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ETIOPATOGÊNESE GERAL DAS LESÕES

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ETIOPATOGÊNESE GERAL DAS
LESÕES
● Lesões e doenças são
provocadas por causas
de (agressões) muito
diversas
● Dependendo da
intensidade do tempo de
ação e da constituição do
organismo (capacidade
de reagir) qualquer
estimulo da natureza
pode produzir lesão
● As causas de lesões e
doenças são divididas
em dois grandes grupos:
- Exógenas: do meio
ambiente
- Endógenas: do
próprio organismo
● Como as lesões resultam
quase sempre da
interação do agente
agressor com os
mecanismos de defesa
do organismo é
frequente a associação
de causas exógenas e
endógenas na origem de
uma lesão ou doença
● Criptogênica/idiopática/
essencial: lesão ou
doença sem causa
conhecida
● Causas exógenas:
- agentes físicos
- químicos
- biológicos
- desvios de nutrição
● Causas endógenas:
- patrimônio genético
- mecanismos de
defesa do
organismo
- fatores emocionais
influenciados pelo
ambiente social
● Agentes físicos:
- força mecânica
(trauma)
- radiações
- variações de
temperatura
- alterações da
pressão
atmosférica
● Agentes químicos:
- agentes tóxicos
como agrotóxicos
- poluentes
ambientais
- medicamentos e
drogas ilícitas
● Agentes biológicos:
- micoplasmas (Micoplasmas são procariontes onipresentes
que diferem de outros procariontes porque são desprovidos
de parede celular)
- riquétsias (são um tipo de bactéria que consegue viver
apenas no interior de células de outros organismos.)
- vírus
- bactérias
- protozoários
- metazoários (são os animais pluricelulares, ou seja, aqueles
cujo organismo é constituído por várias células)
● Não há doenças mas sim doentes já que um mesmo agente
etiológico pode causar lesões e evoluir de modo distinto em
diferentes pessoas
● As agressões (causas de lesões e doenças) atuam por mecanismos
diversos como:
- redução da disponibilidade de oxigênio às células
- radicais livres
- anormalidades em ácidos nucleicos (DNA e RNA) e proteínas
- resposta imunitária
- disturbios metabolicos
HIPOXIA E ANOXIA
● Hipóxia: é a diminuição dos níveis de oxigênio da célula
● Anoxia:é a ausência total de oxigênio celular
● Isquemia parcial com hipóxia: obstrução vascular que reduz o fluxo sanguíneo
● Isquemia total com anoxia:obstrução vascular que causa interrupção do fluxo
sanguíneo
● Quando surge hipóxia as células modificam seu metabolismo no sentido de
adaptar-se a essa condição se é ultrapassada a capacidade adaptativa surgem
lesões reversíveis ou irreversíveis
● Frente à hipóxia as células procuram adaptar-se mediante mudança na
maneira de utilizar energia e o ATP passa a ser consumido sobretudo em
atividades de bombas iônicas e em sínteses celulares
● Essa adaptação promove:
- aceleração da glicólise
- aumento da captação de glicose
- inibição da gliconeogênese e da síntese de ácidos graxos, de
triglicerídeos e de esteróides
- ocorre a ativação do HIF-1 que regula a transcrição de vários genes
entre os quais genes de enzimas da glicólise
- ativação da eritropoetina do GLUT-4 que é o transportador da
membrana citoplasmática
- ativação do VEGF que é o fator de crescimento do endotélio vascular
- ativação da NO sintetase no endotélio vascular
● O HIF-1 é o principal indutor do aumento de resistência à hipóxia em tecidos
submetidos a isquemia transitória, ele induz a expressão de vários genes
inclusive os de proteínas do choque térmico (HSP) e de proteínas
antiapoptóticas que aumentam a capacidade da célula de resistir a agressões
especialmente por aumento da capacidade antioxidante e antiapoptotica
● A hipóxia induz também outros mediadores e receptores que ativam rotas
intracelulares ativadoras de genes que aumentam a adaptação não só a
hipóxia como também a outras agressões, como adenosina, opióides,
bradicinina, PGE, endotelina, noradrenalina e TNF-α participam nos
processos iniciais de ativação dos mecanismos de adaptação à hipóxia. A
ligação dessas moléculas a seus receptores ativa rotas intracelulares que
estimulam membros da família das MAP cinases que induzem fatores de
transcrição ativadores de genes que favorecem a sobrevivência de células e
inibem a apoptose
● Lesões reversíveis induzidas por hipóxia:
- redução de bombas eletrolíticas dependentes de ATP o que leva a
retenção de Na
+
no citosol, aumento da osmolaridade e expansão
isosmótica do citoplasma (inicia-se a lesão denominada degeneração
hidrópica)
- alteração da permeabilidade a outros íons especialmente Ca
++
que saem
dos depósitos (retículo liso e mitocôndrias) alcançam o citosol e ativam
proteínas cinases Ca
++
calmodulina-dependentes as quais levam a
desarranjo no citoesqueleto
- oferta excessiva de acetil-CoA nas mitocôndrias com cadeia respiratória
parcialmente inativadas provoca acúmulo deste que favorece a síntese
de ácidos graxos podendo levar ao acúmulo de triglicerídeos sob a
forma de pequenas gotas no citosol (esteatose) gordura no FIGADO
● Degeneração: cessada a hipóxia a célula recompõe a atividade metabólica
reajusta o equilíbrio hidroeletrolítico e volta ao aspecto normal
● Até o aparecimento de lesões irreversíveis podem ser encontradas as seguintes
modificações:
