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1 Luana Mascarenhas Couto- 18.2 EBMSP Psicopatologia Aula 1: Noções de Psicopatologia Estuda o transtorno mental em seus vários aspectos: causas, alterações funcionais e estruturais, métodos de investigação e manifestações (sinais e sintomas). - Descreve fenômenos. Psicopatologia x psiquiatria: - Psiquiatria: aplicação pratica da psicopatologia. - Psicopatologia: é uma ciência normativa que estuda e classifica fenômenos sem objetivar tratamento e assistência mais organizacional. Forma e conteúdo dos sintomas: - Avaliação do paciente: Forma dos sintomas: alucinação, delírios, labilidade afetiva; patogênese (a forma do sintoma, igual para todos os indivíduos). Conteúdo: culpa, religioso, perseguição, grandeza; patoplastia cada pessoa manifesta o conteúdo de acordo com a sua vivência. Os conteúdos dos sintomas se relacionam com temas centrais da existência. Fenômenos em Psicopatologia: - O estudo da doença mental inicia-se pela observação cuidadosa de suas manifestações. - Funções psíquicas: Devemos observar que as distintas áreas ou funções psíquicas não são autônomas, separadas umas das outras, ou seja, uma influencia a outra. Não existem funções psíquicas isoladas. Consciência está relacionada à vigilância, nível de alerta. Disponibilidade mental para o meio externo. Representa o todo momentâneo das atividades mentais ou conjunto dos rendimentos psíquicos num dado instante. OBS: Alterações quantitativas da consciência: obnubilçação (turvação da consciência rebaixamento leve a moderado), torpor (estado marcante de turvação, com incapacidade de ações espontâneas), coma (grau mais profundo de rebaixamento, sem qualquer atividade voluntária consciente). Atenção: a direção da consciência (como se fosse um filtro), concentração. Representa um conjunto de processos psíquicos para: selecionar, filtrar e organizar informações. OBS: Dois campos da atenção: vigilância (capacidade de prestar atenção a novos estímulos do ambiente) e tenacidade (capacidade de conseguir manter o foco da atenção). Estão relacionadas, uma influencia à outra, por exemplo: se eu estiver hipervigilante, não consigo manter o foco em outras coisas. OBS1: O nível de consciência afeta a atenção, mas o contrario é difícil. Orientação: capacidade de se situar no tempo e espaço, além das nossas informações autobiográficas. OBS: Orientação autopsiquica- nome, idade, profissão; Orientação alopsiquicas- relacionado ao tempo e espaço. OBS1: Nível de consciência e orientação pouco se altera em doenças mentais. Quando há alteração é uma alteração orgânica de lesões cerebrais. Memória: está relacionada à codificação, armazenamento e evocação de experiências, impressões e informações. Depende do nível de consciência, atenção, do estado emocional, interesse e motivação e o contexto externo. OBS: A memória é extremamente influenciada. OBS1: Classificação da memória segundo o tempo: imediata (segundos a minutos), de curto prazo (minutos a horas) e longo prazo (remota- dias a anos). OBS2: Classificação da memória de longo prazo: explícita (declarativa- conhecimento consciente, por exemplo: nome dos pais, rosto de pessoas); implícita (não declarativa- sem consciência ou esforço, é automática, por exemplo: andar de bicicleta). 2 Luana Mascarenhas Couto- 18.2 EBMSP OBS3: Outras classificações: de trabalho (segundo a minutos), episódica (fatos e eventos), semântica (conhecimentos gerais) e de procedimentos (habilidades). Afetividade: é um termo abrangente. Abriga várias instâncias afetivas. OBS: Afeto: não está relacionado a relacionamentos afetivos na psicopatologia. É o grau de emoção que a pessoa coloca em determinado discurso ou ideia. Não está relacionado a pessoas. Por exemplo: falar de algo triste, a pessoa transparece emoção de tristeza. OBS1: Humor: tônus afetivo quando ele está reduzido, menor interação com o meio externo é algo constante, é a base que a partir disso conseguimos expressar emoções e sentimentos. depressão/deprimida. OBS2: Emoções: reações afetivas momentâneas mais viscerais por exemplo: ansiedade, angústia, tristeza, raiva, etc. Labilidade emocional. OBS3: Sentimentos: estados afetivos mais estáveis. Associados a conteúdo intelectual: expectativa de algo, desprezo por algo ou alguém ou remorso por algo. Pensamento: significa ficar suspenso, examinar e ponderar. Está