simpaticotonia. PERCUSSÃO Mediante a percussão se determina: • Timpanismo (sonoro): órgãos ocos (estômago, cólon ascendente e descendente). • Macicez (não sonoro): órgãos maciços (fígado, sigmoides, intestino delgado). Se deve realizar com a mão oca, sobre cada dedo. AUSCULTA Com estetoscópio, se estudam ruídos hidroaéreos e se buscam zonas "mudas". PALPAÇÃO • Calor à distância: se há mais sangue arterial (congestão), determina aumento de temperatura local. • Termografia médica (instrumental). • Termografia osteopática: com a face dorsal da mão a uma distância de 2 cm aprox., busca-se a zona mais quente. É normal que a zona baixa e epigástrica sejam mais quentes. • Pontos dolorosos viscerais: existem 3 níveis de palpação. Solicita-se ao paciente que indique o ponto. o Músculo: se há cordões de dor usar técnicas de spray e stretching, mobilizar costelas - ilíacos. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 11 o - Vísceras: eliminar a resistência da pele fazendo uma prega e penetrando o dedo profundamente em busca de elementos sensíveis e tensos. o - Fáscias: são extensíveis por estiramento e por compressão. o - Pele: Dermalgias reflexas. Dermatomos (pinçado rodado, buscar zonas de casca de laranja, doloridas e avermelhadas). Relação com território visceral (reflexo víscero- somático). Pontos Trigger viscerais: Buscam-se espasmos de esfíncteres. • Plexo solar: ponto médio entre apêndice xifóide e umbigo. Palpa-se a partir do apêndice xifóide deslizando o dedo para o umbigo, percebe-se um "tope". • Piloro: a 8- 9 cms da linha que une umbigo com mamilo, pode perceber-se uma zona rígida. • Cístico: (vesícula biliar) linha de 7ª a 8ª costela ao umbigo. • Oddi: 5 cm por cima do umbigo, a meia distância entre o umbigo e o rebordo costal direito. O esfíncter de Oddi é a terminação do colédoco e de Wirsung (duto pancreático). • União duodeno-jujenal: é um ponto trigger muito profundo à mesma altura do esfíncter de Oddi à esquerda. Ter em conta a sustentação do músculo de Treitz, que se insere por cima por vários fascículos no diafragma e por baixo no vértice do ângulo duodeno-jejunal. • Influencia no centro frênico e no intestino delgado pela raiz mesentérica. • Cólon: podem-se palpar pontos em qualquer parte do cólon ascendente ou descendente. • Sigmoide: à esquerda, se se apresentam vários pontos nessa zona, pode se tratar de aderências. • Ceco: Ponto de Mac Burney: na linha de E.I.A.S. (direita) ao umbigo, um pouco por cima (4 espaços de dedos do paciente). • Válvula ileocecal: um pouco por dentro do anterior. Não existem pontos trigger para o cárdias (válvula superior do estômago), mas apresenta tensão na zona epigástrica superior, próximo ao apêndice xifoide. Antes de avaliar e tratar abdome, Deve-se tratar o diafragma. Topografia do abdome: Há diferenças na localização dos órgãos, segundo o biótipo do indivíduo (exemplo: brevilíneo ou longilíneo). Requer-se um protocolo de palpação. • Epigástrio: se localiza o cárdias, o fígado e o começo do estômago, às vezes pode chegar por baixo do umbigo. • Duodeno, linha do umbigo ao mamilo. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 12 • Flanco direito: cólon ascendente, rim direito, ângulo hepato-esplênico. • Flanco esquerdo: cólon descendente, rim esquerdo, baço. • Fossa ilíaca direita: ceco, válvula ileocecal. • Fossa ilíaca esquerda: cólon celíaco, sigmoide. Localização de dor abdominal: • Estômago, pâncreas, duodeno e vesícula biliar, em epigástrio e hipocôndrio. • Jejuno e íleo em região peri-umbilical. • Cólon em fossas ilíacas. • Reto em região pré-sacra. • Fígado e vesícula biliar em hipocôndrio direito. • Apendicite, enterite, alterações ginecológicas em fossa ilíaca direita. • Gastrite no ângulo cólico esquerdo. • Divertículos e processo ovárico esquerdo em fossa ilíaca esquerda. • Litíase uretral em prega inguinal. Sinais evocadores: • SINAL DE MURPHY: Em colecistite aguda, contratura dolorosa inspiração profunda e em palpação de hipocôndrio direito. • SINAL DE PSOAS E OBTURADOR EXTERNO:Dor à extensão passiva de quadril. • SINAL DE FRICÇÃO HEPÁTICA: Audível e palpável em caso de tumor ou infecção aguda. • SINAL DE GREY TURNES: Hemorragia atrás do saco peritoneal. Por aneurisma de aorta ou pancreatite hemorrágica. Equimose no ângulo costovertebral e/ou ao redor do umbigo. CARACTERÍSTICAS DAS FEZES • Ceco: líquidas e sem odor. • Cólon ascendente: mais sólidas, mas não duras. • Cólon descendente: mais duras, com forma do intestino. • Sigmoide: muito duras e segmentadas. Recordar que o estômago dói em seu conjunto por ação puntiforme (um só dedo) e não dói ao apoiar a palma da mão. Observa-se se está envolvido o diafragma comprovando que na inspiração é mais fraco o peitoral. Depois do tratamento do diafragma o músculo se reforça. Recordar que o espasmo do diafragma - estômago é frequente. Realiza-se o tratamento visceral e o músculo se reforça mais ainda. TRATAMENTO VISCERAL OSTEOPÁTICO PRINCÍPIOS Assim como a estrutura governa a função, pode-se dizer que a psique governa a função e a estrutura. Para ter uma boa saúde (normal) deve existir um equilíbrio entre estes três pontos. Pode-se dizer que todas as patologias são bioquímicas, mentais ou estruturais, e quando esta tríade se encontra em equilíbrio constante representa um estado saudável. MEDICINA PSICOSSOMÁTICA Há muitos pacientes com problemas psicossomáticos, com alterações funcionais e digestivas, nas que se pode intervir desde a abordagem osteopática. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 13 Em um enfermo bio-psico-social (Ex.; diabético, com problemas de pâncreas, depressão, stress...), existe uma diminuição da energia e homeostasia e, em consequência, uma diminuição da imunidade, que será um fator predisponente da enfermidade, o que se denomina como reação de conversão, onde existe uma desprogramação do sistema neurovegetativo. O hipotálamo controla os processos hormonais vegetativos e somáticos, estimulando a nutrição, a alimentação e a reprodução para a sobrevivência do individuo. O hipotálamo seleciona um tipo de programa no qual intervêm os hormônios e o sistema neurovegetativo. Os estímulos externos que nos cercam atuam sobre o córtex, deste ao sistema límbico, logo ao hipotálamo (ação sobre o programa) pelo sistema simpático, e dali por via sanguínea ao sistema hormonal. Em um estado depressivo o "computador central" é danificado e não há função de programa, por isso haverá um aumento da velocidade de condução simpática, um relaxamento brônquico, contração dos esfíncteres do estômago (piloro e cárdias), um freio da insulina e da secreção pancreática, uma contração do baço e das coronárias. Estímulo externo ---> córtex ---> sistema límbico ---> hipotálamo ---> hormônios-hipófise ---> S.N. SOMÁTICO / S.N. SIMPÁTICO / PARASSIMPÁTICO. SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO Em um estado de saúde está em equilíbrio o sistema simpático e parassimpático. Todas as vísceras têm inervação rica neurovegetativa, ortossimpática e parassimpática, com uma grande rede de distribuição. É imprescindível trabalhar o sistema visceral, para obter resultados no aparato locomotor. Sistema simpático: • Inervação difusa C8 - L2: eretores dos pelos, vascularização da pele e os músculos relacionados com o nível metamérico. • Inervação localizada: o C8 - T1 - T2 - T3 - T4: centro cardioacelerador e inervação pulmonar. o T4 - T5 até T10: centro para o fígado, estômago, vesícula biliar, duodeno. o T10 - T11 - T12: intestinal. o T11 - T12: rins. VÍSCERAS VÉRTEBRAS CENTROS MEDULARES ESTÔMAGO (piloro) T5-T6 FÍGADO T8 VESÍCULA BILIAR T5 DUODENO (Oddi) T6 DUODENO - JEJUNO T7 ÍLEO (válvula ileocecal) T9-T10 CECO (Mac Burney) T10 COLON T8 SIGMÓIDE T11 Espondiloterapia ---> percussão sobre apófises espinhosas. Manipulação ---> para produzir reflexo Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 14 Na realidade não é só uma vértebra a responsável, são várias vértebras as que intervêm na inervação da víscera. Influência