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Genética Médica

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ENZO AMARAL AVIDAGO - 2º PERÍODO / 2019.1 
 PROF. CAROLINA DOS SANTOS FERNADES DA SILVA 
 
 
 
Enzo Amaral Avidago 
1 
 
 
1. DEFINIÇÃO 
 
 A genética é a ciência que estuda não só a hereditariedade, mas tudo aquilo que está envolvido com os genes. A Genética Médica se 
debruça no estudo de síndromes e doenças hereditárias, aquelas determinadas por mutações genéticas, bem como na análise de características 
de grupos específicos populacionais. 
 
2. CONCEITOS RELACIONADOS À GENÉTICA 
 
• DNA → o ácido desoxirribonucleico é um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o 
desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos e alguns vírus, e transmitem as características hereditárias de cada ser vivo; 
• GENES → são sequências de DNA que contêm informação para codificar as cadeias polipeptídica de uma proteína, sendo responsável pela 
transmissão hereditária das características de uma geração para outra. Tais sequências nem sempre são contínuas, podendo ser 
interrompidas por segmentos de DNA não relacionados a codificação de uma cadeia polipeptídica específica. 
- DEFINIÇÃO MAIS ATUAL: gene é o segmento de DNA que codifica uma cadeia polipeptídica e inclui regiões flanqueadoras que antecedem 
(sequência-líder) e que seguem (cauda) a região codificadora, bem como sequências que não são traduzidas (íntrons) e que se intercalam 
com as sequências codificadoras individuais (éxons); 
• GENOMA → contém o conjunto completo de informações hereditárias de qualquer organismo; 
• CROMOSSOMO → trata-se do filamento de DNA associado à uma proteína; 
• CROMÁTIDES → o cromossomo, quando duplicado durante os processos de divisão celular, possui dois filamentos de DNA, chamados 
cromátides, interligados pelo centrômero. As duas cromátides encontradas em um cromossomo duplicado são denominadas de 
cromátides-irmãs. 
• CROMATINA → é o próprio DNA encontrado dentro do núcleo das células eucariotas, na forma compactada por proteínas do tipo histonas 
(para evitar a quebra ou a perda). 
• GENÓTIPO → é o patrimônio genético, isto é, o conjunto de genes de um indivíduo; 
• FENÓTIPO → é uma característica observável ou cultivável, resultante da interação do genótipo com o meio ambiente; 
• CARÁTER → característica; traço; 
• NORMA DE REAÇÃO → é o conjunto de relações ambiente-fenótipo para um determinado genótipo, isto é, o fenótipo que resultaria do 
desenvolvimento deste genótipo em cada ambiente possível. 
• CÉLULAS HAPLOIDES → apresenta apenas um conjunto de cromossomos (p. ex., gametas); 
• CÉLULAS DIPLOIDES → apresenta dois conjuntos de cromossomos (p. ex., células somáticas); 
• CROMOSSOMOS AUTOSSOMOS → são aqueles que são idênticos em ambos os sexos e determinam características comuns em homens e 
mulheres (p. ex., cor de pele); 
• CROMOSSOMOS ALOSSOMOS (OU SEXUAS) → são aqueles que diferem em ambos os sexos, sendo responsáveis por características que 
se distribuem diferentemente em homens e mulheres (p. ex., daltonismo, hemofilia); 
• CROMOSSOMOS HOMÓLOGOS → são aqueles que formam pares, possuem a mesma forma, mesmo tamanho e genes que determinam o 
mesmo caráter; 
• GENES ALELOS → genes iguais ou diferentes que determinam o mesmo caráter e estão localizados em regiões correspondentes em 
cromossomos homólogos; 
• GENE DOMINANTE → é aquele que manifesta o seu caráter mesmo estando em dose simples (representado por letra maiúscula); 
• GENE RECESSIVO → é aquele que geralmente se manifesta apenas em dose dupla (representado por letras minúsculas); 
• HOMOZIGOTO → indivíduo que apresenta genes alelos iguais para uma dada característica (p. ex., AA; bb); 
• HETEROZIGOTO → indivíduo que apresenta genes alelos diferentes para uma dada característica (p. ex., Aa; Bb); 
 
3. ATUAÇÃO DOS GENES 
 
 Os genes atuam, dentro do núcleo, através dos cromossomos, enquanto que, fora do núcleo, atuam através de complexas disposições 
de estruturas membranares. 
 Dentro do núcleo, alguns genes são ativos e outros são desligados (para atender as necessidades de determinados tipo de célula, 
dentro do corpo do indivíduo). O sinal para ativar um gene pode vir de fora da célula, como por exemplo, uma substância ativadora. Ou o sinal 
pode vir de dentro da célula, como por exemplo, um gene regulador. 
 O fator de ativação se liga a regiões específicas do gene, inicia a síntese de cópias de DNA, que formaram as moléculas de RNA (através 
do processo de transcrição). Esse RNA passa pelos poros do núcleo chegando até os ribossomos, no citoplasma da célula. Nessa organela 
ocorrerá o processo de tradução em cadeias polipeptídicas (proteínas). 
 Cada gene codifica uma proteína diferente. Isto é, cada um apresenta função específica dentro da célula. 
 
4. FATORES QUE INFLUENCIAM NA ATUAÇÃO DO GENE 
 
 Há três pontos importantes para o estudo da genética: 
• AMBIENTE → o resultado final da ação gênica é a formação da proteína. Porém, o meio ambiente influencia diretamente nessa ação, pois 
é responsável por fornecer a matéria-prima para os processos controlados por genes. 
• HEREDITARIEDADE → é o conjunto de informações genéticas transmitidas através da reprodução. Essas informações estão asseguradas 
nos genes; 
• EXPRESSÃO GÊNICA → trata-se do processo de pelo qual as instruções genéticas são usadas para sintetizar produtos do gene, que na 
maioria das vezes são proteínas. . 
Enzo Amaral Avidago 
2 
 
- Genes constitutivos: são lidos frequentemente, sendo essenciais para o funcionamento do indivíduo. Em geral, estão relacionados a 
produção de proteínas e enzimas (p.ex., genes que participam da Respiração Celular). 
- Genes regulados: são lidos em momentos específicos. Em geral, estão relacionados às rotas bioquímicas. 
 Desta forma dentro de uma população pode haver variações relacionadas a hereditariedade, ao ambiente, ou à ambos 
 
5. MUDANÇAS NOS GENES 
 
 As mudanças nos genes podem ocorrer basicamente de duas formas: por mutação, é toda e qualquer alteração ocorrida na molécula 
de DNA (ganho, perda ou substituição de bases); ou por recombinação, qualquer processo em uma célula que gera um novo gene ou combinação 
cromossômica não encontrada nestas células ou em seus genitores. 
 
6. DOENÇAS GENÉTICAS 
 
 As doenças genéticas podem ser divididas em três grades tipos: 
• DOENÇAS GENÉTICAS HERDADAS → causada por formas anormais dos genes que são passadas adiante, de uma geração para a seguinte 
(p. ex., fenilcetonúria); 
• DOENÇAS GENÉTICAS SOMÁTICAS → causada pelo súbito aparecimento de uma forma anormal de um gene em uma parte do corpo (p. 
ex., câncer); 
• ABERRAÇÕES CROMOSSÔMICAS → causadas por anomalias da estrutura e do número de cromossomos (p. ex., síndrome de Down). 
 
