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AO JUÍZO DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE MACAÉ – RIO DE JANEIRO GERSON, brasileiro, solteiro, médico, inscrito no CPF sob o n. xxx, portador do RG n. xxx, residente e domiciliado na Rua xxx nº xxx em Vitória/ES, CEP: xxx, com endereço eletrônico: xxx, por seu advogado, com endereço profissional na Rua xxx, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor a presente: AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO Em face de BERNARDO, brasileiro, viúvo, inscrito no CPF sob o n. xxx, portador do RG n. xxx, residente e domiciliado na Rua xxx nº xxx em Salvador/Ba, CEP: xxx, com endereço eletrônico: xxx e JANAINA, menor impúbere, neste ato devidamente representada por sua genitora XXXX brasileira, inscrita no CPF sob o n. xxx, portadora do RG n. xxx, residente e domiciliada na Rua xxx nº xxx em Macaé/RJ, CEP: xxx, com endereço eletrônico: xxx, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor: I. DOS FATOS O Autor, é credor do Réu Bernardo, conforme nota promissória anexa aos autos, da qual venceu em 10/10/2016, e não obteve a satisfação do seu crédito na data acordada. Ocorre que logo após o vencimento da referida dívida, de maneira desleal e astuciosa, o Réu Bernardo, doou os seus dois imóveis, um situado na cidade de Aracruz/ES e outro na cidade de Linhares/ES, ambos de valor equivalente a 300.000,00 (trezentos mil reais). Conforme consta na Matrícula do Imóvel registrada em cartório, a doação foi realizada com cláusula de usufruto, vitalício, a sua filha Janaína, menor impúbere, residente com a sua genitora, na cidade de Macaé/RJ. Atualmente, os imóveis, por intermédio da representante legal da usufrutuária, sua progenitora, encontram-se alugados a terceiros. Desta forma, o Autor não encontrou outra saída diante a dissimulação em prejuízo, que não seja mover a presente demanda. II. DAS PRELIMINARES II.I. Da gratuidade de justiça A parte autora é hipossuficiente e não tem condição de arcar com custas e despesas processuais, sem prejuízo próprio e ou de sua família, de forma que faz jus ao benefício da gratuidade judicial, conforme preconiza o art. 98 do Código de Processo Civil. II.II. Da audiência de conciliação ou mediação O Autor manifesta interesse na realização da audiência de conciliação, ou mediação. III. DOS FUNDAMENTOS A transmissão de propriedade ocorreu, propositalmente, logo após o vencimento da dívida, é incontestavelmente anulável o negócio jurídico realizado entre as partes com a finalidade reduzir as garantias e condições de cobranças do credor. Tanto é que as doações se deram logo após o vencimento da dívida contraída, tornando-se insolvente. Restando em nítida fraude contra credores, sujeitando-se, assim, a anulação das transações, conforme o dispositivo do art. 158 do Código Civil: Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. Ademais, o negócio jurídico também está prejudicado quanto ao vício de nulidade, visto que a flagrante simulação da doação ocorrida a menor impúbere, com o estabelecimento de cláusula de usufruto vitalício para o Réu, mantendo este, o domínio de fato sobre os bens. Neste sentido, dispõe o art. 171, II do Código Civil, vejamos: Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. Isto posto, faz jus o Autor, ao pedir o acolhimento do pedido de anulação de negócio jurídico vicioso e que lhe seja garantido o direito à satisfação do crédito imediatamente. IV. DOS PEDIDOS Diante dos fatos, o Autor, requer: a) Gratuidade de justiça; b) Designação da audiência de conciliação ou mediação e intimação dos Réus para seu comparecimento; c) Citação dos Réus para integrar a relação processual, bem como contestação a ação; d) Provar os fatos alegados por todos os meios de provas em direito admitidos, em especial, a documental e a testemunhal; e) Que seja julgado procedente o pedido para declarar a anulação do negócio jurídico; f) Que seja julgado procedente o pedido para condenar os Réus nas custas processuais e nos honorários advocatícios. Dá-se à causa o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais). Nestes termos, pede deferimento. Cidade, dia, mês, ano ADVOGADO OAB/ESTADO xxx
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