metamérica: Um corte metamérico compreende: o pele o músculo o víscera o osso o vasos sanguíneos. É o que remarca Irvin Korr, quanto à repercussão sobre um metâmero correspondente a uma disfunção somática vertebral. Podem produzir reflexos: o sômato-visceral o víscero-visceral o neurolinfático (Chapman) o víscero- somático Exemplo: reflexo víscero-somático. Aderências: alteração de válvula ileocecal, que determina inflexão por inflamação. Espasmo dos músculos monoarticulares por facilitação do Sistema Gamma. Os pontos de Chapman são pontos reflexos que se encontram nos espaços intercostais e se tratam com massagens circulares. Sempre que há inflamação importante, infecção ou cirurgia existe possibilidade de aderências que restringem a mobilidade. Qualquer destas causas dá informação à fibra sensitiva aferente, com um bombardeio nociceptivo para a medula, o sistema Gamma responde aumentando o tônus segmentar. PAPEL DAS MANIPULAÇÕES VISCERAIS • Diminuir espasmos reflexos de músculos estriados e lisos (vísceras). • Estiramento de fáscias para liberar aderências e devolver elasticidade. • Normalizar a lesão circulatória. • Suprimir os circuitos nociceptivos medulares de origem visceral. INDICACIONES DE TRATAMIENTO OSTEOPÁTICO E DAS MANOBRAS VISCERAIS • - ESTÔMAGO: o Gastrite. o Síndromes dispépsicos (discinesia gastroduodenal e vesícula biliar). o Espasmo entre estômago e duodeno. o Hérnia de hiato. Sinal de cordão (refluxo gástrico ao agachar). Também pode haver refluxo noturno. o Teste de copo de água: toma água, se inclina, a água faz refluxo. o Eructos. o Digestão difícil, que piora com bebidas brancas, cigarros e verduras. • COLOPATIAS FUNCIONAIS: o Colite. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 15 o constipação (espasmódica ou atônica). o Diarreias. o Cólon irritável (alternância constipação - diarreia). • NEUROSE DE UM ÓRGÃO: psicossomatização de problemas emocionais sobre um órgão. o Existem 6 órgãos muito sensíveis: ▪ Estômago ▪ Coração ▪ Pulmões ▪ Intestinos ▪ Sistema genital ▪ Fígado • SEQUÉLAS DE INFEÇÃO OU INTOXICAÇÃO: sempre depois de uma colite haverá aderências. • SEQUÉLAS ENTÉRICAS: não em processo agudo, sim a posteriori. • SÍNDROME DISENTÉRICA: não em processo agudo, sim a posteriori. • PÓS-CIRÚRGICO: para liberar aderências e bridas. CONTRAINDICAÇÕES • ESTÔMAGO: o Câncer ▪ síndrome ulcerosa (50- 55 anos) ▪ intolerância ao cigarro ▪ presença de sangue digestivo (fezes escuras com muito odor) ▪ tonturas, náuseas ▪ diarreias ▪ mal estado geral; regra dos 3 A´s (anorexia, anemia, emagrecimento) ▪ febrícula (37º - 38º) ▪ Complicações: perfurações, riscos de metástase. • INTESTINO DELGADO: o Enfermidade de Whipple (infecção): ▪ febre ▪ endocardite ▪ sinais neurológicos ▪ alterações serosas intestinais (aderências) ▪ alterações articulares (reumáticas) o Tumores cancerosos: ▪ Dores agudas em flash paroxísticos, com irradiação ao pescoço e face (como em neuralgia do V par). ▪ tonturas. ▪ náuseas, vômitos. ▪ hemorragias (sangue vermelho nas fezes). ▪ alterações diarreias - constipações. ▪ mal estado geral, regra dos 3 A´s. ▪ febrícula. ▪ Complicações: oclusão. o Infarto mesentérico (urgência médica): ▪ dor abdominal com dor lombar (lombalgia aguda), com reflexo protetor importante Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 16 ▪ vômito permanente ▪ estado de choque, suor, arritmia ▪ taquicardia 120 -130 ▪ regra dos 3 A´s ▪ é como o infarto de miocárdio, mas a nível intestinal • CÓLON: o -âncer: ▪ colite, constipação ▪ tumor palpável ▪ Complicações: oclusão, peritonite, perfuração, metástase o - Apendicite: é uma urgência cirúrgica. ▪ Síndrome que pode produzir vários quadros clínicos. Deve-se fazer um diagnóstico diferencial com a colecistite. ▪ dor agudaem fossa ilíaca direita ▪ vômitos, náuseas ▪ diminuição da velocidade de trânsito intestinal ▪ pulso acelerado ▪ febre 38º - 39º (diferencial axial- retal) ▪ dor a descompressão (ao tirar a mão) em rebote ▪ dor a palpação do saco de Douglas, através da pelve, retal ou vaginal ▪ sinal de Mac Burney: a 4 espaços de dedo (do paciente) de E.I.A.S. e a 3 do umbigo ▪ Abdome em “Tábua”. o Oclusão intestinal: é uma urgência cirúrgica. ▪ Três possíveis causas em crianças: torsão intestinal (válvulas que fecham automaticamente). liobiliar (vesícula baixa). invaginação de uma parte do intestino, que por alteração do peristaltismo, passa para dentro da zona seguinte. Penetra dentro de si mesmo. ▪ Em adultos: tumores, aderências, compressão de D3. Sintomas de oclusão intestinal: dor forte náuseas, vômitos "zona muda", à escuta não se sente nenhum ruído e por cima há hiperistaltismo com muito ruído meteorismo (dilatação por gases) hipertimpanismo em Rx em placa lombo - pélvica torácica, é uma imagem típica. Também em ecografias e RNM. Complicações: peritonite, desidratação ATENÇÃO: CONSULTA MÉDICA IMEDIATA: • síndrome oclusiva sem diagnóstico • febrícula (37º- 38º) • sinais hemorrágicos (descartar hemorroidas) • síndromes persistentes depois dos 45 anos Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 17 CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS • ESTÔMAGO: o Úlcera: ▪ Segundo o grau de evolução, pode-se trabalhar no grau inicial sem perfuração. Com o trabalho osteopático atua-se sobre: vago (par X) para diminuir a secreção gástrica vascularização local (visceral) sistema ortossimpático para melhorar o peristaltismo. ▪ Complicações: perfuração: dor aguda, estado de choque, espasmo abdominal (peritonite), observar saco de Douglas. estenose de piloro: dilatação gástrica, vômitos - náuseas, aumento de movimentos peristálticos. • INTESTINO: o Enfermidade de Crohn (reto - colite hemorrágica): ▪ Causas: microbianas; psicológicas. Evolui por brotes no cólon, íleo e sigmoide ▪ Sintomatologia: dor na fossa ilíaca esquerda colite hemorrágica infecções anais sinais hepatobiliares sinais articulares e cutâneos Rx; estenose em partes do intestino Risco de complicação com desenvolvimento de câncer de intestino. ▪ Complicações: oclusão fístulas perfuração. o Outras patologias: ▪ Má absorção. ▪ Pólipos. ▪ Megacólon (por causas congênitas ou ausência de tônus por transtornos neurológicos). ▪ Diverticulose (com espasmos e/ou hérnias de mucosa intestinal). o O tratamento osteopático não muda a patologia, mas alivia os sintomas. TÉCNICAS DE TRATAMENTO Deve-se empregar a cinesiologia aplicada para saber como está o organismo, e se está muito baixo ou a "0", deve-se reequilibrar o organismo como início do tratamento osteopático, para o qual se utiliza primeiro a técnica de escuta. O trabalho para reequilíbrio global se realiza nesta ordem: 1. estrutural 2. visceral 3. craniano Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 18 LIVRO DE REFERÊNCIA François Ricard. Tratado de osteopatía visceral y medicina interna osteopática : tomo 2: sistema digestivo. Panamericana 2008. Anotações não presenciais de gastroenterologia Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 19 ANATOMIA DO ESTÔMAGO SITUAÇÃO O estômago está limitado: • Por cima pelo diafragma e o lóbulo esquerdo do fígado. • Por baixo, o cólon transverso e seu meso. • Por dentro, a região celíaca. Projeta-se sobre o epigástrio e hipocôndrio esquerdo; mas seu limite inferior varia com a repleção da cavidade e com a posição do indivíduo. Seus 2 extremos são, pelo contrário, relativamente fixos: • Superior, o cárdio-esófago situado à esquerda de T10; • Inferior, o piloro situado à direita de L1. CONFIGURAÇÃO EXTERNA FORMA Diferente no cadáver e no ser vivo. No cadáver, o estômago é uma bolsa alongada transversalmente cuja forma geral recorda a de uma gaita com: • Uma porção superior, vertical que ocupa os 2/3; • Uma porção inferior, horizontal, que ocupa 1/3. PROJEÇÕES ESQUELÉTICAS DO ESTÓMAGO 1 - Cárdias. 2 - Curvatura menor. 3 - Piloro. 4 - Antro pilórico. 5 - Duodeno. 6 - Tuberosidade menor. 7 - Curvatura maior. 8 - Corpo do estômago. 9 - Tuberosidade maior. