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Epidemiologia 2 CRISTINA CARNEIRO – M4 1 Estudos epidemiológicos - OBSERVACIONAIS Uma dada variável de exposição constitui ou não um fator de risco para uma certa patologia? Variável independente: de exposição Variável dependente: de desfecho COORTE Um estudo observacional no qual os indivíduos são classificados (ou selecionados) segundo o status de exposição (expostos e não expostos), sendo seguidos para avaliar a incidência da doença ou de outros desfechos de interesse em determinado período de tempo. O objetivo de um estudo de coorte é identificar o efeito (impacto) de uma exposição em relação à ocorrência de um determinado evento. Parte da exposição para o desfecho. • Prospectivo (parte da exposição e acompanha p paciente dali em diante - Frente) Pego uma população, divido ela em população que tem a exposição e que não tem – acompanho longitudinalmente. Descubro: essa população que tem o a exposição desenvolveu o desfecho. E a outra população não desenvolveu. • Retrospectivo ou Histórica (avalia o paciente com a exposição para trás – prontuários) Avalia o passado do paciente com a exposição com a exposição (Retrospectiva) - Pegaria toda a minha população (ex.: 100 pessoas, avaliaria o prontuário delas – como foi a evolução delas de uma maneira retrospectiva. Longitudinal BENEFÍCIOS - Servem para avaliar: • Incidência • Fatores de risco • Acompanha a história natural da doença • Prognósticos • Intervenções terapêuticas • Intervenções preventivas • Forte relação de causalidade (temporalidade) Servem para estudar doenças potencialmente fatais. • Estudar precocemente quando ocorre a doença e o porquê. PROBEMAS • Ele é demorado e por isso costuma ser bastante caro porque eu tenho que esperar que a doença comece a aparecer. • Deve ter certeza da saúde inicial dos participantes. • É o estudo que possui mais vieses, como por exemplo, perda de segmento. Justamente por ser longa, as pessoas acabam saindo do estudo. • Ruim para doenças raras ou rapidamente fatais. • Sujeito a confundidores. Dica: Presente – futuro Risco: "probabilidade de um membro de uma população definida desenvolver uma dada doença ou desfecho em um período de tempo; Intervalo de confiança (95%) Faixa de valores entre os quais podemos ter 95% de confiança de que o resultado estará incluído. Para haver significância o 1,0 não deve estar dentro do intervalo. P-Valor Representa a probabilidade de os resultados encontrados na amostra serem idênticos à distribuição da população. Para haver significância estatística, geralmente considera- se que o p-valor deve ser igual ou inferior a 0,05 (5%). CASO CONTROLE Epidemiologia 2 CRISTINA CARNEIRO – M4 2 Parte do desfecho para a exposição, CARACTERÍSTICAS: ➢ Verifica fatores de risco associados a doença (ou prognóstico); ➢ Os estudos de casos e controles também são chamados de retrospectivos, uma vez que o investigador busca, no passado, uma determinada causa (exposição) para a doença ocorrida;* ➢ Investigação de doenças de baixa incidência (raras) ou que apresentam longos períodos de latência (entre a exposições e a doença); ➢ Têm capacidade para avaliar o efeito e as interações de um grande número de fatores que presumivelmente estão associados com a doença sob investigação, o que torna este desenho muito atrativo; ➢ Os casos são comparados com o outro grupo de indivíduos que devem ser em tudo semelhantes aos casos*, diferindo somente por não apresentarem a referida doença = controle. ➢ Razão de chances ou odds ratio - produto final analisado 1. Os investigadores devem definir explicitamente os critérios para o diagnóstico de um caso e os critérios de elegibilidade utilizados para a seleção. 2. Os controles devem vir da mesma população que os casos e sua seleção deve ser independente das exposições de interesse. 3. Os investigadores envolvidos na coleta de dados dos casos e controles devem ser mascarados quanto a estes grupos. 4. Os investigadores envolvidos na coleta de dados precisam de treinamento para aferir a exposição de maneira correta e de modo semelhante em casos e controles 5. Os fatores de confundimento prováveis em estudos caso-controle devem ser definidos na fase de concepção do estudo. O pareamento de casos e controles impede que fatores de confusão interfiram nos achados do estudo assim como o ajuste no momento das análises estatísticas controla os prováveis fatores de confusão. PAREAMENTO: Processo de seleção dos controles de maneira que os indivíduos sejam semelhantes aos casos para determinadas características como sexo, idade e condição socioeconômica. ETAPAS DE UM ESTUDO DE CASO – CONTROLE 1. Estabelecer população, critérios de inclusão