Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO FACULDADE DE EDUCAÇÃO LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA JÚLIA MEDEIROS EM FAVOR DA DÚVIDA: COMO TER CONVICÇÕES SEM SE TORNAR UM FANÁTICO BELÉM 2021 A política moderada nos permite fazer uma crítica e entender o posicionamento da política moderna, o que nos faz defender uma política democrática de direitos, segundo o autor "Para praticar uma política desse tipo, é preciso superar a vantagem citada do fanatismo. É preciso cultivar todos aqueles interesses que não devem ser politizados". Dessa forma a politica da moderação, de forma equilibrada, tem o objetivo de possibilitar os direitos para cada indivíduo e também atender as necessidades do estado. A liberdade tratada no texto não é sobre a "liberdade negativa" do liberalismo europeu clássico que remete a libertação do controle opressivo do Estado, mas sim da chamada "liberdade positiva", que trata de agir de modo criativo nas esferas da vida, ambos tipos de liberdade podem apresentarem fins indesejados, nesse contexto, a liberdade negativa pode significar um anarquismo disfarçado, isto é, a ideia de ausência de governo, já a liberdade positiva pode passar a significar um nível elevado de individualismo, que ignora padrões além das suas próprias referências, o que remete ao anarquismo. Com o passar da história, a ideia de liberdade e dignidade da pessoa humana andaram sempre juntas. As grandes tradições monoteístas, o judaísmo, cristianismo e o islamismo, apresentam a ideia da humanidade como uma criação de Deus, fato que remete a concepção de igualdade, pois todo ser humano existe em contenda com um Deus. Assim, seria um erro etnocêntrico propor que só na civilização do ocidente seria permitido encontrar as ideias de liberdade e dos direitos de todas as pessoas humanas. Os autores colocam no texto que existem instituições para formalizar a liberdade humana e que essas instituições estão concentradas principalmente dentro de três categorias que são: o Estado, economia de mercado e sociedade civil. Onde juntas formam o triângulo democrático e estão interligadas. Quando essas três pontas estão em desequilíbrio, forma-se as fronteiras das políticas de “direita” e “esquerda”. Com isso, os autores ressaltam que o Estado estaria no centro da democracia liberal. Em que é promovido, pelo menos teoricamente, os valores da liberdade, dignidade humana e direitos humanos. Há também o que chamamos de democracia iliberal, quando a liberdade é institucionalizada, porém não é assegurada. É possível que governos não democráticos tenham algumas práticas democráticas e governos democráticos tenha algumas práticas não democráticas, como a pena de morte. Já no segundo ponto, que é o da economia de mercado é colocado no texto que é preciso de um agente econômico livre para funcionar. Por fim, no terceiro ponto onde estaria a sociedade civil é posto que ela é composta pelas várias instituições presentes na vida dos indivíduos, como por exemplo, as instituições religiosas. E elas são importantes pois ajudam a determinar os limites de poder tanto do Estado quanto do mercado. Dessa forma, os três vértices do triângulo democrático (Estado, Economia de mercado e sociedade civil) se relacionam e se equilibram. Numa democracia, a dúvida faz parte. É esse o papel da oposição na democracia, lançar dúvidas sobre as iniciativas do governo. E esse motivo deveria encorajar as pessoas aderirem a democracia, mesmo nos países que há poucas chances de realmente se instaurar uma democracia. Segundo a ética da moderação, os autores acreditam que pode haver um posicionamento moderado entre relativismo e fundamentalismo em diversas áreas, inclusive na política. Essa “moderação” não significa neutralidade ou abdicação de uma causa, muito pelo contrário, os autores falam que “essa posição pode ser sustentada com fervoroso envolvimento”. A política da moderação necessita existir pelo simples fato de haver causas extremamente radicais e polarizadas nas suas ideologias acerca da sociedade em modo geral, e as ações dessas pessoas precisam ser avaliadas da melhor maneira possível, afim de existir um meio termo entre os extremos apresentados pela nossa sociedade. Nos dias atuais é muito fácil se tornar um fanático, principalmente se a vertente que você escolhe se associar não abre espaço para perguntas, levantamento de questões ou conversa sobre outros temas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ZIJDERVELD, Anton; BERGER, Peter. Em favor da dúvida: Como ter convicções sem ser um fanático. Elsevier Brasil, 2012.
Compartilhar