- as membranas celulares se alteram por perda de moléculas estruturais
e pela incapacidade de repor os componentes perdidos, com o
desacoplamento dos micro filamentos do citoesqueleto da membrana
esta reduz sua resistência mecânica e pode se romper com facilidade
- membranas formam figuras em bainha de mielina por demolição de
partes das membranas do retículo endoplasmático
- alterações nas membranas da mitocôndria levam a expansão da matriz
interar e ao desaparecimento de cristas formando estruturas floculares;
a lesão mitocondrial leva a abertura dos poros de permeabilidade
transicional permitindo a saída de íons que resulta em diminuição do
potencial de membrana e redução da fosforilação oxidativa. Se a
alteração na permeabilidade mitocondrial torna-se irreversível cessam
a atividade de ATPase e síntese de ATP essa alteração representa o
chamado ponto de não retorno
- os lisossomos tornam-se turmefeitos (turvos)e perdem a capacidade de
conter suas hidrolases que são liberadas no citoplasma e iniciam a
autólise (digestão dos componentes celulares que permite evidenciar
que a célula morre; quando as enzimas lisossômicas passam para o
citosol a célula já está morta não
● A lesão irreversível causada por hipoxia/anoxia mais grave é a necrose
● A hipóxia moderada pode levar a apoptose em vez de induzir degeneração
e/ou necrose por causa da liberação do citocromo C e de outras proteínas
mitocondriais ativadoras de caspases pelo aumento da permeabilidade
mitocondrial
● Efeitos da reperfusão/ Lesão induzida por reperfusão:
- tecidos mantidos em isquemia prolongada mostram agravamento da
lesão quando são oxigenados (por exemplo pelo restabelecimento do
fluxo sanguíneo)
- esse paradoxo é explicado pela formação de radicais livres de oxigênio a
partir das primeiras moléculas de O2 que chegam aos tecidos após a
recuperação do fluxo sanguíneo
- a formação desses radicais é facilitada pela presença no tecido
isquêmico de grande quantidade de xantina oxidase originada da
xantina desidrogenase por ação de proteases durante a hipóxia
- a xantina oxidase transforma O2 em superoxido do qual se originam
outros radicais capazes de peroxidar membranas e produzir lesões
irreversíveis essas observações são confirmadas porque porque o
alopurinol (inibidor da xantina oxidase) e a superóxido-dismutase
(transforma o superóxido em H2O e O2 impedem o aparecimento de
lesão de reperfusão após isquemia experimental
- Outros mecanismos envolvidos são:
➢ maior captação de Ca++ pelas células anóxicas em virtude da
volta do fluxo sanguíneo aumentando a quantidade desse íon
nos tecidos
➢ produção de radicais livres pelos leucócitos na parede vasos
➢ chegada súbita de plasma produzindo choque osmótico nas
células e a ruptura de suas membranas favorecendo a
irreversibilidade do processo
● Hipóxia de curta duração induz lesões degenerativas que se recuperam
rapidamenteapós a reperfusão
● Degeneração mais intensa provocada pela hipóxia de duração intermediária
agrava-se a reoxigenação
● Lesões produzidas por anoxia duradouras são pouco alteradas após a
reperfusão embora com a reoxigenação ocorra ampliação da lesão nas suas
margens
RADICAIS LIVRES
● Os radicais livres são moléculas que apresentam um elétron não emparelhado
no orbital externa o que as torna geralmente muito reativas com outras
moléculas incluindo lipídios, proteínas e ácidos nucleicos
● Lipídeos, bases púricas e pirimídicas de ácidos nucleicos e resíduos de
metionina, histidina, cisteína e lisina de proteínas são especialmente
disponíveis para formar radicais livres os quais podem iniciar reações em
cadeia que levam a formação de novos radicais amplificando a sua capacidade
de produzir lesões
● Diversas agressões produzem lesões por liberar radicais livres:
- substâncias químicas produzem radicais livres quando são
metabolizadas nas células
- radiações ionizantes os geram ionizando a água
- a fumaça do cigarro e alguns alimentos oxidados os contém
● As células possuem vários sistemas antioxidantes:
- superóxido-dismutase (SOD) que acelera a conversão de O2 em O2 e
H2O de forma muito mais acelerada do que a conversão
espontaneamente
- catalase enzima tetramérica que contém heme e que catalisa a
decomposição de H2O originando H2O e O2
- sistema antioxidante dependente de glutationa (GS) formando pela
glutationa-oxidase (GPO) e glutationa-redutase (GPR) sendo a
deficiência genética de de GPO ou de GPR resulta em anemia
hemolítica intensa agravada por infecções e substâncias oxidantes
- hidroperóxido fosfolípido glutationa-peroxidase que reduz
lipídeo-hidroperóxidos a hidróxidos
- vitaminas C e E
- outras moléculas como taurina, bilirrubina, citrico, acido urico e
carotenoides também removem ácidos livres
● Quando esse equilíbrio se rompe que por aumento da produção dos radicais
livres que por redução nos mecanismos antioxidantes inicia-se um processo
de estresse oxidativo que é causa importante de inúmeras lesões
ALTERAÇÕES EM ÁCIDOS NUCLEICOS E PROTEÍNAS
● Anormalidades proteicas estão na base de numerosas lesões e doenças,
defeitos na quantidade e/ou função de proteínas resultam de agressões
variadas como estresse oxidativo e por modificações na expressão gênica por
