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AÇÃO PENAL

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“Quando você está certo daquilo que pretende alcançar... 
Quando o mundo todo lhe diz que não conseguirá, e ainda assim você 
acredita ser possível... 
Quando você mantém o foco firme no objetivo... 
Quando você crê que DEUS estará presente a cada segundo da tua jornada... 
Quando você compreende que desafios e obstáculos existem tão somente para 
serem superados... 
Com persistência e coragem você consegue... 
E quando finalmente conseguir, desfrute a vitória ... saboreie o sucesso... 
É indescritível a emoção de uma boa conquista... 
Muito obrigado pela parceria, compreensão e paciência”. 
Prof. Nidal Ahmad 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
CAPÍTULO I – PROCEDIMENTOS: IDENTIFICAÇÃO ................................................ 3 
 
CAPÍTULO II - AÇÃO PENAL, QUEIXA-CRIME E QUEIXA-CRIME SUBSDIÁRIA ....... 6 
1. AÇÃO PENAL .............................................................................................................. 6 
2. QUEIXA-CRIME .......................................................................................................... 9 
3. QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA OU SUBSTITUTIVA - AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA 
DA PÚBLICA ................................................................................................................ 16 
 
PADRÃO DE RESPOSTAS ...................................................................................... 21 
 
 
3 
 PROCEDIMENTOS – IDENTIFICAÇÃO 
 
 
1) NOTA INTRODUTÓRIA 
 
Os procedimentos constituem a forma de desenvolvimento do processo, 
delimitando e prevendo os passos e as sequências de atos que deverão ser seguidos ao longo de uma 
ação penal. 
A ação penal pública é deflagrada com o oferecimento da denúncia. A ação 
penal privada, por sua vez, será deflagrada por meio de uma queixa-crime. 
 
2) PROCEDIMENTO COMUM 
 
Nos termos do art. 394 do CPP, a disposição do procedimento comum 
ocorre da seguinte forma: 
 
a) Ordinário: pena máxima igual ou superior a quatro anos de pena privativa de liberdade. 
b) Sumário: pena máxima cominada maior de dois anos e inferior a quatro anos de pena 
privativa de liberdade. 
c) Sumaríssimo: Pena máxima até 02 anos (art. 61 da Lei 9099/95). Para as infrações de 
menor potencial ofensivo, na forma da Lei 9.099/95, por exemplo, crime de lesão corporal leve, 
previsto no artigo 129, “caput”, do CP, cuja pena máxima não supera dois anos. 
 
Para a definição do procedimento devem ser consideradas as 
qualificadoras, bem como as causas de aumento de pena e de diminuição da pena, porquanto 
repercutem no montante da pena máxima abstrata prevista na lei. 
Nesse caso, a definição do procedimento tem especial relevância, por 
exemplo: 
a) no endereçamento da peça queixa-crime, por exemplo. Isso porque se incidir o procedimento 
sumaríssimo, a peça deverá ser direcionada para o Juiz do Juizado Especial Criminal; incidindo 
o procedimento sumário ou ordinário, a peça deverá ser direcionada para o Juiz de Direito da 
Vara Criminal. 
b) no recurso cabível na hipótese de rejeição da denúncia ou queixa-crime. Se o procedimento for 
sumaríssimo, o recurso cabível será apelação, conforme artigo 82 da Lei 9.099/95; se for 
procedimento sumário ou ordinário, o recurso cabível será o recurso em sentido estrito, nos termos 
do artigo 581, inciso I, do CPP. 
01
 
*para todos verem: esquema 
 
 
4 
c) No caso de crime de menor potencial ofensivo, por exemplo, se for adotado o procedimento 
diverso do previsto na Lei 9099/95, será caso de nulidade do processo. 
No caso de concurso de crimes, também devem ser considerados os 
critérios do cúmulo material (concurso material e concurso formal impróprio/imperfeito) e da 
exasperação da pena (concurso formal perfeito e crime continuado). 
No concurso material, nenhum problema se apresenta, já que basta somar 
as penas. Se a soma das penas ultrapassar dois anos, não será adotado o rito sumaríssimo, previsto 
na Lei 9099/95. Se a soma das penas for superior a quatro anos, o procedimento será o ordinário, 
afastando-se a procedimento sumário. 
 