 
7. EPIGENÉTICA 
 
 A epigenética compreende um conjunto de mecanismos que promovem a regulação da expressão gênica a nível transcricional através 
de modificações químicas no DNA e na cromatina, como metilação, acetilação e fosforilação, que resultam na consequente mudança fenotípica 
do indivíduo sem, no entanto, ocorrer nenhuma alteração na sequência do DNA. Alterações nos padrões epigenéticos podem promover a 
expressão aberrante ou o silenciamento de determinados genes, mais suscetíveis ao aparecimento em indivíduos com idade avançada. Há uma 
ampla variedade de eventos e patologias como o câncer, a inativação do cromossomo X, o imprinting genômico, e diversas síndromes de ordem 
neurológica e de prejuízo no desenvolvimento motor. Desse modo, busca-se atualmente o desenvolvimento de drogas que possuem a 
capacidade de reverter as marcações químicas alteradas em regiões específicas do genoma relacionadas a determinadas doenças. 
 As alterações na expressão gênica a partir da epigenética pode ocorrer de duas maneiras → modificações no DNA e modificações nas 
histonas. Essas modificações poderão promover a redução ou aumento do processo de transcrição de um gene, que dependendo de sua ação 
dentro do corpo humano pode ser benéfico ou maléfico ao indivíduo (aumentoda transcrição de um gene supressor do câncer – positivo; 
aumento da transcrição de um gene causador do câncer – negativo). 
 
8. ESTUDOS DE MENDEL 
 
 O estudo de Mendel foi importante para definir alguns conceitos usados até hoje pela genética: 
• LINHAGEM PURA → é uma população que não apresenta variação no caráter particular que está sendo estudado; 
• DOMINÂNICA → é quando o fenótipo parental é expresso na maioria dos indivíduos da F1, que vieram do intercruzamento de duas 
linhagens puras; 
• RECESSIVO → expressa o fenótipo apenas nos indivíduos homozigotos. 
 
9. HERANÇA MONOGÊNICA 
 
 Trata-se de um cruzamento de dois indivíduos com determinado genótipo, para análise de uma característica. Segue o quadro Punnet: 
 
Casal Aa x aa 
 
 Genitor α 
A a 
Genitor β A AA1 Aa2 
a Aa2 Aa3 
 
1 – fenótipo 1 (homozigoto dominante); 2 – fenótipo 1 (heterozigoto); 
3 – fenótipo 2 (homozigoto recessivo) 
A – é o gene dominante de uma característica; a – é o gene recessivo de uma característica 
 
10. CLASSIFICAÇÃO 
 
• DISTÚRBIOS MONOGÊNICOS → (também chamado de Mendeliano). É causado por mudanças ou mutações que acontecem na sucessão de 
DNA de um único gene. 
• DISTÚRBIOS CROMOSSÔMICOS → alterações estruturais e numéricas no conjunto de cromossomo de um indivíduo. 
Enzo Amaral Avidago 
3 
 
• DISTÚRBIOS MULTIFATORIAIS → (também chamado de complexo ou poligênico). É causado por uma combinação de fatores ambientais e 
mutações em genes múltiplos. 
 
11. HERANÇA RECESSIVA 
 
 É aquela designada por um alelo recessivo em homozigose. 
 Indivíduos normais: AA e Aa; indivíduos afetados: aa 
 
EXEMPLO 1) ALBINISMO TIPO I → ausência completa de pigmentos na pele, pelos e pupilas. Trata-se de uma anomalia recessiva, onde os 
indivíduos afetados não produzem a forma ativa da enzima melanina. 
EXEMPLO 2) DOENÇA HUMANA FENILCETONÚRIA (PKU) → o corpo não pode processar apropriadamente o aminoácido fenilalanina. Como os 
portadores de fenilcetonúria não conseguem metabolizar a fenilalanina, o excesso dessas moléculas no sangue se transforma num ácido 
fenilpirúvico, que exerce ação tóxica em vários órgãos, especialmente no cérebro. 
 
12. HERANÇA DOMINANTE 
 
 É aquela designada por um alelo dominante em homozigose ou heterozigose. 
 Indivíduos normais: aa; indivíduos afetados: AA e Aa 
 
EXEMPLO 1) DOENÇA DE HUNTINGTON → provoca degeneração do sistema nervoso, levando à convulsões e morte prematura. 
EXEMPLO 2) ACONDROPLASIA → um tipo de nanismo. Acredita-se que duas doses do alelo dominante nas pessoas produzem efeito tão grave 
que é letal. 
 
13. HERANÇA SEXUAL 
 
 A determinação do sexo está baseada na presença ou ausência dos cromossomos sexuais X e Y. Em mamíferos a determinação do sexo 
masculino depende de um gene localizado o cromossomo Y, denominado SRY (sex-determing region Y). A proteína codificada por esse gene 
induz, no embrião a formação dos testículos. 
• SISTEMA XY → as mulheres possuem um par de cromossomos X e os homens possuem um par não idêntico, consistindo em um 
cromossomo X e um Y, de forma que o cromossomo Y é muito menor que o cromossomo X. 
Mulheres: 44A + XX 
Homens: 44A + XY 
 Um gene ligado ao sexo pode apresentar proporções fenotípicas que são diferentes em cada sexo. 
 O padrão de herança ligada ao sexo é aquele em que os genes envolvidos situam-se no cromossomo X, em sua porção não homologa, 
isto é, sem correspondência com o Y (p. ex., daltonismo, hemofilia). 
• DISTÚRBIOS RECESSIVOS LIGADOS AO X → a proporção de homem com distúrbios recessivos ligados ao X é muito maior que em mulheres, 
isso se deve ao fato do homem possuir apenas um cromossomo X, logo necessita-se apenas de uma dose do alelo (vindo da mãe) para 
manifestar o distúrbio. Desta forma, as mulheres podem ser portadoras (indivíduo normal que carrega uma dose do alelo recessivo) ou 
afetada (indivíduo que carrega as duas doses do alelo recessivo). 
 Como exemplo, temos o daltonismo, a incapacidade de distinguir as cores vermelha e verde. O daltonismo possui três tipos, sendo 
duas delas ligadas ao sexo. 
• DISTÚRBIOS DOMINANTES LIGADOS AO X → nesse caso, homens afetados passam a condição para todas as suas filhas, mas a nenhum 
filho. Enquanto as mulheres podem ou não passar a condição para seus descendentes, de forma igual para filhos e filhas. 
 A hipertricose, isto é, excesso de pelo na face e corpo, assim como o raquitismo resistente a vitamina D são exemplos de distúrbios 
dominantes ligados ao X. 
• HERANÇA RESTRITO AO SEXO → é aquele onde os genes envolvidos situam-se no cromossomo Y, em sua porção não-homóloga, isto é, 
sem correspondência com o cromossomo X (p. ex., hipertricose auricular – excesso de pelo na região da orelha). 
• PADRÃO DE HERANÇA INFLUENCIADA PELO SEXO → é aquele em que os genes envolvidos situam-se no cromossomo X e Y, em sua porção 
homóloga, e há uma variação na expressão de genes presentes em machos e fêmeas, e que pode ter influência dos hormônios sexuais (p. 
ex., calvice – perda de cabelo com base em uma disfunção hormonal). 
 
