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Síndromes esofagianas O esófago é um tubo muscular que conecta a alimentação da boca com o estômago. Tem um componente cervical, torácico e abdominal. drge É uma doença muito prevalente, a partir dessa queixa • Diante da queixa deve ver se precisa ser investigado ou tentar uma terapia inicial • É importante fazer uma orientação para que o paciente não tenha consequências e um prognóstico ruim, como um carcinoma O refluxo gastresofágico é um processo fisiológico de retorno do conteúdo gástrico para o esôfago: tem curta duração e é assintomático, associado a pós alimentação. Quando o paciente tem sintomas ou as complicações, ou seja, o refluxo de forma mais intenso, é quando há doença do refluxo gastresofágico instalado. Alguns pacientes terão as complicações e não terão as queixas, mas mesmo assim deve ser tratado. As principais complicações da drge são: esofagite erosiva, esôfago de barret, estenose péptica, hemorragia (úlceras gástricas). O diagnóstico de drge é feito principalmente com a história, com o que o paciente vai relatar, os sintomas, evolução, frequência, fatores de melhora e piora. Os pacientes podem ter sintomas típicos e atípicos da: • Típicos são os sintomas que não precisam de diagnóstico para dar o diagnóstico: pirose (axia), queimação retroesternal sempre na região medial do tórax e regurgitação, sentido o retorno do ácido. É patológico quando o paciente tem essas queixas por pelo menos 2x/semana por no mínimo 4 semanas. o Pode-se iniciar um tratamento clínico medicamentoso o Orientar a medicação e as medidas comportamentais o Opta-se por essa terapêutica em pacientes novos e com sintomas típicos • Atípicos: broncoespasmo, laringite, tosse crônica, dor torácica, aftas, erosão dentária por causa do ácido na região, pigarro, disfonia. Diagnósticos diferenciais 1. Ulcera péptica 2. Gastrite 3. Câncer gástrico Sinais de alarme Os pacientes com sinais de alarme merecem muita atenção 1. Disfagia 2. Odinofagia, Anemia 3. Hemorragia digestiva 4. Perda de peso 5. Vômitos 6. Histórico familiar de câncer 7. Sintomas que comprometem a qualidade de vida: esses pacientes merecem maior investigação Alguns pacientes podem ter só sintomas atípicos. Investigação diagnóstica • Deve ser feita em pacientes com sintomas atípicas porque tem que descartar outras condições que podem ter sintomas parecidos • Também deve ser feita quando o paciente contiunua com sintomas mesmo com tratamento clínico, IBP e mudanças no estilo de visa EDA: É um exame que mostra as lesões causadas pelo refluxo. É indicado para pacientes que fez tratamento e não teve resultado, pacientes com mais de 40 anos, pacientes com sinais de alarme como perda de peso, disfonia, hemorragia, vômitos, histórico de CA. Também é usado para fazer o diagnóstico diferencial, mas é importante lembrar que pode não ter alterações mesmo paciente com manifestação de sintomas, isso acontece porque esse exame só vê as lesões causadas pelo refluxo. • Visualiza as complicações: esofagite, ulceras, esôfago de barret e estenoe • Também vê hérnia de hiato, úlceras, neoplasias Esofagite erosiva Classificação endoscópica de Los Angeles Grau Achado A Uma ou mais erosões < 5mm B Uma ou mais erosões > 5mm em sua maior extensão, não contíguas entre os ápices de suas pregas esofágicas C Erosões contíguas ou convergentes entre os ápices de pelo menos duas pregas, envolvendo menos do que 75% do órgão D Erosões ocupando pelo menos 75% da circunferência do órgão Exame contrastado do esófago: é capaz de avaliar a morfologia do esôfago, a presença do sinal da maça mordida pode indicar uma neoplasia, pode-se perceber complicações e a presença de hérnia de hiato. É mais útil para descartar diagnósticos diferenciais. Manometria: é um exame que não é usado para diagnóstico, mas permite descartar outros diagnósticos e também é utilizada para o posicionamento do aparelho da phmetria. Mas pacientes com sintomas de DRGE e EDA sem esofagite pode ser utilizada. A presença de pressões no esfíncter inferior < 10mm, configurando um relaxamento do esfíncter, pode ser feita uma fundoplicatura nesse paciente para fechar o esfínceter. Além disso, através desse exame é possível avaliar se há distúrbios motores, como acalasia, espasmos esofagianos, esôfago em quebra- nozes. Esofagograma Phmetria: é um exame sensível e específico para DRGE, é o padrão ouro e é essencial para avaliar uma programação cirúrgica. A phmetria avalia a presença, intensidade e padrão do refluxo (se é ortostático, supino ou