e exclusão; 2. Selecionar Casos – pacientes doentes; 3. Selecionar controles – paciente não doentes/pareamento se necessário; 4. Medir exposições: questionários, registro médico, investigação em bases de dados etc. Produto final – a razão de chances ou odds ratio (estimativa da associação entre cada variável preditora e a presença da doença; odds ratio (razão de chances ou razão de produtos cruzados). OR= (a/c)/(b/d) = ad/bc Longitudinal Eu pego um grupo de pacientes que eu sei que está doente e estuda-se como que foi a exposição anterior. Ex.: Pega-se pacientes que desenvolveram Esclerose Lateral Miotrófica e questiono: Você quando era criança, você estudava, fazia exercício físico, comeu bem no ano passado, fez exercício nesse último mês. Retrospectiva, Ou seja, eu parto dos pacientes que estão doentes e estudo a história anterior dele. Diferença de um caso controle para uma Coorte Histórica? R: no caso controle você parte do desfecho para a exposição, onde eu tenho uma população de doentes e eu pego uma outra população similar e estudo o seu passado. Na Coorte histórica é a mesma população, onde eu parto da exposição para o desfecho. Epidemiologia 2 CRISTINA CARNEIRO – M4 3 Para comparar, eu pego uma outra amostra de uma outra população que eu considere representativa e acompanha historicamente (eu vejo como eram esses pacientes no passado). No caso controle, a gente tem que saber escolher bem o nosso grupo: Amostragem igual Emparelhamento por variáveis constitucionais Vários grupos controles diferentes Uso de base populacional Os grupos de caso controle NUNCA podem ser não comparados, porque eu sempre divido entre Casos e Controles. BENEFÍCIOS • Útil para Doenças raras • Baixo custo • Curta duração - rápido • Análise de vários fatores de exposição • Permite a investigação de uma variedade de possíveis fatores de risco; • Alto poder analítico; • Estudo inicial para novas hipóteses PROBEMAS • Vieses de seleção (temos que escolher artificialmente uma população que é representativa daquela outra – é muito mais fácil errar. Seria mais fácil trabalhar com a mesma população, o que não é o caso desse estudo) • Vieses de medição/ informação (memória ou de registro): os pacientes costumam não lembrar o que aconteceu no passado. Analisar prontuários antigos também é complicado. • Documentação imprecisa. • Não faz acompanhamento e nem intervenção; • Não avalia risco (só faz associação); • Inadequado para investigar exposições raras, a não ser que o risco atribuído à exposição na população de estudo seja muito alto; • Não é possível estimar a incidência das doenças estudadas.; SECCIONAL OU TRANSVERSAL É aquele que eu tiro uma foto do paciente em questão e o indivíduo é avaliado emapenas um momento. É um estudo descritivo. O estudo transversal não testa hipóteses, ou seja, não pode ser analítico. Pode-se fazer um estudo comparado e um estudo não comparado. Ex.: Coleta-se os dados e chega à conclusão que os alunos com IMC mais baixo tem o Coeficiente de rendimento maior. Caracterizado pela observação direta de determinada quantidade planejada de indivíduos em uma única oportunidade; É o “retrato” de uma situação; Utilizado para determinar a prevalência de doenças ou de condições relacionadas à saúde; Adequado para identificar pessoas e características passíveis de intervenção e gerar hipóteses de causas de doenças; As medidas de exposição e efeito (doença) são realizadas ao mesmo tempo. Por esse motivo, não é fácil avaliar as associações encontradas nesses estudos; A questão-chave nesse tipo de delineamento é saber se a exposição precede ou é consequência do efeito; BENEFÍCIOS • Fácil • Rápido • Barato • Serve para formar hipóteses (A obesidade interfere no rendimento escolar do aluno?) • A população do estudo é selecionada por amostra; • Pode-se medir a associação entre exposição e desfecho, mas há limitação para inferir causalidade. PROBEMAS • É impossível determinar causa - efeito (eu não posso afirmar que as pessoas eram obesas porque tinham rendimento escolar baixo, ou se as pessoas Epidemiologia 2 CRISTINA CARNEIRO – M4 4 tinham rendimento escolar baixo porque eram obesas). • Não testa hipóteses • Desconhecimento da ação dos fatores no passado (eu não sei o que veio primeiro). • Viés temporal-Para algumas variáveis, não se pode afirmar o que foi causa ou consequência. Não é possível a temporalidade dos eventos; • Presença de fatores de confusão; • Inadequados para estudar doenças raras em amostras da população em geral. Analítico Quando usar?: • Para descrever padrões e suas magnitudes; • Para estimar a prevalência de doenças e agravos à saúde; • Para estabelecer associações entre exposição e doença. ECOLÓGICO