14. HERANÇA DE GRUPOS SANGUÍNEOS 
 
• SISTEMA ABO → o sangue é formado pelo plasma sanguíneo, glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Existem também 
substâncias como os antígenos (corpos estranhos) que estimulam a produção de anticorpos específicos no sangue. 
 Os antígenos do sistema ABO, designados por aglutinogênio A e aglutinogênio B, encontram-se na superfície das hemácias e estimulam 
a produção de anticorpos: aglutinina anti-A e anglutinina anti-B. Conforme os aglutinogênios que possuem, as pessoas são classificadas em 
quatro grupos sanguíneos: A, B, AB e O. 
 
GRUPO 
SANGUÍNEO 
GENÓTIPO AGLUTINOGÊNIO AGLUTININAS NO PLASMA 
Anti-A Anti-B 
A IAIA e IAi A - + 
B IBIB e IBi B + - 
AB IAIB A e B - - 
O Ii - + + 
 
Enzo Amaral Avidago 
4 
 
 Um grupo de muita importância clínica, estando envolvido nas reações transfuncionais hemolíticas e na Doença Hemolítica do Recém-
Nascido é o fator Rh. Os antígenos do sistema Rh são de natureza glicoproteica, de grande variabilidade; encontrados na superfície celular 
das hemácias. Hoje, conhecem-se mais de 40 antígenos diferentes pertencentes a este sistema. Na prática, admite-se apenas Rh+ ou Rh-. 
- Rh+: DD e Dd; 
- Rh-: dd. 
• ERITROBLASTOSE FETAL → a sensibilidade pelo fator Rh pode acontecer quando, em uma gestante Rh negativo, está se desenvolvendo um 
feto Rh positivo e hemácias fetais passam para a circulação materna, durante o parto. Mesmo em quantidade reduzidas, são reconhecidas 
pelo sistema imunológico da mulher, que assa a produzir anticorpos anti-Rh+. 
 A criança que resulta dessa gravidez dificilmente apresenta algum problema, mas deixa uma indesejável situação para os próximos 
fetos Rh positivo (sensibilização da mãe). Esses anticorpos chegam à circulação dos próximos fetos Rh positivo, causando hemólise, isto é, 
destruição das hemácias. Por essa razão, a eritroblastose fetal é também chamada doença hemolítica do recém-nascido. 
 A principais consequências de hemólise são: anemia/edema generalizado; icterícia (coloração amarela/ excesso de bilirrubina) → é a 
bilirrubina que causa a icterícia, depositando-se na pele e nas mucosas, e quando se concentra no encéfalo, essa substância pode provocar 
graves lesões neurológicas nas manifestações mais graves da eritroblastose fetal; elevação da frequência cardíaca; aumento do tamanho 
do baço e fígado; presença de hemácias jovens circulantes. 
 O tratamento de crianças consiste em fototerapia ou na exsanguineotrnasfusão, que é a troca do sangue da criança. É possível evitar 
a sensibilização de uma mulher Rh negativo depois da gestação de um feto Rh positivo, empregando-se anticorpos anti-Rh até 72 horas 
após o parto ou abortamento. Os anticorpos anti-Rh aplicados na mãe destroem rapidamente as células fetais que passaram para sua 
circulação, antes que seu sistema imunológico as reconheça e passe a produzir anticorpos. 
 
15. ÁREAS DE ATUAÇÃO DA GENÉTICA 
 
• GENÉTICA MÉDICA → patogênesedas doenças; 
• GENÉTICA CLÍNICA → diagnóstico, aconselhamento e tratamento; 
• GENÉTICA DO COMPORTAMENTO → fatores genéticos em distúrbios comportamentais; 
• GENÉTICA BIOQUÍMICA → erros do metabolismo; 
• GENÉTICA DO DESENVOLVIMENTO → malformações congênitas e teratógenos; 
• CITOGENÉTICA → estrutura e função dos cromossomos; 
• GENÉTICA MOLECULAR → variabilidade do DNA e seus efeitos; 
• GENÉTICA DA REPRODUÇÃO → pré-implantação, pré-natal e gerenciamento da gravidez; 
• ACONSELHAMENTO GENÉTICO → apoio e informações ao paciente; 
• FARMACOGENÉTICA → influências genéticas nas respostas do metabolismo; 
• GENÉTICA FORENSE → investimento médico-legal. 
 
16. MEDICINA PERSONALIZADA 
 
 A medicina do futuro está voltada para o tratamento personalizada, que pode ser definida como assistência médica direcionada à 
biologia e à fisiologia inerentes de um indivíduo, podendo a partir desse ponto definir caminhos que melhor atendem as necessidades do 
paciente. Uso de ferramentas de diagnóstico molecular pode minimizar o processo de tentativa e erro para adequação do tratamento correto e 
dose farmacêutica ideal, evitando assim, o desenvolvimento de efeitos colaterais potencialmente letais a medicamentos usados ou efeitos quase 
nulos destas substâncias. Esta tecnologia permite ao profissional uma prescrição de medicação mais ajustada para o paciente e com menos erros 
durante a tomada de decisão; partindo das diferenças individuais de absorção, metabolismo, excreção e resposta (farmacogenética). 
 Toda essa nova forma de tratamento do paciente está relacionada aos avanços conquistados pela genética médica → o uso de 
biomarcadores, em sua maioria marcadores moleculares, para a detecção de traços genéticos específicos, a fim de orientar diversas abordagens 
para a prevenção e tratamento de diferentes doenças. 
 
17. MEDICINA PREVENTIVA 
 
 A medicina preventiva um ramo que vem crescendo ultimamente e que ajuda na redução da incidência de doenças que podem estar 
relacionadas a causas genéticas. Muitas doenças envolvem uma condição de predisposição genética (maior suscetibilidade) para se manifestar 
em um indivíduo. Desta forma, há a inibição de gatilhos ambientais para evitar o aparecimento da patologia (p. ex., câncer). 
 