 
 
 
 
 
Ex: Crime de associação criminosa (art. 288, “caput”, do CP) segue o procedimento sumário, 
porquanto a sua pena máxima é de 03 anos. Todavia, se o crime é de associação criminosa armada, a 
pena aumenta até metade (art. 288, parágrafo único, do CP), passando a pena máxima a 04 anos e 06 
meses. Logo, nesse caso, adota-se o procedimento ordinário, pois a pena máxima superou 04 anos. 
Da mesma forma, o crime de furto simples (art. 155, “caput”, CP) adota o procedimento ordinário, 
pois a pena máxima é de 04 anos. Todavia, no crime de tentativa de furto simples, considerando a 
redução de 1/3 (fração mínima), a pena máxima ficará em 02 anos e 08 meses, adotando-se, nesse caso, 
o procedimento sumário. Note-se que a redução pela tentativa é de 1/3 a 2/3 (art. 14, parágrafo único, 
CP). No caso, diminui-se o mínimo possível, a fim de atingir a pena máxima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DICA: Se a causa for de aumento de pena, considera-se a fração 
máxima, a fim de que incida a pena máxima; na hipótese de causa de 
diminuição da pena, diminui-se o mínimo possível, também para se 
obter a pena máxima abstrata no caso. 
 
 
5 
 
 
QUESTÃO 1 - V EXAME 
Antônio, pai de um jovem hipossuficiente preso em flagrante delito, recebe de um serventuário do Poder 
Judiciário Estadual a informação de que Jorge, defensor público criminal com atribuição para representar 
o seu filho, solicitara a quantia de dois mil reais para defendê-lo adequadamente. Indignado, Antônio, 
sem averiguar a fundo a informação, mas confiando na palavra do serventuário, escreve um texto 
reproduzindo a acusação e o entrega ao juiz titular da vara criminal em que Jorge funciona como 
defensor público. Ao tomar conhecimento do ocorrido, Jorge apresenta uma gravação em vídeo da 
entrevista que fizera com o filho de Antônio, na qual fica evidenciado que jamais solicitara qualquer 
quantia para defendê-lo, e representa criminalmente pelo fato. O Ministério Público oferece denúncia 
perante o Juizado Especial Criminal, atribuindo a Antônio o cometimento do crime de calúnia, praticado 
contra funcionário público em razão de suas funções, nada mencionando acerca dos benefícios previstos 
na Lei 9.099/95. Designada Audiência de Instrução e Julgamento, recebida a denúncia, ouvidas as 
testemunhas, interrogado o réu e apresentadas as alegações orais pelo Ministério Público, na qual 
pugnou pela condenação na forma da inicial, o magistrado concede a palavra a Vossa Senhoria para 
apresentar alegações finais orais. 
Em relação à situação acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos 
apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
a) O Juizado Especial Criminal é competente para apreciar o fato em tela? (Valor: 0,30) 
b) Antônio faz jus a algum benefício da Lei 9.099/95? Em caso afirmativo, qual(is)? (Valor: 0,30) 
c) Antônio praticou crime? Em caso afirmativo, qual? Em caso negativo, por que razão? (Valor: 0,65) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 AÇÃO PENAL, QUEIXA-CRIME E QUEIXA-CRIME SUBSDIÁRIA 
 
 
1. AÇÃO PENAL 
 
1.1) CONCEITO 
 
É o direito de agir exercido perante juízes e tribunais, invocando a 
prestação jurisdicional, que, na esfera criminal, é a existência da pretensão punitiva do Estado. 
 
1.2) AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA – Art. 24 do CPP 
É aquela em que o Ministério Público poderá propor a ação penal, 
independentemente da manifestação de vontade do ofendido ou do seu representante legal. Em 
outras palavras, o Ministério Público poderá oferecer a denúncia de ofício. 
Quando o tipo penal silenciar em relação à natureza da ação penal, será 
pública incondicionada. 
 
1.3) AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA – Art. 24, parte final, CPP 
a) CONCEITO 
É aquela cujo exercício se subordinaa uma condição. Essa condição tanto 
pode ser a manifestação de vontade do ofendido ou de ser representante legal (representação), 
como também a requisição do Ministro da Justiça. 
O MP só pode dar início à ação se a vítima ou seu representante legal o 
autorizarem, por meio de uma manifestação de vontade. Mais ainda: sem a permissão da vítima, 
nem sequer poderá ser instaurado inquérito policial. 
A ação penal pública, seja incondicionada, seja condicionada, é promovida 
pelo Ministério Público por meio de denúncia, que constitui sua peça inicial (art. 100, § 1º, do CP, e 
art. 24 CPP). 
 
b) NATUREZA JURÍDICA DA REPRESENTAÇÃO 
A natureza jurídica da representação é a de condição de procedibilidade da 
ação penal pública. Sem ela, o órgão do MP não pode iniciar a ação penal mediante o oferecimento 
da denúncia. 
Os crimes de ação penal pública condicionada à representação são aqueles 
em que consta no tipo penal a expressão “somente se procede mediante representação”. 
 