São estudos em que a unidade de análise é uma população ou um grupo de pessoas, que geralmente pertence a uma área geográfica definida (cidade, estado, país). Foto da população por completo. A unidade de análise é justamente a população O estudo ecológico serve para eu começar a pensar em alguma coisa dessa população. É o estudo mais fácil e barato de ser realizado. Analítico Transversal Características • A unidade de observação (análise) é a população ou grupo de pessoas; • Grupo pertence a uma área geográfica definida → País, estado, cidade, município; • Avalia os contextos ambientais e sociais, e como afetam a saúde de grupos populacionais; • Os dados dessa área são comparados a outras, ou no tempo (séries temporais) ou ambos; • Frequentemente realizados combinando-se arquivos de dados existentes em grandes populações → geralmente mais baratos e mais rápidos Como usar • Gerar e testar hipóteses etiológicas; • Avaliar a efetividade de intervenções na população; • Verificar tendências (distribuição espacial dos agravos à saúde); • Muito utilizado para análise de situação em saúde. TIPOS DE VARIÁVEIS UTILIZADAS 1. Medidas agregadas: sintetizam características individuais dentro de cada grupo: proporção de fumantes, taxa de incidência de uma doença, renda familiar média. 2. Medidas ambientais: características físicas do ambiente, nível de poluição do ar, qualidade da água, nível de radiação solar. 3. Medidas globais: atributos de grupos, organizações ou lugares sem análogo no nível individual: densidade demográfica, nível de desigualdade social, existência de determinado tipo de sistema de saúde. TIPOS DE DESENHOS E ANÁLISE Desenhos de Múltiplos Grupos o Estudo Exploratório Comparação de taxas de doença entre regiões durante o mesmo período para identificar padrões espaciais. Epidemiologia 2 CRISTINA CARNEIRO – M4 5 o Estudo Analítico Avalia a associação entre nível de exposição médio e a taxa da doença entre diferentes grupos. Estudos de séries temporais o Estudo Exploratório Avalia a evolução das taxas de doença ao longo do tempo em uma determinada população geográfica definida. •Tendências futuras da doença •Intervenção populacional •Coortes de nascimento o Estudo Analítico Avalia a associação entre mudanças no tempo do nível médio de exposição e das taxas de doenças em uma população geograficamente definida. Desenhos de Mistos o Estudo Exploratório Combina as características básicas dos estudos exploratórios de múltiplos grupos e de séries temporais. o Estudo Analítico Avalia a associação entre as mudanças no tempo do nível de exposição média e das taxas de doenças entre diferentes grupos populacionais. BENEFÍCIOS • Fácil • Barato • Execução rápida, devido às fontes de dados secundários disponíveis: SIM, SINASC, SINAN, IBGE; • Conseguem estimar bem os efeitos de uma exposição quando ela varia pouco na área de estudo, pela comparação entre áreas (os estudos individuais não conseguem) • Simplicidade analítica • Formar hipóteses • Mensuração de um efeito ecológico → implantação de um novo programa de saúde ou uma nova legislação em saúde na melhoria das condições de saúde PROBEMAS • Baixo poder analítico • Falácia ecológica (quando a gente acredita que o resultado no geral pode ser atribuído ao individual – não é porque uma população tem o aumento de consumo de cigarro e aumento de risco cardiovascular que todo mundo nessa população tenha o aumento do risco cardiovascular por causa do aumento do consumo de cigarro). • Gera suspeita, mas não confirma • Incapacidade de associar exposição e doença no nível individual; • Dificuldadedecontrolarosefeitosdepotenciaisfatore sdeconfundimento. • Dadosdeestudosecológicosrepresentamníveisdeex posiçãomédiaaoinvésdevaloresindividuaisreais; • Informações sobre comportamento, atitudes e história clínica não estão disponíveis (dados pessoais não disponíveis); • Depende da qualidade das informações disponíveis (fontes diversas); • Nãoselevaemcontaavariabilidadedacaracterísticae studadadentrodogrupo. • Migração entre grupos (por exemplo, mora em uma área e trabalha em outra). Exemplo: formularam a hipótese de que o cigarro estava matando muitas pessoas de doenças cardiovasculares a partir do aumento da venda de cigarro em determinada cidade. Esse estudo só chega até aqui, em formular essa hipótese. Para ir mais a fundo é preciso analisar esses fatos com outros estudos. Como estimar os efeitos em estudos ecológicos? • Diferença entre as taxas • Razão de taxas; • Quanto mais próximo de 1 for o R maior a confiabilidade de seus dados. Epidemiologia 2 CRISTINA CARNEIRO – M4 6 Coorte Caso controle Seccional ou TRANSVERSAL ecológico
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