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Sistema Endócrino - Glândulas Suprarenais

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Sistema Endócrino – 
Glândulas Suprarrenais 
YASMIN AZEVEDO NEVES 
Anatomia e Histologia das Glândulas 
Suprarrenais – Região Cortical e Medular 
ANATOMIA: O par de glândulas suprarrenais 
consiste em órgãos piramidais ou em forma de 
lua crescente localizados no polo superior dos 
rins. Cada glândula suprarrenal é suprida por até 
60 pequenas artérias suprarrenais, que formam 
três grupos: as artérias suprarrenais superiores 
provenientes da artéria frênica inferior, as artérias 
suprarrenais médias provenientes da parte 
abdominal da aorta e as artérias suprarrenais 
inferiores provenientes da artéria renal. A veia 
suprarrenal esquerda drena o sangue para a veia 
renal, enquanto a veia suprarrenal direita drena 
para a veia cava inferior. O suprimento nervoso é 
formado quase exclusivamente por fibras 
simpáticas para a medula da glândula suprarrenal 
(discutida na p. 498). Cada glândula suprarrenal 
consiste em duas glândulas endócrinas em uma. 
A medula da glândula suprarrenal parece-se mais 
com um agrupamento de neurônios do que com 
uma glândula, deriva da crista neural e participa 
da parte simpática do SNA. O córtex da glândula 
suprarrenal, que circunda a medula e forma a 
maior parte da glândula, deriva do mesoderma 
somático. O córtex e a medula secretam 
hormônios de tipos químicos completamente 
diferentes, mas todos os hormônios suprarrenais 
ajudam os indivíduos a lidar com situações 
extremas associadas a perigo, terror ou estresse. 
- Medula da glândula suprarrenal: A medula da 
glândula suprarrenal, localizada centralmente, faz 
parte do SNA, então falaremos pouco sobre ela 
aqui. Suas células cromafins medulares esféricas 
são neurônios simpáticos pós-ganglionares que 
secretam os hormônios derivados de amina 
epinefrina e norepinefrina no sangue para 
melhorar a resposta de lutar ou fugir. Esses 
hormônios são armazenados em vesículas 
secretórias dentro da célula, que podem ser 
coradas com sais contendo o metal cromo 
(cromafins significa literalmente “afinidade com o 
cromo”). Na medula da glândula suprarrenal as 
células cromafins estão organizadas em 
agrupamentos esféricos, com alguns cordões 
ramificados. 
- Córtex da glândula suprarrenal: O espesso 
córtex da glândula suprarrenal secreta uma série 
de hormônios, todos eles hormônios esteroides 
baseados em lipídio. Microscopicamente, esse 
córtex exibe três camadas distintas, ou zonas. Da 
externa para a interna, tais zonas são: 
1. Zona glomerulosa, que contém células 
organizadas em agrupamentos esféricos 
(glomérulo = novelo de lã). 
2. Zona fasciculada, cujas células estão 
organizadas em cordões paralelos (fascículo = 
feixe de bastões paralelos) e contêm gotículas 
lipídicas abundantes. 
3. Zona reticular, cujas células estão organizadas 
em uma rede ramificada (retículo = rede) e coram 
intensamente com corante rosa eosina. 
Os hormônios secretados pelo córtex da glândula 
suprarrenal são corticosteroides, que, com os 
hormônios sexuais, são os principais hormônios 
esteroides do corpo. Os corticosteroides adrenais 
enquadram- -se em duas classes principais: 
mineralocorticoides e glicocorticoides. 
 Mineralocorticoides: O principal 
mineralocorticoide, chamado aldosterona, 
é secretado pela zona glomerulosa em 
resposta a um declínio no volume 
sanguíneo ou na pressão arterial, como 
ocorre na hemorragia grave. A 
aldosterona é o hormônio terminal 
secretado por uma cascata complexa de 
secreções hormonais iniciada nos rins em 
resposta ao baixo volume sanguíneo ou à 
baixa pressão arterial (o mecanismo 
renina-angiotensina). Para compensar 
qualquer um dos dois declínios, a 
aldosterona sinaliza os ductos renais para 
reabsorverem mais sódio no sangue; a 
água escoa passivamente, aumentando o 
volume sanguíneo. 