c) TITULAR DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO 
A representação pode ser exercida pelo ofendido ou representante legal. 
Se o ofendido contar com menos de 18 anos ou for mentalmente enfermo, 
o direito de representação cabe exclusivamente a quem tenha qualidade para representá-lo. 
02
 
 
 
7 
Ao completar 18 anos e não sendo deficiente mental, o ofendido adquire o 
direito de representar. 
No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão 
judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 24, 
§ 1º, do CPP). 
 
d) PRAZO – Art. 38 CPP 
O direito de representação pode ser exercido dentro do prazo de 06 
meses, contados do dia em que o ofendido ou seu representante legal veio a saber quem é o autor 
do crime (art. 38 CPP). 
Trata-se de prazo decadencial, que não se suspende nem se prorroga, e 
cuja fluência, iniciada a partir do conhecimento da autoria da infração, é causa extintiva da 
punibilidade do agente (art. 107, IV, CP). 
 
e) IRRETRATABILIDADE – Art. 25 
Nos termos dos arts. 25 do CPP e art. 102 do CP, “a representação será 
irretratável depois de oferecida a denúncia”. Assim, se o ofendido exerce o direito de representação, 
pode retirá-la antes de iniciar-se a ação penal com o oferecimento da denúncia. 
No contexto de violência doméstica ou familiar contra a mulher, nos crimes 
de ação penal pública condicionada à representação, como, por exemplo, o crime de ameaça (art. 
147 do CP), será possível a retratação perante o juiz, desde que seja designada audiência 
especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério 
Público (art. 16 da Lei 11340/2006). 
 
1.4) AÇÃO PENAL PRIVADA 
a) CONCEITO 
É aquela em que o Estado, titular exclusivo do direito de punir, transfere a 
legitimidade para a propositura da ação penal à vítima ou a seu representante legal. 
A ação penal privada é promovida mediante queixa-crime do ofendido ou 
de seu representante legal. São aqueles crimes em que no tipo penal consta a expressão “somente 
se procede mediante queixa”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
Questão 04 – XXVI EXAME 
Larissa, revoltada com o comportamento de Renata, ex-namorada de seu companheiro, foi, em 20 
de julho de 2017, até a rua em que esta reside. Verificando que o automóvel de Renata estava em 
via pública, Larissa quebra o vidro dianteiro do veículo, exatamente com a intenção de deteriorar 
coisa alheia. Na manhã seguinte, Renata constatou o dano causado ao seu carro, mas não 
identificou, em um primeiro momento, quem seria o autor do crime. Solicitou, então, a instauração 
de inquérito policial, em 25 de julho de 2017. Após diligências, foi identificado, em 23 de outubro de 
2017, que Larissa seria a autora do fato e que o prejuízo era de R$ 150,00, tendo sido a informação 
imediatamente passada à vítima Renata. Com viagem marcada, Renata somente procurou seu 
advogado em 21 de fevereiro de 2018, informando sobre o interesse em apresentar queixa-crime 
em face da autora dos fatos. Assim, o advogado de Renata apresentou queixa-crime em face de 
Larissa, imputando o crime do Art. 163, caput, do Código Penal, em 28 de fevereiro de 2018, 
perante o Juizado Especial Criminal competente, tendo sido proferida decisão pelo magistrado de 
rejeição da queixa, em razão da decadência, em 07/03/2018. A defesa técnica é intimada da 
decisão. Considerando as informações narradas, na condição de advogado(a) de Renata, responda 
aos itens a seguir. 
A) Qual o recurso cabível da decisão de rejeição da queixa-crime apresentada por Renata? Indique o 
fundamento legal e o prazo de interposição. (Valor: 0,65) 
B) Qual o argumento para combater o mérito da decisão do magistrado de rejeição da denúncia? 
Justifique. (Valor: 0,60) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não 
confere pontuação. 
 
 
 
9 
PEÇA: 
QUEIXA-CRIME 
PALAVRA MÁGICA: 
Ação penal privada – 
ofendido procura 
advogado 
PAROU! 
PEDIU PRA PARAR 
2) QUEIXA-CRIME 
 
2.1) CONCEITO 
Trata-se, em síntese, da petição inicial da ação penal privada oferecida, via de 
regra, pelo ofendido ou seu representante legal. 
 