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 20 No ser vivo os estudos radiológicos após a absorção de um preparado de bário mostram que os tipos morfológicos variam segundo: • A idade: No recém-nascido a porção horizontal está ausente, e o piloro é o ponto mais declive do órgão. • O sexo: Na mulher a porção superior, vertical, está mais desenvolvida que no homem; • A posição: o Na posição de pé o estômago tem a forma de um “J” maiúsculo cujo ramo vertical é paralelo ao flanco esquerdo das 4 primeiras vértebras lombares e cujo gancho envolve L2; o Em decúbito dorsal o estômago se volta transversal (como no cadáver) e toma uma forma globulosa; • A tipologia: o Tipo hipertônico: curto, os sujeitos brevilíneos; o Tipo ortotônico: clássico, do adulto; o Tipo hipotônico: alargado, dos sujeitos longilíneos, onde as duas porções são paralelas e quase verticais; o Tipo atônico: muito alongado e em ptose na pelve. POSIÇÃO DO ESTÔMAGO SEGUNDO A MORFOLOGIA DIMENSÕES Variáveis, em geral: • longitude=25 cm, • largura = 12 cm, • profundidade=8 cm, MORFOLOGIA: • O estômago, subdividido em 2 porções, mostra 2 faces, 2 bordos ou curvaturas e 2 orifícios. • Porções: ▪ Vertical: o polo superior forma a tuberosidade maior, que se continua com o corpo, oblíquo para baixo e para frente. ▪ Horizontal: o polo inferior forma a tuberosidade menor denominada às vezes "fundo", que se continua a direita no antro pilórico. • Faces: Anterior e posterior, ambas, mais ou menos convexas. • Curvaturas: Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 21 o À direita: a curvatura menor, côncava, de 15 cm de longitude, orientada para cima e à direita, dividida em 2 porções, uma vertical e outra horizontal, separadas por um ângulo pouco agudo, o angulus. o À esquerda: a curvatura maior, convexa, de 40 cm de longitude, dividida em 3 porções: ▪ Superior, que corresponde à tuberosidade maior, forma com o bordo esquerdo do esôfago o ângulo de His; ▪ Média, que corresponde ao corpo e é vertical; ▪ Inferior, que corresponde à tuberosidade menor, oblíqua para cima e à direita. o Orifícios: ▪ Acima: o cárdias põe em comunicação o estômago com o esôfago abdominal, entre a curvatura maior e a menor: ovalado, quase vertical, está orientado para a direita, para cima e um pouco afrente. ▪ Abaixo: o piloro põe em comunicação o estômago com o duodeno, no extremo direito da porção horizontal do estômago; circular, está orientado para a direita, atrás e um pouco para cima; formado pelo engrossamento de um esfíncter, que pode ser localizado mediante a palpação. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 22 CONFIGURAÇÃO INTERNA A cavidade gástrica mostra uma mucosa rosada atravessada por grossas pregas paralelas à direção do órgão e que convergem para o piloro; duas delas, mais pronunciadas, formam ao nível da curvatura menor uma espécie de sulco que dirige o bolo alimentar para a porção horizontal. Ao nível dos orifícios se observam verdadeiras circunvoluções valvulares: • No cárdias: a válvula de Gubaroff corresponde ao ângulo de His, isto é, na junção das paredes esofágica e gástrica, na parte supero-esquerda do orifício; • No piloro: o esfíncter eleva a mucosa em uma válvula anular cuja superfície gástrica tem um declive suave cuja superfície mostra o aspecto do cárdias e do duodeno apresenta um declive abrupto. CONSTITUÍÇÃO ANATÔMICA O estômagoé formado, da superfície à parte profunda, por 4 túnicas: • Serosa: Fina e reluzente, que corresponde ao peritônio visceral. • Musculosa: Especialmente desenvolvida em razão do papel do estômago na trituração dos alimentos e subdividida em 3 planos de fibras: o Superficial: com fibras longitudinais. o Médio: com fibras circulares que continuam as do esôfago e se engrossam ao nível do piloro. o Profundo: com fibras oblíquas que irradiam em leque desde o ângulo de His até as duas curvaturas gástricas. • Submucosa: Muito laxa percorrida por numerosos vasos e nervos. • Mucosa: Grossa está percorrida por finos sulcos que circunscrevem pequenas mamilas de 2 a 3 mm de diâmetro; Podem se diferenciar 2 zonas de secreção: o Ácida correspondente à porção vertical (tuberosidade maior e corpo); o Alcalina correspondente à porção horizontal (tuberosidade menor e antro); zona reflexógena do estômago, provoca também, à distancia, a secreção ácida quando está em contato com os alimentos. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 23 MEIOS DE FIXAÇÃO RELAÇÕES FASCIAIS DO ESTÔMAGO Independentemente de sua continuidade com o esôfago abdominal, por uma parte, e com o duodeno, por outra, o estômago está fixado na célula gástrica por 3 tipos de meios de inserção: • um ligamento, que o fixa ao diafragma; • os epiplons que o unem aos órgãos vizinhos; • as "foices" vasculares, que dependem do peritônio. LIGAMENTO GASTROFRÊNICO • Provem da reflexão sobre o peritônio diafragmático dos dois folhetos do peritônio gástrico. • Fixa a superfície posterior da tuberosidade maior ao lado esquerdo do diafragma e se continua: o à direita, com a porção alta do epiplon menor; o à esquerda, com o epiplon gastroesplênico. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 24 EPIPLONS São lâminas peritoneais que unem órgãos entre si. • EPIPLON MENOR OU LIGAMENTO HEPATOGÁSTRICO: Nasce no mesogástrio anterior e resulta da aderência, à direita da curvatura menor, dos folhetos anterior e posterior do estômago; une esta curvatura com o hilo do fígado, sob a forma de uma divisória frontal pouco grossa que contem: o no seu bordo esquerdo, gástrico, o círculo vascular da curvatura menor; o no seu bordo direito, livre, o pedículo hepático. • EPIPLON MAIOR: Nascido no mesogástrio posterior, resulta da aderência de 4 folhetos que descendem por baixo do cólon transverso e recobrem o intestino delgado; sua porção alta une a curvatura maior ao cólon transverso e forma o ligamento gastrocólico que contem o círculo vascular da curvatura maior. • EPIPLON GASTROESPLÊNICO OU LIGAMENTO GASTROESPLONICO: Também sai do mesogástrio posterior e se continua: o para cima, com o ligamento gastrofrênico; o para baixo, com o ligamento gastrocólico. o Muito curto, une a curvatura maior com o hilo do baço e contem ramos da artéria esplênica: vasos curtos e a gastroepiplóica esquerda. Inferior direita. FOICES VASCULARES São circunvoluções peritoneais elevadas pelas artérias coronária estomáquica e hepática, que unem a curvatura menor e o duodeno à parede posterior. • LIGAMENTO GASTROPANCREÁTICO: De forma triangular, se estende desde o tronco celíaco ao 1/3 superior da curvatura menor; seu bordo inferior, livre, côncavo para baixo, orientado para frente e à direita. • LIGAMENTO DUODENOPANCREÁTICO: Também triangular, pouco proeminente, está orientado em sentido inverso; seu bordo superior, livre, côncavo para cima. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 25 TOPOGRAFIA DO ESTÔMAGO COM OS ÓRGÃOS VIZINHOS 1 - Projeção do pulmão direito. 1' - Projeção do pulmão esquerdo. 2 - Projeção da pleura direita. 2' - Projeção da pleura esquerda. 3 - Lóbulo direito do fígado. 4 - Projeção do piloro. 5 - Ângulo cólico direito. 6 - Tuberosidade menor do estômago. 7- Tuberosidade maior do estômago 8 - Lóbulo esquerdo do fígado. 9 – Projeções do cárdias. 