 Glicocorticoides: Os glicocorticoides, dos 
quais o cortisol é o tipo principal, são 
secretados pela zona fasciculada e pela 
zona reticular para ajudar o corpo a 
enfrentar situações estressantes como o 
jejum, a ansiedade, o trauma, as multidões 
e a infecção. Em essência, os 
glicocorticoides mantêm suficientemente 
elevados os níveis de glicose sanguínea 
para suportarem as atividades cerebrais, 
obrigando ao mesmo tempo a maioria das 
outras células do corpo a escolher as 
gorduras e os aminoácidos como fontes 
de energia. Os glicocorticoides também 
redirecionam os linfócitos circulantes para 
os tecidos linfáticos e periféricos, onde se 
encontra a maioria dos patógenos. No 
entanto, quando presentes em grande 
quantidade, os glicocorticoides deprimem 
a resposta inflamatória e inibem o sistema 
imune. Na realidade os glicocorticoides, 
como a cortisona e a prednisona, são 
administrados como medicamentos anti-
inflamatórios para tratar a artrite 
reumatoide, a tendinite, lesões articulares 
e outros transtornos inflamatórios. 
A glândula suprarrenal responde ao estresse de 
curto prazo e ao estresse prolongado. A inervação 
simpática da medula da glândula suprarrenal ativa 
a resposta ao estresse de curto prazo. Em 
resposta ao estresse prolongado, o hipotálamo 
libera o hormônio liberador de corticotropina 
(CRH). Esse hormônio alcança o lobo anterior da 
hipófise e estimula a secreção do hormônio 
adrenocorticotrópico (ACTH), que segue para o 
córtex da glândula suprarrenal, onde sinaliza a 
secreção de glicocorticoides e 
mineralocorticoides. 
 Androgênios suprarrenais A zona reticular 
também secreta grandes quantidades de 
um hormônio androgênio chamado 
desidroepiandrosterona (DHEA), cuja 
função ainda é obscura. Após sua secreção 
(pela via estresse-CRH-ACTH) e sua 
liberação pelo córtex da glândula 
suprarrenal, o DHEA é convertido em 
testosterona e estrogênios nos tecidos 
periféricos. Os possíveis efeitos benéficos 
do DHEA incluem o com�bate ao estresse, 
o reforço da imunidade e a melhoria do 
humor. Sugere-se que o DHEA também 
seja uma molécula antienvelhecimento. Os 
níveis de DHEA são altos no início da vida 
adulta e diminuem com a idade. Os usos 
clínicos desse hormônio ainda não foram 
suficientemente fundamentados pela 
pesquisa científica. 
 
 
HISTOLOGIA: As adrenais são duas glândulas 
achatadas com forma de meia-lua, cada uma 
situada sobre o polo superior de cada rim e, por 
isso, também são chamadas de suprarrenais. Ao 
menor aumento observa-se de fora para dentro 
as seguintes estruturas: cápsula, camada cortical 
ou córtex da adrenal e a camada medular. A 
cápsula é constituída de tecido conjuntivo denso 
que envia septos delgados ao interior da 
glândula. 
 
 
Região cortical 
Localiza-se abaixo da cápsula e é constituída por 
três camadas: zona glomerulosa, zona fasciculada 
e zona reticulada. 
o Zona glomerulosa 
Está logo abaixo da cápsula e é composta 
de células piramidais ou colunares, 
organizadas em cordões que têm forma 
de arcos envolvidos por capilares 
sanguíneos 
 
o Zona fasciculada 
É formada por células cuboides que se 
dispõem em cordões paralelos entre si e 
perpendiculares à cápsula. Suas células 
contêm muitos lipídeos que nos 
preparados dissolvem-se dando um 
aspecto vacuolizado e, devido a tal fato, 
também são conhecidas como 
espongiócitos. 
 
o Zona reticulada 
É a zona mais interna da região cortical, as 
células dispõem-se em cordões 
irregulares, formando um aspecto de rede, 
entremeados por capilares sinusóides. 
Essas células são menores do que das 
outras duas camadas, com menos gotas 
de lipídeo no citoplasma e são acidófilas 
pela abundância de lisossomas. 