relacionado a atividades fundamentais: elaborar conceitos, formar juízos- estabelecer relação entre 2 o mais conceitos, raciocínio- relacionar juízos formando novos. OBS: Pensamentos mágicos: fazer associação de juízos que não tem relações lógicas superstições. Linguagem: representa o sistema de signos fonéticos e gráficos. É um processo intermediário entre o pensamento e o mundo externo. OBS: Avaliamos o pensamento através da linguagem. Sensopercepção: a forma como aprendemos através sensações tato, paladar, propriocepção, visão, etc. Ou seja, a sensação é um fenômeno percebido gerado por estimulos, já a percepção é a tomada de consciência do estimulo sensorial. OBS: Características da sensopercepção: nitidez, corporeidade, estabilidade, extrojeção (vem de fora de você), ininfuencibilidade voluntária (não depende da nossa vontade), completude. OBS1: Sensopercepção x representação: é a reapresentação de uma imagem na consciência, sem a presença real, externa, do objeto que, em um primeiro momento, gerou uma imagem sensorial poucos detalhes, sem nitidez. OBS2: Alteração de sensopercepção: Alucinação: percebe estimulos que não existem, porém têm todas as características da sensopercepção nitidez, etc e Ilusão: sujeito percebe algo real de uma forma errada. OBS3: Pseudoalucinação: o paciente não lhe traz informações nítidas está relacionado mais a representação. OBS4: Delírio x alucinação: o delírio é alteração do conteúdo do pensamento, ou seja, da parte cognitiva, do campo das ideias, é algo irrefutável. Já a alucinação é uma alteração de sensopercepção, ou seja, dos sentidos, por exemplo, ouvir vozes que não existem. Vontade/volição/conação: é a nossa expressão da vontade própria. O processo volitivo: intenção ou proposito (desejo), deliberação (como se fosse um planejamento de como colocar em prática à vontade), decisão (qual caminho que escolhemos para satisfazer a vontade, demarca o começo da ação) e execução. Psicomotricidade: é a execução em si da vontade, ou seja, é a 4ª etapa do processo volitivo, a etapa de execução. 3 Luana Mascarenhas Couto- 18.2 EBMSP Está relacionado a ações motoras com um conteúdo psíquico. Juízo de realidade: é a capacidade de julgar se algo existe ou não existe. É capacidade de avaliar realidades e atribuir valores a essas realidades, por exemplo, é bom ou mau? Certo ou errado? Confiável ou perigoso? Como avaliar as funções psíquicas? Aula 2: Anamnese em Saúde Mental Entrevista Psiquiátrica A entrevista é o método individual essencial para avaliar um paciente que exibe sinais e sintomas de uma psicopatologia. - O psiquiatra busca entender a situação vivenciada pelo paciente no contexto de sua consulta e seu ambiente. (Patoplastia os sintomas variarem de acordo com cada pessoa). - Objetivos da entrevista: Formulação de um diagnóstico; Formulação de um prognóstico; Planejamento terapêutico. Importante salientar que a entrevista psiquiátrica não é um interrogatório, mas também não é só um bate-papo. Ou seja, busca-se estabelecer uma relação afetiva/reflexiva, o que chamamos de empatia (capacidade de se colocar no lugar do outro). A entrevista psiquiátrica se difere da entrevista médica tradicional por incluir: - Um exame completodo desenvolvimento do paciente; - Envolver sentimentos sobre eventos de vida importantes; - Exploração de relacionamentos interpessoais significativos; - Padrões de adaptação de traços de caráter. OBS: Importante avaliar tais tópicos dentro de um contexto do paciente. Processos e etapas da entrevista: Inicialmente deve-se explicar ao paciente a finalidade do atendimento. OBS: A presença de familiares que contribuam com dados sobre o caso pode ser utilizado, porém de acordo com a concordância do paciente. OBS1: Escolher um ambiente que confira privacidade. - Segurança de conforto: Garantir a própria segurança é fundamental; Prever rotas de saída; Antecipar comportamentos agressivos; Atender com outras pessoas presentes se preciso + comunicar ao paciente pode ajudar a se acalmar; Assegurar o conforto do paciente. 