10 - Polo superior do fígado RELAÇÕES Apesar de sua mobilidade, o estômago apresenta relações bastante fixas, que podemos estudar segundo suas faces, suas curvaturas e seus extremos. FACES: • ANTERIOR: O estômago apresenta 2 porções: o Infra-torácica: muito mais extensa (2/3 superiores da porção vertical), se projeta sobre a parte anterior do hemi-tórax esquerdo seguindo uma superfície que corresponde às 5ª, 6ª, 7ª, 8ª y 9ª costela e a seus espaços intercostais. Corresponde ao espaço semilunar de Traube bastante fácil de reparar porque é sonoro à percussão. o Estas relações se estabelecem por intermédio do diafragma e as digitações do músculo transverso: ▪ Entre o diafragma e a parede torácica: O fundo de saco pleural, costodiafragmático (que descende até a 8° cartilagem costal); A base do pulmão esquerdo (que alcança a 7° cartilagem, no momento da inspiração); A face inferior do pericárdio, na proximidade do esterno. ▪ Entre o estômago e o diafragma: O lóbulo esquerdo do fígado se interpõe na parte medial do espaço de Traube; o ligamento triangular esquerdo o une ao plano posterior, cruzando o esôfago abdominal. ▪ Por baixo: a tuberosidade menor e a porção baixa do antro formam o segmento horizontal; o ligamento gastrocólico, que contem o círculo dos vasos gastroepiplóicos, as une ao cólon transverso e se continua além dele pelo epiplon maior. • CURVATURA MENOR: o É mais profunda que a curvatura maior e descreve uma curva de concavidade direita, de T11 a L1; dá inserção ao epiplon menor e, por seu intermédio, entra em relação com a região celíaca. O epiplon menor pode ser subdividido, em contato com o estômago, em 2 porções: Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 26 ▪ Alta, ou pars condensa, frente ao cárdias, que contem os nervos gastrohepáticos (que unem o vago esquerdo com os nervos do fígado); ▪ Baixa, que contem entre seus folhetos, ao e contra o bordo gástrico, o círculo vascular da curvatura menor, assim como os nervos originados nos vagos; o A região celíaca está localizada por trás do epiplon menor, por cima e à direita da curvatura menor. o Corresponde aos órgãos vásculo nervosos situados atrás do peritônio parietal posterior e compreende: ▪ A aorta abdominal, que constitui o eixo da região, desde seu orifício diafragmático até o corpo do pâncreas; ▪ O tronco celíaco sai dali, margeado de cada lado pelos gânglios semilunares direito e esquerdo que formam o plexo solar; ▪ Os ramos do tronco celíaco: artéria esplênica. artéria hepática. artéria coronária estomáquica. os gânglios linfáticos pré-aórticos e látero-aórticos da região celíaca. EXTREMOS O HIATO ESOFÁGICO 1 - Porção direita do diafragma. 2 - Músculo de Rouget e Juvara direito., 3 - Peritônio. 4 - Cárdio-esófago. 5 - Válvula de Gubaroff. 6 - Músculo de Rouget e Juvara esquerdo. 7 – Espaço Peri-esofágico. 8 - Bainhas de Treitz e Leimer (lado esquerdo). 9 - Bainhas de Treitz e Leimer (lado direito). 10 - Pleura. • CÁRDIO-ESÓFAGO o É a porção de mais difícil acesso; forma uma verdadeira região que associa o esófago terminal com o cárdias. O esôfago abdominal é muito curto (2 a 3 cm); está situado debaixo da cúpula diafragmática, à esquerda da linha média. ▪ o cone superior torácico, ascendendo a 3 cm por cima do diafragma, se integra lateralmente por baixo do hiato, as fibras que partem do diafragma (o músculo de Juvara) o reforçam; ▪ o cone inferior é abdominal; menos extenso, se fixa por baixo ao redor do cárdias e o músculo de Rouget . o O cárdias é o orifício superior do estômago; se projeta: ▪ para trás, a esquerda do corpo de T11; ▪ para frente, sobre a 7ª articulação condroesternal esquerda. ▪ Suas fibras musculares elípticas e o ângulo cardiotuberositário de His asseguram sua continência, muito mais que a própria válvula de Gubaroff. ▪ Nas hérnias hiatais "por deslizamento", com suspensão do ângulo de His, ocárdio- esófago se desloca globalmente e ascende no mediastino posterior com a tuberosidade maior. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 27 o Relações comuns: ▪ Com o peritônio: ▪ Pela frente; o nervo vago esquerdo contorna seu bordo direito e descende para a curvatura menor; o bordo posterior do lóbulo esquerdo do fígado cruza a face anterior do esófago; está fixo por cima dele sobre o diafragma pelo ligamento coronário esquerdo, que prolonga lateralmente ao ligamento triangular esquerdo. ▪ Por trás: o nervo vago direito segue também seu bordo direito; o pilar esquerdo do diafragma separa o esôfago da aorta abdominal. ▪ À esquerda: a tuberosidade gástrica maior se eleva por cima do esófago formando um ângulo aberto para cima, o ângulo de His. PILORO • Marcado na sua superfície pelo sulco piloroduodenal, mas a região pilórica é mais extensa e corresponde a totalidade do conduto pilórico que ultrapassa 3 cm sobre o estômago, até o antro pilórico. • Situação: o profunda, sobre o flanco direito de L1, projetando-se para frente sobre o extremo anterior da 8ª cartilagem costal direita. • Direção: o oblíqua para cima, para trás e à direita. • Relações: o Está totalmente rodeado por peritônio. É relativamente móvel e se relaciona: ▪ pela frente, com o lóbulo quadrado do fígado e, mais à direita, com a vesícula biliar; ▪ mais abaixo, o cólon transverso recobre seu 1/3 inferior; ▪ por trás, com o extremo direito da transcavidade dos epiplons e, por seu intermédio, com o istmo do pâncreas; mais para a direita, a foice da hepática se fixa sobre a porção duodenal e separa a transcavidade dos epiplons e seu vestíbulo; ▪ por cima, os vasos e os nervos do piloro, o une, à direita, ao pedículo hepático; ▪ por baixo, o extremo direito do ligamento gastrocólico, que contem os vasos gastroepiplóicos direitos, o une ao cólon transverso. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 28 VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO VASCULARIZAÇÃO DO ESTÔMAGO • ARTÉRIAS o Originadas no tronco celíaco ou em seus ramos, formam, em contato com as curvaturas, 2 círculos arteriais, enquanto que os "vasos curtos" irrigam especialmente a tuberosidade maior. o CÍRCULO DA CURVATURA MENOR: ▪ Formado pela anastomose da coronária estomáquica e da pilórica, está compreendido entre os dois folhetos do epiplon menor e transcorre em contato com o estômago. o CÍRCULO DA CURVATURA MAIOR: ▪ Formado pela anastomose das gastroepiplóicas, está compreendido entre os folhetos do ligamento gastrocólico e transcorre à distância do estômago. o SISTEMA DOS VASOS CURTOS: ▪ Destinados sobre tudo à tuberosidade maior, nascem da artéria esplênica, em número de 6 a 8 e ascendem no epiplon gastroesplênico até a face posterior do estômago. o REDE INTRAGÁSTRICA: • VEIAS o Nascem na rede sub-epitelial da mucosa, atravessam as redes submucosas e sub- serosas e se tornam em troncos homólogos das artérias. o CÍRCULO DA CURVATURA MENOR: ▪ Veia coronária estomáquica ou gástrica esquerda. ▪ Veia pilórica ou gástrica direita. o CÍRCULO DA CURVATURA MAIOR: ▪ Veia gastroepiplóica direita. ▪ Veia gastroepiplóica esquerda. o VEIAS GÁSTRICAS CURTAS: ▪ Superpostas às artérias, se unem: ▪ à direita, com a coronária estomáquica; ▪ à esquerda, com a veia esplênica. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 29 • LINFÁTICOS o Nascem na rede mucosa, se voltam na rede submucosa e drenam na rede sub-serosa cujos coletores se unem a 3 grupos ganglionares. LINFÁTICOS DO ESTÔMAGO 1 - Gânglio celíaco. 3 - Gânglios do pedículo hepático. 4 - Gânglio retropilórico. 5 - Gânglio pré-pancreático. 6 - Gânglio sub-pilórico. 7 - Grupo pilórico. 8 – Cadeia gastroepiplóica direita. 9 - Grupo gastroepiplóico. 10 - Gânglio gastroepiplóico esquerdo. 11 - Cadeia esplênica. 12 - Grupo esplênico. 13 - Grupo coronário estomáquico. 14 - Gânglios justa cardiais • NERVOS o Originados nos dois nervos vagos e no plexo celíaco simpático, chegam ao estômago agrupados em 3 pedículos cuja topografia é diferente da dos vasos. PEDÍCULO DA CURVATURA MENOR: • É o mais importante e está formado pelos ramos de divisão dos nervos vagos, divididos em 2 planos: o anterior: de 4 a 6 ramos escalonados, o mais volumoso dos quais forma o "nervo principal anterior" da curvatura menor; provem do vago esquerdo; o posterior: de disposição similar, também com um nervo mais volumoso, o "nervo principal posterior" da curvatura menor; provem do vago direito. • Terminam na porção vertical do estômago e não chegam jamais à região antropilórica. PEDÍCULO PILÓRICO: Formado por 3 ou 4 filetes que nascem nos ramos hepáticos do vago esquerdo (nervo gastrohepático), termina perpendicularmente ao conduto pilórico e a 1ª porção duodenal e inerva a porção horizontal do estômago. PEDÍCULO SUBPILÓRICO: Menos importante, formado por fibras simpáticas que acompanham a artéria gastroepiplóica direita. Os nervos vagos controlam a maior parte da secreção gástrica. INERVAÇÃO DO ESTÔMAGO 1 - Nervos gastrohepáticos. 