mecanismos genéticos
● Alterações na qualidade ou na quantidade de proteínas são causa frequente e
importante de lesões e doenças
● Deficiência de uma enzima leva ao acúmulo do seu substrato o que resulta em
doença de depósito (por exemplo glicogenose, mucopolissacarídeos etc)
● Anormalidades em proteínas contráteis provocam doenças musculares (por
exemplo distrofias), defeitos em algumas proteínas estruturais (por exemplo
hemoglobina) causam efeitos variados inclusive morte do indivíduo,
alterações na expressão de proteínas envolvidas no controle do ciclo celular
podem resultar em neoplasias
REAÇÃO IMUNITÁRIA
● Os alvos principais da resposta imunitária são moléculas estranhas ao
organismo as quais estão contidas em agentes infecciosos ou em moléculas
endógenas alteradas por estresse oxidativo ou por agressões exógenas sobre as
células ou a matriz extracelular
● Como a resposta imunitária é capaz de destruir ou eliminar agentes vivos ela
também é causa muito comum de lesões de doenças pois pode agredir células
e tecidos normais
● Alterações para mais ou para menos na função do sistema imunitário estão na
origem de muitas doenças quando ele está deficiente surgem doenças
infecciosas see atua de forma desregulada mas mais aparecem doenças por
autoagressão
AGENTES FÍSICOS
FORÇA MECÂNICA
➔ A ação da força mecânica sobre o organismo produz vários tipos de lesões
genericamente denominadas lesões traumáticas
➔ As principais lesões traumáticas são:
- abrasão ou ferida abrasiva caracterizada pelo arrancamento de células
da epiderme por ação e fricção ou esmagamento por um instrumento
mecânico
- laceração, separação ou rasgo de tecidos por excessiva força de
estiramento como ocorre na pele ou por ação da força de um impacto
externo que pode lacerar músculos, tendões ou vísceras internas
- contusão ou ferida contusa na qual o impacto é transmitido através da
pele aos tecidos subjacentes levando a ruptura de pequenos vasos com
hemorragia e edema mas sem solução de continuidade da epiderme
- incisão ou corte é a lesão produzida por ação de uns instrumento com
borda afiada esta é uma ferida mais extensa do que profunda
- perfuração produzida por um mecanismo por instrumento pontiagudo
sendo ferida mais profunda do que extensa
- fratura caracterizada por ruptura ou solução de continuidade de tecidos
duros como ósseo e cartilaginoso
➔ A força mecânica provoca lesões por romper estruturas celulares e teciduais
com liberação de moléculas que induzem resposta inflamatória importante no
reparo do dano ocorrido
➔ Se não causa ruptura de estruturas ela exerce pressão sobre as células
distendendo suas membranas onde existem mecanorreceptores que ativados
liberam mediadores responsáveis pela resposta local, acompanha as lesões
traumáticas com intensidade proporcional à gravidade do traumatismo
➔ Em grandes traumatismo , esmagamentos e traumas pequenos seguidos de
hemorragia intensa pode se instalar o estado de choque condição na qual há
hipoperfusão de todos os tecidos nesse caso o choque pode ser provocado por
mecanismos neurogênicos (choque neurogênico) e/ou hipovolemia decorrente
de hemorragias
➔ Traumatismo extenso ou múltiplo libera grande número de moléculas
sinalizadoras de agressão que induzem a síntese de mediadores da resposta
local (inflamação) em tal quantidade que gera resposta inflamatória sistêmica
capaz de isoladamente provocar choque de modo semelhante ao que ocorre
quando agentes infecciosos penetram na corrente sanguínea
➔ Embolia gordurosa: resulta de traumatismos em locais ou estruturas contendo
tecido adiposo especialmente em ossos ricos em medula óssea formado por
pequenas gotículas de gordura os êmbolos são encontrados principalmente
nos capilares pulmonares no encéfalo e as vezes nos rins
➔ Embolia gasosa: após traumatismos quando o ar insuflado para as cavidades é
pressionado para a luz de veias rotas chegando a circulação pulmonar
VARIAÇÕES DE PRESSÃO ATMOSFÉRICA
➔ Um indivíduo suporta melhor o aumento de pressão atmosférica (até 3x a
normal) do que a sua diminuição, redução de 50% da pressão atmosférica é
suficiente para produzir manifestações graves
➔ Síndrome de descompressão: em condições hiperbáricas os gases existentes
do ar se dissolve em maior quantidade no plasma e nos líquidos intra e
extracelulares, quando ocorre a descompressão rápida os gases dissolvidos
formam bolhas no sangue (originando êmbolos gasosos que obstruem
pequenos vasos pulmonares, cerebrais, etc) nos tecidos (enfisema intersticial)
e dentro de células. É o que ocorre na síndrome de descompressão, condição
patológica frequente no passado em mergulhadores e em profissionais que
trabalham na instalação de sondas submarinas em plataformas de petróleo ou
na construção de pontes
➔ Efeitos de grandes altitudes: em altitudes elevadas a condição hiperbárica
reduz a tensão de O2 nos alvéolos pulmonares o que provoca hipoxia. O
organismo reage com vasoconstrição periférica que desvia o sangue para a
circulação esplâncnica e aumenta a quantidade de sangue que chega aos
pulmões, a hipóxia lesa o endotélio vascular e favorece o aparecimento de
edema que pode ser generalizado especialmente nos membros e na face ou