combinado). Consider-ase a presença de refluxo patológico quando o paciente apresenta ph< 4. • A Phmetria é indicada para diagnóstico de DRGE com EDA normal, para estudar o padrão do refluxo e como se manifesta, a participação do refluxo nos sintomas atípicos, também para quando precisa fazer uma avaliação de refluxo gastroesofágico e laringofaríngeo ou quando há recidiva pós cirúrgica e para avaliar a eficácia do tratamento clínico. Impedânciplhmetria: é o exame que avalia o movimento esofágico, avalia se o esôfago tem mais ondas anterógradas ou retrogradas. Também avalia o tipo de refluxo, se é gasoso, líquido ou misto, ácido ou não ácido. Além disso, é usado para ver se há indicação cirúrgica em casos de refluxo não ácido sem resposta a IBP. Tratamento Não farmacológico: deve ser feita para todos os pacientes, são as mudanças comportamentais. 1. Elevação de 15 cm da cabeceira da cama 2. Moderar a ingestão de alguns alimentos 3. Cuidados especiais com medicamentos 4. Evitar deitar até 2h após a refeição 5. Evitar refeições copiosas 6. Suspensão do fumo 7. Redução do peso Farmacológico: 1. IBP: primeira escolha, inibe a produção ácida, usa-se de 4-8 semanas ou 6-12 semanas. a. Se o paciente tiver esofagite após o uso de IBP, deve deixar o paciente me uso crônico de IBP na menor dose possível. 2. Anti-H2: reduzem a secreção gástrica 3. Procinéticos: aceleram o esvaziamento gástrico Conduta 1. Teste terapêutico: pode ser feito em pacientes com < 40 anos, com queixas típicas de DRGE e sem manifestações de alarme, vê se o paciente responde e confirma o diagnóstico. a. Começa com IBP em dose plena por 4 semanas associado a mudanças no estilo de vida. b. O teste é positivo quando os sintomas são abolidos, sugerindo fortemente o diagnóstico de DRGE. 2. A DRGE pode ser refratária ao tratamento, pode ser decorrente de uma outra condição, como: pirose funcional, falta de aderência, doenças imunes, esofagite eosinofílica. Cirurgia Indicações: • Falha do tratamento terapêutico • Complicação da DRGE • Esofagite refratária • Metaplasia de Barret: mas nos pacientes sem displasia ou carcinoma, porque se tiver faz outro tratamento • Asma com sintomas refratários: pode ter exacerbação da asma Procedimento é a fundoplicatura, em que faz um envolvimento o estômago reforçando o esfíncter inferior, pode ser feita a total (Nissen) ou a parcial (Toupet). Na fundoplicatura total, pega o estômago e faz uma nova válvula envolvendo o esôfago. Esse tipo é considerado o padrão ouro para procedimentos anti-refluxos. Na parcial, faz apenas o envolvimento parcial. Nesse tipo, de toupet, é usado mais em pacientes com graves anormalidade motoras e então só feito o envoltório anterior. Complicações: perfuração do esôfago e estômago, disfagia. A fundoplicatura costuma ser feita por via laparoscópica porque é a forma que mostra mais segurança. Esôfago de Barret Consiste em uma substituição do epitélio escamoso estratificado do esôfago por metaplasia colunar epitelial. Ocorre quando o esôfago é continua (crônica) exposto ao refluxo e vai lesionando o tecido. É um fatorde predisposição ao adenocarcinoma de esôfago. Pode malignar em torno de 2 a 40% dos pacientes, depende da extensão, grau de displasia, duração e severidade da doença. Clinicamente o paciente tem os mesmos sintomas na DRGE. Diagnóstico O diagnostico é feito com EDA + biópsia, a biópsia é quem confirma. Na EDA só tem a visão macroscópica e consegue ver a junção escamocolunar ou a linha Z (o local em que há mudança do epitélio). Nesse exame também é feita a análise da extensão dessa troca do epitélio. A biópsia deve ser feita nos 4 quadrantes para mostrar a metaplasia e ver se tem células caliciformes, que seria a troca do epitélio. A linha z é o local onde vê a mudança do epitélio e a transição esofagogástricas (TEG). • Curto <3cm • Longo >3cm: tem um maior risco de adenocarcinoma. • Linha z coincide com TEG: metaplasia intestinal de TEG Rastreamento EDA: Em paciente com DRGE controlada, sem sinais de esofagite, nesse momento é o ideal porque avalia o comprometimento patológico do paciente 1. Displasia de baixo grau: 3 a 5x mais chance de adenocarcinoma quando comparado com os pacientes sem displasia. 