Buscar

Livro Texto Unidade I patologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 78 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 78 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 78 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Autor: Prof: Alexandre C. Queiroz 
Colaboradoras: Profa. Roberta Ronca
 Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano
Patologia
Professor conteudista: Alexandre C. Queiroz
Graduado em Odontologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 1996. Especialista em Endodontia 
pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Mestre em Ciências Biológicas (Área de Microbiologia) pela Universidade de 
São Paulo, em 2001. Doutor em Patologia Ambiental e Experimental pela Universidade Paulista (UNIP), em 2017. 
Desde 2005, atua junto à comunidade, compondo o cargo de gestor do Instituto Karis, em que muitas crianças da 
região da zona leste da cidade de São Paulo recebem atendimento de promoção da saúde de forma gratuita. Também, 
atualmente, é professor titular da Universidade Paulista (UNIP). 
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Q3p Queiroz, Alexandre C.
Patologia / Alexandre C. Queiroz – São Paulo: Editora Sol, 2019.
140 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXV, n. 2-218/19, ISSN 1517-9230.
1. Alterações celulares. 2. Distúrbios circulatórios. 3. Processo 
inflamatório. I. Título.
CDU 616
U503.40 – 19
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Jaci Albuquerque de Paula
 Vitor Andrade
Sumário
Patologia
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À PATOLOGIA........................................................................................................................ 11
1.1 Conceito de patologia ........................................................................................................................ 11
1.2 Divisões da patologia .......................................................................................................................... 11
1.3 Patologia geral e especial.................................................................................................................. 12
1.4 Elementos da doença.......................................................................................................................... 12
1.4.1 Etiologia .................................................................................................................................................... 12
1.5 Fisiopatologia ......................................................................................................................................... 13
1.5.1 História da patologia ............................................................................................................................. 13
1.6 Agentes causadores de doenças .................................................................................................... 14
1.6.1 Agentes físicos ......................................................................................................................................... 14
1.6.2 Agentes biológicos ................................................................................................................................. 18
1.6.3 Agentes químicos .................................................................................................................................. 19
1.6.4 Lesões por desequilíbrios nutricionais ........................................................................................... 20
2 DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO, PROLIFERAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR ..................... 20
2.1 Alterações do volume celular .......................................................................................................... 20
2.2 Agenesia ................................................................................................................................................... 21
2.3 Distrofia .................................................................................................................................................... 21
2.4 Atrofia ....................................................................................................................................................... 22
2.5 Hipotrofia ................................................................................................................................................ 23
2.6 Hipertrofia ............................................................................................................................................... 24
2.7 Hiperplasia .............................................................................................................................................. 25
2.8 Hipoplasia ................................................................................................................................................ 26
2.9 Metaplasia .............................................................................................................................................. 26
2.10 Displasia ................................................................................................................................................ 28
3 ALTERAÇÕES CELULARES ............................................................................................................................. 29
3.1 Alterações celulares reversíveis....................................................................................................... 29
3.1.1 Lesão celular ............................................................................................................................................ 29
3.1.2 Lesão por radicais livres ....................................................................................................................... 32
3.1.3 Lesão da célula hipóxica ...................................................................................................................... 33
3.1.4 Prejuízo na homeostasia do cálcio .................................................................................................. 34
3.1.5 Degenerações ........................................................................................................................................... 34
3.1.6 Esteatose .................................................................................................................................................... 37
3.1.7 Etiologia e patogênese ......................................................................................................................... 37
3.1.8 Aspectos morfológicos ......................................................................................................................... 40
3.2 Alterações celulares irreversíveis.................................................................................................... 41
3.2.1 Morte celular ............................................................................................................................................ 41
3.2.2 Necrose ....................................................................................................................................................... 42
3.2.3 Apoptose (morte celular programada) ........................................................................................... 46
4 DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS ..................................................................................................................... 49
4.1 Edema ....................................................................................................................................................... 49
4.1.1 Mecanismos de edema tecidual ....................................................................................................... 50
4.1.2 Etiopatogênese ........................................................................................................................................ 51
4.1.3 Edema localizado .................................................................................................................................... 52
4.2 Hiperemia e congestão ...................................................................................................................... 54
4.3 Trombose .................................................................................................................................................. 56
4.3.1 Lesão endotelial ....................................................................................................................................... 57
4.3.2 Alterações do fluxo sanguíneo .......................................................................................................... 57
4.3.3 Hipercoagulabilidade ............................................................................................................................. 59
4.3.4 Aspectos morfológicos ......................................................................................................................... 59
4.3.5 Trombose venosa (flebotrombose) ................................................................................................... 60
4.3.6 Coagulação intravascular disseminada ......................................................................................... 61
4.3.7 Evolução (consequências) .................................................................................................................. 61
4.4 Embolia .................................................................................................................................................... 62
4.4.1 Tromboembolia pulmonar .................................................................................................................. 63
4.4.2 Tromboembolia arterial ........................................................................................................................ 63
4.4.3 Embolia pulmonar ................................................................................................................................. 64
4.4.4 Embolia gasosa ....................................................................................................................................... 65
4.4.5 Embolia por líquidos ............................................................................................................................. 66
4.5 Hemorragia ............................................................................................................................................. 66
4.5.1 Hemorragia por rexe .............................................................................................................................. 67
4.5.2 Hemorragia por diapedese .................................................................................................................. 67
4.5.3 Evolução ..................................................................................................................................................... 67
4.6 Infarto ....................................................................................................................................................... 68
4.6.1 Infarto branco ......................................................................................................................................... 68
4.6.2 Infarto vermelho ..................................................................................................................................... 68
4.6.3 Aspectos morfológicos ......................................................................................................................... 69
4.7 Choque circulatório ............................................................................................................................. 69
4.7.1 Classificação dos choques circulatórios ........................................................................................ 70
4.7.2 Fisiopatologia do choque circulatório ............................................................................................ 74
4.7.3 Mecanismos compensatórios............................................................................................................. 75
Unidade II
5 REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE ......................................................................................................... 79
5.1 Transtornos de hipersensibilidade imediata, tipo I ................................................................. 79
5.1.1 Reações anafiláticas (sistêmicas) ..................................................................................................... 81
5.2 Transtornos mediados por anticorpos, tipo II ........................................................................... 83
5.2.1 Destruição celular mediada por complemento e anticorpos ............................................... 83
5.2.2 Inflamação mediada por complemento e anticorpos ............................................................. 85
5.2.3 Disfunção celular mediada por anticorpos .................................................................................. 85
5.3 Transtornos mediados por imunocomplexos, tipo III ............................................................ 85
5.3.1 Transtornos por imunocomplexos sistêmicos ............................................................................. 86
5.3.2 Reações localizadas de imunocomplexos ..................................................................................... 87
5.4 Transtornos de hipersensibilidade celular, tipo IV ................................................................... 87
5.4.1 Citotoxicidade celular direta .............................................................................................................. 87
5.5 Transtornos de hipersensibilidade do tipo tardio .................................................................... 88
6 PROCESSO INFLAMATÓRIO E REPARAÇÃO TECIDUAL ...................................................................... 89
6.1 Inflamação .............................................................................................................................................. 89
6.1.1 Inflamação aguda ................................................................................................................................... 91
6.1.2 Processo inflamatório (células da inflamação) ........................................................................... 97
6.1.3 Inflamação crônica...............................................................................................................................100
6.1.4 Inflamação crônica inespecífica .....................................................................................................1006.1.5 Inflamação granulomatosa .............................................................................................................100
6.2 Mecanismo de reparação tecidual ..............................................................................................101
6.2.1 Regeneração dos tecidos ..................................................................................................................101
6.2.2 Fases da cicatrização ...........................................................................................................................103
6.2.3 Fatores que afetam a cura de feridas ..........................................................................................107
6.2.4 Manipulações e procedimentos para facilitar a cicatrização .............................................109
7 PIGMENTAÇÃO PATOLÓGICA ....................................................................................................................109
7.1 Pigmentações endógenas ...............................................................................................................109
7.1.1 Pigmentos de hemoglobina ..............................................................................................................109
7.1.2 Hemossiderina biliar ............................................................................................................................ 110
7.2 Melanina ................................................................................................................................................110
7.2.1 Hiperpigmentação e hipopigmentação melânicas ..................................................................111
7.3 Pigmentos exógenos e endógenos ..............................................................................................111
8 NEOPLASIA .......................................................................................................................................................112
8.1 Proliferação celular ..........................................................................................................................112
8.2 Diferenciação celular .......................................................................................................................113
8.3 Nomenclatura ......................................................................................................................................115
8.3.1 Neoplasias benignas ...........................................................................................................................116
8.3.2 Neoplasias malignas ...........................................................................................................................118
8.4 Invasão e metástase .........................................................................................................................120
8.4.1 Vias de disseminação ........................................................................................................................ 120
8.5 Genética molecular do câncer ......................................................................................................122
8.5.1 Oncogenes, proto-oncogenes e câncer ..................................................................................... 123
8.6 Genes supressores de tumor ........................................................................................................123
8.7 Graduação e estadiamento de cânceres ..................................................................................123
8.7.1 Graduação ............................................................................................................................................. 123
8.7.2 Estadiamento ....................................................................................................................................... 124
9
APRESENTAÇÃO
Neste livro nosso objetivo é o estudo da patologia geral, que trata das reações de células e tecidos 
aos eventos nocivos, que, na maioria das vezes, não são específicos para um determinado tecido.