3 - Nervo esplâncnico maior direito. 4 - Gânglio semilunar direito. 5 - Nervos do piloro. 6 - Nervos gastroepiplóicos direitos. 7 - Tronco celíaco. 8 - Nervos gastroepiplóicos esquerdos. 9 - Nervo anterior da curvatura menor. 10 - Nervos esplênicos. 11 - Nervo posterior da curvatura menor. 12 - Filetes cardiais. 13 - Nervo vago (X) Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 30 LIVROS DE REFERÊNCIA François Ricard. Tratado de osteopatía visceral y medicina interna osteopática : tomo 2: sistema digestivo. Panamericana 2008. Anotações não presenciais de gastroenterologia. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 31 FISIOLOGIA DO MOVIMENTO Os órgãos estão rodeados por membranas serosas lubrificadas por um líquido seroso: desta maneira as vísceras podem se deslizar umas sobre as outras. ARTICULAÇÕES VISCERAIS • SUPERFÍCIES ARTICULARES = SEROSAS • LÍQUIDO SINOVIAL = LÍQUIDO SEROSO MOBILIDADE (INFLUENCIADA PELO DIAFRAGMA) • Plano frontal: O estômago realiza uma láteroflexão esquerda. • Plano sagital: O estômago realiza uma báscula para frente. • Plano horizontal: O estômago realiza uma rotação direita. • Nos três planos se aprecia um descenso do estômago. MOBILIDADE VISCERAL DIAFRAGMÁTICA LIVRO DE REFERÊNCIA: François Ricard. Tratado de osteopatía visceral y medicina interna osteopática : tomo 2: sistema digestivo. Panamericana 2008. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 32 PATOLOGIA OSTEOPÁTICA A DOR MUSCULAR ABDOMINAL Dores referidas dos oblíquos do abdômen Dores referidas dos oblíquos do abdome Dores referidas do reto anterior do abdome Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 33 DORES REFERIDAS DE ESTÔMAGO E DUODENO Dores referidas do estômago e duodeno DORES REFERIDAS DE ESÔFAGO O EFEITO TURGOR • A pressão intra-abdominal és mais elevada que a pressão intratorácica: este equilíbrio depende do estado tônico dos músculos abdominais, em especial o reto anterior do abdome. • O efeito TURGOR, de turgência, consiste em que pela pressão positiva intra-abdominal cada órgão tenda a ocupar o máximo espaço e a se aderir às paredes abdominais. A PTOSE DE ESTÔMAGO • sistematicamente o piloro quando se trata o estômago. • Se associa a um desequilíbrio geral da postura: o tratamento de estômago entra no tratamento geral postural. • As fixações ligamentares se produzem pela PTOSE visceral, relacionada com mudanças de postura do sistema hormonal. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 34 A PTOSE DE ESTÔMAGO HÉRNIA DE HIATO • É o deslocamentode uma parte do estômago através do orifício esofágico do diafragma: a hérnia de hiato é intra-mediastinal. • Frequentemente assintomática em mais de 50 % dos casos: é o espasmo de diafragma o responsável pela irritação de estômago. • O cárdias não é funcional o que desequilibra as pressões estômago-esofágicas: a diminuição da pressão intra-esofágica permite o Refluxo Gastroesofágico (RGE) em certas posições do paciente. • Aparecem então sintomas como: o Transtornos digestivos. o Aerogastria e aerocolia. o Gastrite. o Esofagite. • A distensão da hérnia por um gás ou um líquido se produz com frequência depois de uma jantar copioso, ou depois de comer rapidamente. • Os sintomas de hérnia de hiato se relacionam com o refluxo gastroesofágico e suas complicações: o tônus do esfíncter inferior do esôfago é insuficiente. • Os sintomas noturnos são evocadores: posição de decúbito supino, inclinado para frente provoca a dor, enquanto que a posição sentada alivia ao paciente. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 35 Hérnias de Hiato HÉRNIAS DE HIATO E MÁ-POSIÇÕES CÁRDIO-TUBEROSITÁRIAS CONDIÇÕES ANATÔMICAS DE REFLUXO GASTROESOFÁGICO ELEMENTOS ANTI-REFLUXOS: • Membrana frênico-esofágica de LAIMER. • Ligamentos gastrofrênicos da artéria coronária estomática. • Foice da artéria coronária estomática. • Diâmetro do orifício esofágico do diafragma. • Ângulo de HIS (agudo). • Pressão abdominal que fecha o dispositivo valvular. CONDIÇÕES DE REFLUXO GASTROESOFÁGICO: - O segmento abdominal desapareceu, o ângulo de HIS está aberto, o conteúdo gástrico pode estar aspirado pela depressão intratorácica. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 36 CONSEQUÊNCIAS DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO A- ESOFAGITE SIMPLES: Rx: presença de um refluxo, pH baixo. B- ESOFAGITE ULCEROSA SEM ESTENOSE: Endoscopia e biopsia positivas. C- ESTENOSE PÉPTICA: Rx: esôfago encurtado e fino, endoscopia: estenose, ulcerações suprajacentes. D- ENDOBRAQUI-ESÔFAGO: Endoscopia: estenose alta, biopsia: mucosa abaixo da estenose de tipo gástrica. LIVRO DE REFERÊNCIA: François Ricard. Tratado de osteopatía visceral y medicina interna osteopática : tomo 2: sistema digestivo. Panamericana 2008. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 37 DIAGNÓSTICO VISCERAL DO ESTÔMAGO ANAMNESE • Sinais e sintomas característicos o Náusea ou vômitos, dor epigástrica, Dor epigástrica agravado pela alimentação (úlcera gástrica) ou aliviada pela alimentação (úlcera duodenal), ansiedade severa, dispepsia, hematêmese, constipação, fezes negras com sangue digerido, anorexia, êmese, perda de peso, refluxo gastroesofágico, eructos. • Dores referidas o Irradiação: zonas de dores referidas incluem: ▪ O esterno. ▪ O epigástrio. ▪ A zona interescapular. ▪ O trapézio superior. • Sinais de alarme o Hematêmese, fezes negras com sangue digerido, perda de peso, febre ligeira. • Diagnóstico diferencial o Hérnia diafragmática do estômago, esofagite aguda e crônica, ulceração e varizes do esôfago, espasmo e paralisia do esôfago, estenose do esôfago, câncer do esôfago, cardioespasmo, acalasia do cárdias, disfunção dos músculos lisos do esôfago, refluxo gastroesofágico, gastrite aguda, gastrectasia, úlcera péptica, câncer de estômago, hérnia de hiato . • Antecedentes familiares o Para descartar componente hereditário. • Intervenções cirúrgicas o Viscerais ou não. • - Hábitos alimentares o Vinagre, especiarias... INSPEÇÃO • Assimetrias o Protuberância infraumbilical, correspondente a uma dilatação atônica com ptose. • Cicatrizes o Por acidentes, cirurgias, etc. • Zonas de fechamento o Observar onde o paciente tem mais tensões, em bipedestação. Onde seu corpo se "enruga", onde estão os pontos desde onde se tensiona a estrutura. PERCUSSÃO • Som normal o Zonas de timpanismo. A palpação tem por objeto precisar: ▪ A resistência das paredes abdominais (tensão abdominal). ▪ A sensibilidade do estômago à pressão (pontos dolorosos). ▪ Limitação dos bordos do estômago, se é possível. ▪ Os tumores. ▪ Os ruídos gástricos; ▪ A agitação gástrica. • Anomalias o Hipertimpanismo, macicez. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 38 PALPAÇÃO • Delimitação topográfica o O cárdias corresponde à linha esternal esquerda a altura da base do apêndice xifóide, onde termina o esôfago. Por trás corresponde ao corpo da 10ª vértebra dorsal. o O piloro corresponde, pela frente, a intersecção da linha esternal direita com uma linha horizontal que passa pelos pontos de união de força. o Por trás corresponde ao bordo inferior do corpo da primeira lombar. o A curvatura maior parte do cárdias, descreve um arco, baixa pelo hipocôndrio, atravessa o epigástrio (de 3 a 4 cm acima do umbigo) e vai formar o antro pilórico. Está ao nível da 3ª- 4ª vértebra lumbar. o Por meio da palpação profunda se pode delimitar o bordo inferior do estômago na maior parte dos indivíduos, podendo inclusive palpar o piloro em muitos casos de gastroectasia e de gastroptose. • Escuta global o Na inspiração o estômago abaixa globalmente, se inclina e gira para a esquerda. • Escuta local o Fascial: Aderência, tensões anormais, ptose. o Da mobilidade: Na inspiração o estômago abaixa globalmente, se inclina e gira para a esquerda. o Da motilidade: O estômago abaixa globalmente, se inclina e gira para a esquerda. • Inervação ortossimpática o T5-T6 • Inervação parassimpática o - X- Vago. • -Dermalgia reflexa o Zona epigástrica. • Sensibilidade local o Epigástrio. • Pontos gatilho viscerais o Zona de cárdias: debaixo do apêndice xifoide. o Piloro: Sobre a linha umbigo-mamilo a 2 dedos fora da linha média. • Pontos reflexos o Fibras de Dejarnette: Fibra 3 linhas 2 ou 3. o Pontos neurolinfáticos de Chapman: ▪ Esôfago: ponto anterior no espaço intercostal entre 2ª-3ª costela, pontos posteriores entre as transversas de T2-T3. ▪ Estômago: pontos anteriores nos espaços intercostais entre 5ª-6ª costela, pontos posteriores entre as transversas de T5-T6. ▪ Piloro: ponto anterior sobre a face anterior do esterno, pontos posteriores entre as transversas de C7-T1. o Zonas reflexas de tecido conjuntivo: Retração de uma zona costal esquerda e ao nível do espaço interespinhoso C6-C4. • Vértebras testemunha o T5-T6 • Músculos testemunha o Peitoral maior, trapézio superior. PROVAS DE MOBILIDADE • Escuta da Mobilidade o Na inspiração o estômago abaixa globalmente, se inclina e gira para a esquerda. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 39 • Escuta da Motilidade o Na inspiração o estômago abaixa globalmente, se inclina e gira para a esquerda. EXAMES COMPLEMENTARES • Provas de imagem o Rx com bário, RNM. • Exames específicos o Manometria esofágica, prova de Bernstein para refluxo de ácido gástrico, gastroscopia, trânsito gastrointestinal, helicobacter pylori. OUTRAS PROVAS • Diagnóstico térmico manual o Epigástrio • Manobras de exploração médica o Ruídos, agitação gástrica. LIVRO DE REFERÊNCIA: François Ricard. Tratado de osteopatía visceral y medicina interna osteopática : tomo 2: sistema digestivo. Panamericana 2008. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 40 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL MANOMETRIA ESOFÁGICA É uma prova que mede a ação motora do esfíncter esofágico inferior (EEI) e do corpo esofágico. Um cateter mede a pressão esofágica e registra a duração e sequência das contrações esofágicas. Forma em que se realiza o exame: • Se introduz um tubo fina até o estômago através da boca ou nariz e logo se devolve lentamente ao esófago. • Pode-se medir a pressão em intervalos ao longo do tubo. O extremo externo do tubo se fixaa um instrumento chamado transdutor que registra a pressão. • O transdutor registra a zona de pressão alta do esfíncter esofágico inferior, um músculo do esfíncter que atua como válvula para impedir o refluxo do ácido gástrico ao esôfago. • Quando o tubo está no esôfago, se solicita a pessoa que trague e registra-se a onda de deglutição. Razões pelas quais se realiza o exame: • O propósito da manometria esofágica é medir a pressão do esfíncter esofágico inferior e avaliar as contrações do esôfago. Isto é importante na avaliação de transtornos da deglutição. Valores normais: • A pressão do esfíncter esofágico inferior é normal e se relaxa durante a deglutição. O padrão de contrações musculares é sistemático e coordenado durante a deglutição. Significado dos resultados anormais: • Acalasia (uma falha no relaxamento do esfíncter esofágico inferior que faz que o esôfago se dilate e se congestione com alimento retido). • Espasmo esofágico difuso. • Falta de coordenação do músculo. • Enfermidade de refluxo gastroesofágico (ERGE). PROVA DE BERNSTEIN PARA REFLUXO DE ÁCIDO GÁSTRICO Forma em que se realiza o exame: • É inserida uma sonda nasogástrica através das fossas nasais até o esófago e introduz-se uma infusão de ácido clorídrico suave através do tubo, alternando com uma solução salina. Preparação para o exame: • Não pode ingerir alimentos sólidos nem líquidos durante 8 horas antes do procedimento. Razões pelas quais se realiza o exame: • Com esta prova se trata de reproduzir os sintomas do refluxo gastroesofágico (ácidos estomacais que retornam para o esôfago). Valores normais: os resultados das provas são negativos. Significado dos resultados anormais: a prova positiva indica que os sintomas são causados por refluxo esofágico. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 41 ANATOMIA RADIOLÓGICA DO ESTÔMAGO RX COM ABSORÇÃO DE PRODUTO OPACO. ANATOMIA DO ESTÔMAGO: AS PREGAS PATOLOGIAS GASTRO-INTESTINAIS • IMAGEM ADICIONAL = ÚLCERA • IMAGEM DE SUBTRAÇÃO = CÂNCER Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 42 DISTINTOS TIPOS DE NICHOS ULCEROSOS A - Nicho redondo, B - Nicho pediculado, C - Nicho triangular, D - Nicho de Haudeck com 3 níveis: 1- ar, 2- líquido gástrico,3- bário , E - Nicho gigante , F - Explicação da profundidade de certos nichos não perfurados por reação da parede. SINAIS CLÍNICOS GASTRODUODENAIS NÁUSEA OU VÔMITOS: • Qualquer estímulo que produza a sensação de náusea se é muito forte ou continua produz um vómito. • Importante ter cuidado com algumas enfermidades muito sérias que produzem vômito, que pode ser projétil, em ausência de náusea. • "O duodeno é o órgão da náusea". • Qualquer abdome agudo. • Gastroenterite- Enfermidades do estômago • Úlceras • Carcinoma • Estenose - pilórica Tóxico: • Álcool • Produtos químicos • Drogas com morfina • Uremia. Metabólico: • Insuficiência renal crônica • Hipercalcaemia • Cetoacidose diabética • Enfermidade de fígado Hormonal: Primeiro trimestre de gravidez Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 43 DORES DE ESTÔMAGO E DUODENO A DOR MUSCULAR ABDOMINAL Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 44 DORES REFERIDAS DE ESÔFAGO A DOR EPIGÁSTRICA Dor de origem biliar 30% das dores epigástricas têm como origem: • Infecção • Litíase • Causa funcional Pancreatite • Amilasemia • Amilasuria CRÔNICA • Dor desencadeada por comidas (pelo contrário das úlceras). • Lancinante • Irradiações variáveis AGUDA • Acalmada pela posição sentada e inclinada para frente ou “genu pectoral”. • Violenta • Irradiação subcostal ou dorsal esquerda Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 45 As etiologias mais prováveis são o alcoolismo e tumores Traduz o sofrimento dos órgãos seguintes: • Estômago • Duodeno • Vias biliares • Pâncreas Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 46 ANSIEDADE SEVERA. BULIMIA NEUROLÓGICO Hiperpressão intracraniana • Meningite • Menieres • Enxaqueca HÉRNIA DE HIATO, ESOFAGITE E REFLUXO GASTROESOFÁGICO ETIOLOGIA: • O refluxo se relaciona com: o Incompetência do esfíncter esofágico inferior, banda de fibras musculares que fecham e separam o esôfago do estômago. Se o esfíncter não fecha de maneira adequada, os conteúdos gástricos podem voltar pelo esôfago. o Hérnia de hiato. o Gravidez o Obesidade. • Isto causa o mau funcionamento do esfíncter gastroesofágico que permite o refluxo de ácido gástrico no esôfago com dano conseguinte à mucosa esofágica delicada. • O refluxo pode ocorrer sem hérnia de hiato. • A hérnia de hiato sem refluxo pode não causar nenhum sintoma. SINTOMAS: • Eructos • Regurgitação de alimento • Náuseas e vômitos • Vômito com sangue • Rouquidão ou mudanças de voz • Irritação da garganta • Dificuldade para deglutir • Tosse ou sibilância • Acidez o Dor ardente atrás do esterno o Aumenta com a flexão, a inclinação do corpo e a ingestão de alimentos o Alivia com leite ou antiácidos o Piora à noite. DIAGNÓSTICO: • Guaiacol em fezes positivo. • Monitoramento de pH esofágico contínuo, que revela refluxo. • Endoscopia que mostra esofagite ou ulceração. • Manometria esofágica que revela pressão anormal do esfíncter. • Prova de Bernstein positiva para refluxo de ácido gástrico. • Gastroscopia. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 47 LESÕES DE ESÔFAGO ESTENOSES ESOFÁGICAS Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 48 ESOFAGITE CÁUSTICA A - Zona de estreitamento progressivo, o esôfago está diminuído em comprimento B – Estômago intratorácico C - Diafragma D - Estômago estreito de maneira irregular. ESOFAGITE PÉPTICA COM BRAQUI-ESÔFAGO A - Esôfago moderadamente dilatado B - Segmento estenosado em funil C – Estômago herniado D - Diafragma TRATAMENTOS: • Conselhos: o Diminuir o peso. o Evitar deitar depois das refeições. o Dormir com a cabeceira da cama elevada. o Ingerir os medicamentos com bastante água. o Evitar gordura, chocolate, cafeína. o Evitar álcool e tabaco. • Medicamentos: o Antiácidos depois de comer e ao deitar. o Bloqueadores dos receptores da histamina H2. o Agentes procinéticos (promovem a motilidade). o Inibidores da bomba de prótons. • Cirurgia: o As operações anti-refluxo (fundoplicatura de Nissen). o Endoscopia para refluxo (tubo flexível que passa através da boca para o estômago). COMPLICAÇÕES: • Esofagite e estenose • Úlcera esofágica • Ronquidão, broncoespasmo • Enfermidade pulmonar crônica • Esôfago de Barret (mudança no revestimento do esôfago que pode aumentar o risco de câncer). Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 49 ÚLCERA PÉPTICA DE ESÔFAGO O paciente apresenta ardor de estômago, dor retroesternal com irradiações para a região cervical e para os ombros com disfagia. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 50 ESTENOSE PÉPTICA DE ESÔFAGO DIVERTICULITE DE ESÔFAGO O paciente se queixa de irritação de garganta com tosse, mau hálito, regurgitação de alimentos não digeridos horas despois de comer. CARDIOESPASMO De etiologia desconhecida, o paciente quando está submetido a um estresse apresenta estômago pesado, sensação de constrição da parte posterior do peito: dor pós-esternal,disfagia, regurgitação. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 51 ÚLCERA PÉPTICA • As úlceras podem ocorrer na linha mucosa do esôfago, do estômago ou do duodeno. 1. Podem ser isoladas ou múltiplas e variar a partir de 1 milímetro até 50 milímetros de diâmetro. 2. Podem sangrar ou perfurar (especialmente as grandes) e podem conduzir à obstrução pilórica. 3. As úlceras gástricas (de estômago) podem ser pré-malignas se não se curam. GASTRITE ETIOLOGIA: • Fumar • Grupo sanguíneo (Gp duodenal 0, Gp gástrico A) • Secreção ácida gástrica alta ou baja • Uso de anti-inflamatórios para a dor mecânico • Esteroides • Estresse • Hiperparatiroidismo • Helicobacter pylori (H. pylori) é um organismo bacteriano responsável pela maioria das úlceras gástricas e muitos casos de gastrite crônica (inflamação do estômago). ÚLCERA DA CURVA MENOR DO ESTÔMAGO Úlcera da curva menor do estômago que penetra dentro do lóbulo esquerdo do fígado. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 52 ÚLCERA DE PILORO ÚLCERA MALIGNA SINTOMAS: • Dor epigástrica agravada pela alimentação (úlcera gástrica) ou aliviada pela alimentação (ulcera duodenal). • Dor noturna (entre meia noite e 3 da madrugada). • Fezes - negras com sangue digerida. o Uma relação de dor com a alimentação (alivia sobre tudo). o Dor que desperta o paciente à noite. o Perda de peso (sugere geralmente úlcera gástrica). o Hematêmese, a melena e o vômito sugerem complicações (hemorragia ou perfuração). Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 53 DIAGNÓSTICO: - Depende da radiografia com contraste e da endoscopia com biopsia para excluir um tumor maligno. DISTINTAS LOCALIZAÇÕES DAS ÚLCERAS DE ESTÔMAGO ASPECTO DE ESTÓMAGO ULCEROSO Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 54 ÚLCERA DA CURVA MENOR • Dores epigástricas uma hora e meia depois das refeições , acalmadas pela ingestão de alimentos, despertando o paciente as 23 horas, emagrecimento. • Acentuação das dores com defesa epigástrica e hematêmese. • Imagem de nicho grande com coágulo. ÚLCERA DA CURVA MAIOR DO ESTÔMAGO Cólicas epigástricas com ritmo mal definido: pequeno nicho da curva maior. ÚLCERA DE PILORO Dores ulcerosas: nicho de piloro de frente. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 55 ÚLCERA GIGANTE DE BULBO Dor abdominal de tipo de cólica com irradiações interescapular e com vômitos, evoluindo para crise. Imagem de nicho gigante de bulbo. ÚLCERA DE BULBO ÚLCERA ESTÔMAGO Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 56 Vistas endoscópicas. TRATAMENTO: • Depende do local da úlcera. • Parar de fumar, perder peso, comer quantidades pequenas com frequência, evitar o estresse e tomar antiácidos simples pode ajudar. • As drogas ortodoxas como cimetidina ou ranitidina curam uma proporção grande de úlceras depois de 8 semanas de tratamento. • A medicação moderna de úlcera inclui um antibiótico para tratar o problema de H. Pylori. • A cirurgia pode salvar a vida em enfermidade de úlcera péptica complicada, mas também se utiliza como alternativa ao tratamento com droga em muitos casos (enfermidade especialmente insuperável, recorrente). Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 57 PROGNÓSTICO: • As úlceras tendem a se repetir apesar do tratamento. Sobre um período de 4 anos, cerca de 50% das úlceras duodenais desaparecem depois do tratamento médico (mas somente 10% depois da intervenção cirúrgica). CARCINOMA DE ESTÔMAGO Responsável de 10 mortes por 100.000 habitantes por ano. ETIOLOGIA: • Pólipos gástricos. • Gastrite (atrófica) crônica. • Grupo sanguíneo A. • Anemia perniciosa. • Alimentação com peixe defumado, uso de alimentos em conserva e inúmeros outros fatores ambientais. • Os cânceres de estômago podem tomar uma variedade de formas, mas são todos adenocarcinomas. • 50% afetam a região pilórica. ADENOCARCINOMA DE ESTÔMAGO ADENOCARCINOMA DE ESTÔMAGO Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 58 ADENOCARCINOMA DA PARTE SUPERIOR DO ESTÔMAGO ADENOCARCINOMA DE CÁRDIAS Adenocarcinoma de cárdias que invade o esôfago: a estenose do esôfago produz dispepsia depois de comer SINTOMAS: • Perda de peso • Náusea - vômitos • Sensação de plenitude gástrica depois de comer quantidades pequenas • Disfagia • Diarreia Uma enfermidade mais avançada pode causar: • Obstrução • Varizes aumentadas • Fígado aumentado • Excrescência epigástrica • Icterícia • Ascite • Hematêmese • Gânglios linfáticos supra claviculares esquerdos aumentados Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 59 DIAGNÓSTICO E TRATAMIENTO DO CÂNCER DE ESTÔMAGO: • A radiografia com contraste e a endoscopia + biopsia proporcionam o diagnóstico, mas o tratamento se dirige com frequência a diminuir os sintomas já que a cirurgia não é útil em pelo menos 60% dos pacientes (os quais o câncer já tenha infiltrado outros órgãos no momento em que se faz o diagnóstico). • Câncer de estômago: CA 72-4 (antígeno canceroso), CEA. • Prognóstico: 15% dos casos sobrevivem 5 anos despois do diagnóstico. DISTINTAS LOCALIZAÇÕES DO CÂNCER DE ESTÔMAGO. CÂNCER DE ESTÔMAGO Diabetes, cirrose, ardor epigástrico 1- Tuberosidade maior cheia de gases/ 2- Antro e bulbo./3- Corpo gástrico cheio de ar. 4- Laguna redonda de bordo regular./5- Ulceração. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 60 Cansaço generalizado desde 3 meses, nenhuma outra sintomatologia. Adenocarcinoma de estômago: laguna grande do antro com massa de 6 cm. Dores epigástricas com queimação pós-prandial de intensidade crescente, anorexia, emagrecimento. • Ulceração dentro do tumor. • Laguna limitando por dentro a ulceração. • Laguna circular rodeando a ulceração. • Incisura permanente da curva maior. EVOLUÇÃO DO CÂNCER DE ESÔFAGO Disfagia progressiva A - Estreitamento localizado. B - Menisco de terço médio. LIBRO DE REFERÊNCIA: François Ricard. Tratado de osteopatía visceral y medicina interna osteopática : tomo 2:sistema digestivo. Panamericana 2008.Anotações não presenciais de gastroenterologia. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 61 FISIOLOGIA DIGESTIVA DO ESTÔMAGO HISTOLOGIA DO ESTÔMAGO Estrutura da parede do corpo e fundo do estômago Estrutura da parede do antro do estômago Capas musculares do estômago Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 62 INERVAÇÃO DO ESTÔMAGO INERVAÇÃO PARASSIMPÁTICA: Nervo vago: Esquerdo para a face anterior do estômago, direito para face posterior do duodeno e resto do trato intestinal. INERVAÇÃO ORTOSSIMPÁTICA: Plexo celíaco, T5 a T9. MOTILIDADE DO ESTÔMAGO O ESFÍNCTER ESOFÁGICO INFERIOR (EEI). • É a estrutura principal de prevenção do refluxo gastroesofágico (RGE). • Está sob controle vagal e adrenérgico. • Seu tônus pode ser alterado por hormônios, medicamentos, alimentos e hábitos sociais. AUMENTAM DIMINUEM Gastrina Somatostatina Secretina Colecistocinina Progesterona Betabloqueadores Anticolinérgicos Bloqueadores de cálcio Antiácidos Procinéticos Omeprazol Teofilina Barbitúricos Morfina Meperidina Proteínas sem gordura Glucídios Gordura – Chocolate - Cafeína complexos Vegetais Pimenta Tomate Cítricos ÁlcoolTabaco FUNÇÃO GÁSTRICA MOTORA Quando a comida entra no estômago, o fundo realiza uma acomodação receptiva que permite ser preenchido sem aumentar muito a pressão intra-gástrica. A velocidade de esvaziamento gástrico depende do estado físico-químico dos alimentos: • A água se esvazia rapidamente. • Os líquidos com nutrimentos mais lentamente. • Os fluídos hiperosmóticos ou hiperérgicos se esvaziam mais lentamente que os diluídos. • Os alimentos gordurosos são os mais demorados. Esvaziamento do estômago Este processo de esvaziamento controlado permite um contato ótimo das cargas nutrimentais e as enzimas digestivas. Motilidade gástrica Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 63 Estômago proximal: • Não tem atividade eléctrica basal. • Contração tônica lenta. • Alta distensibilidade. • Reservatório gástrico. ARMAZENAMENTO • Diminui o tônus até o limite de 1.5 l, a partir daí aumenta a pressão. • Mediado pelo n. vago. • Disparado por movimentos faringe e esôfago. • É a função mais importante do estômago. Estômago distal: • Atividade eléctrica de base. • Contrações peristálticas fásicas. • Baixa distensibilidade. • Trituração de sólidos. MESCLA • Ondas marca-passos de fundo desencadeiam contrações. • Fortes anéis de contração corpo-antro contra o piloro fechado: retropropulsão, só passam poucos ml. ESVAZIAMENTO GÁSTRICO PARA O DUODENO As contrações se iniciam mais alta e são mais intensas. • Cada onda de esvaziamento bombeia poucos ml de quimo (Comida líquida parcialmente digerida e emulsificada com partículas 0.3 mm ou menos) • O piloro controla que haja um esvaziamento LENTO. • O esfíncter pilórico está ligeiramente aberto para deixar passar água e outros líquidos. • O piloro se contrai: o ao final da sístole antral para reter sólidos. o na contração duodenal para evitar refluxo. • A contração pilórica é controlada por reflexos enterro-gástricos. • Esvaziamento gástrico para o duodeno. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 64 Esvaziamento gástrico para o duodeno SECREÇÃO SALIVAR 99.5% H2O e 0.5% eletrólitos + proteínas: PROTEÍNAS: • Mucinas - Compostos responsáveis pela viscosidade • a-amilase - Enzima que digere polissacáridos • Lipase lingual - Enzima que começa a digestão de lipídios • Muramidase (lactoferritina)- Impede crescimento bacteriano • Lisozima- Aglutina as bactérias e ativa sua autólise FUNÇÕES: • Umedecer e lubrificar (facilita a fala, detecção de sabor, evita fricção, dilui os ácidos) • Começo da digestão de polissacarídeos e lipídios • Proteção antibacteriana FUNÇÕES DO ESTÔMAGO Digestão parcial de: • Proteínas: início 15 % pepsina. • Lipídios: início Lipases lingual • 10-30 % gástrica. A acidez da secreção gástrica: • Converte pepsinogênio em pepsina (pH 1,8-3,5) • É bactericida • Estimula as secreções biliares e pancreáticas no duodeno • Permite absorver Cálcio e ferro. • Produz MUCO ALCALINO PROTETOR • Absorção de água e álcool • Não há absorção de nutrientes Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 65 SECREÇÃO GÁSTRICA • Isosmótica • pH ácido • Componentes da secreção gástrica (exócrina): o HCl o H2O o - Na+, K+, HCO3- o - Pepsinogênio o - Fator intrínseco o - Muco e bicarbonato O estômago também secreta alguns hormônios (secreção endócrina) FUNÇÕES DA SECREÇÃO GÁSTRICA • HCl o pH óptimo para ativar o pepsinogênio o Degradação de micro-organismos (com exceções) • Pepsinogênio o Digestão de peptídeos. Se secreta como cimógeno (inativo) • Fator intrínseco o - Proteção de vitamina B12 para sua absorção • Muco e bicarbonato o Barreira protetora frente ao pH ácido o Lubrificar superfície O estômago se protege de sua própria secreção ácida: • Mediante uma barreira muco-bicarbonato • Mediante uma mudança rápida das células da mucosa gástrica Se se produz excessiva quantidade de HCl se produzem úlceras e gastrite: • Fármacos anti-inflamatórios como a aspirina • Bactéria Helicobacter Pylori: O estômago e intestino humano são seu único hábitat • Produz grandes quantidades de amônia que neutraliza o HCl • Produz inflamação crônica da mucosa gástrica Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 66 Secreções gástricas LIVRO DE REFERÊNCIA: François Ricard. Tratado de osteopatía visceral y medicina interna osteopática : tomo 2: sistema digestivo. Panamericana 2008. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 67 DUODENO ANATOMIA DO DUODENO RAIZ DO MESENTÉRIO Solidariza a chegada do ílio dentro do ceco (válvula ileocecal) com ângulo duodeno-jejunal fixo ao diafragma pela lâmina de Treitz (toda ptose digestiva provoca uma flexão do ceco e se acotovela na chegada do íleo ao ceco (síndrome da válvula ileocecal)). Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 68 ANATOMIA DAS VIAS BILIARES DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL PARA DUODENO • Úlcera duodenal. • Pancreatite aguda. • Pancreatite crônica. • Carcinoma de pâncreas. • Invaginação duodenal. • Diverticulite de duodeno. • Diabetes tipo 1 e 2. DISFUNÇÕES DE DUODENO Quando o duodeno se espasma, se produz um fechamento do esfíncter de ODDI: a vesícula biliar se congestiona e o fígado acumula os sais biliares de maneira excessiva: • As fezes são claras. • Há produção de transaminases. • Os pigmentos biliares passam ao sangue, a urina é escura: há icterícia. O fígado deve ser tratado em caso de: • Cirrose. • Problemas de assimilação. • Transtornos pancreáticos (se trata fígado e duodeno: sobretudo a porção D2). • Em caso de hepatite viral o tratamento do duodeno produz uma melhoria clínica em alguns dias. PTOSE DE ESTÔMAGO A ptose de estômago provoca o fechamento do ângulo D1-D2 e um espasmo de piloro: por tanto se deve liberar sistematicamente o piloro quando se trata o estômago. Associa-se a um desequilíbrio geral da postura: o tratamento do estômago entra no tratamento geral postural. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 69 DIAGNÓSTICO DO DUODENO LIVRO DE REFERÊNCIA: François Ricard. Tratado de osteopatía visceral y medicina interna osteopática : tomo 2: sistema digestivo. Panamericana 2008. Estômago ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 70 PÂNCREAS ANATOMIA DE PÂNCREAS Opâncreas tem aproximadamente de 18 a 20 cm de comprimento para uma altura de 4 a 5 cm ao nível da cabeça, 3 a 4 cm ao nível do corpo, e uma grossura de 2 cm. Seu peso é de aproximadamente 80 g. FISIOLOGIA DO PÂNCREAS A parte endócrina do pâncreas é a que só secreta hormônios diretamente ao sangue como a insulina e o glucagon. A insulina e o glucagon são de natureza peptídica. A insulina está constituída por duas cadeias de aminoácidos, denominadas A e B, unidas por duas pontes dissulfeto. As células que formam as ilhotas de Langerhans podem ser: • AS CÉLULAS BETA: Fabricam a insulina, hormônio que permite a passagem da glicose do sangue ao interior da célula, estimula a formação de glicogênio* no fígado (gliconeogênese) e impede a glicogenólise. De igual modo atua sobre os aminoácidos que ingressam em nosso organismo: de uma parte, facilitando sua utilização pelas células e, de outra, favorecendo no fígado sua transformação em glicose. De uma forma similar, a insulina atua também sobre as gorduras, seja favorecendo sua utilização pelas células, seja transformando os ácidos graxos em glicose para seu armazenamento. As células beta predominam no centro da ilhota. • AS CÉLULAS ALFA: Estas células representam 20% do total das células nas ilhotas e predominam em sua periferia. Estas células secretam um hormônio responsável pelo aumento da glicemia, o glucagon. O glucagon aumenta a glicemia porque estimula a formação de
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