4 Luana Mascarenhas Couto- 18.2 EBMSP - Etapas: introdução/aberta/corpo da entrevista/devolutiva e encerramento. - Processos: Vínculo: depende do canal de comunicação. Definido como uma força de ligação entre o entrevistador e o paciente, o chamado rapport. OBS: Tipos de vínculos: autenticidade, empatia, conhecimento, aliança terapêutica e liderança. Empatia: facilita e aprofunda a ligação com o paciente. Além disso, sinaliza ao paciente que o médico compreende e sente pesar pelo seu sofrimento. Importante não existir preconceitos e julgamentos morais. É perigoso em casos de espiral paranoica (exemplo: o paciente achar que você sabe e está envolvido na perseguição). Conhecimento: serve para consolidar o vínculo. Demonstra conhecimento médico técnico acerca do problema. Importante usar uma linguagem técnica, porém didática. Tem como principal objetivo tornar o paciente seguro. O que ajuda: falar da doença, a prevalência, os sintomas, etc. Aliança terapêutica: sinalizar ao paciente que aceitamos sua visão e somos o seu aliado. É importante para: comunicar diagnóstico, estabelecer estratégia de tratamento e aumentar a chance de adesão. Técnicas que ajudam: expressar aceitação, empatia e compaixão. Liderança: controle e direcionamento do vínculo. Sinalizar ao paciente que está interessado na sua melhora e que tem condições de guia-lo até lá (estabelecer metas). Procedimentos: Apresentação e cumprimentos; identificação e informações básicas; anamnese psiquiátrica; exame psíquico; exame físico e neurológico; comunicação de diagnóstico e prognóstico (explicar sobre os problemas); proposta de tratamento; orientação e prescrições e marcação de retorno. OBS: Primeiro deve atender o paciente e depois entrevistar o familiar, a não ser que a paciente faça o pedido. OBS1: O exame físico é feito caso haja sintomas é algo direcionado. OBS2: Sempre fazer uma devolutiva para o paciente, através da comunicação de diagnóstico e prognóstico, explicar sobre problemas e proposta de tratamento e por fim, fazer as orientações e prescrições. Técnicas: é a realização do processo de comunicação propriamente dito, ou seja, é a execução da entrevista. Tem como objetivos: obtenção de informações, aumento da confiabilidade e validade das informações e manejo do vínculo. OBS: Usamos a técnica do funil: questões abertas questões focadas questões fechadas. Usada para levantar informações. OBS1: Questões abertas: geram respostas autênticas, espontâneas e individuais, contudo geram respostas longas, vagas, incompletas e com baixa confiabilidade. Tem utilidade na queixa principal e perspectiva subjetiva do paciente. Tem respostas subjetivas. OBS2: Questões focadas: gera respostas autênticas e individuais, mas restringem o foco. É útil em queixas secundárias e para testar hipóteses diagnósticas. OBS3: Questões fechadas: gera respostas rápidas, precisas e com alta confiabilidade, porém geram indução de respostas falsas positivas, inibem expressão emocional e visão do problema pelo paciente. Útil na exclusão de sintomas e uma cobertura completa. Tem como resposta sim ou não. É utilizada mais após os sintomas dispostos pelo paciente. Mensagem: “Eu o compreendo”. Mensagem: “Eu conheço o seu problema”. Mensagem: “Eu estou do seu lado”. Mensagem: “Pode contar comigo”. 5 Luana Mascarenhas Couto- 18.2 EBMSP OBS4: Técnicas de esclarecimento: usada para esclarecer alguma demanda que ficou estranha. Sondagem: Usada quando o paciente atribui um significado bizarro ou muito pessoal para vivência e não é claro quanto às suas razões. Serve para esclarecer a natureza delirante, crítica e obter expressão emocional. É feito através de perguntas sobre pensamentos, interpretações e sentimentos do paciente acerca da vivência ou evento. Interrelacionamento: Usado quando o paciente relaciona eventos de maneira ilógica. É um pedido de explicação lógica do paciente. Sumário: Usado para devolver ao paciente o que você entendeu da fala dele. É importante quando o paciente é vago. Regras Básicas da Entrevista: No começo, deixar o paciente falar livremente e depois questionar sobre temas ou pontos duvidosos. Saber quando e como interromper o paciente, a fim de evitar cortar o fluxo da comunicação, mas impedindo discursos prolixos que atrapalhem a obtenção da história. É importante controlar e dirigir a entrevista. Devem-se evitar perguntas mecânicas e com respostas dicotômicas, visando um dialogo tão informal quanto possível. Por exemplo: Você está ansioso? Não aceitar jargões fornecidos pelo paciente. Por exemplo: Estou nervoso, tenho pânico. Certificar-se que o paciente compreende as perguntas utilizar termos acessíveis e sem termos médicos. Averiguar a segurança do