Enfatizamos neste estudo os aspectos comuns a diferentes doenças, no que se refere às suas causas, 
mecanismos patogênicos, lesões estruturais (microscópicas e macroscópicas) e alterações da função.
Iniciamos abordando a introdução à patologia, distúrbios do crescimento, proliferação e 
diferenciação celular. Estudaremos também as alterações celulares reversíveis e irreversíveis, além dos 
distúrbios hemodinâmicos.
Em seguida serão expostas as reações de hipersensibilidade, o processo inflamatório, o mecanismo 
de reparação tecidual; além das pigmentações patológicas e das neoplasias.
INTRODUÇÃO
Este livro destina-se a servir como instrumento da aprendizagem para os estudantes de fisioterapia 
no estudo da patologia geral, de forma atrativa e didática.
O material exposto tem por objetivo apresentar de forma clara e concisa os conceitos mais relevantes 
da patologia geral. Com este aprendizado, o estudante deverá estar apto a reconhecer os desvios do 
estado de saúde, reconhecer e interpretar a evolução das doenças e elaborar um plano preventivo, além 
de um procedimento terapêutico.
11
PATOLOGIA
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À PATOLOGIA
1.1 Conceito de patologia
Patologia significa estudo das doenças (do grego pathos = doença, sofrimento; e logos = estudo). 
Essa ciência estuda as causas das doenças, os mecanismos que as produzem, os locais onde ocorrem 
e as alterações moleculares, morfológicas e funcionais que apresentam. Também fornece bases para 
compreender fatores essenciais das doenças, como manifestações clínicas, diagnóstico, prevenção, 
tratamento, evolução e prognóstico.
A patologia não compreende todos os aspectos das doenças. A medicina aborda os elementos das 
doenças e sua relação com os doentes. O seu objetivo é estudar o diagnóstico clínico, a prevenção e a 
terapêutica da doença.
O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, no documento Healthy People 2020 
(CENTERS FOR DISEASE…, 2019), descreve as condições de saúde como:
• Alcançar uma vida livre de doença, incapacidade, lesões e morte prematura passíveis de prevenção.
• Alcançar a equidade em saúde e eliminar as disparidades.
• Promover a boa saúde para todos.
• Promover comportamentos saudáveis por toda a vida.
1.2 Divisões da patologia
As doenças têm causas que atuam por mecanismos variados, os quais produzem alterações moleculares 
e/ou morfológicas nos tecidos, resultando em alterações funcionais no organismo ou em parte dele e 
produzindo manifestações subjetivas (sintomas) ou objetivas (sinais). A patologia cuida dos aspectos 
de etiologia (estudo das causas), patogênese (estudo dos mecanismos), anatomia patológica (estudo 
das alterações morfológicas dos tecidos que, em conjunto, recebem o nome de lesões) e fisiopatologia 
(estudo das alterações funcionais de órgãos e sistemas afetados). O estudo dos sinais e sintomas das 
doenças é objeto da semiologia, cuja finalidade é, junto a exames complementares, fazer o diagnóstico 
(propedêutica), a partir do qual se estabelecem o prognóstico, o tratamento e a prevenção. 
12
Unidade I
1.3 Patologia geral e especial
A patologia pode ser dividida em dois grupos: geral e especial. A primeira estuda os aspectos comuns 
às várias doenças em relação às suas causas, patogênese, lesões estruturais e alterações funcionais. 
A segunda, também conhecida como sistêmica, estuda as doenças de determinado órgão ou sistema 
(por exemplo, sistema respiratório, cavidade oral), ou estuda as doenças agrupadas por suas causas 
(doenças infecciosas, doenças causadas por radiações etc.). 
1.4 Elementos da doença
1.4.1 Etiologia 
Estuda as causas de uma doença. Os agentes responsáveis são conhecidos como fatores ou agentes 
etiológicos. Entre eles estão os biológicos (por exemplo, bactérias e vírus), as forças físicas (por exemplo, 
traumatismo, queimaduras, radiação), os agentesquímicos (por exemplo, pesticidas e nicotina), herança 
genética e excessos ou déficits nutricionais.
A maioria dos agentes etiológicos são inespecíficos, e muitos agentes diferentes podem causar 
uma doença em um mesmo órgão. Por outro lado, um único agente ou trauma pode desenvolver uma 
doença em diferentes órgãos ou sistemas. Por exemplo, na fibrose cística, um único aminoácido produz 
uma doença generalizada. Embora um agente patológico possa afetar mais de um órgão isoladamente 
e diferentes agentes patológicos possam afetar o mesmo órgão, a maioria das doenças não tem uma 
única causa. Muitas têm origem multifatorial, ou seja, várias causas. Podemos citar o câncer e as doenças 
cardíacas. Os diversos fatores que predispõem a uma doença são chamados de fatores de risco.
Uma das formas de classificar os fatores que causam a doença é agrupá-los em categorias, conforme 
ocorram no momento do nascimento ou sejam adquiridos no decorrer da vida. 
 Observação
Em 1948, o preâmbulo da Constituição da Organização Mundial da Saúde 
(OMS) definiu saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental 
e social, e não exclusivamente como a ausência de doenças e enfermidades.
1.4.1.1 Patogênese
Patogênese é a sequência de eventos que ocorrem nas células e tecidos a partir do contato inicial com um 
agente etiológico até a última expressão de uma doença. Estuda o mecanismo do desenvolvimento das doenças.
1.4.1.2 Anatomia patológica
A morfologia está relacionada com a estrutura ou forma fundamental de células e tecidos. 
Alterações morfológicas são modificações anatômicas macroscópicas ou microscópicas características 
de determinada doença. O conjunto de alterações recebem o nome de lesão.
13
PATOLOGIA
1.5 Fisiopatologia
Estuda os distúrbios funcionais e significado clínico. A natureza das alterações morfológicas e sua 
distribuição nos diferentes tecidos influenciam o funcionamento normal e determinam as características 
clínicas, o curso e também o prognóstico da doença. 
O estudo dos sinais e sintomas das doenças é objeto da propedêutica, ou semiologia, que tem por 
finalidade fazer seu diagnóstico, a partir do qual se estabelecem o prognóstico, a terapêutica e a profilaxia.
 Observação
Doença é uma enfermidade aguda ou crônica que a pessoa adquire ou 
nasce com ela e que provoca disfunção fisiológica em um ou mais sistemas 
orgânicos. Cada doença apresenta sinais e sintomas que caracterizam sua 
patogênese e etiologia identificável. O processo patológico inclui etiologia, 
patogênese, alterações morfológicas, manifestações clínicas, diagnóstico e 
curso clínico.
1.5.1 História da patologia
Dentre tantos pesquisadores que contribuíram para o crescimento da patologia destaca-se o 
alemão Rudolf Ludwig Karl Virchow (1821-1902). As suas contribuições científicas serviram de 
base para a integração dos métodos experimentais mais avançados da sua época. Virchow colocou 
a patologia no centro da prática da medicina, o que lhe valeu o reconhecimento como fundador da 
patologia científica moderna. Em 1858, publicou a sua obra principal, A Patologia Celular, baseada 
em histologia, fisiologia e patologia. Nela apresentou a teoria celular, em clara oposição às teorias 
anteriores à sua, que defendiam que o nível básico de manifestação das doenças era o dos tecidos.
Segundo Virchow, as doenças são causadas pela alteração das células do corpo, que constituem 
as unidades vitais das funções biológicas e da morfologia. No seu conceito de patologia, integrou 
descobertas e métodos da histologia e da fisiologia, para isso o uso do microscópio foi primordial.
A partir dos seus achados, a atividade dos patologistas adquiriu grande relevância no campo 
da medicina, colocando em destaque o valor dos resultados das análises histológicas e citológicas 
para o diagnóstico das doenças e o desenvolvimento da atividade clínica.
Virchow ainda contribuiu na identificação das células cancerosas da leucemia e no estudo 
sobre circulação e coagulação sanguínea; cunhou o termo trombose e descreveu o fenômeno 
da embolia.
Rudolf Virchow é considerado o pai da patologia moderna e da medicina social. Em 1856, assumiu 
a cadeira de anatomia patológica na Universidade de Berlim. Durante a Guerra Franco-Prussiana, 
liderou o primeiro hospital móvel para atender os soldados no front. Preocupado com os aspetos 
14
Unidade I
sociais da medicina e da higiene, participou na fundação de vários hospitais e defendeu a 
necessidade de sistemas de esgotos para a eliminação das águas residuais das grandes cidades.
