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Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 1 Introdução à Imagenologia Radiografia Principais características: Utiliza radiação em baixas doses; Rápido; Não invasivo; De baixo custo. As radiografias mostram 5 densidades bási- cas: ar, gordura, partes moles, osso e metal (ou agente de contraste). Ossos, metais e agentes de contraste radioló- gico (como suspensões à base de iodo/bário) atenuam muito o feixe de raios X, fazendo com que pouca radiação atravesse e escu- reça a imagem. A maior densidade bloqueia o feixe de elétrons. Desse modo, tais estru- turas aparecem brancas nas radiografias. A atenuação dos feixes de raios X pelas gor- duras e pelos tecidos moles é intermediária, o que resulta em diferentes graus de escure- cimento da imagem. Estruturas espessas atenuam mais do que as mais finas de mesma composição. ↑ atenuação ↑ branco Hoje, o exame de raio X é seguro: além do uso racional, protege-se com coletes de chumbo as estruturas que não estão sendo examinadas. Ultrassonografia (USG) Principais características: Não invasivo; Rápido; Barato; Operador-dependente. Incapaz de reproduzir imagens de estru- turas muito internas. Como funciona? O paciente deita em uma maca, ao lado do aparelho de USG. Tal apa- relho é o transdutor, um dispositivo que transforma ultrassom em sinais. O transdu- tor é colocado sobre a pele do paciente, com um gel hidrossolúvel, que garante o contato e a transmissão do feixe de USG. Quanto maior a frequência das ondas, maior será a resolução da imagem. Riscos: apesar de não usar radiação, as on- das de ultrassom podem depositar energia nos tecidos, aumentando a temperatura, que, raramente, produz cavitações. A visualização de estruturas anatômicas por US é limitada pelos ossos e estruturas preen- chidas por gases, como intestinos e pul- mões. USG Doppler O efeito Doppler é um desvio na frequência dos ecos de retorno, em comparação com o pulso transmitido, causado pelo reflexo da onda sonora de um objeto em movimento. Na imagem clínica, o interesse se dá pelo fluxo sanguíneo das hemácias. Se o fluxo sanguíneo se afasta do transdutor, a fre- quência de eco sofre um desvio menor. O desvio de frequência é proporcional à velo- cidade relativa das hemácias. A USG com Doppler pode detectar o fluxo sanguíneo, assim como a sua direção e velo- cidade. Tecidos estacionário com ecos que não têm desvio de Doppler são mostrados em tons de cinza. Fluxo sanguíneo e te- cidos em movimento produzem ecos com desvio de Doppler e são mostrados em cores. Fluxo sanguíneo em direção ao transdu- tor: vermelho. Fluxo sanguíneo que flui para longe do transdutor: azul. Fluxos mais rápidos: tons mais claros. Tomografia computadorizada (TC) Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 2 A TC utiliza ondas de raios X, mas se difere da radiografia quanto à quantidade de radi- ação e à forma em que esses feixes de elé- trons são lançados. O aparelho de TC tem uma moldura circular e rotatória, com um tubo de raios X de um lado e um detector do lado oposto. A má- quina lança um feixe de raios X e gira o tubo e o detector ao redor do paciente. Conforme o tomógrafo vai girando, milhares de ima- gens são formadas, resultando em uma ima- gem transversal e completa. Como a imagem é digitalizada no computa- dor, existe a facilidade de escolher o “pe- daço” a ser analisado ou adicionar cores para diferenciar as estruturas. A TC pode fazer imagens de qualquer parte do corpo. Os exames ósseos são excelentes, pois ossos muito finos aparecem claramente nas imagens. Os agentes de contraste iodados são admi- nistrados na TC para realçar as diferenças de densidade entre as lesões e o parênquima adjacente. No cérebro, a barreira hematoencefálica saudável impede a entrada de contraste no espaço neural extravascular. Defeitos na BHE, como em AVC e tumores, causam acú- mulo de contraste, melhorando a sua identi- ficação. Ressonância Nuclear Magnética (RNM) Assim como na TC, a RNM faz imagens trans- versais de órgãos, porém, sem uso de radia- ção. Por criar imagens de partes moles do corpo, é excelente para tumores cerebrais e dife- renciar cânceres benignos e malignos. No exame, o paciente é colocado deitado em um tubo que contém um imã, sendo en- volvido por um grande campo magnético. A força magnética faz com que o núcleo dos átomos de hidrogênio do corpo do paciente fique alinhados em uma direção. Uma vez que os átomos estão alinhados, a máquina emite um feixe de ondas de radiofrequência, fazendo com que o núcleo de hidrogênio mude de direção – a direção muda conforme o tipo de tecido do corpo. Ao retornarem para a posição original, eles emitem sinais que são detectados pelo scanner e um pro- grama de computador capta os sinais dessas alterações, construindo uma imagem em preto e branco. Um fato importante é que a RNM usa radia- ção não-ionizante, não sendo lesiva para os tecidos biológicos. Como a RNM, diferentemente da TC, emite imagens únicas e sem possibilidade de alte- ração, é fundamental escolher o tipo de ima- gem a ser formada desejada: T1 – É um método que tende, no crânio, a separar a substância branca da cinzenta, sendo chamada de sequência anatômica. T2 – Excelente para observar patologias. Ela deixa os líquidos parados na cor branca e as substâncias brancas branca e cinzenta do cé- rebro ficam trocadas com relação ao T1. Flair – possui as mesmas características de T2, mas os líquidos como líquor e humor ví- treo ficam pretos. Esse aspecto é importante para a análise de edemas cerebrais, por exemplo, pois o edema permanecerá hipe- rintenso no flair.
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