Buscar

Noções de Psicopatologia

Prévia do material em texto

1 Luana Mascarenhas Couto- 18.2 EBMSP 
Psicopatologia 
Aula 1: Noções de Psicopatologia 
Estuda o transtorno mental em seus vários 
aspectos: causas, alterações funcionais e 
estruturais, métodos de investigação e 
manifestações (sinais e sintomas). 
- Descreve fenômenos. 
Psicopatologia x psiquiatria: 
- Psiquiatria: aplicação pratica da 
psicopatologia. 
- Psicopatologia: é uma ciência normativa que 
estuda e classifica fenômenos sem objetivar 
tratamento e assistência  mais organizacional. 
Forma e conteúdo dos sintomas: 
- Avaliação do paciente: 
 Forma dos sintomas: alucinação, delírios, 
labilidade afetiva; patogênese (a forma 
do sintoma, igual para todos os 
indivíduos). 
 Conteúdo: culpa, religioso, perseguição, 
grandeza; patoplastia  cada pessoa 
manifesta o conteúdo de acordo com a 
sua vivência. 
 Os conteúdos dos sintomas se relacionam 
com temas centrais da existência. 
Fenômenos em Psicopatologia: 
- O estudo da doença mental inicia-se pela 
observação cuidadosa de suas manifestações. 
- Funções psíquicas: 
 Devemos observar que as distintas áreas 
ou funções psíquicas não são autônomas, 
separadas umas das outras, ou seja, uma 
influencia a outra. Não existem funções 
psíquicas isoladas. 
 Consciência  está relacionada à 
vigilância, nível de alerta. Disponibilidade 
mental para o meio externo. Representa o 
todo momentâneo das atividades 
mentais ou conjunto dos rendimentos 
psíquicos num dado instante. 
OBS: Alterações quantitativas da consciência: 
obnubilçação (turvação da consciência  
rebaixamento leve a moderado), torpor (estado 
marcante de turvação, com incapacidade de 
ações espontâneas), coma (grau mais profundo 
de rebaixamento, sem qualquer atividade 
voluntária consciente). 
 Atenção: a direção da consciência 
(como se fosse um filtro), concentração. 
Representa um conjunto de processos 
psíquicos para: selecionar, filtrar e 
organizar informações. 
OBS: Dois campos da atenção: vigilância 
(capacidade de prestar atenção a novos 
estímulos do ambiente) e tenacidade 
(capacidade de conseguir manter o foco da 
atenção).  Estão relacionadas, uma influencia 
à outra, por exemplo: se eu estiver hipervigilante, 
não consigo manter o foco em outras coisas. 
OBS1: O nível de consciência afeta a atenção, 
mas o contrario é difícil. 
 Orientação: capacidade de se situar no 
tempo e espaço, além das nossas 
informações autobiográficas. 
OBS: Orientação autopsiquica- nome, idade, 
profissão; Orientação alopsiquicas- relacionado 
ao tempo e espaço. 
OBS1: Nível de consciência e orientação pouco 
se altera em doenças mentais. Quando há 
alteração é uma alteração orgânica de lesões 
cerebrais. 
 Memória: está relacionada à codificação, 
armazenamento e evocação de 
experiências, impressões e informações. 
Depende do nível de consciência, 
atenção, do estado emocional, interesse 
e motivação e o contexto externo. 
OBS: A memória é extremamente influenciada. 
OBS1: Classificação da memória segundo o 
tempo: imediata (segundos a minutos), de curto 
prazo (minutos a horas) e longo prazo (remota- 
dias a anos). 
OBS2: Classificação da memória de longo prazo: 
explícita (declarativa- conhecimento consciente, 
por exemplo: nome dos pais, rosto de pessoas); 
implícita (não declarativa- sem consciência ou 
esforço, é automática, por exemplo: andar de 
bicicleta). 
 