paciente e desenvolver um plano para possíveis emergências. Rever históricos anteriores e gerenciar o tempo. Anamnese: Estrutura e conteúdo: - Estrutura: Identificação: nome, data de nascimento, estado civil, naturalidade, procedência, sexo, religião, escolaridade e profissão. QP: foco da história atual. Deve ser sucinta e redigida com as palavras do paciente. Motivo do atendimento: se faz necessário quando há ausência de crítica de Exemplo: Médico- Como está seu apetite? Paciente: Não muito bom, como a comida está sempre com gosto estranho, tenho evitado comer. Médico: E por que você acha que a comida tem estado com gosto estranho? Paciente: É coisa da operação lava-jato. Exemplo: Médico- E como é a relação da operação lava-jato e relaciona com a mudança da gosto de comida? Paciente: Soube que Mouro colocou na comida para detectar corruptos. Exemplo: Médico- Você tem comido pouco porque tem receio da substância da lava-jato está colocando na comida para detectar criminosos. É isso? Paciente: É isso mesmo. Não fiz nada de errado, mas vai que dá errado comigo. 6 Luana Mascarenhas Couto- 18.2 EBMSP doença no paciente. Por exemplo: o conteúdo é fornecido por familiar, vizinho, policial ou outro profissional de saúde. História da doença atual (HMA): correlacionar a QP com dados da história, detalhar a história e colocar os sintomas psiquiátricos recentes (início, frequência, intensidade/duração, fatores precipitantes, agravantes ou amenizadores, sintomas associados). Episódios psiquiátricos anteriores da queixa principal devem ser relatados aqui. História Patológica pregressa: frequência, intensidade e duração de sintomas anteriores, fatores precipitantes, amenizadores ou agravantes, tratamento medicamentoso e hospitalizações prévias, investigar abuso ou dependência de substâncias, ideação ou tentativa de suicídio passado. História Fisiológica e pessoal: investigar comorbidades e medicamentos em uso, DNPM, dados patológicos prévios/alergiasmedicamentosas, história médica familiar, padrão de sono, regulação do peso, funcionamento sexual. História Psicossocial (HPS): Investigar a dinâmica familiar e papel que o indivíduo ocupa na sociedade, investigar a rede de apoio, se é casado, se tem filhos, escolaridade, lazer, escolaridade, crenças, religião, questionar história prévia ou atual violência doméstica ou outro tipo de abuso. História Familiar: devem-se obter informações quanto à história psicopatológica em parentes de 1º grau, além de avós, tios e primos. História Psiquiátrica Familiar; Exame do estado mental. Aula 3: Exame Psíquico Também conhecido como exame do estado mental, exame mental, exame psicopatológico ou exame psiquiátrico representa o primeiro contato com o paciente, antes mesmo da identificação. Ou seja, iremos avaliar o comportamento do paciente. A coleta da anamnese e o exame psíquico são simultâneos. - O que é relatado pelo paciente deve ser incluído na anamnese; - O que é observado pelo examinador representa o exame psíquico. No exame psíquico são descritas apenas alterações presenciadas durante a entrevista. - O que traz que expressões como “no momento” ou “durante a entrevista” são redundantes. O exame psíquico depende: - Profissional em saúde mental; - Paciente; - Técnica de entrevista; - Ambiente/contexto; - Registro do prontuário e da escrita. OBS: Nem sempre a anamnese e o exame psíquico trazem dados concordantes. São instrumentos complementares. Funções avaliadas no exame psíquico: - Apresentação/aparência: vamos avaliar o vestuário, a higiene e a atitude do paciente. Como descrever: aparência adequada, bem vestida, higienizada, demonstra aparência de boa apresentação. Atitude (calmo e colaborativo), (hostil e ameaçador), (ansioso, angustiado). - Nível de consciência: avaliar o quantitativo (nível) e qualitativo (campo). Alerta: acordado e com respostas adequadas para as perguntas; Sonolência: acorda ao chamado e respostas adequadas; 7 Luana Mascarenhas Couto- 18.2 EBMSP Obnubilação: sonolência mais profunda e responde em voz alta ou após estímulo moderado. Torpor: sonolência profunda, responde parcialmente somente a estímulos dolorosos; Coma: não abre os olhos, nem emite sons, mesmo com estímulos vigorosos. OBS: No exame psíquico avaliaremos apenas o quantitativo. OBS1: De obnubilação para baixo é sempre patológico. - Atitude: descrito como hostil, ameaçadora, agressivo, angustia, calmo