Região medular 
A medulada adrenal é composta de células 
poliédricas organizadas em cordões ou 
aglomerados arredondados, sustentados por uma 
rede de fibras reticulares. Além das células do 
parênquima, há células ganglionares 
parassimpáticas. Todas essas células são 
envolvidas por uma abundante rede de vasos 
sanguíneos. 
 
 
 
 
Ação dos Glicocorticoides e sua Relação 
com o Sistema Imune e Ação Metabólica 
As glândulas suprarrenais estão localizadas na 
cavidade retroperitoneal acima de cada rim. As 
glândulas suprarrenais são, na verdade, duas 
glândulas distintas, a medula suprarrenal e o 
córtex suprarrenal, cujas secreções são essenciais 
para a vida. Quando corrigidas em função do 
peso, essas glândulas recebem o maior fluxo de 
sangue de todos os órgãos do corpo. A medula 
suprarrenal, a zona interna da glândula, compõe 
aproximadamente 20% do tecido. A medula 
suprarrenal é de origem neuroectodérmica e 
secreta as catecolaminas epinefrina e 
norepinefrina. O córtex suprarrenal, a zona 
externa da glândula, é de origem mesodérmica e 
tem três camadas distintas. Ele compõe 80% do 
tecido suprarrenal e secreta hormônios esteroides 
adrenocorticais. O córtex suprarrenal se diferencia 
por volta da 8 a semana gestacional e é 
responsável pela produção de esteroides 
suprarrenais fetais em toda a vida intrauterina. 
Logo após o nascimento, o córtex suprarrenal 
fetal começa a involuir, finalmente desaparece e é 
substituído pelo córtex suprarrenal adulto em três 
camadas. 
- Regulação da Secreção de Glicocorticoides e 
Androgênios Suprarrenais: Característica 
impressionante da regulação da secreção do 
cortisol são a sua natureza pulsátil e seu padrão 
diurno (diário). O perfil diário dos níveis de 
cortisol, no sangue, é caracterizado por média de 
10 surtos de secreção, durante o período de 24 
horas. As mais baixas intensidades de secreção 
ocorrem durante as primeiras horas da noite e 
logo após adormecer (p. ex., à meia-noite), e as 
maiores intensidades de secreção ocorrem 
somente antes de acordar pela manhã (p. ex., 8 
horas). O maior surto de secreção de cortisol, 
antes do despertar, é responsável por metade da 
secreção diária total de cortisol. Outros esteroides 
suprarrenais (p. ex., os androgênios suprarrenais) 
são secretados em padrões diurnos de surtos 
semelhantes. A secreção de ACTH também 
apresenta o mesmo padrão diurno; na verdade, é 
o padrão da secreção de ACTH que orienta o 
padrão diurno de secreção de hormônios e 
esteroides. 
A secreção de glicocorticoides, pela zona 
fasciculada/reticular, é regulada exclusivamente 
pelo eixo hipotálamo-hipofisário. O CRH é 
secretado pelo hipotálamo e age nos 
corticotrofos da hipófise anterior, provocando a 
secreção de ACTH. Por sua vez, o ACTH atua 
sobre as células do córtex suprarrenal para 
estimular a síntese e a secreção dos hormônios 
adrenocorticais. 
 
 O CRH é polipeptídeo que contém 41 
aminoácidos. É secretado por células dos 
núcleos paraventriculares do hipotálamo. 
Como outros hormônios hipotalâmicos 
que agem sobre a adenohipófise, o CRH 
chega à hipófise pelo sangue porta 
hipotalâmico-hipofisário. No lobo anterior, 
atua sobre os corticotrofos por meio do 
mecanismo de adenilil ciclase/AMPc que 
causa secreção de ACTH para a corrente 
sanguínea. 