localizado nos pulmões e no encéfalo. Há ainda taquipneia na tentativa de
compensar a baixa tensão do O2 como geralmente nas regiões mais altas a
umidade do ar é menor e as temperaturas são baixas há maior risco de haver
desidratação especialmente se o indivíduo é submetido a exercício físico. As
principais síndromes em pessoas não adaptadas às grandes altitudes são:
- doença aguda da altitude que pode aparecer quando se está acima de 3mil metros caracterizada por dor de cabeça, lassidão,anorexia, fraqueza
e dificuldade para dormir
- edema pulmonar e cerebral da altitude que surgem em algumas
pessoas em altitudes acima de 3 mil metros resulta de aumento da
permeabilidade vascular pulmonar e cerebral induzido por hipóxia
- edema sistêmico das alturas que atinge face e membros e é encontrado
em algumas pessoas sobretudo mulheres regredindo rapidamente com
o retorno a altitudes menores
➔ Variações súbitas de pressão atmosférica decorrentes de uma explosão
produzem lesão por meio do deslocamento abrupto do ar, da água ou de corpo
sólido e essas lesões produzidas dependem do tipo de órgão atingido, órgãos
sólidos são mais resistentes mas órgãos ocos com conteúdo hidroaéreo são
muito vulneráveis (pulmões e órgãos do trato digestivo). Nos pulmões ocorre
ruptura alveolar hemorragias múltiplas deslocamento dos epitélios brônquico
e bronquiolar e edema acentuado
VARIAÇÕES DE TEMPERATURA
➔ O organismo suporta melhor o abaixamento do que a elevação de temperatura
corporal
➔ Ação local de baixa temperatura: a ação do frio localizada em uma parte do
corpo produz lesões que dependem da rapidez com que ocorre a diminuição
da temperatura e se ela é suficiente ou não para congelar a água nos tecidos,
um membro submetido por tempo prolongado a baixa temperatura apresenta:
- vasoconstrição, oligoemia (Situação em que há diminuição do volume
de sangue ou do aporte de sangue para determinada região), hipóxia e
lesões degenerativas decorrentes da redução do fornecimento de O2
- lesão endotelial causada por hipóxia que aumenta a permeabilidade
vascular e provoca edema
- se o resfriamento persiste a vasoconstrição aumenta a anoxia se agrava
e surge necrose na extremidade do membro atingido a qual tende a ser
progressiva
- com o aumento da intensidade do frio desaparece o controle nervoso da
vasomotricidade instalando-se vasodilatação arteriolar e venular e com
isso surgem hiperemia e aumento da quantidade de sangue no leito
capilar e nas vênulas mas a velocidade circulatória diminui razão pela
qual a hipóxia se acentua
- se a água se congela no interior das células ocorre desequilíbrio
eletrolítico grave que altera funções vitais como a respiração e muitas
macromoléculas perdem sua atividade tudo isso conduz à morte celular
- o organismo submetido a baixas temperaturas tente se adaptar
mediante a produção de maior quantidade de calor, a adaptação é
temporária e se não há pretensão adequada a temperatura corporal
começa a abaixar instalando-se hipotermia (temperatura corporal
abaixo de 35°), nessa situação há vasoconstrição periférica , palidez
acentuada e redução progressiva da atividade metabólica de todos os
órgãos especialmente do encéfalo e da medula espinhal.
- a causa de morte no resfriamento é geralmente determinada pela
falência cardiorrespiratória por inibição dos centros bulbares que
comandam a respiração e a circulação
➔ Ação local de altas temperaturas: a ação local do calor produz queimaduras
cuja gravidade depende da extensão e da profundidade da lesão. O calor causa
lesão por vários mecanismos:
- liberação de histamina de mastócitos a qual produz vasodilatação e
aumento da permeabilidade vascular (edema)
- liberação da substância P de terminações nervosas aferentes
- ativação das calicreínas plasmática e tecidual com produção de
bradicinina que aumenta a vasodilatação e o edema
- lesão direta da parede vascular que pode aumentar o dema, produzir
hemorragia e levar a trombose de pequenos vasos resultando em
isquemia e necrose
- ação direta sobre células produzindo degeneração hidrópica quando a
temperatura ultrapassa 52° C e isso se deve ao aumento de ATP que
acelera as reações enzimáticas sem que haja aumento proporcional do
fornecimento de oxigênio (hipóxia relativa), se a temperatura se eleva
acima de 55° há morte celular em decorrência da desnaturação de
proteínas e de modificações profundas de atividades metabólicas
➔ As queimaduras são classificadas em:
- queimadura de primeiro grau caracterizada por hiperemia, dor e edema
moderado na pele mas sem necrose
- queimadura de segundo grau na qual ocorre necrose da epiderme e
bolhas dermoepidérmicas
- queimadura de terceiro grau em que há necrose da epiderme e da
derme podendo atingir tecidos mais profundos
➔ Queimaduras extensas podem levar a:
- estado de choque o qual tem componentes neurogênico (dor intensa) e
hipovolêmico (perda de plasma na área queimada)
- resposta inflamatória sistêmica (liberação de grande quantidade de
mediadores na área atingida)
- inflamação da área queimada que pode ser seguida de septicemia por
causa da redução dos mecanismo de defesa locais (a própria pele) e
sistêmicos pois há diminuição da imunidade celular da capacidade de