Em 1847, com seu colega Benno Reinhardt, criou sua própria revista médica, hoje conhecida 
como Virchow’s Archiv. A revista aceitava apenas trabalhos originais, era diferente da maioria das 
outras revistas científicas, focadas num público especializado. Sua revista era para todos, incluindo 
leigos, pois acreditava que “’não adianta mostrar os avanços científicos apenas na forma de teses. 
É preciso tornar o conhecimento acessível. A ciência avança a passos rápidos, e a imprensa precisa 
se adequar a isso’. Nada mais atual, ouso afirmar” (GUARISCHI, 2019).
Tendo em vista uma vida dedicada à ciência, sem nunca negligenciar as causas sociais, podemos 
afirmar que Virchow foi um homem comprometido com o seu tempo.
1.6 Agentes causadores de doenças
1.6.1 Agentes físicos
Dependendo da intensidade e duração de sua ação, qualquer agente físico pode causar lesão. 
Entre os agentes físicos, estão a força mecânica, as variações da pressão atmosférica, as variações de 
temperatura, a eletricidade, a radiação e as ondas sonoras (ruídos). 
1.6.1.1 Força mecânica
A ação da força mecânica sobre o organismo produz vários tipos de lesões, denominadas lesões 
traumáticas (ou impropriamente chamadas de trauma mecânico, já que esse é o agente causal, e não a 
consequência). Estas são as feridas, cujas características seguem:
• Arrancamento de células da epiderme.
• Laceração, separação de tecidos, por excessiva força de estiramento (laceração de tendões ou vísceras).
• Contusão, na qual o impacto é transmitido através da pele aos tecidos subjacentes, levando à 
ruptura de pequenos vasos, com hemorragia e edema.
• Incisão ou corte, lesão produzida por ação de instrumentos cortantes.
• Perfuração, produzida por instrumentos pontiagudos sobre os tecidos, sendo ferida mais profunda 
do que extensa.
• Fratura, caracterizada por ruptura ou solução de continuidade de tecidos duros, como 
ósseo e cartilaginoso. 
15
PATOLOGIA
1.6.1.2 Variações de pressão atmosférica
O organismo humano suporta melhor o aumento da pressão atmosférica que a sua diminuição. Veja 
a seguir.
Síndrome de descompressão
A doença por descompressão ou barotrauma é causada por uma diminuição rápida da pressão do 
meio circundante, ocorrendo algumas vezes em mergulhadores. Essa condição desenvolve-se devido à 
formação de bolhas de nitrogênio na corrente sanguínea e nos tecidos do corpo, normalmente quando 
o mergulhador se desloca de águas profundas para a superfície num curto espaço de tempo.
Os sintomas da descompressão variam de acordo com a localização de formação das bolhas no corpo, 
sendo frequentes dores de cabeça ou vertigens, cansaço ou fadiga, erupções cutâneas, dor nas articulações, 
fraqueza muscular ou paralisia. Cerca de 50% dos mergulhadores com problemas de descompressão 
desenvolvem sintomas na primeira hora após o mergulho ou dentro das primeiras 24 horas. Em casos mais 
graves, podem desenvolver dificuldades respiratórias, choque ou perda de consciência.
Efeitos de grandes altitudes
A doença da altitude ocorre em indivíduos não adaptados que se deslocam para grandes altitudes. 
Até uma altura de 2.500 m, geralmente, não ocorrem manifestações; entre 3.000 m e 4.000 m, as alterações 
são frequentes, mas pouco importantes; e acima de 4.000 m, podem aparecer alterações graves. 
À medida que a altitude aumenta, a pressão atmosférica diminui e menos moléculas de oxigênio 
encontram-se disponíveis no ar rarefeito. A diminuiçãodo oxigênio disponível afeta o corpo de várias 
maneiras: a frequência e a profundidade da respiração aumentam, alterando o equilíbrio de gases nos 
pulmões e no sangue, aumentando a alcalinidade do sangue e alterando a distribuição de sais, como o 
sódio e o potássio nas células. Como consequência, a água é distribuída de modo diferente entre o sangue 
e os tecidos. Nas altitudes elevadas, o sangue contém menos oxigênio, produzindo coloração azulada 
em pele, lábios e unhas. Ao longo de alguns dias, o organismo produz mais hemácias, transportando 
então mais oxigênio aos tecidos.
Muitas pessoas que vivem ao nível do mar, quando ascendem a uma altitude moderada (2.400 m), 
em um ou dois dias apresentam falta de ar, aumento da frequência cardíaca e cansaço fácil. A maioria 
melhora em poucos dias.
1.6.1.3 Variações de temperatura
O organismo submetido a baixas temperaturas tenta se adaptar produzindo maior quantidade de 
calor. A adaptação é temporária, e, se não há proteção adequada, a temperatura corporal começa a 
abaixar, instalando-se a hipotermia (considera-se hipotermia a temperatura corporal abaixo de 35 °C). 
Quando a temperatura cai, ocorre vasoconstrição periférica, palidez acentuada e redução progressiva 
da atividade metabólica de todos os órgãos, especialmente do encéfalo e medula espinhal. A causa de 
16
Unidade I
morte no resfriamento é, geralmente, falência cardiorrespiratória por inibição dos centros bulbares de 
controle da respiração e da circulação.
A ação local do calor produz as queimaduras. O calor causa lesão por: 
• liberação de histamina pelos mastócitos, que produz vasodilatação e edema;
• liberação de substância P das terminações nervosas aferentes;
• ativação das calicreínas plasmática e tecidual, com liberação de bradicinina, que aumenta a 
vasodilatação e o edema; e
• lesão direta da parede vascular, que pode aumentar o edema, produzir hemorragia e levar à 
trombose de pequenos vasos, resultando em isquemia e necrose.
Se o indivíduo é submetido a temperaturas elevadas (excesso de sol, proximidade de caldeiras), pode 
haver elevação progressiva da temperatura corporal, a hipertermia. Quando a temperatura corporal 
atinge ou ultrapassa 40 °C, ocorre vasodilatação periférica, abertura dos capilares e sequestro de grande 
quantidade de sangue na periferia, iniciando quadro de insuficiência circulatória periférica (choque 
térmico clássico). 
1.6.1.4 Radiações ionizantes
As lesões causadas por radiações ionizantes em humanos decorrem de inalação ou ingestão de 
poeira ou alimentos que contenham partículas radioativas, o que ocorre em:
• trabalhadores de minas onde são abundantes os minerais radioativos, como o rádio;
• exposição a radiações com fins terapêuticos ou diagnósticos;
• contato acidental com radiações emanadas de artefatos nucleares, como reatores, aparelhos de 
radioterapia ou de radiodiagnóstico; e
• bombas nucleares.
A radiação ionizante de uma forma dose-dependente pode causar mutação nas células e matá-las, 
por múltiplas vias, incluindo morte celular por apoptose, necrose ou redistribuição de células para outros 
compartimentos. A radiação ionizante interage com alvos intracelulares produzindo radicais livres e 
causando uma ruptura no DNA.
O dano tecidual é dependente da radiossensibilidade dos diferentes tecidos, com o efeito 
particularmente alto em espermatócitos nos testículos, linfócitos circulantes, células hematopoiéticas 
na medula óssea e células da cripta nos intestinos. O dano nas células é em grande parte dependente 
das doses de radiação.
17
PATOLOGIA
A ruptura do DNA geralmente é reparada por uma variedade de mecanismos. Esse reparo pode levar 
a pequenas mutações, enquanto falhas de cadeia dupla podem levar a translocações cromossômicas, 
inversões e fusões de telômeros. Embora as translocações cromossômicas, inversões e mutações pontuais 
sejam tipicamente lesões não letais, tais aberrações cromossômicas induzidas por radiação podem ser as 
lesões iniciais que podem ter efeito atrasado de carcinogênese.
1.6.1.5 Efeitos da luz solar
A luz solar contém amplo espectro de radiações. A radiação infravermelha produz calor, sendo 
responsável em parte por queimaduras solares. As radiações ultravioletas são potencialmente mais lesivas. 
Os raios UVC são absorvidos na camada de ozônio e não chegam à superfície da Terra (a proteção 
da camada de ozônio tem, pois, grande importância para as pessoas). Os raios UVA e UVB são os 
responsáveis pelas lesões provocadas pela luz solar, que podem ser agudas ou crônicas. Insolação e 
queimaduras são lesões agudas, caracterizadas por eritema, edema e formação de bolhas; em seguida, 
surgem descamação e hiperpigmentação. Os efeitos crônicos são mais relevantes. Os raios UVB têm ação 
melanogênica, induzem pigmentação, são responsáveis principais por fenômenos de fotossensibilização, 
aceleram o envelhecimento e provocam lesões proliferativas, incluindo neoplasias.