 
2 Luana Mascarenhas Couto- 18.2 EBMSP 
OBS3: Outras classificações: de trabalho 
(segundo a minutos), episódica (fatos e eventos), 
semântica (conhecimentos gerais) e de 
procedimentos (habilidades). 
 Afetividade: é um termo abrangente. 
Abriga várias instâncias afetivas. 
OBS: Afeto: não está relacionado a 
relacionamentos afetivos na psicopatologia. É o 
grau de emoção que a pessoa coloca em 
determinado discurso ou ideia. Não está 
relacionado a pessoas. Por exemplo: falar de 
algo triste, a pessoa transparece emoção de 
tristeza. 
OBS1: Humor: tônus afetivo  quando ele está 
reduzido, menor interação com o meio externo  
é algo constante, é a base que a partir disso 
conseguimos expressar emoções e sentimentos. 
 depressão/deprimida. 
OBS2: Emoções: reações afetivas momentâneas 
mais viscerais  por exemplo: ansiedade, 
angústia, tristeza, raiva, etc.  Labilidade 
emocional. 
OBS3: Sentimentos: estados afetivos mais estáveis. 
Associados a conteúdo intelectual: expectativa 
de algo, desprezo por algo ou alguém ou 
remorso por algo. 
 Pensamento: significa ficar suspenso, 
examinar e ponderar. Está relacionado a 
atividades fundamentais: elaborar 
conceitos, formar juízos- estabelecer 
relação entre 2 o mais conceitos, 
raciocínio- relacionar juízos formando 
novos. 
OBS: Pensamentos mágicos: fazer associação de 
juízos que não tem relações lógicas  
superstições. 
 
 Linguagem: representa o sistema de 
signos fonéticos e gráficos. É um processo 
intermediário entre o pensamento e o 
mundo externo. 
OBS: Avaliamos o pensamento através da 
linguagem. 
 Sensopercepção: a forma como 
aprendemos através sensações  tato, 
paladar, propriocepção, visão, etc. Ou 
seja, a sensação é um fenômeno 
percebido gerado por estimulos, já a 
percepção é a tomada de consciência 
do estimulo sensorial. 
OBS: Características da sensopercepção: nitidez, 
corporeidade, estabilidade, extrojeção (vem de 
fora de você), ininfuencibilidade voluntária (não 
depende da nossa vontade), completude. 
OBS1: Sensopercepção x representação: é a 
reapresentação de uma imagem na 
consciência, sem a presença real, externa, do 
objeto que, em um primeiro momento, gerou 
uma imagem sensorial  poucos detalhes, sem 
nitidez. 
OBS2: Alteração de sensopercepção: 
Alucinação: percebe estimulos que não existem, 
porém têm todas as características da 
sensopercepção  nitidez, etc e Ilusão: sujeito 
percebe algo real de uma forma errada. 
OBS3: Pseudoalucinação: o paciente não lhe traz 
informações nítidas  está relacionado mais a 
representação. 
OBS4: Delírio x alucinação: o delírio é alteração 
do conteúdo do pensamento, ou seja, da parte 
cognitiva, do campo das ideias, é algo 
irrefutável. Já a alucinação é uma alteração de 
sensopercepção, ou seja, dos sentidos, por 
exemplo, ouvir vozes que não existem. 
 Vontade/volição/conação: é a nossa 
expressão da vontade própria. O processo 
volitivo: intenção ou proposito (desejo), 
deliberação (como se fosse um 
planejamento de como colocar em 
prática à vontade), decisão (qual 
caminho que escolhemos para satisfazer 
a vontade, demarca o começo da ação) 
e execução. 
 Psicomotricidade: é a execução em si da 
vontade, ou seja, é a 4ª etapa do 
processo volitivo, a etapa de execução. 
 
 
3 Luana Mascarenhas Couto- 18.2 EBMSP 
Está relacionado a ações motoras com 
um conteúdo psíquico. 
 Juízo de realidade: é a capacidade de 
julgar se algo existe ou não existe. É 
capacidade de avaliar realidades e 
atribuir valores a essas realidades, por 
exemplo, é bom ou mau? Certo ou 
errado? Confiável ou perigoso? 
 
Como avaliar as funções psíquicas? 
 