produzir anticorpos dos níveis séricos de complemento (por ativação
excessiva da via alternativa) os níveis plasmáticos de fibronectina e da
ativdade de macrofagos
➔ Se o indivíduo é submetido a temperaturas elevadas pode haver elevação
progressiva de temperatura corporal o que se denomina hipertermia, quando
a temperatura atinge ou ultrapassa 40° há vasodilatação periférica
fechamento de anastomoses, arteriovenosas , abertura de capilares e
sequestro de grande quantidade de sangue na periferia iniciando o quadro de
insuficiência circulatória periférica (choque térmico clássico). A hipóxia
decorrente da insuficiência circulatória causa lesões no sistema nervoso
podendo o paciente apresentar convulsões facilitado pelo abaixamento do
limiar de excitabilidade de neurônios induzido por altas temperaturas
CORRENTE ELÉTRICA
➔ Os efeitos lesivos da corrente elétrica decorrem de alguns mecanismos:
- disfunção elétrica em tecidos que ocorre especialmente no miocárdio,
nos músculos esqueléticos e no tecido nervoso
- produção de calor de acordo com a resistência oferecida pelos tecidos e
esses efeitos dependem de vários fatores entre os quais:
➢ tipo de corrente, corrente alternada é mais lesiva do que a
contínua
➢ quantidade de corrente que passa pelo corpo dependente da
voltagem e da resistência
➢ o trajeto seguido pela corrente pois a corrente alternada de
pequena amperagem pode ser falta se passa pelo encéfalo ou
pelo coração
➢ a duração da agressão visto que a liberação de calor é tanto
maior quanto maior o tempo de passagem da corrente
➢ superfície de contato se pequena pode produzir queimadura
profunda porém se na mesma intensidade mas em superfície
grande pode não lesar a pele
RADIAÇÕES
➔ As radiações são emissões de energia que se propaga como onda
eletromagnéticas ou como partículas
➔ As lesões produzidas por radiações ionizantes no ser humano resultam de:
- inalação ou ingestão de poeira ou alimentos que contêm partículas
radioativas o que ocorre em trabalhadores de minas onde são
abundantes minerais radioativos como o rádio
- exposição a radiações com fins terapêuticos ou diagnósticos
- contato acidental com radiações emanadas de artefatos nucleares como
reatores aparelhos de radioterapia ou de radiodiagnóstico
- bombas nucleares
➔ As radiações ionizantes lesam os tecidos por dois mecanismo:
- ação direta sobre as macromoléculas especialmente lipídeos,
carboidratos e ácidos nucléicos nas quais podem produzir quebras,
novas ligações e ionização de radicais alterando a função dessas
moléculas
- ação indireta produzindo radicais livres a partir da ionização da água
➔ As lesões produzidas por radiações dependem de vários fatores entre os quais:
- dose e tempo de exposição sendo doses repetidas são mais lesivas do
que a mesma dose aplicada de uma só vez
- oxigenação dos tecidos pois quanto maior a disponibilidade de O2
maior a radiossensibilidade
- substâncias radiossensibilizantes como os análogos de bases orgânicas
pirimídicas as quais aumenta o poder lesivo das radiações
- elementos que removem radicais livres como a cisteína e cisteamina
exercem efeito radioprotetor
- diferentes fases do ciclocelular as quais tornam as células mais ou
menos radiossensíveis
Os tecidos com maior atividade mitótica são geralmente os mais
radiossensíveis e os primeiros a apresentar alterações após radiações
Níveis de
radiossensibilidade
Tipo de tecido
Muito alta linfóide hematopoiético (medula óssea), gônadas
Alta epitélio gastrointestinal, folículos pilosos, epitélio alveolar,
epitélio tubular renal
Média endotélio, epitélios glandulares (mama, pâncreas, glândulas
salivares), epitélio da bexiga, cartilagem e ossos em
crescimento, tecido nervoso encefálico
Baixa osso e cartilagem maduros e nervos periféricos
➔ Efeitos locais de radiações ionizantes:
- as alterações produzidas pelas radiações são denominadas lesões
actínicas, dependendo da dose e do tempo de irradiação pode surgem
lesões agudas (imediatas), lesões crônicas e lesões tardia
- na fase aguda encontram-se:
➢ lesões degenerativas que vão desde degeneração hidrópica e
necrose
➢ se são células com grande atividade mitótica há inibição da
proliferação e aparecimento de mitoses atípicas
➢ além disso são frequentes células com núcleos pleomórficos
resultantes de aneuploidia e poliploidía, células gigantes com
núcleos bizarros também são comuns
➢ alterações vasculares
➢ aumento de permeabilidade vascular (edema) pode haver
ruptura da parede, hemorragia, formação de trombos e lesões
decorrentes de obstrução do vaso
➢ na fase tardia os vasos apresentam proliferação endotelial e
fibrose hialina da parede com redução da luz
➢ migração de fagoticos (neutrofilos e macrofagos( que removem
as células mortas e iniciam os estímulos para a cicatrização
➔ Irradiação total do corpo:
- a irradiação total do corpo pode produzir desde pequenas alterações
funcionais até uma doença aguda grave seguida de morte, além de
complicações tardias como aumento da incidência de câncer e
aceleração do envelhecimento
➔ Irradiação do corpo no período pré-natal e de crescimento pós-natal:
- se a irradiação ocorre na fase da blástula e portanto antes da