18. ACONSELHAMENTO GENÉTICO 
 
 É um processo de comunicação sobre problemas humanos associados à ocorrência ou risco de recorrência de uma doença hereditária 
e/ou genética na família, através da qual os pacientes e/ou parentes que possuam ou estão em risco de possuir uma doença hereditária são 
informados sobre as características da condição, a probabilidade ou risco de desenvolvê-la ou transmiti-la, e as opções pelas quais pode ser 
prevenida ou melhorada. Devido a sua complexidade e importância médica, deve ser sempre realizado pelo especialista em Genética Clínica. 
 Este especialista fica responsável por → confirmar, diagnosticar ou manejar uma condição genética; identificar a melhor conduta 
terapêutica; calcular e comunicar os riscos genéticos; prover ou organizar apoio psicológico. 
 O aconselhamento genético é indispensável atualmente, pois muitos casais deixam de ter um ou mais filhos, porque eles ou familiares 
tiveram uma gestação ou um filho com uma doença genética; permite um planejamento familiar de melhor qualidade, nesta e em futuras 
gerações; ajuda a compreender melhor as causas de doenças nas famílias, podendo iniciar uma ação preventiva caso necessário. 
Enzo Amaral Avidago 
5 
 
 Em alguns casos, o aconselhamento genético pode ser traumático aos pais, pois estes podem se sentir culpados pelos malefícios que 
possivelmente poderão transmitir aos seus filhos. Além disso, essa tecnologia ainda está restrita a uma pequena parcela da população, já que 
trata de um procedimento caro. 
 
 
19. PCR 
 A Reação em cadeia da polimerase - RCP ou Polymerase Chain Reaction - PCR é uma técnica utilizada na biologia molecular para 
amplificar uma única cópia ou algumas cópias de um segmento de DNA em várias ordens de grandeza, gerando milhares a milhões de cópias de 
uma determinada sequência de DNA. 
 Ocorrendo a fragmentação das moléculas de DNA, com o uso das enzimas de restrição, e o seu reconhecimento pela técnica de 
eletroforese em gel (o DNA é corado com brometo de etídio), o próximo passo é multiplicar (clonar) o fragmento obtido e submetê-los à 
tecnologia do DNA recombinante. 
 Essa técnica é usada em tubos de ensaio contendo o DNA e mais alguns compostos necessários, como primers (DNAs iniciadores) e 
a enzima DNA polimerase (enzima que faz a replicação do DNA). Os primers são fitas de DNA, com mais ou menos 20 bases (A, T, C, G) 
complementares, isto é, se ligam por complementaridade ao início da sequência de DNA que se quer multiplicar. 
 Quando uma molécula de DNA vai ser multiplicada deve-se separar a dupla fita, formando assim duas fitas diferentes, mas 
complementares entre si. Cada fita servirá de molde para a 
duplicação, por isso, precisamos de dois tipos de primers 
diferentes. 
 Após a DNA ser replicado pela enzima DNA 
polimerase, os nucleotídeos de DNA e os primers 
complementares a sequência de DNA são colocados em um tubo 
de ensaio. Esse tubo é colocado em uma máquina de PCR 
(máquina que aumenta e diminui a temperatura de acordo com 
o programa. A seguir a máquina passará por três etapas: 
1. Desnaturação: aquece-se o tubo entre 94°C a 96°C para 
desnaturar o DNA (separar a dupla fita); 
2. Anelamento: resfria-se entre 37°C a 65°C onde os primers 
se anelam ao início das duas fitas simples, servindo de 
iniciadores para a enzima polimerase; 
3. Extensão: aquece-se novamente a 72°C (temperatura ideal 
de funcionamento da DNA polimerase) para a duplicação 
da fita. A DNA polimerase inicia, após o final do primer, a 
colocar os nucleotídeos livres na fita de DNA ligando-os por 
complementariedade, formando assim uma nova fita 
dupla. 
 Existem várias técnicas de PCR, todas baseadas no 
mesmo propósito: amplificação de ácidos nucléicos (DNA); no 
entanto parte da metodologia empregada pode sofre 
modificação: PCR (amplificação tradicional); PCR Real (usado no 
tratamento de doenças infecciosas; não há uso de eletroforese); 
RT-PCR (procedimento realizado a partir de amostras de RNA); 
Nested PCR (usado em caso de perda de material genético; 
material genético disponível reduzido); PCR Multiplex (usados 
vários primers, para amplificar várias regiões ao mesmo tempo); 
AP-PCR (PCR aleatório – antigo teste de paternidade). 
 
20. STR’S 
 
 Atualmente, os marcadores mais utilizados em identificação humana pelo DNA são denominados de STRs (Short Tandem Repeats) ou 
repetições consecutivas curtas ou microssatélites, sendo que o tamanho da sequência que se repete é de 2 a 9 pares de bases; são regiões 
variáveis curtas que se repetem. Microssatélites são unidades de repetição de pares de bases do DNA (AT, GC), que são utilizados 
como marcador genético em estudos de parentesco, as migrações humanas e de origem humana. 
 Devido ao pequeno tamanho, geralmente menor que 350 pares de base, alelos STR podem ser analisados após amplificação pela 
técnica PCR. 
! Os marcadores moleculares STR (Short Tandem Repeats) específicos para o cromossomo Y são amplamente utilizados nos Laboratórios de 
Perícias. 
 
21. MAPEAMENTO GENÉTICO 
 
 Ter um mapa genético completo é conhecer a localização de quase 50.000 genes nos 24 cromossomos, suas posições relativas e as 
distâncias entre eles. Conhecendo a localização dos genes podemos enfocar sua estrutura e função, bem como associá-los às vias causadoras de 
doenças genéticas. Têm sido utilizados com sucesso cada vez mais para descobrir genes responsáveis por doenças hereditárias, como a fibrose 
cística e a distrofia muscular. Até doenças resultantes da conjugação de vários genes, como aterosclerose, asma, diabetes, câncer, distúrbios 
https://www.minhavida.com.br/temas/doencas-hereditarias
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/diabetes
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/diabetes
EnzoAmaral Avidago 
6 
 
psiquiátricos e doenças do coração; essas doenças poderão ser compreendidas e tratadas por meio de terapias genéticas, graças ao mapeamento 
genético. 
 
22. INTRODUÇÃO 
 
 O diagnóstico pré-natal começou a ser utilizado em 1966; a constituição cromossômica de um feto poderia ser analisada pela cultura 
de células do líquido amniótico. Para que todo o procedimento ocorra de maneira correta é necessário um trabalho em conjunto, entre áreas 
da saúde como: obstetrícia, ultrassonografia, genética clínica e bioquímica (exames laboratoriais). 
 A finalidade desse diagnóstico é detectar anomalias na vida fetal e levar ao termino da gravidez quando o feto apresentar algum risco 
grave. 
 
23. METAS DO DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL 
 
- Fornecer escolhas a casais que tenham riscos de ter filhos com anomalias; 
- Dar apoio e reduzir ansiedade; 
- Permitir que os casais saibam da presença ou da ausência de distúrbios genéticos no feto; 
- Dar a opções de uma conduta apropriada (preparo psicológico, conduta na gestação/parto e cuidados pós-natal); 
- Tratamento pré-natal da criança afetada. 
 