Aula 2: Anamnese em Saúde Mental 
Entrevista Psiquiátrica 
A entrevista é o método individual essencial para 
avaliar um paciente que exibe sinais e sintomas 
de uma psicopatologia. 
- O psiquiatra busca entender a situação 
vivenciada pelo paciente no contexto de sua 
consulta e seu ambiente. (Patoplastia  os 
sintomas variarem de acordo com cada pessoa). 
- Objetivos da entrevista: 
 Formulação de um diagnóstico; 
 Formulação de um prognóstico; 
 Planejamento terapêutico. 
Importante salientar que a entrevista psiquiátrica 
não é um interrogatório, mas também não é só 
um bate-papo. Ou seja, busca-se estabelecer 
uma relação afetiva/reflexiva, o que chamamos 
de empatia (capacidade de se colocar no lugar 
do outro). 
A entrevista psiquiátrica se difere da entrevista 
médica tradicional por incluir: 
- Um exame completodo desenvolvimento do 
paciente; 
- Envolver sentimentos sobre eventos de vida 
importantes; 
- Exploração de relacionamentos interpessoais 
significativos; 
- Padrões de adaptação de traços de caráter. 
OBS: Importante avaliar tais tópicos dentro de um 
contexto do paciente. 
Processos e etapas da entrevista: 
Inicialmente deve-se explicar ao paciente a 
finalidade do atendimento. 
OBS: A presença de familiares que contribuam 
com dados sobre o caso pode ser utilizado, 
porém de acordo com a concordância do 
paciente. 
OBS1: Escolher um ambiente que confira 
privacidade. 
- Segurança de conforto: 
 Garantir a própria segurança é 
fundamental; 
 Prever rotas de saída; 
 Antecipar comportamentos agressivos; 
 Atender com outras pessoas presentes se 
preciso + comunicar ao paciente pode 
ajudar a se acalmar; 
 Assegurar o conforto do paciente. 
 
 
 
4 Luana Mascarenhas Couto- 18.2 EBMSP 
- Etapas: introdução/aberta/corpo da 
entrevista/devolutiva e encerramento. 
- Processos: 
 Vínculo: depende do canal de 
comunicação. Definido como uma força 
de ligação entre o entrevistador e o 
paciente, o chamado rapport. 
OBS: Tipos de vínculos: autenticidade, empatia, 
conhecimento, aliança terapêutica e liderança. 
 Empatia: facilita e aprofunda a 
ligação com o paciente. Além disso, 
sinaliza ao paciente que o médico 
compreende e sente pesar pelo seu 
sofrimento. Importante não existir 
preconceitos e julgamentos morais. É 
perigoso em casos de espiral 
paranoica (exemplo: o paciente 
achar que você sabe e está 
envolvido na perseguição). 
 
 Conhecimento: serve para 
consolidar o vínculo. Demonstra 
conhecimento médico técnico 
acerca do problema. Importante 
usar uma linguagem técnica, porém 
didática. Tem como principal 
objetivo tornar o paciente seguro. O 
que ajuda: falar da doença, a 
prevalência, os sintomas, etc. 
 
 
 Aliança terapêutica: sinalizar ao 
paciente que aceitamos sua visão e 
somos o seu aliado. É importante 
para: comunicar diagnóstico, 
estabelecer estratégia de 
tratamento e aumentar a chance de 
adesão. Técnicas que ajudam: 
expressar aceitação, empatia e 
compaixão. 
 
 Liderança: controle e 
direcionamento do vínculo. Sinalizar 
ao paciente que está interessado na 
sua melhora e que tem condições de 
guia-lo até lá (estabelecer metas). 
 Procedimentos: Apresentação e 
cumprimentos; identificação e 
informações básicas; anamnese 
psiquiátrica; exame psíquico; exame físico 
e neurológico; comunicação de 
diagnóstico e prognóstico (explicar sobre 
os problemas); proposta de tratamento; 
orientação e prescrições e marcação de 
retorno. 
OBS: Primeiro deve atender o paciente e depois 
entrevistar o familiar, a não ser que a paciente 
faça o pedido. 
OBS1: O exame físico é feito caso haja sintomas 
 é algo direcionado. 
OBS2: Sempre fazer uma devolutiva para o 
paciente, através da comunicação de 
diagnóstico e prognóstico, explicar sobre 
problemas e proposta de tratamento e por fim, 
fazer as orientações e prescrições. 
 Técnicas: é a realização do processo de 
comunicação propriamente dito, ou seja, 
é a execução da entrevista. Tem como 
objetivos: obtenção de informações, 
aumento da confiabilidade e validade 
das informações e manejo do vínculo. 
OBS: Usamos a técnica do funil: questões abertas 
 questões focadas  questões fechadas. 
Usada para levantar informações. 
OBS1: Questões abertas: geram respostas 
autênticas, espontâneas e individuais, contudo 
geram respostas longas, vagas, incompletas e 
com baixa confiabilidade. Tem utilidade na 
queixa principal e perspectiva subjetiva do 
paciente. Tem respostas subjetivas. 
OBS2: Questões focadas: gera respostas 
autênticas e individuais, mas restringem o foco. É 
útil em queixas secundárias e para testar 
hipóteses diagnósticas. 
OBS3: Questões fechadas: gera respostas rápidas, 
precisas e com alta confiabilidade, porém geram 
indução de respostas falsas positivas, inibem 
expressão emocional e visão do problema pelo 
paciente. Útil na exclusão de sintomas e uma 
cobertura completa. Tem como resposta sim ou 
não. É utilizada mais após os sintomas dispostos 
pelo paciente. 
 