2.2) BASE LEGAL 
 
 
 
 
 
 
2.3) IDENTIFICAÇÃO 
O ofendido/vítima de um crime de ação penal privada procura advogado para 
adotar a medida cabível. 
Exemplo da peça queixa-crime do XV Exame da OAB: “(...) Enrico procurou seu 
escritório de advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Enrico, deve assisti-
lo.” 
 
 
2.4) LEGITIMIDADE – Arts. 30/31 CPP 
 
 
 
 
 
 
OFENDIDO 
REPRESENTANTE LEGAL (menor) 
 
CADI (morte ou ausência do 
ofendido) 
CADI (morto) 
 
Art. 30 do CPP 
Art. 31 do CPP 
Base Legal: art. 30 ou 31, 41 e 44, do CPP e art. 100, §2º, do CP 
*para todos verem: esquema 
 
 
10 
A queixa-crime é ajuizada por um advogado contratado pelo ofendido ou seu 
representante legal, detentores da legitimidade para ajuizar a ação penal privada. 
Se o ofendido morre ou é declarado ausente, o direito de oferecer queixa, 
ou de dar prosseguimento à acusação, passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 
31 do CPP), ressalvado o caso dos art. 236, parágrafo único, do CP, cuja legitimidade será somente do 
cônjuge enganado. 
 
2.5) PRAZO DA AÇÃO PENAL PRIVADA – Art. 38 do CPP e 103 do CP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O prazo para o oferecimento da queixa-crime é de 06 meses, contados a 
partir da data do conhecimento da autoria do crime pelo ofendido ou seu representante legal 
(art. 38 CPP e 103 do CP). 
O prazo é decadencial, conforme o art. 10 do CP, computando-se o dia do 
começo e excluindo-se o dia final. Assim, se, por exemplo, o ofendido do crime de calúnia toma 
conhecimento da autoria do fato no dia 12 de março de 2015, a queixa-crime deverá ser oferecida até o 
dia 11 de setembro de 2015, sob pena de decadência e consequente extinção da punibilidade. 
Tratando-se de ação penal privada subsidiária, o prazo será de 06 meses a 
contar do encerramento do prazo para o Ministério Público oferecer a denúncia (art. 29 CPP e 100, § 3º, 
do CP). 
 
 
2.6) REQUISITOS DA QUEIXA (IMPORTANTE) – Art. 41 CPP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Descrição do FATO e circunstâncias 
Identificação/Qualificação 
Qualificação jurídica 
Pedido de condenação 
Pedido de citação 
Rol de testemunhas 
Valor mínimo indenizatório 
Artigo 387, inciso IV, do CPP. 
Pedido produção de provas 
6 meses DA CIÊNCIA DA AUTORIA 
 
 Art. 38 CPP e art. 103 CP 
PRAZO DECADENCIAL 
Artigo 10 CP 
 
*para todos verem: esquema 
*para todos verem: esquema 
 
 
11 
A) Descrição do fato em todas as suas circunstâncias: 
• Descrever o fato de forma clara e objetiva, mencionando o autor da ação (ofendido/querelante) e o 
ofensor (querelado), a data, local do fato, os meios e instrumentos empregados, a forma como foi 
praticado o crime eo motivo. 
• Mencionar que a conduta do querelado constitui crime de ação penal privada, destacando e 
descrevendo, ainda, eventuais agravantes, qualificadoras ou causas de aumento de pena. 
• Na hipótese de concurso de agentes, a queixa deve especificar a conduta de cada um. Assim, no caso 
de coautoria e participação, deverá ser descrita, individualmente, a conduta de cada um dos coautores e 
partícipes. 
 
B) Qualificação do acusado ou fornecimento de dados que possibilitem sua identificação 
Qualificar é apontar o conjunto de qualidades pelas quais se possa identificar o 
querelado, distinguindo-o das demais pessoas: nome, nacionalidade, estado civil, RG, etc... 
 
 
 
 
C) Classificação jurídica do fato 
O autor deverá indicar o dispositivo (artigo) que se aplica ao fato imputado, não 
bastando a simples menção ao nome da infração. 
D) Rol de Testemunhas 
O momento adequado para arrolar testemunhas, consoante o disposto no art. 
41 do CPP, é o da propositura da ação. 
E) Pedido de condenação 
2.7) DICAS: 
I) Alguns crimes de ação penal privada previstos no Código Penal: 
Arts. 138 (calúnia), 139 (difamação) e 140 (injúria), ressalvada a hipótese do art. 145 e parágrafo único, 
bem como disposto na Súmula 714 do STF. 
Art. 161, § 1º, incisos I e II – Alteração de limites (se não usar de violência e a propriedade for 
particular). 
Art. 163, “caput”, inciso IV do parágrafo único e art. 164 c/c art. 167 (crime de dano) 
Art. 179 e parágrafo único – fraude à execução 
Art. 184, “caput” – violação de direito autoral 
Art. 236 
Art. 345 (exercício arbitrário das próprias razões – VIII Exame da OAB) 
 
 
OBS: Na prova da OAB, colocar na qualificação única e exclusivamente os dados fornecidos no enunciado 
 da questão, sob pena de ter a peça zerada (podem interpretar que o candidato esteja se identificando). 
 