 O ACTH, o hormônio da adenohipófise, 
tem vários efeitos sobre o córtex 
suprarrenal. Os efeitos imediatos do ACTH 
são o de estimular a transferência do 
colesterol armazenado para a mitocôndria, 
para estimular a ligação do colesterol ao 
citocromo P-450 e para ativar a colesterol 
desmolase. Os efeitos, a longo prazo, do 
ACTH incluem a estimulação da 
transcrição dos genes para o citocromo P-
450 e para adrenoxina e regulação para 
cima dos receptores de ACTH. Os efeitos 
crônicos dos níveis elevados de ACTH 
incluem hipertrofia e hiperplasia das 
células corticais suprarrenais, mediado por 
fatores de crescimento locais (p. ex., IGF-
2). Como notado, ACTH tem padrão 
secretor pulsátil e diurno que gera o 
padrão paralelo de secreção de cortisol. O 
pico noturno de ACTH (i.e., anterior ao 
despertar) é produzido, por sua vez, pelo 
surto da secreção de CRH. O “relógio 
interno” que determina o padrão diurno 
pode ser deslocado por alternância do 
ciclo sono-vigília (p. ex., variando o horário 
de dormir e de despertar). O padrão 
diurno é abolido por coma, cegueira ou 
exposição constante à luz ou ao escuro. 
 A retroalimentação negativa é exercida 
pelo cortisol em três pontos no eixo 
hipotálamo-hipófise. (1) O cortisol inibe 
diretamente a secreção de CRH do 
hipotálamo. (2) O cortisol inibe, 
indiretamente, a secreção de CRH, pelos 
efeitos sobre os neurônios do hipocampo, 
que fazem sinapse no hipotálamo. (3) O 
cortisol inibe a ação do CRH na 
adenohipófise, resultando em inibição da 
secreção de ACTH. Assim, a deficiência 
crônica de cortisol leva à estimulação do 
eixo CRH�ACTH e a níveis aumentados de 
ACTH; excesso crônico de cortisol leva à 
inibição (supressão) do eixo CRH-ACTH e 
diminuição dos níveis de ACTH. 
 O teste de supressão com dexametasona 
baseia-se nos efeitos de retroalimentação 
negativa do cortisol sobre o eixo CRH-
ACTH. A dexametasona é glicocorticoide 
sintético com todas as ações do cortisol, 
incluindo o efeito de feedback negativo 
sobre a secreção de ACTH. Quando dose 
pequena de dexametasona é administrada 
a pessoa saudável, ela inibe (ou “suprime”) 
a secreção de ACTH, assim como o 
cortisol, o glicocorticoide natural, o faz. O 
nível reduzido de ACTH, então, provoca 
redução da secreção de cortisol, que é 
medida no teste. O principal uso do teste 
de supressão com dexametasona é em 
pessoas com hipercortisolismo (níveis 
elevados de cortisol). O teste é usado para 
determinar se o hipercortisolismo é 
causado por tumor secretor de ACTH ou 
por tumor secretor de cortisol no córtex 
suprarrenal. Se a causa do 
hipercortisolismo for tumor secretor de 
ACTH da adenohipófise, dose baixa de 
dexametasona não suprime a secreção de 
cortisol, mas dose elevada de 
dexametasona o faz. (A secreção de ACTH 
pelo tumor é menos sensível à 
retroalimentação negativa pelos 
glicocorticoides do que o tecido 
adenohipofisário normal.) Se a causa do 
hipercortisolismo for tumor cortical 
suprarrenal, então, nem a dose baixa, nem 
a elevada de dexametasona suprime a 
secreção de cortisol. (A secreção de 
cortisol pelo tumor é autônoma e não é 
afetada por variações do nível de ACTH.) 
- Ações dos Glicocorticoides: Os glicocorticoides 
são essenciais para a vida. Se o córtex suprarrenal 
for removido ou se não estiver funcionando, 
glicocorticoides exógenos devem ser 
administrados ou ocorrerá morte. As ações dos 
glicocorticoides (p. ex., cortisol) são essenciais 
para a gliconeogênese, reatividade vascular às 
catecolaminas, supressão das respostas 
inflamatórias e imunológicas e modulação da 
função do SNC. 