Mensagem: “Eu o compreendo”. 
Mensagem: “Eu conheço o seu 
problema”. 
Mensagem: “Eu estou do seu lado”. 
Mensagem: “Pode contar comigo”. 
 
5 Luana Mascarenhas Couto- 18.2 EBMSP 
OBS4: Técnicas de esclarecimento: usada para 
esclarecer alguma demanda que ficou estranha. 
 Sondagem: Usada quando o 
paciente atribui um significado 
bizarro ou muito pessoal para 
vivência e não é claro quanto às 
suas razões. Serve para esclarecer a 
natureza delirante, crítica e obter 
expressão emocional. É feito através 
de perguntas sobre pensamentos, 
interpretações e sentimentos do 
paciente acerca da vivência ou 
evento. 
 
 
 
 
 
 Interrelacionamento: Usado quando 
o paciente relaciona eventos de 
maneira ilógica. É um pedido de 
explicação lógica do paciente. 
 
 
 
 
 Sumário: Usado para devolver ao 
paciente o que você entendeu da 
fala dele. É importante quando o 
paciente é vago. 
 
 
 
 
Regras Básicas da Entrevista: 
No começo, deixar o paciente falar livremente e 
depois questionar sobre temas ou pontos 
duvidosos. 
Saber quando e como interromper o paciente, a 
fim de evitar cortar o fluxo da comunicação, mas 
impedindo discursos prolixos que atrapalhem a 
obtenção da história. 
É importante controlar e dirigir a entrevista. 
Devem-se evitar perguntas mecânicas e com 
respostas dicotômicas, visando um dialogo tão 
informal quanto possível. Por exemplo: Você está 
ansioso? 
Não aceitar jargões fornecidos pelo paciente. Por 
exemplo: Estou nervoso, tenho pânico. 
Certificar-se que o paciente compreende as 
perguntas  utilizar termos acessíveis e sem 
termos médicos. 
Averiguar a segurança do paciente e 
desenvolver um plano para possíveis 
emergências. 
Rever históricos anteriores e gerenciar o tempo. 
Anamnese: Estrutura e conteúdo: 
- Estrutura: 
 Identificação: nome, data de nascimento, 
estado civil, naturalidade, procedência, 
sexo, religião, escolaridade e profissão. 
 QP: foco da história atual. Deve ser 
sucinta e redigida com as palavras do 
paciente. 
 Motivo do atendimento: se faz necessário 
quando há ausência de crítica de 
Exemplo: Médico- Como está seu apetite? 
Paciente: Não muito bom, como a comida está 
sempre com gosto estranho, tenho evitado comer. 
Médico: E por que você acha que a comida tem 
estado com gosto estranho? 
Paciente: É coisa da operação lava-jato. 
 
Exemplo: Médico- E como é a relação da 
operação lava-jato e relaciona com a mudança 
da gosto de comida? 
Paciente: Soube que Mouro colocou na comida 
para detectar corruptos. 
 
Exemplo: Médico- Você tem comido pouco porque 
tem receio da substância da lava-jato está 
colocando na comida para detectar criminosos. É 
isso? 
Paciente: É isso mesmo. Não fiz nada de errado, 
mas vai que dá errado comigo. 
 