Reações de fotossensibilização são induzidas por substâncias que se depositam na pele e, por 
absorverem raios UV, podem ser ativadas, originar radicais livres e ter efeitos tóxicos sobre células 
epidérmicas; podem surgir erupções, com coceira, área de vermelhidão e inflamação nas manchas de 
pele expostas ao sol. A luz pode provocar reações do sistema imunológico; determinadas doenças, como 
lúpus eritematoso sistêmico, podem provocar reações cutâneas mais sérias se houver exposição à luz solar.
Os raios UVA causam degenerações dos ceratinócitos e alterações no seu DNA, o que pode provocar 
lesões proliferativas benignas ou malignas (carcinoma basocelular e melanomas).
 Saiba mais
Você pode saber mais sobre câncer de pele no site do Inca.
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (INCA). Tipos de câncer. Câncer de pele 
não melanoma. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: <https://
www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pele-nao-melanoma>. 
Acesso em: 5 jul. 2019.
1.6.1.6 Som (ruído)
Observações epidemiológicas indicam que uma pessoa submetida a ruídos intensos (no ambiente 
de trabalho, em casa, nas ruas) apresenta distúrbios de audição caracterizados por perda progressiva da 
capacidade de distinguir sons de frequência mais alta. Admite-se que ruídos muito altos induzam lesões 
18
Unidade I
nas células ciliadas do órgão de Corti, as quais são responsáveis pela acuidade auditiva. É notório que 
indivíduos idosos da zona rural tenham audição mais conservada do que os de grandes centros urbanos, 
onde o nível de ruídos é maior.
O ultrassom, gerado pela transformação de energia elétrica em ondas sonoras com frequência 
acima de 20.000 Hz, é muito utilizado no diagnóstico por imagens (ultrassonografia). Até o momento 
não há relatos de efeitos deletérios decorrentes da ultrassonografia, inclusive na vida embrionária. 
A ultrassonografia é utilizada também no tratamento fisioterápico de dores musculares e como método 
acelerador de cicatrização.
1.6.2 Agentes biológicos
Agentes biológicos incluem vírus, bactérias, fungos, protozoários e helmintos. Todos eles podem 
invadir o organismo e produzir doenças, conhecidas em conjunto como doenças infecciosas. 
Também existem artrópodes que podem invadir a superfície do corpo e provocar lesões. Nessa seção, 
serão discutidos apenas os aspectos gerais de como um agente biológico produz lesão tecidual, 
abordando-se os elementos comuns de agressão para cada grande grupo de agentes infecciosos.
Um agente biológico pode produzir lesão por meio dos seguintes mecanismos:
• Ação direta, por invasão de células, nas quais se multiplicam e pode causar morte. É o efeito 
citopático, que pode ocorrer por infecção com muitos microrganismos, especialmente vírus e 
alguns tipos de riquétsias, bactérias e protozoários.
• Substâncias tóxicas (toxinas) liberadas pelo agente infeccioso: são as exotoxinas de bactérias, de 
micoplasmas e de alguns protozoários.
• Componentes estruturais ou substâncias armazenadas no interior do agente biológico e liberados 
após sua mortee desintegração: são as toxinas endógenas, ou endotoxinas.
• Ativação de componentes do sistema proteolítico de contato (por exemplo, sistema do 
complemento), iniciando uma reação inflamatória no local da invasão – inflamação é a lesão 
mais frequente em doenças infecciosas.
• Indução de resposta imunitária aos diferentes antígenos do agente infeccioso (antígenos de 
superfície, de estrutura ou de excreção) – a resposta imunitária humoral ou celular, indiscutivelmente 
importante na defesa contra invasores, é um dos mecanismos básicos na patogênese de lesões 
produzidas por agentes infecciosos.
• Antígenos do invasor, que podem aderir à superfície celular ou de outras estruturas teciduais, 
tornando-se alvo da ação de anticorpos e da imunidade celular dirigida aos epítopos desses antígenos.
• Antígenos do microrganismo, que podem ter epítopos semelhantes a moléculas dos tecidos; a 
resposta imunitária contra esses epítopos faz-se também contra componentes similares existentes 
nos tecidos (autoagressão).
19
PATOLOGIA
• Integração ao genoma celular (por exemplo, vírus) e alterações na síntese proteica, o que pode 
levar a neoplasias. Todos esses mecanismos agem com maior ou menor intensidade de acordo 
com a constituição genética do organismo. Importante também são as condições do organismo 
no momento da invasão pelo microrganismo (estado nutricional, lesões preexistentes etc.).
1.6.2.1 Lesões por agentes biológicos
Os agentes biológicos diferem dos outros agentes prejudiciais porque são capazes de se replicar e 
podem continuar a produzir seus efeitos prejudiciais. Variam dos vírus submicroscópicos aos parasitas 
maiores e danificam as células por diversos mecanismos. Os vírus entram nas células e incorporam-se 
ao seu DNA. Algumas bactérias elaboram exotoxinas, que interferem na produção celular de ATP. 
Outras bactérias, tais como os bacilos gram-negativos, liberam endotoxinas, que causam dano celular e 
aumentam a permeabilidade capilar.
1.6.3 Agentes químicos 
Quer sejam substâncias tóxicas, quer sejam medicamentos, podem provocar lesões por dois mecanismos:
• Ação direta sobre células ou interstício, mediante transformações moleculares que resultam em 
degeneração ou morte celular, alterações do interstício ou modificações no genoma, induzindo 
transformação maligna (efeito carcinogênico). Quando atuam na vida intrauterina, podem induzir 
a erros do desenvolvimento (efeito teratogênico).
• Ação indireta, atuando como antígeno (o que é muito raro), induzindo resposta imunitária 
humoral ou celular responsável pelo aparecimento de lesões. Quer seja um medicamento, quer 
seja uma substância tóxica, o efeito do agente químico depende de vários fatores: dose, vias 
de penetração e absorção, transporte, armazenamento, metabolização e excreção; depende 
também de particularidades do indivíduo: idade, gênero, estado de saúde, momento fisiológico e 
constituição genética. 
As substâncias químicas capazes de danificar as células estão no ar em toda parte no ambiente. 
A poluição do ar e da água contém substâncias capazes de lesar os tecidos, como o tabaco e alguns 
alimentos. Algumas das substâncias mais prejudiciais existem em nosso ambiente, como gases tais como 
o monóxido de carbono, inseticidas e metais pesados como o chumbo.
Muitas drogas, como o álcool, medicamentos e seus excessos e drogas ilícitas são capazes de 
danificar os tecidos, direta ou indiretamente. O álcool etílico danifica a mucosa gástrica, o fígado, o 
feto em desenvolvimento e outros órgãos. As drogas antineoplásicas (anticâncer) e imunossupressoras 
podem danificar diretamente as células. Outras drogas produzem produtos finais metabólicos tóxicos 
às células. O acetaminofeno, droga analgésica bastante usada, é detoxificado no fígado, onde 
pequenas quantidades da droga são convertidas em metabólitos altamente tóxicos. Esse metabólito é 
detoxificado por uma via metabólica que usa uma substância (por exemplo, glutationa) normalmente 
presente no fígado. Quando grandes quantidades da droga são ingeridas, essa via é superada e os 
metabólitos tóxicos acumulam-se, causando intensa necrose hepática.
20
Unidade I
1.6.4 Lesões por desequilíbrios nutricionais
Os excessos e as deficiências nutricionais predispõem as células a lesões. Considera-se que a 
obesidade e as dietas ricas em gorduras saturadas predispõem as pessoas a aterosclerose. O corpo 
precisa de mais de sessenta substâncias orgânicas e inorgânicas em quantidades que variam de 
microgramas a gramas. Esses nutrientes consistem em minerais, vitaminas, alguns ácidos graxos e 
aminoácidos específicos. As deficiências dietéticas podem ocorrer sob a forma de inanição, na qual 
há deficiência de todos os nutrientes e vitaminas, ou por deficiência seletiva de um único nutriente 
ou vitamina. A anemia por deficiência de ferro, o escorbuto, o beribéri e a pelagra são exemplos de 
lesões causadas pela falta de vitaminas específicas ou minerais. 
2 DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO, PROLIFERAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR
Crescimento e diferenciação celulares são processos essenciais para os seres vivos. O crescimento 
celular, ou seja, a multiplicação celular, é responsável pela formação de todas as células que compõem 
os indivíduos. Ele é importante durante o desenvolvimento normal dos organismos e necessário para 
renovação das células que morrem após seu período de vida ou por processos patológicos. A diferenciação 
refere-se à especialização morfológica e funcional das células que permite o desenvolvimento 
do organismo como um todo. Como esses dois processos – crescimento e diferenciação – recebem 
influência de grande número de agentes internos e externos às células, é comum ocorrerem alterações 
nos mecanismos que os controlam.