1.Estimulação da gliconeogênese. A ação 
importante do cortisol é a de promover a 
gliconeogênese e o armazenamento de 
glicogênio. Em geral, os efeitos do cortisol são 
catabólicos e diabetogênicos. O cortisol afeta o 
metabolismo das proteínas, das gorduras e dos 
carboidratos de modo coordenado, aumentando 
a síntese da glicose como segue: O cortisol 
aumenta o catabolismo proteico no músculo e 
diminui a síntese de novas proteínas, 
proporcionando, assim, mais aminoácidos para o 
fígado para a gliconeogênese. O cortisol aumenta 
a lipólise, que fornece glicerol adicional para o 
fígado, para a gliconeogênese. Por fim, o cortisol 
diminui a utilização da glicose pelos tecidos e 
diminui a sensibilidade à insulina do tecido 
adiposo. Os glicocorticoides são essenciais para a 
sobrevida durante o jejum, porque estimulam 
essas vias gliconeogênicas. No hipocortisolismo 
(p. ex., insuficiência suprarrenalprimária, doença 
de Addison), ocorre hipoglicemia. No 
hipercortisolismo (p. ex., síndrome de Cushing) 
ocorre hiperglicemia. 
2. Efeitos anti-inflamatórios. O cortisol tem três 
ações que interferem na resposta inflamatória do 
organismo aos traumatismos e irritantes. (1) O 
cortisol induz a síntese de lipocortina, um inibidor 
da enzima fosfolipase A2 . A fosfolipase A2 libera 
ácido araquidônico, dos fosfolipídios da 
membrana e fornece o precursor para as 
prostaglandinas e leucotrienos que medeiam a 
resposta inflamatória. Portanto, esse componente 
do efeito anti-inflamatório do cortisol é baseado 
na inibição da síntese do precursor das 
prostaglandinas e leucotrienos. (2) Cortisol inibe a 
produção de interleucina-2 (IL-2) e a proliferação 
de linfócitos T. (3) Cortisol inibe a liberação de 
histamina e serotonina pelos mastócitos e 
plaquetas. 
3.Supressão da resposta imune. Como observado 
acima, o cortisol inibe a produção de IL-2 e a 
proliferação dos linfócitos T, que também são 
críticos para a imunidade celular. Os glicorticoides 
exógenos podem ser administrados, 
terapeuticamente, para suprimir a resposta imune 
e prevenir a rejeição de órgãos transplantados. 
4.Manutenção da reatividade vascular às 
catecolaminas. O cortisol é necessário para a 
manutenção da pressão arterial normal e 
desempenha papel permissivo nas arteríolas 
regulando para cima os receptores α1 -
adrenérgicos. Dessa maneira, o cortisol é 
necessário para a resposta vasoconstritora das 
arteríolas às catecolaminas. No hipocortisolismo, 
ocorre hipotensão; no hipercortisolismo, ocorre 
hipertensão. 
5.Inibição da formação óssea. O cortisol inibe a 
formação óssea pela diminuição da síntese do 
colágeno tipo I, o principal componente da matriz 
óssea; diminuindo a formação de novo tecido 
ósseo por osteoblastos e diminuindo a absorção 
intestinal de Ca 2+ . 
6.Aumento da filtração glomerular (TFG). O 
cortisol aumenta a TFG causando vasodilatação 
das arteríolas aferentes, aumentando, assim, o 
fluxo sanguíneo renal e a TFG. 
7.Efeitos no SNC. Os receptores de 
glicocorticoides são encontrados no cérebro, 
particularmente no sistema límbico. O cortisol 
diminui o sono REM, aumenta o sono de ondas 
lentas e aumenta o tempo de vigília. (Lembre-se 
de que os maiores surtos de ACTH e de cortisol 
ocorrem, imediatamente, antes de acordar.) 
 
O Eixo Hipotálamo-Hipófise-Suprarrenais 
– Feedback, Síntese e Ação 
A hipófise, ou glândula pituitária, é considerada 
uma glândula muito importante e conhecida até 
mesmo como glândula mestre, por secretar 
hormônios que controlam outras glândulas no 
organismo e desempenham inúmeras atividades. 