2. Displasia de alto grau tem 30 a 40% de chance de desenvolver Ca em 5 anos. 3. Os pacientes que evoluíram de uma displasia de baixo grau para uma displasia de alto grau tem chance de 10 a 30% de desenvolver CA em 5 anos. Tratamento Terapia de erradicação endoscópica (TEE) • Ablação por radio frequência: uso de energia térmica, fotoquímica ou radiofrequência para fazer a ablação. o Essa radiofrequência é fornecida através de um balão ou dispositivo em forma de pá que tem vários eletrodos bem espaçados para fazer a ablação da mucosa. Então gera uma lesão térmica uniforme com profundidade limitada. o Sabe-se que reduz o risco de progressão maligna. o Costuma ser feito em pacientes com displasia de baixo ou alto grau e os torna menos propensos a novos graus. • Terapia fotodinâmica: é feita através de agentes fotossensibilizantes que produzem citotoxidade na presença de oxigênio. • Crioterapia em spray: uso de agentes para destruir o epitélio alterado, mais usado em esôfagos tortuosos ou estenoses. É usado para aplicar um criogênio, como nitrogênio líquido ou óxido nitroso líquido, endoscopicamente ao esôfago de Barrett. • Ressecção endoscópica: tem como vantagem a possibilidade de estudo do tecido, sendo que nos outros métodos não é possível. Câncer de esôfago Os dois principais são o adenocarcinoma e o carcinoma espinocelular (CEC). Cerca de 50 a 60% dos pacientes são diagnosticados em estádios avançados ou em metástase. CEC: normalmente acomete a porção media do esôfago, invade a submucosa de forma precoce e se estende por continuidade, disseminação linfonodal precoce. Adenocarcinoma: acomete mais a porção distal ou TEG, disseminação linfonodal precoce e cadeias perihepáticas e tronco celíaco. Fatores de risco do cec 1. Homens, áreas urbanas, piro condição socioeconômica. 2. Tabagismo e etilismo 3. Dieta com líquidos quentes 4. Doenças previas do esôfago, como acalasia, estenose cáustica 5. Gastrite atrófica: 2x mais risco de CEC Fatores de risco de adenocarcinoma 1. Raça branca 2. Sexo masculino 3. 45 a 65 anos 4. DRGE e epitélio de barret 5. Tabagismo 6. Obesidade 7. Síndrome metabólica 8. Dieta rica em fibras, vitamina C e B6, pobre em colesterol é um fator de proteção para adenocarcinoma Quadro clínico • Disfagia progressiva • Síndrome consumptivas: emagrece muito rápido • Pirose • Desconforto retroesternal • Melena ou sangue oculto nas fezes • Regurgitação de saliva ou comida • Pneumonia de repetição ou tosse refrataria • Regurgitação ou fístula traqueoesofágica Diagnóstico • EDA com biópsia da lesão sugestiva: visualização de placas, nódulos, ulceroinfiltrações, com ou sem acometimento circunferencial e estenose da luz • Radiografia contrastada: extensão da lesão e presença de fístulas: o paciente ingere o constrate e faz o raio x. O sinal clássico do CA é o sinal da maça mordida. • TC: • Broncoscopia: feita quando tem suspeita de fístula Estadiamento Tumor primário T0 Sem evidência de tumor Tis Displasia de alto grau, restrita ao epitélio T1a Tumor invade lâmina própria ou muscular da mucosa T1b Tumor invade a submucosa T2 Tumor invade a muscular própria T3 Tumor invade a adventícia T4a Tumor invade pleura, pericárdio, veia ázigos, diafragma ou peritônio T4b Tumor invade estruturas adjacentes como aorta, traqueia e corpos vertebrais Linfonodos N0 Ausência de metástase em linfonodos regionais N1 Acometimento de até 2 linfonodos regionais N2 Acometimento de 3 a 6 linfonodos regionais N3 Acometimento de 7 ou mais linfonodos regionais Metástase a distância M0 Ausência de metástase M1 Presença de metástase O estadiamento é feito com esses exames após a confirmação do diagnóstico pela biópsia: • TC de tórax e de abdome para ver a extensão da lesão e se há metástase (fígado, pulmão, osso e adrenal) • Ecoendoscopia: feitanquando o paciente tem carcinoma em fase inicais para ver a extensão do CA e se tem acometimento linfonodal. • Pet-scan: ajuda na avaliação da presença de meteastase • Laparoscopia: usada em pacientes que estamos em dúvida se vai ser quimio ou cirurgia e o paciente já tem estadiamento mais avançado. Faz para ver se tem metástase peritoneal, só avalia a cavidade. • Broncoscopia: avalia tumores até a carina e vê se tem fístula. Tratamento 1. Quimioterapia 2. Radioterapia 3. Cirurgia a. Esofagectomia: transtorácica, transhiatal b. Complicações: i. Fístulas anastomóticas ii. Gastroparesia iii. Hemorragia iv. Quilotórax: acúmulo de linfa no tórax v. Disfonia vi. Necrose do tubo gástrico: normalmente é feita a rescontruçnao com o estômago. vii. Infeccões viii. TEP 4. Tratamento paliativo a. Doença localmente avançada ou metastática: tem uma contra- indicação da esofagectomica b. Esofagectomia é contraindicada para T4/M1 c. Prótese esofágica d. Sonda nasoenteral e. Gastrotomia/ jejunostomia f. Via de alimentação deve ser estabelecida antes de fazer quimio ou radio
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