24. MÉTODOS UTILIZADOS – NÃO INVASIVOS 
 
• ALFA-FETOPROTEÍNA DO SORO MATERNO → permite verificar quando o feto tem malformações que levam o tubo neural a ficar aberto; 
neste caso a concentração de AFP é mais alta que o normal no soro materno, bem como no líquido amniótico; 
• TRIAGEM DE SORO MATERNO (MSS) → indicado para síndrome de Down, trissomia do 18, malformações do tubo neural. Requer demais 
avaliações para comprovação do diagnóstico; 
• UTRASSONOGRAFIA → é o procedimento mais empregado no pré-natal. Permite a detecção de anomalias morfológicas, idade gestacional, 
crescimento fetal, gravidez de múltiplos, viabilidade fetal, sexo do bebê (2º trimestre); 
• ISOLAMENTO DE CÉLULAS FETAIS DA CIRCULAÇÃO MATERNA → diagnóstico pré-natal de distúrbios monogênicos, bem como a análise 
cromossômica. Células fetais podem ser separadas do sangue materno por técnicas que usam anticorpos monoclonais (p. ex., linfócitos). 
! Estudo em desenvolvimento → aumento de células fetais no sangue materno está associado a aneuploidias. 
 
25. MÉTODOS UTLIZADOS – INVASIVOS 
 
 Os métodos invasivos são indicados: em caso de idade materna avançada; filho anterior com anomalia cromossômica; presença de 
anomalias cromossômicas nos genitores; histórico familiar/herança ligada ao cromossomo X; riscos de defeito no tubo neural; triagem do soro 
materno e USG. 
 Métodos utilizados: 
• AMINIOCENTESE → a coleta é realizada entre a 10ª e 16ª semana, sem necessidade de internação; é coletado uma amostra do líquido 
amniótico transabdominalmente com uma seringa. Pode dosar a concentração de AFP, uma glicoproteína fetal produzida no fígado, e 
secretada na circulação fetal e excretada pelos rins no líquido amniótico e soro materno. Útil no diagnóstico de doenças que envolvam 
defeitos no tubo neural, como tubo neural aberto. 
• PUNÇÃO DE VILOSIDADES CORIÔNICAS → a biópsia do tecido (são coletadas as vilosidades coriônicas primárias e secundárias) ocorre entre 
a 10ª e 12ª semana da gestação. Através do desenvolvimento embrionário inicial pode-se inferir sobre alterações no feto (as vilosidades 
coriônicas são derivados do trofoblasto); 
• CORDOCENTESE → procedimento usado para obter uma amostra de sangue fetal diretamente do cordão umbilical com orientação 
ultrassonográfica entre a 19ª e 21ª semanas. 
 
26. ESTUDOS LABOATORIAIS 
 
 Após a realização dos métodos são realizados estudos laboratoriais de alguns tipos: 
- Citogenética no diagnóstico pré-natal → utilizada para a realização do cariótipo do feto (avaliação dos cromossomos obtidos por técnicas de 
cultura e coloração por bandas por meio das quais é possível identificar individualmente cada cromossomo, detectar alterações numéricas, 
deleções, inversões, translocações e outros rearranjos), a partir do líquido amniótico ou sangue fetal. A hibridação in situ por fluorescência (FISH) 
é uma técnica mais rápidos para rastreamento numérico dos cromossomos, a partir de testes moleculares. 
- Dosagem bioquímica para doenças metabólicas, também conhecidas como erros inatos do metabolismo (EIM) → o diagnóstico pode ser feito 
pelo estudo de células do líquido amniótico ou do vilo coriônico (dosagem diretamente no tecido); 
- Análise de DNA → pode ser realizado mapeamento genético do feto para detectar possíveis anomalias fetais, e realizar os devidos 
procedimento, presando pela vida da gestante e o feto. 
 
 
 
 
 
 
Enzo Amaral Avidago 
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27. INTRODUÇÃO 
 
 Trata-se de um tipo de diagnóstico pré-natal não invasivo. Os procedimentos são realizados a partir de algumas células do embrião 
antes mesmo da sua chegada ao útero materno, porém eles têm objetivos diferentes. O PGD (PGT-M) e o PGS (PGT-A) são exames relativamente 
novos na área de medicina que aportam informação que pode ajudar a evitar doenças genéticas e cromossômicas. Além disso, graças 
principalmente ao PGS, é possível melhorar os resultados dos tratamentos de reprodução humana e evitar abortos de causa genética. 
 
28. PDG (DIAGNÓSTICO PRÉ-IMPLANTACIONAL) 
 
 O diagnóstico pré-implantacional é utilizado por famílias portadoras de doenças hereditárias na intenção de eliminar 
mutações genéticas, identificando os embriões com saúde antes da gestação, protegendo os descendentes diretos e, como 
consequência, toda a árvore de futuras gerações, já que a mutação em questão de ixa de existir na família. 
 O processo do PGD consiste em: 
1. Identificar a mutação genética nos membros da família a partir de uma amostra de sangue dos familiares para confecção de uma 
sonda específica da doença; 
2. Realizar o estudo genético das células do embrião para identificar aqueles livres da mutação que pode causar a doença genética; 
3. Fazer a transferência do embrião que é geneticamente normal, que estará livre da doença genética da família. 
 
29. PGS (SCREENING GENÉTICO PRÉ-IMPLANTACIONAL) 
 
 O screening genético pré-implantacional visa melhorar os resultados dos tratamentos de reprodução humana e prevenir os 
riscos de alterações cromossômicas, identificando embriões cromossomicamente normais, reduzindo taxas de falhas de implantação, 
abortamentos e nascimento de bebês com doenças cromossômicas graves. 
 O processo de PGS consiste em: 
1. Obter algumas células do embrião em laboratório de reprodução humana (requer fertilização in vitro) para en viar ao laboratório 
de genética; 
2. Realizar o estudo cromossômico das células do embrião para identificar aquelas livres de alterações que podem causar doenças 
cromossômicas e, adicionalmente, também pode ser quantificado o DNA mitocondrial das células, para identificar entre os 
embriões saudáveis aqueles com maior potencial de implantação; 
3. Introduzir no útero materno do embrião que é geneticamente normal que estará livre da doença genética da família. 
 Com o avanço da idade, a qualidade genética dos óvulos e espermatozoides reduzem, principalmente no caso dos óvulos. Essa baixa 
na qualidade aumenta o risco de erros no processo de divisão celular do embrião. O risco de uma mulher de 38 anos desenvolver um embrião 
que chegue a estágio de blastocisto (dia 5/6 de desenvolvimento) com alterações cromossômicas é superior a 65%. No caso do homem, mais 
que um problema de avanço de idade, os riscos de gerar um embrião com alteração cromossômica são superiores quando o resultado do 
espermograma identifica uma baixa contagem de espermatozoides. 
 
 
 
30. INTRODUÇÃO 
 
 A Triagem Neonatal, também conhecida como o teste do pezinho é um meio de se fazer o diagnóstico precoce de diversas doenças 
congênitas assintomáticas no período neonatal, permitindo a prevenção e diminuição do índice de morbidade e mortalidade; doenças 
metabólicas, hematológicas, infecciosas e genéticas. A coleta nunca deve ser feita num período inferior a 48 horas de amamentação e nunca 
superior a 30 dias, sendo o ideal entre o 3º e o 7º dia de vida. 
 
