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Aula de Urgência e Emergência / choque 1º parte PROF; ANA LUCIA A ROSA Anormalidade do sistema circulatório que resulta em perfusão orgânica inadequada para suprir às necessidades tissulares de oxigênio e nutrientes Ocorre; Hipoperfusão tecidual pode estar presente na ausência de hipotensão Choque seria a associação de hipotensão com anormalidades relacionadas a hipoperfusão tecidual. É um sintoma e sua causa base deve ser identificada e tratada Introdução e Definições choque Para efeitos didáticos e de raciocínio clínico, considera-se choque quando PAS < 90 mmHg, PAM < 60 mmHg ou uma redução da PAS > 40 mmHg a partir dos níveis basais. Introdução e Definições choque Para efeitos didáticos e de raciocínio clínico, considera-se choque quando PAS < 90 mmHg, PAM < 60 mmHg ou uma redução da PAS > 40 mmHg a partir dos níveis basais. Introdução e Definições choque HIPOVOLÊMICO Hemorragia Desidratação Seqüestro de líquidos OBSTRUTIVO Tamponamento cardíaco Embolia pulmonar Pneumotórax hipertensivo Coarctação de aorta DISTRIBUTIVO Séptico Neurogênico Anafilaxia Insuficiência adrenal CARDIOGÊNICO Falência ventricular esquerda Infarto do miocárdio Miocardites Cardiomiopatias Disfunção miocárdica na sepse Lesões valvares Disturbios de condução Bradiarritmias Taquiarritmias Shunt arterio-venoso CHOQUE CLASSIFICAÇÃO DOS ESTADOS DE CHOQUE Inquietude, às vezes ansiedade e temor; Náuseas, lipotímias; Astenia e sede intensa. Sintomas que antecedem o choque hipotensão taquicardia pulso fino e taquicárdico pele fria e pegajosa sudorese abundante Mucosas descoradas e secas palidez cianose resfriamento das extremidades hipotermia respiração superficial, rápida e irregular sede náuseas e vômitos alterações neurossensoriais. Sinais e sintomas gerais Definição A principal causa é a hemorragia por trauma – as manifestações clínicas decorrem da perda > a 40% do volume plasmático. Todo doente vítima de trauma e hipotenso até prova contrária está hipovolêmico. O tratamento da causa base é primordial e muitas vezes com intervenção cirúrgica de urgência. O objetivo terapêutico é a restauração do volume intravascular e da perfusão/oxigenação tecidual. Ocorre quando o volume intravascular é depletado em razão de; hemorragia vômitos diarréia desidratação e perdas para o terceiro espaço. Choque Hipovolêmico Quadro clínico e hemodinâmico PAS < 90 mmHg PVC baixa PCP baixa RVS elevada Índice cardíaco baixo História de vômito, diarréia ou trauma Hipotensão Taquicardia Palidez cutânea, enchimento capilar lento e pulsos finos Sudorese fria Taquipnéia → insuficiência respiratória Oligúria/Anúria Alterações do estado de consciência – agitação, confusão, sonolência ou coma. Choque Hipovolêmico Manifestações clínicas: psiquismo; * pele; fria e pegajosa * circulação; diminuição da perfusão * respiração: taquicardia Tratamento. reposição hídrica e sanguínea; * redistribuição de líquidos; Visa a reposição volêmica o mais rápido possível. Atenção para idosos e cardiopatas. Empiricamente repõe-se 3 ml de solução eletrolítica para cada 1 ml de perda estimada. Ringer lactato é preferível, pois em casos de grandes volumes o SF 0,9% pode causar acidose hiperclorêmica . Está contraindicado o uso de soluções glicosadas. A expansão com coloides (albumina e hidroxietilamido) mostrou-se tão benéfica quanto os Cristalóides, porém de maior custo. Sempre que possível deve-se usar sangue tipo específico, caso contrário usa-se tipo “O” negativo. Inicialmente estão contraindicadas drogas vasoativas ficando reservada para os casos sem resposta a reposição de volume. Choque Hipovolêmico Definição Os