2.1 Alterações do volume celular
Quando uma célula sofre estímulo acima do normal, aumentando a síntese de seus constituintes 
básicos e seu volume, tem-se a hipertrofia (do grego hyper = excesso, além; e trophos = nutrição, 
metabolismo). O aumento do volume é acompanhado do aumento das funções celulares. Ao contrário, 
se sofre agressão que resulta em diminuição da nutrição, do metabolismo e da síntese necessária para 
a renovação de suas estruturas, a célula fica com volume menor, fenômeno que recebe o nome de 
hipotrofia (hypo = pouco, sob, do grego). 
Alterações da taxa de divisão celular
Aumento da taxa de divisão celular acompanhado de diferenciação normal recebe o nome de 
hiperplasia (plasis = formação, do grego). Ao contrário, a diminuição da taxa de proliferação celular é 
chamada hipoplasia. 
Alterações da diferenciação celular
Quando as células de um tecido modificam seu estado de diferenciação normal, tem-se a metaplasia 
(meta = variação, mudança, do grego). 
Alterações de crescimento e diferenciação celulares
Se há proliferação celular e redução ou perda de diferenciação, fala-se em displasia (dys = imperfeito, 
irregular, do grego). A proliferação celular autônoma, em geral acompanhada de perda ou redução da 
diferenciação, é chamada neoplasia (neo = novo, do grego). 
21
PATOLOGIA
2.2 Agenesia
A palavra agenesia (genesis = formação, do grego) significa uma anomalia congênita na qual um órgão 
ou uma parte dele não se forma (por exemplo, agenesia renal, agenesia do septo interatrial do coração). 
 Observação
A agenesia renal pode ser bilateral, sendo incompatível com a vida, ou 
unilateral, em que o rim oposto é geralmente aumentado como resultado 
de uma hipertrofia compensatória.
2.3 Distrofia
O termo distrofia é usado para nomear várias doenças degenerativas sistêmicas, genéticas ou não, 
como as distrofias musculares. 
 Observação
A distrofia muscular de Duchenne é um distúrbio recessivo ligado ao 
cromossomo X. Apresenta incidência de cerca de 1 por 5.200 meninos 
nascidos vivos. A doença está presente ao nascimento, mas em geral 
se manifesta entre três e cinco anos de idade. Os meninos caem com 
frequência e apresentam dificuldade nos atos de correr, saltar e pular. 
Aos cinco anos deidade, a fraqueza muscular é óbvia em exames musculares. 
Ao levantar-se do chão, o paciente utiliza as mãos para escalar a si próprio, 
a chamada manobra de Gowers. 
Normal
Hipotrofia
Hipertrofia
Figura 1 – Representação esquemática de hipo e hipertrofia 
22
Unidade I
Normal
Hipoplasia Hiperplasia
Figura 2 – Representação esquemática de hipo e hiperplasia 
2.4 Atrofia
Diante de uma diminuição na demanda de trabalho ou de condições ambientais adversas, a maioria 
das células é capaz de reverter a um tamanho menor e a um nível mais baixo e mais eficiente de 
funcionamento compatível com a sobrevida. Essa diminuição do tamanho celular é chamada de atrofia. 
As células atrofiadas reduzem seu consumo de oxigênio e outras funções celulares, diminuindo o número 
e o tamanho das suas organelas e outras estruturas. Existem menos mitocôndrias, miofilamentos e 
estruturas do retículo endoplasmático. Quando está envolvido um número suficiente de células, todo o 
tecido ou músculo atrofia. O tamanho da célula, particularmente no tecido muscular, está relacionado à 
carga de trabalho. Conforme esta é reduzida, diminuem o consumo de oxigênio e a síntese de proteína. 
A atrofia por desenervação é um tipo de atrofia por desuso nos músculos de membros paralisados. 
O envelhecimento pode estar associado à perda de massa muscular, à atrofia “senil” do cérebro e às 
doenças neurodegenerativas.
A) B)
Figura 3 – Atrofia por denervação do músculo esquelético: (A) a denervação do músculo esquelético 
 leva a uma forma característica de atrofia. As fibras musculares perdem massa, e o sistema contrátil 
é desorganizado até sobrar pouco além de núcleos residuais. As fibras atróficas formam ângulos no 
corte transversal. Por fim, ocorre a necrose celular, e as fibras musculares são substituídas por tecido 
conectivo. (B) Fibras musculares esqueléticas normais
23
PATOLOGIA
2.5 Hipotrofia
Consiste na redução quantitativa dos componentes estruturais e das funções celulares, resultando 
em diminuição do volume das células e dos órgãos atingidos; muitas vezes, há também diminuição do 
número de células. A redução do volume se dá por diminuição do anabolismo e das estruturas celulares 
(mitocôndrias, retículo endoplasmático etc.); a redução do número ocorre por apoptose. Provavelmente 
o aumento da degradação das proteínas celulares é o principal mecanismo de hipotrofia. A hipotrofia 
pode ser fisiológica ou patológica. A primeira ocorre na senilidade, quando todos os órgãos e sistemas 
do organismo reduzem suas atividades metabólicas e o ritmo de proliferação celular diminui. Como 
afeta todo o indivíduo, não há prejuízo funcional porque fica mantido um novo estado de equilíbrio. 
A hipotrofia patológica resulta de vários fatores:
• Inanição. Deficiência nutricional, por qualquer causa.
• Desuso. Ocorre em órgãos ou tecidos que ficam sem uso por algum tempo. Músculos esqueléticos 
quando imobilizados por aparelhos ortopédicos; é um processo reversível, após reinício do 
exercício, a musculatura volta à sua conformação.
• Compressão. Decorre da pressão exercida por uma lesão expansiva, como, por exemplo, no caso 
de tumores.
• Obstrução vascular. Diminuição da oferta de O2 e nutrientes causa hipotrofia do órgão correspondente. 
Muitas doenças obstrutivas das artérias renais, por exemplo, causam hipotrofia do rim.
• Substâncias tóxicas. Bloqueiam sistemas enzimáticos e a produção de energia pelas células. 
Um exemplo é a hipotrofia dos músculos do antebraço na intoxicação pelo chumbo.
• Hormônios. A redução de alguns hormônios leva à hipotrofia de células e órgãos-alvo. Deficiência 
dos hormônios somatotróficos ou tireoidianos causa hipotrofia generalizada.
• Inervação. Perda da estimulação nervosa causa hipotrofia muscular. O exemplo mais conhecido é 
o da hipotrofia dos músculos dos membros inferiores na poliomielite.
A) B)
Figura 4 – Atrofia cerebral em doença neurodegenerativa: Alzheimer (DA) avançada 
24
Unidade I
2.6 Hipertrofia
É o aumento dos constituintes estruturais e das funções celulares, que resulta no aumento do volume 
das células e dos órgãos afetados. Para que ocorra hipertrofia, o fornecimento de O2 e de nutrientes deve 
ser suficiente para suprir o aumento de demanda das células. Além disso, as células necessitam de suas 
organelas e sistemas enzimáticos íntegros. 
Órgãos ou tecidos cuja atividade depende de estimulação nervosa só podem hipertrofiar se a inervação 
estiver intacta. A hipertrofia pode ser fisiológica ou patológica. A primeira ocorre na musculatura uterina 
durante a gestação. A segunda aparece em consequência de estímulos variados. As mais frequentes são:
• Hipertrofia do miocárdio. Quando ocorre sobrecarga cardíaca por dificuldade do fluxo sanguíneo 
(resistência vascular periférica aumentada).
• Hipertrofia da musculatura esquelética. Como exemplo, a hipertrofia em halterofilistas.
• Hipertrofia da musculatura lisa da parede de órgãos ocos, na região montante de um obstáculo. 
É o que acontece com a musculatura da bexiga quando há obstrução urinária (por exemplo, 
hiperplasia da próstata).
• Hipertrofia de neurônios motores. No hemisfério cerebral não lesado em caso de hemiplegia.
• Hipertrofia de hepatócitos. Após estimulação por barbitúricos, há hipertrofia dos hepatócitos por 
aumento do retículo endoplasmático liso. Com isso, a arquitetura básica do órgão se mantém 
inalterada, mas aumenta o fluxo de sangue e de linfa. No órgão hipertrofiado, o aumento de volume 
é devido ao aumento das células, no entanto, pode haver também o aumento do número delas. 
Figura 5 – Hipertrofia miocárdica; corte transversal do coração com hipertrofia ventricular esquerda
25
PATOLOGIA
A) B)
Figura 6 – (A) Miócitos cardíacos normais e (B) miócitos cardíacos hipertróficos: embora não se dividam, eles compensam 
a carga de trabalho adicional aumentando de tamanho; as células sofrem endomitose (com aumento em ploidia, 
sem divisão), resultando, muitas vezes, em grandes núcleos retangulares (núcleos “boxcar”) 
2.7 Hiperplasia
Hiperplasia é o aumento no número de células de um órgão ou tecido. Ocorre em tecidos formados 
por células capazes de realizar divisão mitótica, como na epiderme, no epitélio intestinal e no tecido 
glandular. Algumas células, como os neurônios, raramente se dividem e, por conseguinte, têm pouca 
capacidade, se houver, para crescimento hiperplásico. Há evidências de que a hiperplasia envolve a 
ativação de genes que controlam a proliferação celular e a existência de mensageiros intracelulares 
que monitoram a replicação celular e o crescimento. Como uma resposta celular adaptativa normal, a 
hiperplasia é um processo controlado que vem como resposta a um estímulo adequado e cessa após 
a retirada do estímulo.