Ela faz parte do sistema endócrino. Está localizada 
na base do crânio, especificamente na sela túrcica 
(uma pequena fosseta do osso esfenoide), que 
aloja a hipófise. Uma “conexão” muito importante 
que temos em nosso organismo é a conexão 
entre hipotálamo e hipófise, conhecido como eixo 
hipotálamo-hipofisário. O hipotálamo é uma 
região do diencéfalo, que faz a ligação do sistema 
nervoso com o sistema endócrino. É ele quem 
coordena a atividade da hipófise, por meio de 
hormônios liberadores. Ou seja, algum estímulo 
chega ao hipotálamo e estimula a liberação de 
determinado hormônio liberador. Esse 
determinado hormônio liberador chega à hipófise 
e a estimula, fazendo com a glândula secrete o 
hormônio (de acordo com o hormônio liberador, 
por exemplo, o frio estimula o hipotálamo a 
liberar o TRH – Hormônio liberador de 
Tireotrofina. Esse TRH estimula a hipófise a 
produzir e secretar o TSH – Hormônio Estimulante 
da Tireoide, que então é liberado e vai estimular a 
tireoide e assim em diante). A neuro-hipófise, 
como já fora dito, NÃO produz hormônios, mas 
secreta. As duas porções da hipófise são ligadas 
ao hipotálamo. O que a neuro-hipófise faz é 
secretar hormônios determinados hormônios 
produzidos no hipotálamo, ou seja, o hipotálamo 
produz e “envia” para a neuro-hipófise e ela 
então, faz a secreção (libera para o organismo). O 
hipotálamo é uma região do diencéfalo, 
localizado superiormente à hipófise. Ele atua em 
diversas situações externas, como regulação da 
temperatura, sede, apetite, ciclo circadianos (sono 
e vigília), controle das emoções e atividade sexual. 
O hipotálamo faz parte do sistema nervoso, 
enquanto a hipófise compõe o sistema endócrino, 
certo?!!! O sistema nervoso capta informações do 
meio externo e “fornece” essas informações ao 
sistema endócrino, que por sua vez “trabalha” 
(secretando hormônios) a fim de manter a 
homeostase, isto é, o equilíbrio interno. Ou seja, a 
ligação entre os dois sistemas permite a 
coordenação e regulação, e dessa forma o correto 
funcionamento do nosso organismo. O 
hipotálamo se “conecta” de forma diferente à 
adeno e neuro-hipófise. A interação com a neuro-
hipófise se dá por axônios que partem do 
hipotálamo e se estendem até o lobo posterior da 
hipófise. São dois os axônios que chegam à 
hipófise e trazem o mesmo número de 
hormônios. Um dos axônios é o prolongamento 
do núcleo supra-óptico e outro axônio é o 
prolongamento do núcleo paraventricular, 
núcleos esses que estão localizados no 
hipotálamo. Assim, dois hormônios são 
produzidos, a ocitocina e o ADH (Hormônio 
antidiurético), por células localizadas no 
hipotálamo, são transportados até a hipófise 
pelos axônios, e na hipófise são armazenados e 
posteriormente secretados. Já a interação do 
hipotálamo com a adeno-hipófise é diferente. O 
lobo anterior da glândula realmente produz 
hormônios. E então, qual a ação do hipotálamo? 
Lembra que eu disse sobre os hormônios 
liberadores que o hipotálamo secreta?!! Esses são 
os protagonistas dessa ligação do hipotálamo 
com a adeno-hipófise. A conexão se dá pela 
circulação sanguínea. Há uma rede de capilares 
que levam os hormônios liberadores produzidos 
pelo hipotálamo até o lobo anterior da hipófise. E, 
ao chegar na adeno-hipófise, a estimulam a 
produzir e secretar o hormônio. Assim como 
todos os mecanismos do nosso organismo, o eixo 
hipotálamo-hipofisário também é regulado, para 
que sua produção não seja nem reduzida e nem 
aumentada, mas sim nas corretas quantidades, 
pois, caso haja variações, elas podem gerar 
distúrbios diversos no organismo. 
A regulação do eixo ocorre por meio de alças de 
feedbacks, que também são chamadas de 
retroalimentação. Dessa forma, os próprios 
hormônios liberados fazem essa regulação. Há 
dois tipos de feedback: o negativo e o positivo. O 
feedback negativo é aquele no qual os hormônios 
(finais) atuam, na hipófise e no hipotálamo, para 
reduzir a secreção, inibindo-a. Já o feedback 
positivo é aquele em que os hormônios (finais) 
atuam, na hipófise e no hipotálamo, para 
aumentar a secreção, estimulando-a. Dessa forma, 
controlam a quantidade de hormônio no 
organismo, para que esteja em níveis ótimos, a 
fim de não prejudicar o funcionamento do corpo 
como um todo.

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