implantação do ovo é possível que eliminação do embrião sem que a
mãe perceba ter ocorrido sua formação
- já a irradiação no período embrionário pode acarretar grande número
de malformações dependendo do estágio de desenvolvimento do
embrião, durante esse período é comum abortamento após a irradiação
- irradiação durante o período fetal pode determinar manifestações
observadas somente após o nascimento, redução de células neuronais
levando o retardo mental, depleção (perda de elementos fundamentais
do organismo) de células gonadais causando disfunção reprodutiva,
alteração em áreas de crescimento dos ossos, resultando em distúrbios
do crescimento pós-natal e aumento da incidência de cânceres na
infância e na adolescência especialmente leucemias e linfomas
LUZ SOLAR
➔ A radiação infravermelha produz calor sendo responsável em parte por
queimaduras solares
➔ As radiações ultravioleta são as mais potencialmente lesivas pois os raios UV
diminuem o número de células de Langerhans da epiderme e reduzem as
respostas imunitárias local e sistêmica especialmente a imunidade celular
➔ Os raios UVA (entre 290 e 320 nm) e UVB (entre 320 e 400 nm) são os
responsáveis pelas lesões provocadas pela luz solar que podem ser agudas ou
crônicas. Entre as agudas tem-se hipertermia (insolação, internação por
choque térmico) e queimaduras estas se manifestam por eritema ( rubor da
pele ocasionado pela vasodilatação capilar), edema e mais raramente
formação de bolhas em seguida surgem descamação e hiperpigmentação
➔ Os efeitos crônicos são mais importantes , os raios UVB tem ação
melanogênica e induzem pigmentação são os responsáveis principais por
fenômenos de fotossensibilização e associam-se ao envelhecimento acelerado
e provocam lesões proliferativas incluindo neoplasias (carcinomas e
melanomas), agindo por período prolongado os raios UVB induzem
enrugamento da pele a qual se torna progressivamente coriacea (como pele
curtida) e portanto chamado envelhecimento cutâneo precoce
➔ Os raios UVA causam degeneração em células da epiderme e alterações no seu
DNA o que pode provocar lesões proliferativas benignas ou de malignidade
variável (epitelioma basocelular, carcinoma de células escamosas e
melanomas)
➔ Fotossensibilização:
- reações de fotossensibilização são induzidas por substâncias que se
depositam na pele e por absorverem raios UV podem ser ativadas
originar radicais livres e ter efeitos tóxicos sobre células epidérmicas
com isso causam eritema, edema e às vezes bolhas essa sequência
constitui uma reação do tipo fototóxica
- outras vezes uma substância se deposita na pele e por ação do raios UV
é ativada e forma radicais que funcionam como haptenos os quais se
ligam a proteínas da epiderme e induzem uma resposta imunitária do
tipo celular desencadeando reações semelhantes às da dermatite de
contato, surge eczema em geral dias após a exposição a substância e a
luz solar período em que se está montando a resposta imunitária o
quadro é uma dermatite eczematosa com vermelhidão, edema, prurido
e formação de bolhas trata-se de uma reação tipicamente fotoalérgica
- a fotossensibilização pode ocorrer em doenças sistêmicas como o lúpus
eritematoso no qual a exposição aos raios UV pode induzir a atividade
da doença, nas porfirias os depósitos de protoporfirinas na pele
induzem reações fototóxicas na pelagra há exacerbação dos efeitos
epidérmicos na radiação solar com eritema edema e hiperpigmentação
SOM (RUÍDOS)
➔ Uma pessoa submetida a ruídos fortes apresenta distúrbios de audição
caracterizados por perda progressiva da capacidade de distinguir sons de
frequência mais alta
➔ Ruídos muito altos induzem lesões nas células ciliadas do órgão de corti as
quais são responsáveis pela acuidade auditiva
AGENTES BIOLÓGICOS
● Um agente biológico pode produzir lesão por meio dos seguintes mecanismos:
- ação direta por invasão de células nas quais proliferam e pode causar
morte é o efeito citopático que pode ocorrer por infecção com muitos
microorganismos especialmente virus e alguns tipos de riquetsias,
bacterias e protozoarios
- substância tóxica (toxinas) liberadas pelo agente infeccioso são as
exotoxinas de bactérias de micoplasmas e de alguns protozoários
- componentes estruturais ou substâncias armazenadas no interior do
agente biológico e liberado após sua morte e a desintegração são as
toxinas endógenas ou endotoxinas
- ativação de componentes do sistema proteolítico de contato (sistema de
complemento) iniciando uma reação inflamatória no local da invasão
- indução de resposta imunitária aos diferentes antígenos do agente
infeccioso (antígenos de superfície de estrutura ou de excreção)
- antígenos do invasor podem aderir à superfície celular ou de outras
estruturas teciduais que se tornam alvo da ação de anticorpos e da
imunidade celular dirigida aos epitopos desses antígenos
- integração ao genoma celular e alterações na síntese proteica o que
pode levar a neoplasias
LESÕES PRODUZIDAS POR VÍRUS
➔ Para penetrarem nas células os vírus ligam-se a receptores de superfície
celular razão pelo qual há vírus espécie-específicos e vírus célula-específicos
➔ Em geral os vírus penetram nas células por endocitose ou por fusão do