 
6 Luana Mascarenhas Couto- 18.2 EBMSP 
doença no paciente. Por exemplo: o 
conteúdo é fornecido por familiar, vizinho, 
policial ou outro profissional de saúde. 
 História da doença atual (HMA): 
correlacionar a QP com dados da história, 
detalhar a história e colocar os sintomas 
psiquiátricos recentes (início, frequência, 
intensidade/duração, fatores 
precipitantes, agravantes ou 
amenizadores, sintomas associados). 
Episódios psiquiátricos anteriores da 
queixa principal devem ser relatados 
aqui. 
 História Patológica pregressa: frequência, 
intensidade e duração de sintomas 
anteriores, fatores precipitantes, 
amenizadores ou agravantes, tratamento 
medicamentoso e hospitalizações prévias, 
investigar abuso ou dependência de 
substâncias, ideação ou tentativa de 
suicídio passado. 
 História Fisiológica e pessoal: investigar 
comorbidades e medicamentos em uso, 
DNPM, dados patológicos prévios/alergiasmedicamentosas, história médica familiar, 
padrão de sono, regulação do peso, 
funcionamento sexual. 
 História Psicossocial (HPS): Investigar a 
dinâmica familiar e papel que o indivíduo 
ocupa na sociedade, investigar a rede de 
apoio, se é casado, se tem filhos, 
escolaridade, lazer, escolaridade, 
crenças, religião, questionar história prévia 
ou atual violência doméstica ou outro tipo 
de abuso. 
 História Familiar: devem-se obter 
informações quanto à história 
psicopatológica em parentes de 1º grau, 
além de avós, tios e primos. 
 História Psiquiátrica Familiar; 
 Exame do estado mental. 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 3: Exame Psíquico 
Também conhecido como exame do estado 
mental, exame mental, exame psicopatológico 
ou exame psiquiátrico representa o primeiro 
contato com o paciente, antes mesmo da 
identificação. Ou seja, iremos avaliar o 
comportamento do paciente. 
A coleta da anamnese e o exame psíquico são 
simultâneos. 
- O que é relatado pelo paciente deve ser 
incluído na anamnese; 
- O que é observado pelo examinador representa 
o exame psíquico. 
No exame psíquico são descritas apenas 
alterações presenciadas durante a entrevista. 
- O que traz que expressões como “no momento” 
ou “durante a entrevista” são redundantes. 
O exame psíquico depende: 
- Profissional em saúde mental; 
- Paciente; 
- Técnica de entrevista; 
- Ambiente/contexto; 
- Registro do prontuário e da escrita. 
OBS: Nem sempre a anamnese e o exame 
psíquico trazem dados concordantes. São 
instrumentos complementares. 
Funções avaliadas no exame psíquico: 
- Apresentação/aparência: vamos avaliar o 
vestuário, a higiene e a atitude do paciente. 
 Como descrever: aparência adequada, 
bem vestida, higienizada, demonstra 
aparência de boa apresentação. Atitude 
(calmo e colaborativo), (hostil e 
ameaçador), (ansioso, angustiado). 
- Nível de consciência: avaliar o quantitativo 
(nível) e qualitativo (campo). 
 Alerta: acordado e com respostas 
adequadas para as perguntas; 
 Sonolência: acorda ao chamado e 
respostas adequadas; 
 
