Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ESTUDO DIRIGIDO DE PATOLOGIA | ESTHER ANDRADE | TURMA 85 ESTUDO DIRIGIDO: PATOLOGIA RENAL BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA: 9a edição Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças 9a edição Bogliolo Patologia 1. Enumerar as respostas patológicas do glomérulo à lesão e descrever seus aspectos Hipercelularidade: ocorre por proliferação celular de mesangio ou endotélio, infiltração de leucócitos ou formação de crescentes acúmulos de células epiteliais parietais proliferantes e infiltração leucocitária, num formato de meia lua. Espessamento da membrana basal: deposição de material amorfo (complexos imunes) na membrana basal glomerular, aumento de síntese de proteínas pela MBG ou formação de camadas adicionais de MBG, às vezes formando uma lâmina densa e totalmente duplicada. Hialinose: acúmulo de material extracelular e amorfo homogêneo e eosinófilo. Esclerose: deposição extracelular de matriz colágena. O processo esclerosante pode resultar em obliteração de luzes dos capilares glomerulares. 2. Identificar a patogenia da lesão glomerular e seus mediadores. A patogenia da lesão glomerular ocorre devido aos seguintes mediadores: Mediada por anticorpos o patógeno que foi implantado ou surge no glomérulo reage com os anticorpos localizados dentro do glomérulo, desencadeando uma resposta imunológica. Mediada por células o patógeno que foi localizado na corrente sanguínea sofre a atuação de linfócitos T, macrófagos e neutrófilos e é levado para o glomérulo com a finalidade de ser excretado pelo rim. Essa reação não tem início no glomérulo. Mediadores solúveis/químicos ativação da via alternativa do sistema complemento: eicosanoides, oxido nítrico, angiotensina, endotelina, sistemas de coagulação... 3. Definir síndrome nefrítica e síndrome nefrótica. Síndrome nefrítica: é uma inflamação nos glomérulos. Síndrome nefrótica: doença causada por desarranjos nas paredes capilares glomerulares, resultando em permeabilidade aumentada para proteínas plasmáticas. 4. Relacionar as principais diferenças entre a síndrome nefrítica e a síndrome nefrótica. Na síndrome nefrítica ocorre hematúria visível, TFG diminuída e hipertensão. Já na síndrome nefrótica ocorre uma proteinúria elevada, edema grave, hipoalbuminemia e lipidúria. 5. Definir Glomerulonefrite Pós-Estreptocócica, descrevendo o conceito, a etiologia e os aspectos clínicos. A glomerulonefrite é um grupo de doenças que se caracterizam histologicamente por proliferação difusa das células glomerulares, associadas ao influxo de leucócitos, geralmente causada por complexos imunológicos. Ela aparece geralmente 1 a 4 semanas após uma infecção na faringe ou pele. No seu curso clínico ocorre o aparecimento súbito de mal-estar, febre, náusea, oligúria e hematúria. Urina com hemácias, proteinúria leve, edema periorbital e hipertensão leve. 6. Descrever os aspectos macroscópicos e microscópicos da Glomerulonefrite Pós- Estreptocócica. Macroscopia: Glomérulo aumentado e hipercelular. Microscopia: Depósito de granulares de IgG, IgM e C3 no mesângio e ao longo da membrana basal glomerular. Embora difusamente presentes, os complexos imunes são vistos de forma focal e esparsa (dando aspecto nítido granular). Depósitos elétron-densos, bem individualizados e amorfos, no lado epitelial da membrana, tendo a aparência de protuberâncias (corcovas), presumivelmente ESTUDO DIRIGIDO DE PATOLOGIA | ESTHER ANDRADE | TURMA 85 representando os complexos antígeno-anticorpo na superfície das células epiteliais. 7. Definir Pielonefrite, descrevendo sua patogenia e seus mecanismos. Inflamação nos rins que afeta os túbulos, o interstício e a pelve renal. É causada por bactérias gram-negativas residentes da flora intestinal, micobacterioses, fungos ou vírus que alcançam os rins por diferentes rotas: corrente sanguínea (infecção hematogênica) ou trato urinário inferior (por infecção ascendente). Os mecanismos são: Obstrução do trato urinário e estase da urina os microrganismos são eliminados pelo fluxo contínuo do esvaziamento vesical. Obstrução do fluxo ou disfunção geram um esvaziamento incompleto e volume residual de urina, propício para multiplicação bacteriana. Refluxo vesicoureteral incompetência da válvula vesicoureteral permitindo a subida das bactérias para o ureter e até a pelve renal. Anatomicamente, é uma válvula de mão única que evita o fluxo retrógrado de urina quando a pressão intravesical aumenta. Refluxo intrarrenal da pelve renal até o interior das papilas renais. 8. Diferenciar Pielonefrite aguda e crônica. A pielonefrite aguda é uma inflamação supurativa na pirâmide renal causada por infecção bacteriana, que pode atingir o órgão por disseminação hematogenica ou pela via ascendente. A pielonefrite crônica é uma inflamação recorrentes tubulointersticial crônica que passa por cicatrizações por longo tempo, envolvendo os cálices e a pelve renal. 9. Enumerar as principais causas de Pielonefrite aguda e crônica. Pielonefrite aguda: obstrução do trato urinário, refluxo vesicoureteral, gravidez, lesões renais pré-existentes, diabetes, imunossupressão e imunodeficiência. Pielonefrite crônica: infecções recorrentes sobrepostas a lesões obstrutivas e refluxo vesicoureteral crônico. 10. Descrever os aspectos macroscópicos e microscópicos da Pielonefrite aguda e crônica. Pielonefrite aguda: Macroscopia: abcessos focais, nítidos na superfície cortical. Após a resolução do quadro, os focos inflamatórios são substituídos por cicatrizes irregulares (depressões fibrosas na superfície cortical). Microscopia: infiltração neutrofílica nos túbulos, seguida de infiltração neutrofílica no interstício, produzindo abcessos e destruição dos túbulos envolvidos. Há edema intersticial. Pielonefrite crônica: Macroscopia: rins com cicatrizes irregulares e assimetria (quando bilateral). Cicatrizes córtico-medulares grosseiras, nítidas, sobrepondo-se aos cálices dilatados, aplanados e achatamento das papilas. Há uma intensa atrofia do rim. Microscopia: as alterações envolvem predominantemente os túbulos e o interstício. Túbulos com áreas de atrofia e outras de hipertrofia ou dilatação. Vasos arqueados e interlobulares com esclerose obliterativa da camada íntima nas áreas de cicatriz. Túbulos dilatados com epitélio achatado e preenchidos por cilindros se parecem com coloide tireoideano (tireoidização). Vários graus de inflamação crônica e fibrose da córtex e medula renal. 11. Relacionar as principais complicações da Pielonefrite. Necrose papilar – uma ou todas as pirâmides renais com áreas de necrose de coloração branco acinzentadas ou amareladas. Pielonefrose – obstrução total ou parcial da pelve renal e dos cálices com exsudato supurativo.
Compartilhar