Os estímulos que induzem à hiperplasia podem ser fisiológicos ou patológicos. Existem dois tipos 
de hiperplasia fisiológica: hormonais e compensatórias. O aumento das mamas e do útero durante 
a gestação são exemplos de hiperplasia fisiológica, resultante da estimulação pelo estrogênio. 
A regeneração do fígado que ocorre após hepatectomia parcial (remoção parcial do fígado) é um 
exemplo de hiperplasia compensatória. 
Hiperplasia também é uma resposta importante do tecido conjuntivo no processo de cicatrização 
de feridas, durante o qual a proliferação de fibroblastos e vasos sanguíneos contribui com o reparo. 
Embora a hipertrofia e a hiperplasia sejam dois processos distintos, podem acontecer em conjunto 
e frequentemente são provocadas pelo mesmo mecanismo. O útero na gestação sofre hipertrofia e 
hiperplasia como resultado da estimulação pelo estrogênio.
A maioria dos tipos de hiperplasia patológica ocorrem pela estimulação hormonal excessiva ou 
pelo efeito de fatores de crescimento no tecido-alvo. A hiperplasia benigna da próstata (HBP) é um 
distúrbio frequente em homens com mais de cinquenta anos de idade, relacionada com a ação de 
androgênios. É uma condição benigna que provoca sintomas no trato urinário inferior.Algumas vezes, 
a HBP pode evoluir para câncer de próstata. Diversas hiperplasias, como a da próstata, ainda não tem 
etiopatogênese totalmente esclarecida.
26
Unidade I
2.8 Hipoplasia
Hipoplasia é a diminuição da população celular de um tecido, de um órgão ou de parte do corpo. 
A região afetada é menor e mais leve que o normal, mas conserva o padrão de arquitetura básico. Várias são 
as formas de hipoplasia. Durante a embriogênese, pode ocorrer defeito na formação de um órgão ou de parte 
dele (hipoplasia pulmonar, hipoplasia renal etc.). Após o nascimento, hipoplasia aparece como resultado da 
diminuição do ritmo de renovação celular, aumento da taxa de destruição das células ou ambos os fenômenos.
Hipoplasia pode ser fisiológica ou patológica. As hipoplasias fisiológicas mais comuns são involução 
do timo a partir da puberdade e de gônadas no climatério. Na senilidade, ao lado da hipotrofia, também 
existe a hipoplasia de órgãos, por aumento de apoptose.
2.9 Metaplasia 
Representa uma alteração reversível na qual um tipo de célula adulta (epitelial ou mesenquimal) é 
substituída por outro tipo de célula adulta. Geneticamente, a metaplasia envolve a reprogramação de 
células-tronco indiferenciadas encontradas no tecido que sofre as alterações metaplásicas. A metaplasia 
é um processo adaptativo que surge em respostas a várias agressões e, regra geral, o tecido metaplásico é 
mais resistente às agressões. No entanto, a conversão de um tipo de célula nunca ultrapassa os limites 
do tipo de tecido primário, por exemplo, um tipo de célula epitelial pode ser convertido em outro tipo de 
célula epitelial, mas não em uma célula de tecido conjuntivo.
Um exemplo de metaplasia é a substituição adaptativa de células epiteliais escamosas estratificadas 
por células epiteliais cilíndricas ciliadas que ocorrem na traqueia e nas vias respiratórias de um 
tabagista. Esôfago de Barrett é uma condição pré-maligna que se manifesta no esôfago de pessoas 
com casos crônicos de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). Caracterizada pela transformação 
do epitélio escamoso normal do esôfago inferior em epitélio cilíndrico, é o principal fator de risco 
para o desenvolvimento de adenocarcinoma esofágico. O esôfago de Barrett caracteriza-se por um 
processo reparativo, no qual a mucosa escamosa que normalmente recobre o esôfago é substituída 
gradativamente por epitélio colunar anormal semelhante ao do estômago ou do intestino.
Figura 7 – A existência de “línguas” acastanhadas de epitélio formando interdigitações 
no epitélio escamoso mais proximal é típica do esôfago de Barrett
27
PATOLOGIA
Os tipos mais frequentes de metaplasia são:
• Transformação de epitélio estratificado pavimentoso não ceratinizado em epitélio ceratinizado. 
Ocorre no epitélio da boca ou do esôfago em consequência de irritação prolongada. 
• Epitélio pseudoestratificado ciliado em epitélio estratificado pavimentoso, ceratinizado ou não. 
O exemplo típico é o da metaplasia brônquica secundária à agressão persistente pelo tabagismo.
• Epitélio mucossecretor em epitélio estratificado pavimentoso, com ou sem ceratinização. 
Aparece no epitélio endocervical (mucíparo), que se transforma em epitélio escamoso do 
tipo ectocervical.
• Epitélio glandular seroso em epitélio mucíparo, como acontece na metaplasia intestinal da 
mucosa gástrica.
• Tecido conjuntivo em tecido cartilaginoso ou ósseo.
• Tecido cartilaginoso em tecido ósseo. 
A metaplasia é também um processo adaptativo que surge em resposta a várias agressões. 
Em princípio, a metaplasia é o resultado de irritações persistentes que acabam levando ao surgimento 
de um tecido mais resistente. No entanto, o tecido metaplásico pode resultar em menor proteção ao 
indivíduo: na metaplasia escamosa da árvore brônquica no tabagismo, por exemplo, há redução na 
síntese de muco e desaparecimento dos cílios, ambos importantes mecanismos de defesa do organismo. 
Os exemplos de metaplasia mais comuns são: 
• Agressões mecânicas repetidas, como as provocadas por próteses dentárias mal-ajustadas no 
epitélio da gengiva ou da bochecha.
• Irritação por calor prolongado, como a causada no epitélio oral e no esôfago por alimentos 
quentes, ou a provocada no lábio pela haste de cachimbo.
• Irritação química persistente, cujo exemplo clássico é a ação do fumo sobre a mucosa respiratória.
• Inflamações crônicas, como no colo uterino ou nas mucosas brônquica e gástrica.
Um tipo específico de metaplasia é a leucoplasia (do grego leukos = branco), que é um termo de 
significado predominantemente clínico e usado para indicar lesões que se apresentam como placas 
ou manchas brancacentas localizadas em mucosas (oral, esofágica, do colo uterino etc.). A leucoplasia 
corresponde à metaplasia de um epitélio escamoso não ceratinizado em ceratinizado contendo várias 
camadas de ceratina. 
28
Unidade I
 Observação
A associação entre a metaplasia e o desenvolvimento de adenocarcinoma 
no esôfago de Barrett tem estimulado o estudo das alterações moleculares 
que ocorrem no processo tardio da doença. Há um aumento do risco de 
adenocarcinoma de trinta a 125 vezes em pacientes diagnosticados com 
metaplasia de Barrett. Isso representa um risco de um em vinte durante 
a vida. A metaplasia de Barrett irá progredir para o câncer a uma taxa de 
0,5% a 1% ao ano.
2.10 Displasia 
A displasia denomina condições patológicas muito diferentes, sendo assim um termo complexo. 
A displasia pode ser definida como uma condição adquirida caracterizada por alterações do 
crescimento e da diferenciação celulares acompanhadas de redução ou perda da diferenciação 
das células afetadas. Os exemplos mais comuns são as displasias epiteliais, nas quais ocorrem, 
em graus variados, aumento da proliferação celular e redução na maturação das células, que podem 
apresentar algumas atipias celulares e arquiteturais. Muitas vezes, as displasias estão associadas 
a tecidos metaplásicos ou se originam neles. As mais importantes na prática são as displasias de 
mucosas, como a do colo uterino, a dos brônquios e a gástrica, pois muitas vezes antecedem os 
cânceres que se formam nesses locais. 
 Observação
A displasia é implicada como precursora do câncer. Nos cânceres 
das vias respiratórias e cérvice uterina, as mudanças displásicas são 
observadas adjacentes aos focos de transformação cancerosa. Pelo uso 
do exame de papanicolaou (Pap), documentou-se que o câncer da cérvice 
uterina se desenvolve em uma série de mudanças de incremento epitelial 
que variam de grave displasia a câncer invasivo. Entretanto, a displasia é 
um processo adaptativo e não leva necessariamente ao câncer. 
Nem sempre uma displasia progride para o câncer, muitas vezes a condição estaciona ou até regride. 