quadros distributivos são aqueles em que existe uma inadequação entre demanda tecidual e oferta local de oxigênio devido a alterações do tônus e/ou da permeabilidade vascular. Subdivisão: * neurogênico; * anafilático; * séptico Choque Distributivo Vasodilatação Má distribuição do volume sangüíneo Retorno venoso diminuído Volume sistólico diminuído Débito cardíaco diminuído Perfusão tecidual diminuído Fisiopatologia Choque Distributivo Definição: O choque neurogênico ocorre em decorrência de trauma raquimedular, anestesias peridurais ou raquidianas, lesões extensas do SNC e por drogas bloqueadoras autonômicas. Causas: * lesão da medula espinhal; * anestesia espinhal; * lesão do sistema nervoso; * efeito depressor de medicamentos; * uso de drogas e ainda estados hipoglicemiantes. CHOQUE NEUROGÊNICO Manifestações clínicas: * pele seca e quente; * hipotensão; * bradicardia; Choque Distributivo Tratamento: * restauração do tônus simpático, através da estabilização da medula espinhal, no caso de anestesia espinhal ou posicionar o paciente corretamente. CHOQUE NEUROGÊNICO Definição: O choque anafilático ocorre devido reação sistêmica de hipersensibilidade imediata a antígenos pré-sensibilizados. Causas: * alimentos e aditivos alimentares; picadas e mordidas de insetos; * agentes usados na imunoterapia; drogas como a penicilina CHOQUE ANAFILÁTICO poeiras e substâncias presentes no ar (casos raros). * vacinas como o soro antitetânico * drogas usadas como anestésicos locais (benzocaína e lidocaína); Choque Anafilático Manifestações clínicas: * sensação de desmaio; * pulso rápido; * dificuldade respiratória; * náuseas e vômito; * dor de estômago; inchaço nos lábios, língua ou garganta (edema de glote); * urticária; * pele pálida, fria e úmida; tonteira, confusão mental e perda da consciência; * pode haver parada cardíaca. Glote normal Edema de glote Choque Anafilático Tratamento: emergencial * Adrenalina; * Anti-histamínico; * Corticóide Em casos de paradas cardíaca e respiratória : RCP Caso necessário: intubação endotraqueal Garantir acesso venoso CHOQUE ANAFILÁTICO Choque séptico Infecção – invasão tecidual por microorganismo que determina lesão local por ação direta e sistêmica (endotoxinas). Síndrome de Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) – sinais de uma resposta inflamatória generalizada caracterizada por taquipnéia, taquicardia e alteração da temperatura. Sepse – foco infeccioso + SIRS Choque séptico – hipotensão arterial associada a sepse severa Choque Distributivo Quadro clínico e hemodinâmico na sepse PAS < 90 mmHg PVC normal ou baixa PCP baixa ou normal RVS baixa Índice cardíaco ↑, normal ou ↓ Fase inicial ou hiperdinâmica (choque quente) Extremidades quentes e ruborecidas PA normal ou discretamente reduzida Taquicardia e pulsos amplos Febre e sintomas constitucionais gerais Taquipnéia e alcalose respiratória Confusão mental Débito urinário normal Choque Distributivo Fase avançada ou hipodinâmica (choque frio) Extremidades frias e vasoconstrição arterial PA muito baixa Taquicardia e pulsos filiformes Insuficiência respiratória Acidose metabólica Obnubilação progressiva e coma Débito urinário reduzido Tratamento na sepse Identificação e tratamento específico do foco infeccioso, com intervenção cirúrgica precoce se necessário. Reposição volêmica intensiva com cristalóides e colóides. Hb e Ht normais para manter a oferta de O2. Noradrenalina – droga de escolha para elevar PA e RVS. Dobutamina – usada quando há sinais de comprometimento da função do VE. Oxigenação adequada através de suporte ventilatório mecânico. Anticorpos antiendotoxina Anticitocinas ChoqueDistributivo