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Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ____________________________________________________________ Conceito – Tuberculose • A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch. • A forma extrapulmonar, que acomete outros órgãos que não o pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas que vivem com HIV, especialmente aquelas com comprometimento imunológico. • No Brasil, a doença é um sério problema de saúde pública, com profundas raízes sociais. A epidemia do HIV e a presença de bacilos resistentes tornam o cenário ainda mais complexo. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose. Epidemiologia • Estimativas da OMS para o ano de 2007 (WHO, 2009) o Casos novos no mundo: 9,27 milhões. A maioria desses casos estaria nas regiões da Ásia (55%) e da África (31%), enquanto as regiões do Mediterrâneo Oriental (6%), Europa (5%) e Américas (3%) teriam os menores percentuais. o O Brasil é um dos 22 países priorizados pela OMS que concentram 80% da carga mundial de TB. Em 2009, foram notificados 72 mil casos novos, correspondendo a um coeficiente de incidência de 38/100.000 habitantes. Destes, 41mil foram bacilíferos (casos com baciloscopia de escarro positiva. Esses indicadores colocam o Brasil na 19ª posição em relação ao número de casos e na 104ª posição em relação ao coeficiente de incidência (WHO, 2009). o O Brasil vem buscando nas articulações intersetoriais a resposta para a epidemia concentrada que temos em algumas populações, especialmente na população indígena, na população privada de liberdade, nas pessoas em situação de rua, nas pessoas vivendo com o HiV e naqueles vivendo em situação de extrema pobreza, todos com riscos aumentados de desenvolver a doença. o Anualmente ainda morrem 4,5 mil pessoas por tuberculose, doença curável e evitável. Em sua maioria, os óbitos ocorrem nas regiões metropolitanas e em unidades hospitalares. Em 2008, a TB foi a quarta Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ____________________________________________________________ causa de morte por doenças infecciosas e a primeira causa de morte dos pacientes com aids (SIM) Fisiopatologia • A Tuberculose é transmitida de pessoa a pessoa, principalmente através do ar. A fala, o espirro e, principalmente, a tosse de um doente de Tuberculose pulmonar bacilífera lança no ar gotículas, de tamanhos variados, contendo no seu interior o bacilo. As gotículas mais pesadas depositam-se rapidamente no solo, enquanto que as mais leves podem permanecer em suspensão por diversas horas. Somente os núcleos secos das gotículas (núcleo de Wells), com diâmetro de até 5µ e com 1 a 2 bacilos em suspensão, podem atingir os bronquíolos e alvéolos e aí iniciar sua multiplicação. Em sua maioria, as gotículas médias são retidas pela mucosa do trato respiratório superior e removidas dos brônquios através do mecanismo mucociliar. Os bacilos assim removidos são deglutidos, inativados pelo suco gástrico e eliminados nas fezes. Os bacilos que se depositam nas roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se dispersarão em aerossóis e, por isso, não desempenham papel importante na transmissão da doença. • Período de incubação → Após a infecção transcorrem, em média, 4 a 12 semanas para a detecção das lesões primárias. • Fatores de riscos para infecção e evolução da doença: condições socioeconômicas e algumas condições médicas (diabetes mellitus, silicose, uso prolongado de corticosteróide ou outros imunossupressores, neoplasias, uso de drogas e infecção pelo HIV). A evolução do quadro depende se é uma primo infecção ou uma reinfecção • A TB pode ocorrer em 3 estágios: Infecção primária, latente e ativa: o Primária: Inalação de partículas pequenas (que atravessam as defesas do TRS) → Se depositam profundamente no pulmão (Geralmente nos espaços aéreos subpleurais dos lobos)→ infecção inicia a partir de um único núcleo de gotícula (núcleo de wells) → bacilos M. tuberculosis são ingeridos pelos macrófagos alveolares → Aqueles que não são mortos pelos macrófagos se replicam dentro dele, sendo mortos posteriormente com auxílio de linfócitos CD8+ → Células inflamatórias são atraídas → Pneumonite focal → evoluindo para os tubérculos (observados na histologia). Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ____________________________________________________________ o Semanas iniciais → Alguns macrófagos são transportados para linfonodos regionais (hilar; mediastinal) → Alcançam a circulação → Disseminação hematogênica → Qualquer parte do corpo → porção apical-posterior dos pulmões, epífises dos ossos longos, rins, corpos vertebrais e meninges. o Meningite tuberculosa: É uma das complicações mais graves da Tuberculose. Os sintomas são febre baixa, cefaleia constante, náuseas e sonolência, que pode progredir para torpor e coma. Os sinais de Kernig e Brudzinski podem ser positivos. As fases são o 1: sem alteração da consciência e líquor anormal o 2: sonolência ou estupor com sinal neurológico focal o 3: coma o Convulsões podem se desenvolver em decorrência de trombose de um vaso cerebral principal. Sintomas neurológicos focais sugerem um tuberculoma. o Transmissão • A transmissão é plena enquanto o doente com a forma clínica de Tuberculose pulmonar bacilífera eliminar bacilos e não tiver iniciado o tratamento. Com o esquema terapêutico recomendado, a transmissão é reduzida, gradativamente, a níveis insignificantes, ao fim de poucos dias ou semanas. As crianças com Tuberculose pulmonar geralmente não são infectantes. Sinais e Sintomas • Na TB ativa→ anorexia, fadiga e perda ponderal, que se desenvolvem gradualmente ao longo de várias semanas, ou ter sintomas mais específicos. • Tosse é muito comum. A princípio, ela pode ser minimamente produtiva de escarro amarelo ou verde, frequentemente ao levantar de manhã, mas a tosse pode ficar mais produtiva com a evolução da doença. • Hemoptise só ocorre com tuberculose cavitária (devido a danos granulomatosos nos vasos, mas às vezes por causa de crescimento fúngico na cavidade). • A febre baixa é comum, mas não invariável. Suores noturnos são sintomas clássicos, mas não são tão comuns e nem tão específicos para tuberculose. Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ____________________________________________________________ Dispneia pode ser o resultado de envolvimento de parênquima pulmonar, pneumotórax espontâneo, ou tuberculose pleural com derrame. • Na coinfecção pelo HIV muitas vezes a apresentação clínica é atípica por causa da deficiência de DTH; é mais provável que os pacientes tenham sintomas extrapulmonares ou disseminação da doença. Tratamento • Tratamento supervisionado: Para pctes que se enquadrem em situação de vulnerabilidade o Importante: Instituir tratamento supervisionado para todos os casos com baciloscopia positiva Realizar baciloscopia de controle Realizar consultas de acompanhamento Realizar visita domiciliar • Indicação: a) casos novos adultos e adolescentes (> 10 anos), de todas as formas de tuberculose pulmonar e extrapulmonar (exceto a forma meningoencefálica), infectados ou não por HIV; e • b) retratamento: recidiva (independentemente do tempo decorrido do primeiro episódio) ou retorno após abandono com doença ativa em adultos e adolescentes (>10 anos), exceto a forma meningoencefálica. • A apresentação farmacológica desse esquema passa a ser em comprimidos de doses fixas combinadas dos quatro medicamentos (RHZE), nas seguintes dosagens: R 150mg, H 75mg, Z 400mg e E 275mg. • As drogas utilizadas nos esquemas padronizados peloMinistério de Saúde são: Isoniazida – H; Rifampicina – R; Pirazinamida – Z; Estreptomicina – S; Etambutol – E; Etionamida – Et. Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ____________________________________________________________ Para crianças <10 anos: Indicação: • a) casos novos de crianças (< 10 anos), de todas as formas de tuberculose pulmonar e extrapulmonar (exceto a forma meningoencefálica), infectados ou não pelo HIV; e • b) retratamento: recidiva (independentemente do tempo decorrido do primeiro episódio) ou retorno após abandono com doença ativa em crianças (< 10 anos), exceto a forma meningoencefálica. Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ____________________________________________________________ Prevenção • Vacinação com BCG→ Ofertada no SUS, protege a criança das formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a tuberculose meníngea. • Tratamento da Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis → O tratamento da Infecção Latente da Tuberculose (ILTB) importante para evitar o desenvolvimento da tuberculose ativa, especialmente nos contatos domiciliares, nas crianças e nos indivíduos com condições especiais, como imunossupressão pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), comorbidades associadas ou uso de alguns medicamentos.
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