envelope com a membrana plasmática
➔ Após penetrar em células o ácido nucleico viral entra em replicação e passa a
comandar os principais mecanismos de síntese da célula agora da dirigidos
para a produção de componentes do vírus cuja montagem se faz no citoplasma
onde seu ácido nucleico é envolto por proteínas do capsídeo sua saúde pode se
dar após a morte da célula ou por eliminação ativa através da membrana
(exocitose)
➔ Uma doença viral inicia-se com a entrada do vírus ao organismo que se faz
pelo trato digestivo, pelas vias respiratórias, por inoculação da pele, pela
picada de artrópodes, pela mordida de animais ou por soluções de
continuidade deixadas por pequenos traumatismos, nesse processo o vírus
necessitavencer as barreiras naturais existentes na pele e em mucosas. Um
vírus pode também ser inoculado diretamente no sangue
➔ A disseminação do vírus se faz pelas vias sanguíneas, linfática ou axonal
➔ Por ação direta o vírus penetra nas células e pode causar:
- infecção abortiva na qual o vírus penetra na célula mas não consegue se
replicar não causando lesão grave
- infecção persistente com síntese contínua e eliminação do vírus
produzindo a chamada infecção lenta ou arrastada com lesões celulares
cumulativas que demorar a ter expressão clínica
- infecção latente em que o vírus se incorpora ao genoma do hospedeiro e
pode permanecer quiescente até ser estimulado a entrar em atividade
- infecção lítica na qual o vírus prolifera e causa morte da célula
hospedeira
➔ Por ação indireta os vírus produzem lesões sobretudo por mecanismos
imunitários
➔ As infecções virais sempre evocam resposta imunitária celular, a inflamação
subsequente caracteriza-se por infiltrado de leucocitos mononucleares
(linfocitos e macrofagos)
LESÕES PRODUZIDAS POR BACTÉRIAS
➔ A capacidade das bactérias de produzir lesões denominada patogenicidade ou
virulência dependa da expressão de genes existente no cromossomo
bacteriano ou em um plasmídeo que codificam os chamados fatores de
virulência este que caracterizam formas ou cepas virulentas de bactérias
muitas vezes atuam por mecanismos ainda desconhecidos. Na maioria das
bactérias os fatores de virulência estao relacionados com:
- facilitação da invasividade do microrganismo
- inibição de fatores humorais inespecíficos de defesa
- inibição da resposta imunitária protetora
- resistencia a ação de fagocitos
- produção de toxinas
➔ Para facilitar sua invasão as bactérias:
- produzem substâncias antibióticas (bacteriocinas) que eliminam
componentes da microbiota normal e favorecem a competição para o
microrganismo externo especialmente a aderência às células epiteliais
- liberam enzimas que facilitam a passagem da bactéria através do muco
e do glicocálice e a sua disseminação no interstício
- possuem moléculas de adesão que ficam na sua superfície em
componentes especiais denominados fímbrias ou pili as quais
permitem ao microorganismo reconhecer estruturas na superfície das
células e a elas aderir
➔ Toxinas bacterianas: podem ser classificadas como:
- exotoxinas: produzidas por bactérias gram-positivas e gram-negativas
que são proteínas sintetizadas e liberadas pelas bactérias durante a fase
exponencial do seu crescimento e tem efeito citopático
- endotoxinas: polissacarídeos de bactérias gram-negativas ou
peptideoglicanos de bactérias gram-positivas são liberadas após a
desintegração da bactéria
LESÕES POR OUTROS AGENTES INFECCIOSOS
➔ Em agressões causadas por protozoários, fungos e helmintos, os mecanismos
de produção das lesões são semelhantes aos descritos para vírus e bactérias
com ação direta do parasito sobre tecidos ou ação indireta por meio de
resposta imunitária
AGENTES QUÍMICOS
● Agentes químicos que sejam substâncias tóxicas quer sejam medicamentos
podem provocar lesões por dois mecanismos:
- ação direta sobre células ou interstício que resulta em degeneração ou
morte celular, alterações do interstício e modificações no genoma
induzindo transformação maligna (efeito carcinogênico), quando
atuam na vida intra uterina podem determinar erros do
desenvolvimento (efeito teratogênico)
- ação indireta atuando como antígeno ou como hapteno induzindo
resposta imunitária humoral ou celular responsável pelo aparecimento
de lesões
● Seja um medicamento ou uma substância tóxica o efeito do agente químico
depende de vários fatores:
- doses, vias de penetração
- transporte
- armazenamento
- metabolização e excreção
- particularidades do indivíduo como idade gênero, estado de saúde,
momento fisiológico e constituição genética
● Lesões e efeitos previsíveis:
- idade (indivíduos muito jovens e idosos são mais vulneráveis
- capacidade de metabolizar o agente que pode estar aumentada ou
diminuída
- existência de doença concomitante (insuficiência renal pode reduzir a
excreção)
- presença de outros agentes químicos (ou fármacos) associados que
podem ter efeito potencializador ou inibidor
● Mecanismos gerais de lesão por agentes químicos:
- Absorção: substâncias químicas penetram no organismo pelas vias
cutâneas, mucosa (digestiva, respiratória ou urogenital) ou parenteral
(intradérmica, subcutânea, intramuscular ou intravenosa). A absorção