31. FASES• FASE I → fenilcetonúria e hipotireoidismo; 
• FASE II → fase I (fenilcetonúria e hipotireoidismo) + doenças falciformes e outras hematoglonopatias; 
• FASE III → fase II (fenilcetonúria, hipotireoidismo e doenças falciformes e outras hematoglonopatias) + fibrose cística; 
• FASE IV → fase III (fenilcetonúria, hipotireoidismo, doenças falciformes e outras hematoglonopatias e fibrose cística) + hiperplasia adrenal 
congênita e deficiência de biotinidase. 
 
32. DOENÇAS TRIADAS 
 
• FENILCETONÚRIA (PKU) → é doença genética autossômica recessiva causada pela ausência, ou diminuição, da atividade da enzima hepática 
fenilalanina hidroxilase (HPA), que metaboliza a fenilalanina (phe) em tirosina (tyr). 
• HIPOTIREOIDISMO → é uma disfunção na tireoide (glândula que regula importantes órgãos do organismo), que se caracteriza pela queda 
na produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). 
• HEMATOGLONOPATIAS → constituem um grupo de doenças de origem genética, em que mutações nos genes que codificam a hemoglobina 
levam a alterações nesta produção. Estas alterações podem ser divididas em estruturais ou de produção. 
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• FIBROSE CÍSTICA → é uma doença genética que compromete o funcionamento das glândulas exócrinas que produzem muco, suor ou 
enzimas pancreáticas. Desta forma, afeta os sistemas digestivo, respiratório e as glândulas sudoríparas. 
• HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA → engloba um conjunto de síndromes transmitidas de forma autossômica recessiva, que se 
caracterizam por diferentes deficiências enzimáticas na síntese dos esteroides adrenais. 
• DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE (DBT) → é um erro inato do metabolismo, de origem genética e herança autossômica recessiva, que 
consiste na deficiência da enzima biotinidase, responsável pela absorção e regeneração orgânica da biotina, uma vitamina existente nos 
alimentos que compõem a dieta normal, indispensável para a atividade de diversas enzimas. 
 
 
 
33. INTRODUÇÃO 
 
 As moléculas de DNA de um organismo não são estáticas. Frequentemente, suas bases estão expostas a agentes, naturais ou artificiais, 
que provocam modificações na sua estrutura ou composição química. Modificações na informação genética, que resultam em células ou 
indivíduos com alterações fenotípicas, são denominadas de mutações. 
 
 
 
• DOENÇAS MOLECULARES → o evento causador da doença é uma mutação, podendo ser herdada ou adquirida, que atinge células somáticas 
ou germinativa; promove variações na expressão e no fenótipo. 
 
34. CONCEITO 
 
 Qualquer modificação súbita e hereditária no conjunto gênico de um organismo, que não é explicada pela recombinação da 
variabilidade genética preexistente. Assim, um organismo mutante é aquele cujo fenótipo alterado é causado por uma possível mutação. 
 As mutações genéticas são alterações num número reduzido de nucleotídeos da molécula de DNA, resultando do aparecimento de um 
novo alelo. 
 As mutações cromossômicas são alterações de maneira visível (ao microscópio); o número ou a estrutura dos cromossomos. 
! As mutações podem ser induzidas por agentes químicos, agentes físicos e os dois processos conjuntos. 
 
35. TIPOS DE MUTAÇÕES GÊNICAS 
 
 Alterações na sequência de nucleotídeos, que alteram a sequência de aminoácidos na cadeia polipeptídica codificada pelo gene, 
levando a uma alteração fenotípica. No entanto, podem ocorrer mutações neutras, sem efeito algum no fenótipo. 
 Tipos de alterações: 
• ADIÇÃO DELEÇÃO DE BASE 
 De um único par de bases no DNA causará uma mudança no quadro aberto de leitura do gene a partir desse ponto. Assim, toda a 
sequência e aminoácidos traduzida a partir do sítio mutante é alterada, não tendo relação com a sequência original. Como resultado, ocorre 
perda completa da estrutura e função normal da proteína. 
• SUBSTITUIÇÃO DE BASE 
- TRANSIÇÃO: substituição de uma base por outra de mesma categoria química; 
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- TRANSVERSÃO: substituição de uma base por outra de categoria química diferente; 
- MUTAÇÃO SILENCIOSA: substituição de bases não altera a sequência de aminoácidos na cadeia polipeptídica; 
- MUTAÇÃO DE SENTIDO ERRADO: substituição altera um aminoácido na cadeia polipeptídica; 
- MUTAÇÃO SEM SENTIDO: aparece um códon de terminação no RNAm, impedindo a síntese completa da cadeira polipeptídica (termino 
prematuro da tradução) → efeito considerável no funcionamento da proteína. 
 
36. ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS 
 
 Em escala maior, pode ocorrer alterações na estrutura cromossômica ou mudanças no número de cópias dos cromossomos em uma 
célula. Essas variações em larga escala são chamadas de mutações cromossômicas. 
 De modo geral, as mutações genéticas são alterações que ocorrem dentro de um gene enquanto as mutações cromossômicas são 
mudanças em uma região cromossômica que envolve vários genes. 
 Muitas mutações cromossômicas causam anomalias na célula e funcionamento do organismo. Em sua maioria, essas anomalias são 
baseadas em mudanças ou posição gênica. Em alguns casos a mutação pode resultar na quebra cromossômica, e se a quebra ocorre dentro de 
um gene, o resultado é a perturbação funcional desse gene. 
 
37. ALTERAÇÕES NÚMERICAS 
 
 As mudanças no número de cromossomos são de 2 tipos básicos: 
• EUPLOIDIAS → mudanças nos conjuntos cromossômicos inteiros. Indivíduos euploides apresentam múltiplos conjuntos cromossômicos: 
poliploides (mais de 2 conjuntos cromossômicos); monoplóides (apenas 1 conjunto cromossômico quando o normal da espécie é apresentar 
2 conjuntos). 
• ANEUPLOIDIAS → mudanças em parte de conjuntos cromossômicos. É a segunda maior categoria de anomalias cromossômicas nas quais 
o número de cromossomos é anormal. 
 Um aneuplóide é um organismo cujo número de cromossomos difere do tipo selvagem por parte de um conjunto de cromossomos. 
Em geral, o conjunto de cromossomos difere o tipo selvagem apenas por um cromossomo ou por um pequeno número de cromossomos. 
 Uma aneuploida pode ter um número menor ou maior que o tipo selvagem: 
- MONOSSOMIA (2n + 1): não tem cópia de um cromossomo. Em humanos, quando acontece monossomia para qualquer um dos 
autossomos, o indivíduo morre no útero. 
a) Síndrome de Turner (45, X0): as pessoas afetadas são mulheres estéreis, de baixa estatura, e, em geral, tem pescoço alado cuja 
extensão fica entre o pescoço e os ombros. Inteligência quase normal, algumas de suas funções cognitivas especificas são defeituosas. 
- TRISSOMIA (2n – 1): tem uma cópia extra de um cromossomo. Em um organismo diplóide, geralmente, desequilíbrio cromossômico pode 
resultar em anomalia ou morte. Não gera fertilidade. 
b) Trissomia do 21 ou Síndrome de Down (47, XXX no 21): olhos oblíquos semelhantes aos dos orientais, rosto arredondado, mãos 
menores com dedos mais curtos, prega palmar única e orelhas pequenas; comprometimento intelectual e, consequentemente, 
aprendizagem mais lenta. 
c) Síndrome de Klinefelter (47, XXY): apresenta ossos fracos, pênis reduzido (puberdade atrasada, ausente ou imcompleta), músculos 
pouco desenvolvidos, ginecomastia; comprometimento intelectual. 
d) Trissomia do 18 ou Síndrome de Edwars (47, XXX no 18): atraso mental, no crescimento, malformação grave do coração, dedo 
indicador fica maior que os outros, pés com plantas arqueadas, palatos as vezes fendidos, cabeça pequena, alongada, estreita e 
alterações no aprelho reprodutor. 
- NULISSOMIA (2n – 1) 
- DISSOMIA (1n + 1) 
 
38. ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS 
 
 As mudanças na estrutura do cromossomo são chamadas de rearranjos e englobam várias classes importantes de eventos: 
• DEFICIÊNCIA OU DELEÇÃO → é a perda de uma porção do cromossomo, resultando na falta de um ou mais genes; 
• DUPLICAÇÃO → produto na presença de uma porção extra do cromossomo, resultando na repetição de um ou mais genes; 
• INVERSÃO → ocorre quando, num determinado segmento de cromossomo, haver 2 fraturas, seguidas da subsequente soldadura do 
fragmento mediano, agora colocado em posição invertida; 
• TRANSLOCAÇÃO→ ocorre quando 2 cromossomos não homólogos quebram simultameamente e trocam segmentos. 
! As translocações, inversões e deleções produzem uma esterebilidade parcial pela geração de produtos meióticos (gametas) desbalanceados, 
que podem morre ou gerar zigotos que morram. 
 
 
 
39. INTRODUÇÃO 
 
 As doenças metabólicas hereditárias (DMH) são causadas por erros inatos do metabolismo (EIM) que promovem alguma falha de 
síntese, degradação, armazenamento ou transporte de moléculas no organismo levando a vários problemas para a saúde indivíduos que têm 
EIM. 
 Estes distúrbios hereditários são transmitidos, em sua maioria, de forma autossômica recessiva. As alterações ocorrem ao nível 
molecular, causando ausência de síntese de uma enzima, síntese de enzima com atividade deficiente, que pode ser de diversos graus, ou ainda 
a destruição exagerada de uma enzima normalmente sintetizada levando ao bloqueio de diversas vias metabólicas. Esse bloqueio, além de 
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induzir o acúmulo de substâncias tóxicas e/ou falta de substâncias essenciais, pode gerar problemas no desenvolvimento físico e mental dos 
pacientes. 
 As manifestações clínicas das DMH são variadas, desde assintomáticas (p. ex., glicosúria renal) até fatais (p. ex., defeitos no ciclo da 
ureia). Podem manifestar sintomas semelhantes a doenças comuns (p. ex., septicemia) e manifestar antes do ou após o nascimento. 
! O acúmulo desses produtos depende do tamanho das moléculas, somente moléculas maiores acumulam-se (as menores se difundem). 
 
40. HERANÇA 
 
 Os processos de herança das DMH podem ocorrer de maneiras diferentes: herança autossômica recessiva; herança ligada ao X → mãe 
portadora da mutação (50% de recorrência para sexo masculino e de 50% das filhas serem portadoras); herança cromossomial → mutação no 
DNA mitocondrial (100% de recorrência para ambos os sexos quando a mãe é portadora). 
 
41. MECÂNISMOS QUE REDUZEM A ATIVIDADE ENZIMÁTICA 
 
 O mecanismo processa-se em uma série gradativa de reações, cada etapa sendo catalisada por uma enzima específica. Normalmente, 
uma enzima catalisa a conversão de um substrato em um produto. A via metabólica pode ser bloqueada em qualquer etapa, se a enzima 
necessária para esta estiver deficiente ou ausente. Essa alteração pode ser causada por vários mecanismos: 
- Mutação no gene estrutural que codifica a enzima pode acarretar, nos homozigotos, ausência da mesma ou produzir uma forma anormal, com 
atividade reduzida; 
- Mutação no gene regulador da taxa de produção de enzima pode levar a uma quantidade inadequada da enzima estruturalmente normal; 
- Degradação acelerada da enzima, levando à deficiência da enzima ativa; 
- Mutação que afeta a absorção ou biossíntese do co-fator, ou altera o seu sítio de ligação, pode reduzir a atividade enzimática; 
- Quando a enzima é codificada por dois ou mais genes, uma mutação em um desses genes pode causar a inatividade enzimática, podendo 
diferentes loci mutantes ter o mesmo produto final. 
! Enzimas diferentes funcionam na mesma área de metabolismo → caso um produto final seja gerado a partir de mais de uma enzima, a ausência 
de qualquer uma destas enzimas o defeito será o mesmo, a falta do produto final. 
! Doenças diferentes originam-se por defeitos de uma mesma enzima → caso uma enzima atue em mais de uma rota metabólica, a ausência 
dessa enzima resultará na ausência de todos os produtos das rotas metabólicas envolvidas. 
 
42. DIAGNÓSTICO 
 
 O diagnóstico definitivo das DMH é feito por determinação da atividade enzimática ou identificação de defeito molecular. Porém, 
infelizmente, o procedimento é de alto custo e só é feito em caso de suspeita. 
 Anteriormente ao pedido de exame é analisado → problemas notados pelos familiares; a adaptação neonatal; a dificuldade em ganhar 
peso e/ou estatura; o desenvolvimento neuropsicomotor; a história familiar positiva; entre outros 
 
43. CLASSIFICAÇÃO 
 
GRUPOS CARACTERÍSTICAS DOENÇAS 
Defeito de Síntese ou 
Catabolismo de Moléculas 
Complexas 
Sinais e sintomas permanente e 
progressivos 
Doença lisossomais e peroxissomias 
Defeito no Metabolismo 
Intermediário 
Intoxicação aguda e crônica; 
intervalo livre de sintomas; 
relação com ingestão alimentar 
Aminoacidopatias (p. ex., fenilcetonúria, homocistinúria, doença da urina 
do xarope de bordo ou leucinose); aciduriasorgâncias; defeitos do ciclo da 
uréia e intolerância aos açúcares 
Defeito na Produção ou 
Utilização de Energia 
Metabolismo intermediário de 
fígado, músculo ou cérebro 
Doenças de depósito de glicogênio; defeitos de ß-oxidação de ácidos 
graxos; doenças mitocondriais e hiperlacticemias congênitas 
 
 
 