e colaborativo. - Atenção: iremos avaliar a atenção voluntária= tenacidade permanecer atento a algo /involuntária=vigilância novos estímulos. Hiper/hipo/normo-vigil; Hiper/hipo/normo-tenaz. Incapaz de manter atenção voluntariamente ou consegue manter a atenção durante a consulta. OBS: A tenacidade pode influenciar na vigilância e vice-versa. - Orientação: avaliar a orientação autopsiquica (quem sou eu?) e alopsíquica (onde estou, quando estou?) Como descrever: (des)orientado autopsiquicamente, (des)orientado no tempo e/ou espaço. - Memória recente e remota: avaliar a memória de trabalho, a recente e a remota. Como descrever: Sem alterações mnêmicas evidenciadas durante a anamnese ou prejuízo da memória recente, por exemplo. - Linguagem e pensamento: avaliar o curso, a forma e o conteúdo do pensamento. Curso: avalia a velocidade acelerado ou rápido, lento e interrompido; Forma (A forma que se fala): avalia a organização do discurso, ou seja, se as ideias tem conexão organizado ou desorganizado, prolixo, afrouxamento das ideias, desagregado, incoerente, confuso, perseverativo, concreto ou empobrecido; Conteúdo (O que se fala): trata-se do elemento que preenche a estrutura do processo de pensar (perseguição). Os principais sintomas psicopatológicos são: persecutório, depreciativo, religioso, de poder, riqueza ou grandeza. OBS: Delírio: alteração da atribuição da realidade absoluta a determinado pensamento. Paciente apresenta um pensamento irrefutável. OBS1: Pode ter mais de uma alteração. - Humor e afeto: avaliar o humor e a modulação afetiva. Humor (tônus emocional, não varia muito): em eutimia (normal), sem polarização patológica; triste; alegre, eufórico, maníaco; ansioso; disfórico (irritabilidade intensa), irritado. Afeto (o quanto de expressão emocional no seu discurso): modula normalmente, modula pouco, labilidade afetiva (emoções variam muito rápidas ou são exageradas). OBS: O modula normalmente é a compatibilidade da expressão emocional e o discurso. - Vontade: avaliar as alterações quantitativas (hipobulia, hiperbulia, abulia), impulsos e compulsões. Hipobulia/abulia: perde a capacidade de responder por si mesmo; Impulsos: exacerbação da vontade própria; Compulsões (executa algo contra a sua vontade): atos e comportamento repetitivos. Como descrever: volição normal, apresenta-se abúlico, apresenta impulsos heteroagressivos. - Sensopercepção: (alteração dos órgãos do sentido) avaliar as ilusões e alucinações. Ilusões: quando a paciente pega um estímulo real e emprega-o de uma forma diferente. Alucinações: apreende estímulo que não existe. 8 Luana Mascarenhas Couto- 18.2 EBMSP Como descrever: nega alteração sensoperceptiva, nem há comportamento sugestivo. Presença de alucinações auditivas, visuais, etc. OBS: As sensoperceções não são descritas no exame psíquico, caso não esteja ocorrendo naquele momento. - Psicomotricidade: avaliar as alterações quantitativas, qualitativas e presença de movimentos voluntários e involuntários. Quantitativas: lentificação psicomotora, estupor, inquietação/agitação (coloca em vida a sua vida e a de terceiros); Qualitativas: ecopraxia (paciente imita tudo o que você faz e fala), estereotipia (execução de movimento repetitivo), maneirismos (execução de movimento de forma bizarra). - Insight/ crítica/ autopatognose: interpreta aquilo dentro de um conceito patológico. Quando o paciente procura o médico, pois percebe algum problema. Como descrever: tem ou não insight. - Juízo da realidade: capacidade do paciente avaliar o que é real e o que não é. Como descrever: Alterado por delírio ou não alterado. Vídeo do Youtube: - Nível de consciência: alerta; - Apresentação/aparência: bem vestido, cabelo cortado, sem alterações da higiene; - Atitude: hostil e agressivo em relação aos policiais; - Atenção: normo-vigil e normo-tenaz; - Orientação: orientado em tempo e espaço e orientado autopsicamente; - Memória recente e remota: sem alteração de memória; - Humor e afeto: disfórico e modula normalmente; - Linguagem e pensamento: acelerado, organizado na forma e delírio de grandeza, místico-religioso no conteúdo; - Vontade: volição normal; -Sensopercepção: sem alteração de sensopercepção; - Psicomotricidade: agitado/inquieto; - Insight: Sem insight; - Juízo de realidade: alterado por delírio.
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