se faz através da membrana das células por difusão simples, por
transporte facilitado ou por transporte ativo. A absorção de uma
substância é influenciada por sua natureza (peso molecular, estado
físico-químicas, solubilidade) e pelas condições do local de contato com
o organismo ( a pele mais hidratada ou lesada favorece a absorção
cutânea, a presença de alimentos no trato digestivo e o estado da
circulação enterica influenciam a absorção intestinal). Substâncias
gasosas e voláteis são facilmente absorvida pela via respiratória tanto
na mucosa brônquica como no epitélio alveolar
- Transporte e distribuição: uma vez absorvido o agente químico alcança
a circulação sanguínea diretamente ou passando antes pela circulação
linfática. No sangue a substância se dissolve no plasma (quando
hidrossolúvel) ou se conjuga com proteínas plasmáticas ou se conjuga
com proteínas plasmáticas. A distribuição do agente químico nos
tecidos depende do fluxo sanguíneo por terem maior perfusão,
encéfalo, coração, fígado e rins recebem maior quantidade das
substâncias
- Armazenamento: agentes químicos podem se depositar em tecidos e
ficar armazenados por períodos variáveis às vezes longos
- Biotransformação: os agentes químicos são geralmente metabolizados
no organismo antes de serem excretados. O metabolismo da substância
pode inativa-la ou originar metabólitos de maior atividade lesiva. A
capacidade de biotransformação de um organismo é variável e
influenciada por vários elementos como idade (em fetos e
recém-nascidos o sistema de biotransformação é imaturo), fatores
genéticos,. Após a biotransformação o agente químico pode ter sua
atividade reduzida ou aumentada
● Excreção:
- os agentes químicos dependem também da constituição genética e do
estado funcional do organismo
POLUENTES AMBIENTAIS
POLUENTES DO AR
❏ Os poluentes do ar exercem efeitos nocivos especialmente sobre o sistema
respiratório, alvo direto de contaminantes inalados com o ar inspirado
❏ Para se protegerem as vias respiratórias tem grande capacidade de defesa
contra poluentes do ar possuindo um sistema eficientes de remoção de
partículas que penetram pela inspiração
❏ Muitos poluentes do ar especialmente a fumaça do cigarro agride o aparelho
mucociliar
❏ Monóxido de carbono (CO):
- A toxicidade do CO está relacionada com a alta afinidade que tem pela
hemoglobina com a qual se combinam formando carboxihemoglobina
que se torna incapaz de transportar oxigênio e inibe a dissociação da
oxi-hemoglobina nos tecidos
- a consequência é hipoxia tecidual sistêmica que provoca lesões
degenerativas, edema e hemorragias por lesão endotelial mais intensas
e frequentes em órgãos mais sensíveis à hipóxia
❏ Dióxido de enxofre (SO2):
- produz broncoconstrição reduzindo a função respiratória
❏ Ozônio:
- origina-se normalmente da ação de raios ultravioleta de menor
comprimento de onda sobre o oxigênio nas camadas mais altas da
atmosfera
- irrita as vias respiratórias podendo inclusive causar edema pulmonar
grave
- os mecanismos responsáveis pelas lesões produzidas pelo ozônio estão
relacionados com sua capacidade de gerar radicais livres especialmente
por se combinar com lipídios insaturados de membranas
❏ Óxido nitroso:
- tem efeitos semelhantes aos do ozônio
- é irritante e pode produzir edema pulmonar quando inalado em
grandes concentrações
❏ Hidrocarbonetos e aldeídos:
- causa tosse, cefaleia e irritação dos olhos e das mucosas bucal e
respiratória
- os mais abundantes são formaldeídoe acroleína que são altamente
irritantes e responsáveis pelo odor da poluição
- a acroleína é muito mais irritante do que o formaldeído existindo na
fumaça do cigarro
❏ Poeiras:
- quando inaladas podem produzir lesões pulmonares denominadas
pneumoconioses
❏ Fumaça de cigarro:
- o tabagismos está relacionado diretamente ao aumento de risco para
carcinoma broncopulmonar e para canceres de laringe, faringe,
esofago, boca e em menor intensidade bexiga e pancreas
- A principal causa de doença pulmonar obstrutiva crônica e um dos
mais importantes fatores de risco de aterosclerose é o acúmulo de
placas de gordura, cálcio e outras substâncias nas artérias. Esses
depósitos dificultam a passagem de sangue dos vasos, o que chega a
causar infartos, derrames e até morte súbita) e cardiopatia isquêmica
- o calor da fumaça a acroleína e a nicotina inibe os movimentos ciliares
❏ Solventes orgánicos:
- usado na fabricação de colas, vernizes e tintas sendo utilizados como
removedores em vários tipos de limpeza industrial ou doméstica
- como são geralmente voláteis tais solventes podem contaminar o ar no
local de trabalho favorecendo sua inalação pelos trabalhadores
POLUENTES DA ÁGUA E DO SOLO
❏ Metais pesados:
- atingem o ambiente através de efluentes industriais podendo
contaminar água e alimentos
- os principais metais pesados são chumbo, mercúrio, arsênio e cádmio
❏ Pesticidas:
- os pesticidas que incluem grande número de substâncias utilizadas
como inseticidas, herbicidas, raticidas, fumigantes e fungicidas são
substâncias fabricadas com a finalidade de serem tóxicas para as pragas
mas que inevitavelmente o são também para os seres humanos
-

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