A atipia mais importante nas displasias é a cariomegalia, resultante de alterações do conteúdo de DNA. 
Nas displasias ocorrem alterações na expressão dos genes que regulam a proliferação e a diferenciação 
das células de modo muito mais acentuado do que nas metaplasias, razão pela qual muitas delas 
são consideradas lesões pré-cancerosas. O termo displasia é empregado também para indicar outros 
processos patológicos cuja patogênese é variada e pouco conhecida. Como exemplo, temos a displasia 
renal e a displasia óssea. 
29
PATOLOGIA
 Lembrete
A displasia é caracterizada pelo crescimento celular desordenado de 
um tecido específico ao resultar em células que variam de tamanho, forma 
e organização. Graus menores de displasia estão associados a irritação 
ou inflamação crônica. O padrão é mais frequente em áreas do epitélio 
escamoso metaplásico do sistema respiratório e do colo do útero.
A) B) C)
Figura 8 – (A) displasia do colo uterino de baixo grau (discreta): hipercelularidade, perda da estratificação e pleomorfismo 
celular no terço basal do epitélio metaplásico (logo abaixo há glândulas endocervicais); comparar com o epitélio cervical 
normal (B), no qual são evidentes as camadas basal, intermediária e superficial; (C) displasiaem pólipo do intestino 
grosso: as glândulas são revestidas por mais de uma camada de células, que mostram pleomorfismo e atipias
 Observação
Fatores de risco que aumentam a exposição a infecções por HPV (no 
útero) também aumentam a probabilidade de a paciente desenvolver 
displasia cervical e câncer. Entre esses fatores, idade precoce da primeira 
relação sexual; múltiplos parceiros; infecção persistente por subtipos de 
HPV de alto risco e alta paridade. 
3 ALTERAÇÕES CELULARES
3.1 Alterações celulares reversíveis
3.1.1 Lesão celular 
3.1.1.1 Agressão
Qualquer estímulo da natureza dependendo da sua intensidade, do tempo de atuação e da capacidade 
de reação do organismo pode representar uma agressão. O organismo responde às agressões de formas 
30
Unidade I
variadas, procurando defender-se ou adaptar-se. Muitas vezes, o indivíduo adapta-se a essa situação, 
com pouco ou nenhum dano. Contudo, em alguns casos surgem lesões variadas, agudas ou crônicas, 
que causam as doenças.
As agressões são originadas no ambiente externo ou a partir do próprio organismo. De forma 
resumida, as agressões podem ser provocadas por agentes físicos, químicos e biológicos, ou ainda por 
alterações genéticas ou modificações nutricionais, ou dos próprios mecanismos defensivos do organismo. 
As principais causas de lesões foram discutidas em detalhes anteriormente.
3.1.1.2 Defesa
Os mecanismos de defesa contra agentes externos são numerosos. Além de barreiras mecânicas e 
químicas existentes no revestimento externo e interno (pele e mucosas), o organismo dispõe de diversos 
mecanismos defensivos:
• contra agentes infecciosos (denominados patógenos), atuam na fagocitose, o sistema complemento 
e, sobretudo, a resposta inflamatória;
• contra agentes genotóxicos (que agridem o genoma), existem no sistema de reparo do DNA; e
• contra compostos químicos tóxicos, incluindo os radicais livres: as células dispõem de sistemas 
enzimáticos de detoxificação e antioxidantes. A desregulação da reação imunitária também está 
na base de muitas doenças. 
3.1.1.3 Adaptação
A adaptação refere-se à capacidade das células, dos tecidos ou do próprio indivíduo de, frente a 
um estímulo, alterar suas funções dentro de certos limites (faixa da normalidade) para ajustar-se às 
modificações induzidas pelo estímulo. A adaptação pode envolver apenas células (ou suas organelas) ou 
o indivíduo como um todo. As células podem sofrer um pré-condicionamento à hipóxia, permitindo sua 
sobrevivência em condições de baixa disponibilidade de O2. A resposta adaptativa geral, inespecífica e 
sistêmica que o organismo prepara frente a diferentes agressões é conhecida como estresse.
3.1.1.4 Lesão
Lesão ou processo patológico é o conjunto de alterações morfológicas, moleculares e/ou funcionais 
que surgem em células e tecidos após agressões. As alterações morfológicas que caracterizam as lesões 
podem ser observadas a olho nu (alterações macroscópicas) ou ao microscópio de luz ou eletrônico 
(alterações microscópicas e submicroscópicas). As alterações moleculares, que muitas vezes se traduzem 
rapidamente em modificações morfológicas, podem ser detectadas por métodos bioquímicos e de 
biologia molecular. Os distúrbios funcionais manifestam-se por alterações da função de células, tecidos, 
órgãos ou sistemas e representam os fenômenos fisiopatológicos.
Apesar da enorme diversidade de agentes lesivos existentes na natureza, a variedade de lesões 
observadas nas doenças não é muito grande. Isso se deve ao fato de os mecanismos de agressão às 
31
PATOLOGIA
moléculas serem comuns aos diferentes agentes agressores; além disso, com frequência as defesas do 
organismo são inespecíficas, ou seja, são semelhantes diante de agressões distintas. 
Classificação das lesões 
As lesões celulares podem ser separadas em dois grupos: letais (irreversíveis) e não letais (reversíveis), que 
são aquelas em que as células continuam vivas, podendo ocorrer retorno ao estado de normalidade depois 
de cessada a agressão; a letalidade ou não letalidade está ligada à qualidade, à intensidade e à duração da 
agressão, bem como ao estado funcional ou ao tipo de célula atingida. Dependendo desses fatores, uma 
mesma agressão pode provocar lesão não letal em uma célula e causar morte em outro tipo celular, os 
exemplos são muitos. De um lado, as agressões podem modificar o metabolismo das células, induzindo 
o acúmulo de substâncias intracelulares (degenerações), ou podem alterar os mecanismos que regulam 
a proliferação e a diferenciação celular (originando hipotrofias, hipertrofias, hiperplasias, hipoplasias, 
metaplasias, displasias e neoplasias). Outras vezes, acumulam-se nas células pigmentos endógenos ou 
exógenos, constituindo as pigmentações (estudaremos posteriormente). 
As lesões letais são representadas pela necrose (morte celular seguida de autólise) e pela apoptose 
(morte celular não seguida de autólise).
Etiologia
Necrose
Pa
to
gê
ne
se Apoptose
Lesão celular letal 
(irreversível)
Lesão celular não 
letal (irreversível)
Resposta celular
Por exemplo: 
Armazenamento 
anormal
Hipertrofia
Hiperplasia
Displasia
Neoplasia
Resposta tecidual
Por exemplo: 
Inflamação aguda
Trombose
Inflamação crônica
Fibrose
Figura 9 – Uma visão simplificada, porém útil
Mecanismos de lesão celular
Os mecanismos que causam lesão celular e morte são complexos. Alguns agentes, como o calor, 
produzem lesão celular direta; outros fatores, como distúrbios genéticos, produzem seus efeitos 
indiretamente por alterações metabólicas e respostas imunes alteradas. Parece haver pelo menos três 
mecanismos principais pelos quais a maioria dos agentes prejudiciais exerce seus efeitos: formação de 
radicais livres, hipoxia e depleção de ATP, além de perturbação intracelular da homeostasia de cálcio.
32
Unidade I
Agente prejudicial
Formação de radical livre
O2
-, H2O2.OH•
Oxidação das estruturas 
celulares e DNA nuclear 
e mitocondrial
Hipoxia/isquemia
Mitocôndria
Depleção de ATP
↑ Ca intracelular
↑ Metabolismo anaeróbico↑ Atividade da bomba 
Na+/k+ ATPase
Outros efeitos
Descolamento de 
ribossomos, síntese de 
proteínas diminuída e 
deposição lipídica
↓ Estoques de glicogênio e 
pH intracelular↓ Influxo de Na+ e H2O
Acúmulo de líquidos intracelulares, 
dilatação do retículo 
endoplasmático, permeabilidade 
aumentada da membrana, função 
mitocondrial diminuída
Ativação inapropriada de enzimas 
que danificam organelas celulares, 
citoesqueleto e membranas 
celulares aceleram a depleção de 
ATP e fragmentam a cromatina
Ca++
Figura 10 – Mecanismos de dano celular
3.1.2 Lesão por radicais livres
Vários agentes causam efeitos danosos através de espécies químicas reativas conhecidas como 
radicais livres, que são espécies químicas altamente reativas com um elétron não pareado na órbita 
externa (camada de valência) da molécula. 
Na literatura, o elétron não pareado é assinalado por um ponto, por exemplo, NO (óxido nítrico). 
Ele faz que os radicais livres sejam altamente instáveis e reativos, de modo que reajam de forma não 
específica com as moléculas vizinhas. Além disso, os radicais livres podem estabelecer reações em cadeia 
que consistem em vários eventos que geram novos radicais livres. Nas células e nos tecidos, eles reagem 
com proteínas, lipídios e carboidratos, danificando, assim, as membranas da célula; inativam enzimas e 
danificam ácidos nucleicos que compõem o DNA. As ações dos radicais livres podem causar ruptura 
e dano a células e tecidos.