44. DEFINIÇÃO DE CÂNCER 
 
 Neoplasia pode ser definida como a proliferação anormal e descontrolada de um determinado tecido do corpo, mais conhecida como 
tumor (ou neoplasma). Uma neoplasia pode ser benigna ou maligna; este segundo tipo incluem os vários tipos de câncer que têm em comum o 
crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e 
incontroláveis, e podem espalhar-se para outras regiões do corpo, processo também chamado de metástase (instalação do tumor secundário). 
Em resumo o câncer pode ser definido como um processo invasivo e expansivo. 
 Os três principais tipos de câncer são: 
- SARCOMAS: trata-se de tumores malignos que atingem as células da mesoderme, e pode atingir osso, cartilagem, gordura, músculo, vasos 
sanguíneos, ou tecidos moles; 
- CARCINOMAS: trata-se de tumores maligno desenvolvido a partir de células epiteliais, glandulares (adenocarcinoma) ou do trofoblasto 
(coriocarcinoma) que tende a invadir tecidos circulares originando metástases; 
- LINFOMAS: trata-se de tumores malignos que acomete as células do sistema linfático. Existem dois tipos de linfomas, linfoma de Hodgkin 
e linfoma não-Hodgkin. Eles diferem entre si pelos tipos de células encontradas à microscopia, pelo comportamento biológico e pela resposta à 
terapia. 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Catalisador
https://pt.wikipedia.org/wiki/Enzima
https://pt.wikipedia.org/wiki/Muta%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gene
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45. CAUSAS DO CÂNCER 
 
 O câncer é causado por alterações (mutações) no interior das células. O DNA dentro de uma célula contém um conjunto de instruções 
que dizem à célula como crescer e se dividir. Erros nas instruções podem permitir que uma célula se torne cancerosa. A mutação do gene pode 
instruir uma célula saudável para: 
- Permitir o crescimento rápido → a mutação do gene pode dizer uma célula para crescer e se dividem mais rapidamente. Isso cria muitas novas 
células com a mesma mutação; 
- Impedir que o crescimento celular pare → as células normais sabem quando parar de crescer, para que você tenha apenas o número certo de 
cada tipo de célula. As células cancerosas podem perder o controle que lhes dizem quando parar de crescer; 
- Cometer erros ao reparar erros do DNA → genes de reparo procuram erros no DNA de uma célula e fazem correções. Uma mutação nesse gene 
de reparo pode significar que outros erros não serão corrigidos, levando as células se tornam cancerosas. 
 
46. FATORES DE RISCO DO CÂNCER 
 
• IDADE → como o avanço da idade há aumento da probabilidade de ocorrer um erro ou lesão nos genes (mutação); menor eficiência 
imunológica: maior tempo de exposição à fatores cancerígenos; 
• HÁBITOS → certos estilos de vida predispõem ao aparecimento dos mais diversos tipos de câncer, como por exemplo, tabagismo, 
alcoolismo, obesidade, entre outros; 
• HISTÓRICO FAMILIAR → há exemplos de câncer não adquiridos, mas que foram herdados através da linhagem germinativa, chamados 
câncer congênitos (representa uma menor parcela); 
• FATORES AMBIENTAIS → a exposição a fatores ambientais pode levar ao aparecimento do câncer, como por exemplo: alguns tipos de 
radiação, vírus, agentes químicos, entre outros. 
 
47. ESTÁGIOS DO CÂNCER 
 
•ESTÁGIO DE INICIAÇÃO → é o primeiro estágio da carcinogênese. Nele as células sofrem o efeito dos agentes cancerígenos ou 
carcinógenos que provocam modificações em alguns de seus genes (ponto de vias de sinalização, reguladores de ciclo mitótico, ponto de 
reparo, etc). Nesta fase as células se encontram, geneticamente alteradas, porém ainda não é possível se detectar um tumor clinicamente. 
Encontram-se "preparadas", ou seja, "iniciadas" para a ação de um segundo grupo de agentes que atuará no próximo estágio. 
• ESTÁGIO DE PROMOÇÃO → é o segundo estágio da carcinogênese. Nele, as células geneticamente alteradas, ou seja, "iniciadas", sofrem o 
efeito dos agentes cancerígenos classificados como oncopromotores. A célula iniciada é transformada em célula maligna, de forma lenta e 
gradual. Para que ocorra essa transformação, é necessário um longo e continuado contato com o agente cancerígeno promotor. A 
suspensão do contato com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse estágio. Alguns componentes da alimentação e 
a exposição excessiva e prolongada a hormônios são exemplos de fatores que promovem a transformação de células iniciadas em malignas. 
• ESTÁGIO DE PROGRESSÃO → é o terceiro e último estágio da carcinogênese. Caracteriza-se pela multiplicação descontrolada e irreversível 
das células alteradas. Nesse estágio o câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença. 
 Os fatores que promovem a iniciação ou progressão da carcinogênese são chamados agentes oncoaceleradores ou carcinógenos. O 
fumo é um agente carcinógeno completo, pois possui componentes que atuam nos três estágios da carcinogênese. 
 
48. MECÂNISMO DO CÂNCER 
 
 A ocorrência do câncer está relacionada a um desequilíbrio entre a proliferação celular e o atrito celular (aumento da primeira e 
redução do segundo). As células se proliferam à medida que passam pelo ciclo celular e sofrem mitose, enquanto o atrito, devido à morte 
celular programada, remove as células de um tecido por meio de um processo normal de fragmentação do DNA e suicídio celular chamado 
apoptose. 
 Os ‘passos’ do câncer: diminuição do processo de apoptose → aumento dos sinais de crescimento celular → diminuição dos sinais de 
anti-crescimento celular → aumento da invasão e metástase → diminuição do controle do programa de multiplicação celular → aumento 
da angiogênese. 
 Mutações nos genes que controlam a proliferação e a morte celular são os principais responsáveis pelo surgimento do câncer. 
Geralmente, as mutações ocorrem em uma única célula somática, que então se divide e continua se desenvolvendo no câncer. 
! Síndrome de Câncer Hereditário → descreve uma mutação no gene herdado por meio da linhagem germinativa, que aumenta o risco para 
um ou mais tipos de câncer. 
 
49. MUTAÇÃO E CÂNCER 
 
Os dois principais tipos de genes que desempenham um papel no câncer são: 
• ONCOGENES → os proto-oncogenes são genes que normalmente ajudam às células a crescer; responsável pela síntese de proteínas 
(oncoproteínas) que estimulam o crescimento e divisão celular. Quando um proto-oncogene sofre mutações fazendo com que fique 
permanentemente ligado ou ativado quando não deveria ser assim, a célula cresce fora de controle, o que pode levar ao câncer. 
 Essa mutação produz os oncogenes, que são geralmente ativados por rearranjos cromossômicos (alterações nos cromossomos que 
colocam um gene ao lado de outro, o que permite que um ative o outro); duplicação (ter cópias extras de um gene, pode fazer com se 
produza maior quantidade de determinada proteína). 
• GENES SUPRESSORES DO TUMOR → são genes normais que retardam a divisão celular, reparam erros do DNA ou indicam quando as células 
devem morrer (processo conhecido como apoptose ou morte celular programada). Quando os genes supressores do tumor não funcionam 
corretamente, as células podem se desenvolver fora de controle, o que pode levar ao câncer. 
 Uma diferença importante entre oncogenes e genes supressores do tumor é que os oncogenes resultam da ativação de proto-
oncogenes, enquanto que os genes supressores do tumor provocam câncer quando eles são inativados. 
http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=320
http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=320

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