7 Luana Mascarenhas Couto- 18.2 EBMSP 
 Obnubilação: sonolência mais profunda e 
responde em voz alta ou após estímulo 
moderado. 
 Torpor: sonolência profunda, responde 
parcialmente somente a estímulos 
dolorosos; 
 Coma: não abre os olhos, nem emite sons, 
mesmo com estímulos vigorosos. 
OBS: No exame psíquico avaliaremos apenas o 
quantitativo. 
OBS1: De obnubilação para baixo é sempre 
patológico. 
- Atitude: descrito como hostil, ameaçadora, 
agressivo, angustia, calmo e colaborativo. 
- Atenção: iremos avaliar a atenção voluntária= 
tenacidade  permanecer atento a algo 
/involuntária=vigilância  novos estímulos. 
 Hiper/hipo/normo-vigil; 
 Hiper/hipo/normo-tenaz. 
 Incapaz de manter atenção 
voluntariamente ou consegue manter a 
atenção durante a consulta. 
OBS: A tenacidade pode influenciar na vigilância 
e vice-versa. 
- Orientação: avaliar a orientação autopsiquica 
(quem sou eu?) e alopsíquica (onde estou, 
quando estou?) 
 Como descrever: (des)orientado 
autopsiquicamente, (des)orientado no 
tempo e/ou espaço. 
- Memória recente e remota: avaliar a memória 
de trabalho, a recente e a remota. 
 Como descrever: Sem alterações 
mnêmicas evidenciadas durante a 
anamnese ou prejuízo da memória 
recente, por exemplo. 
- Linguagem e pensamento: avaliar o curso, a 
forma e o conteúdo do pensamento. 
 Curso: avalia a velocidade  acelerado 
ou rápido, lento e interrompido; 
 Forma (A forma que se fala): avalia a 
organização do discurso, ou seja, se as 
ideias tem conexão  organizado ou 
desorganizado, prolixo, afrouxamento das 
ideias, desagregado, incoerente, confuso, 
perseverativo, concreto ou empobrecido; 
 Conteúdo (O que se fala): trata-se do 
elemento que preenche a estrutura do 
processo de pensar (perseguição). Os 
principais sintomas psicopatológicos são: 
persecutório, depreciativo, religioso, de 
poder, riqueza ou grandeza. 
OBS: Delírio: alteração da atribuição da 
realidade absoluta a determinado pensamento. 
Paciente apresenta um pensamento irrefutável. 
OBS1: Pode ter mais de uma alteração. 
- Humor e afeto: avaliar o humor e a modulação 
afetiva. 
 Humor (tônus emocional, não varia 
muito): em eutimia (normal), sem 
polarização patológica; triste; alegre, 
eufórico, maníaco; ansioso; disfórico 
(irritabilidade intensa), irritado. 
 Afeto (o quanto de expressão emocional 
no seu discurso): modula normalmente, 
modula pouco, labilidade afetiva 
(emoções variam muito rápidas ou são 
exageradas). 
OBS: O modula normalmente é a 
compatibilidade da expressão emocional e o 
discurso. 
- Vontade: avaliar as alterações quantitativas 
(hipobulia, hiperbulia, abulia), impulsos e 
compulsões. 
 Hipobulia/abulia: perde a capacidade de 
responder por si mesmo; 
 Impulsos: exacerbação da vontade 
própria; 
 Compulsões (executa algo contra a sua 
vontade): atos e comportamento 
repetitivos. 
 Como descrever: volição normal, 
apresenta-se abúlico, apresenta impulsos 
heteroagressivos. 
- Sensopercepção: (alteração dos órgãos do 
sentido) avaliar as ilusões e alucinações. 
 Ilusões: quando a paciente pega um 
estímulo real e emprega-o de uma forma 
diferente. 
 Alucinações: apreende estímulo que não 
existe. 
 
8 Luana Mascarenhas Couto- 18.2 EBMSP 
 Como descrever: nega alteração 
sensoperceptiva, nem há comportamento 
sugestivo. Presença de alucinações 
auditivas, visuais, etc. 
OBS: As sensoperceções não são descritas no 
exame psíquico, caso não esteja ocorrendo 
naquele momento. 
- Psicomotricidade: avaliar as alterações 
quantitativas, qualitativas e presença de 
movimentos voluntários e involuntários. 
 Quantitativas: lentificação psicomotora, 
estupor, inquietação/agitação (coloca 
em vida a sua vida e a de terceiros); 
 Qualitativas: ecopraxia (paciente imita 
tudo o que você faz e fala), estereotipia 
(execução de movimento repetitivo), 
maneirismos (execução de movimento de 
forma bizarra). 
- Insight/ crítica/ autopatognose: interpreta aquilo 
dentro de um conceito patológico. Quando o 
paciente procura o médico, pois percebe algum 
problema. 
 Como descrever: tem ou não insight. 
- Juízo da realidade: capacidade do paciente 
avaliar o que é real e o que não é. 
 Como descrever: Alterado por delírio ou 
não alterado. 
Vídeo do Youtube: 
- Nível de consciência: alerta; 
- Apresentação/aparência: bem vestido, cabelo 
cortado, sem alterações da higiene; 
- Atitude: hostil e agressivo em relação aos 
policiais; 
- Atenção: normo-vigil e normo-tenaz; 
- Orientação: orientado em tempo e espaço e 
orientado autopsicamente; 
- Memória recente e remota: sem alteração de 
memória; 
- Humor e afeto: disfórico e modula normalmente; 
- Linguagem e pensamento: acelerado, 
organizado na forma e delírio de grandeza, 
místico-religioso no conteúdo; 
- Vontade: volição normal; 
-Sensopercepção: sem alteração de 
sensopercepção; 
- Psicomotricidade: agitado/inquieto; 
- Insight: Sem insight; 
- Juízo de realidade: alterado por delírio.

Continue navegando