As espécies reativas de oxigênio (ERO) são moléculas contendo oxigênio, que incluem radicais livres 
como o superóxido (O2–) e o radical de hidroxila (OH), e os não radicais como o peróxido de hidrogênio 
(H2O2). Essas moléculas são produzidas de forma endógena por processos metabólicos normais ou por 
33
PATOLOGIA
atividades celulares, como a explosão metabólica que acompanha a fagocitose. Entretanto, as causas 
exógenas, incluindo raios X e radiação UV, podem causar a produção deERO no corpo.
O estresse oxidativo é uma condição que ocorre quando a geração de ERO excede a capacidade 
do corpo de neutralizar e eliminar ERO. Também pode conduzir à oxidação de componentes celulares. 
A modificação e o dano do DNA ainda podem ocorrer em consequência do estresse oxidativo. 
3.1.3 Lesão da célula hipóxica
A diminuição na oferta de oxigênio interrompe o metabolismo oxidativo e a produção de ATP. 
O tempo necessário para produzir dano celular irreversível depende do grau de privação de oxigênio e 
das necessidades metabólicas da célula. Células bem diferenciadas, tais como as de coração e cérebro, 
exigem grandes quantidades de oxigênio para fornecer energia para as suas funções especiais. 
As células do cérebro, por exemplo, começam a sofrer dano permanente após quatro a seis minutos 
de privação de oxigênio. 
A hipoxia pode resultar de uma quantidade inadequada de oxigênio no ar, de doença respiratória, 
de isquemia (fluxo sanguíneo diminuído devido a vasoconstrição ou obstrução vascular), de anemia, de 
edema ou de incapacidade das células em usar o oxigênio. 
A isquemia caracteriza-se pelo aporte insuficiente de oxigênio e pela remoção inadequada de 
produtos finais metabólicos, como o ácido lático. Ao contrário da hipoxia pura, que depende do índice 
de oxigênio do sangue e afeta todas as células do corpo, a isquemia geralmente afeta o fluxo sanguíneo 
através de um número limitado de vasos sanguíneos e produz lesão tissular local. Em alguns casos de 
edema, a distância para a difusão do oxigênio pode se transformar em um fator limitante no aporte de 
oxigênio. Em condições hipermetabólicas, as células podem precisar de mais oxigênio do que pode ser 
fornecido pela função respiratória normal e pelo transporte de oxigênio. 
A hipoxia serve como causa final da morte celular em outras lesões. Por exemplo, um agente físico, 
como a baixa temperatura (frio), pode causar grave vasoconstrição e prejudicar o fluxo sanguíneo. 
Ela também causa falha energética na célula, com efeitos generalizados sobre seu funcionamento e seus 
componentes estruturais. À medida que a tensão de oxigênio na célula cai para o metabolismo oxidativo, 
a célula reverte para um metabolismo anaeróbico, usando seus estoques limitados de glicogênio, em 
uma tentativa de manter as funções celulares vitais. O pH celular cai à proporção que o ácido lático se 
acumula na célula. Essa redução pode ter efeitos nas estruturas intracelulares. O baixo pH pode alterar 
as membranas celulares e causar acúmulo de cromatina e diminuição celular.
Um importante efeito da redução de ATP é uma tumefação celular aguda causada por insuficiência 
da bomba de sódio/potássio (Na+/K+ ATPase) da membrana dependente de potássio, que elimina o sódio 
e retorna o potássio para a célula. Com o funcionamento dessa bomba prejudicado, o nível intracelular 
de potássio diminui e o sódio e a água se acumulam na célula. O movimento de líquido e íons para a 
célula está associado a dilatação do retículo endoplasmático, aumento de permeabilidade da membrana 
e funcionamento diminuído das mitocôndrias. Até esse ponto, as mudanças celulares devidas à isquemia 
serão reversíveis se a oxigenação for restaurada. 
34
Unidade I
Se o suprimento de oxigênio não for restaurado, ocorrerá perda contínua de enzimas essenciais, 
proteínas e ácido ribonucleico através de enzimas essenciais, proteínas e ácido ribonucleico através da 
membrana hipermeável da célula. A lesão às membranas lisossômicas resulta em vazamento das enzimas 
lisossômicas destrutivas no citoplasma e digestão enzimática dos componentes celulares. O vazamento 
das enzimas intracelulares por uma membrana plasmática permeável para o líquido extracelular é usado 
como indicador clínico importante de lesão celular e morte. Essas enzimas entram no sangue e podem 
ser dosadas por testes laboratoriais.
3.1.4 Prejuízo na homeostasia do cálcio
O cálcio funciona como um importante mensageiro secundário e sinal citossólico para muitas respostas 
celulares. Várias proteínas de ligação ao cálcio, como troponina e calmodulina, atuam como transdutores do 
sinal de cálcio citossólico. Quinases cálcio/calmodulina dependentes medeiam indiretamente os efeitos 
do cálcio nas respostas, como a contração do músculo liso e a degradação de glicogênio. Normalmente, 
os níveis intracelulares de cálcio são mantidos extremamente baixos em comparação com os níveis 
extracelulares. Esses baixos níveis intracelulares são mantidos por sistemas de troca de cálcio/magnésio 
(Ca2+/Mg2+ ATPase) dependentes de energia e sequestro de íons cálcio dentro das organelas como na 
mitocôndria e no retículo endoplasmático liso. A isquemia e algumas toxinas levam a um aumento do 
cálcio citoplasmático devido a um influxo aumentado através da membrana celular e à liberação de cálcio 
estocado na mitocôndria e no retículo endoplasmático. O nível de cálcio aumentado ativa várias enzimas 
com efeitos potencialmente danificantes. 
As enzimas consistem nas fosfolipases responsáveis por danificar a membrana celular, proteases que 
danificam o citoesqueleto e proteínas da membrana, ATPases que degradam ATP e ativam sua depleção, 
bem como endonucleases que fragmentam a cromatina. Embora se saiba que as células danificadas 
acumulam cálcio, não se sabe se essa é a causa final da lesão celular irreversível.
 Observação
Homeostasia é a condição de relativa estabilidade da qual o organismo 
necessita para realizar suas funções adequadamente e manter equilíbrio 
do corpo. 
3.1.5 Degenerações
Define-se degeneração como a lesão reversível secundária a alterações bioquímicas que resultam 
em acúmulo de substâncias no interior de células. Morfologicamente, uma degeneração aparece 
como um acúmulo de substâncias em células. Quando a substância acumulada é um pigmento, a 
lesão é estudada à parte, entre as pigmentações. 
Tomando-se por base a composição química das células, as degenerações são agrupadas conforme 
a substância acumulada. Por esse critério, as degenerações são classificadas em: 
35
PATOLOGIA
• degenerações por acúmulo de água e eletrólito, como exemplo a degeneração hidrópica; 
• degenerações por acúmulo de proteínas, como as degenerações hialinas;
• degenerações por acúmulo de lipídeos, as mais importantes são a esteatose e as lipidoses; e
• degenerações por acúmulo de carboidratos. 
A seguir, estudaremos a degeneração hidrópica, hialina e a esteatose.
3.1.5.1 Degeneração hidrópica
É a lesão celular reversível caracterizada por acúmulo de água e eletrólitos no interior de células, 
tornando-as tumefeitas, aumentadas de volume. Trata-se da lesão não letal mais comum diante dos mais 
variados tipos de agressão, independentemente da natureza (física, química ou biológica) do agente agressor.
A degeneração hidrópica é provocada por distúrbios no equilíbrio hidroeletrolítico que resultam em 
retenção de eletrólitos e água nas células. O trânsito de eletrólitos através de membranas (citoplasmática 
e de organelas) depende de mecanismos de transporte feito por canais iônicos; são as chamadas bombas 
eletrolíticas, que são capazes de transportar eletrólitos contra um gradiente de concentração e de manter 
constantes as suas concentrações no interior dos compartimentos celulares.
Para seu funcionamento adequado, algumas bombas eletrolíticas dependem de energia na forma 
de ATP; outras, que não gastam ATP, dependem da estrutura da membrana e da integridade das 
proteínas que formam o complexo enzimático da bomba. Dessa forma, uma agressão pode diminuir o 
funcionamento da bomba eletrolítica quando:
• altera a produção ou o consumo de ATP;
• interfere com a integridade de membranas; e
• modifica a atividade de uma ou mais moléculas que formam a bomba.
Degeneração hidrópica, portanto, pode ser provocada por grande variedade de agentes lesivos:
• Hipóxia, desacopladores da fosforilação mitocondrial (por exemplo, tiroxina), inibidores da cadeia 
respiratória e agentes tóxicos que lesam a membrana mitocondrial,

Outros materiais