 
 
12 
II) Na peça, importante mencionar que a queixa-crime está instruída com instrumento de procuração 
com poderes especiais (art. 44 do CPP). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
III) Além disso, deve ser feita referência ao disposto no art. 387, IV, do CPP, que dispõe sobre a fixação 
do valor mínimo para a indenização da vítima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROCURAÇÃO COM PODERES ESPECIAIS 
ARTIGOS 41 e 44 do CPP 
 
 
13 
ESTRUTURA DA QUEIXA-CRIME: 
a) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca ... (se crime da competência 
da Justiça Estadual) 
b) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ... Vara Criminal da Justiça Federal Seção Judiciária de ... (se 
crime da competência da Justiça Federal) 1 
c) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado Especial Criminal da Comarca de ... (se a infração 
for de menor potencial ofensivo – Lei 9.099/95) 
 
FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil, profissão, RG..., endereço 
eletrônico..., residente e domiciliado.... 2, por seu procurador infra-assinado, mediante procuração com 
poderes especiais em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, oferecer QUEIXA-
CRIME, com base nos artigos 30, 41 e 44, ambos do Código de Processo Penal, e artigo 100, § 2º, 
do Código Penal, contra CICLANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., endereço 
eletrônico..., residente e domiciliado... 3, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos: 
I) DOS FATOS4 
1º Parágrafo: localizar (data, hora, local) 5 e verbo nuclear do tipo 
2º Parágrafo: descrever como foi praticado o delito 
3º Parágrafo: eventuais agravantes, causas de aumento de pena ou qualificadoras 
II) DO DIREITO 
Mencionar o fato e atribuir o respectivo tipo penal. 
III) PEDIDO 
Ante o exposto, requer o querelante: 
a) o recebimento da queixa-crime; 
b) a citação do querelado; 
c) produção de provas, com a oitiva das testemunhas arroladas; 
d) a procedência do pedido, com a consequente condenação do querelado nas penas dos artigos ...do CP; 
e) a fixação de valor mínimo de indenização, nos termos do artigo 387, IV, do CPP. 
 
ROL DE TESTEMUNHAS: (somente dados fornecidos no enunciado) 
1. Nome... 
2. Nome... 
 
 
1 Art. 109 da CF/88 – Competência da Justiça Federal 
2 Não inventar dados. 
3 Não inventar dados. 
4 Deve-se narrar o fato criminoso de forma clara, objetiva e detalhada, com todas suas circunstâncias, sem inventar dados e 
somente reproduzir o enunciado da questão. 
5 Se o enunciado disponibilizar essas informações. 
 
 
14 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., data... 
ADVOGADO... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBS 1: Se for ajuizada a queixa-crime perante o Juizado Especial Criminal, formular pedido também 
de designação de audiência preliminar ou de conciliação, conforme constou no XV Exame, quando 
caiu queixa-crime. 
OBS 2: Como regra, a competência para processar e julgar os crimes contra a honra será do 
Juizado Especial Criminal (pois a pena máxima é a do crime de calúnia e não supera 2 anos), 
seguindo o rito lá disposto; 
OBS 3: contudo, havendo concurso de crimes entre calúnia e difamação e/ou injúria será excedida a 
competência do JECCrim (a pena máxima superará dois anos), devendo o processo seguir o rito 
estabelecido nos artigos 519 e seguintes do CPP. 
OBS 4: Jamais esquecer de apresentar o rol de testemunhas (sem inventar nomes e dados. Colocar 
somente os fornecidos pelo enunciado). 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FAÇA VOCÊ MESMO! 
 
Para exercitar a peça acima, 
consulte o material disponível no 
módulo “Ação Penal”, constante no 
Sistema EAD. O enunciado 
correspondente está no E-book 
“Caderno de Peças”, na pág. 3. Já a 
resolução consta na pág. 10 do 
mesmo material. 
Após realizar a peça, assista à 
respectiva aula de estruturação! 
 
 
16 
3) QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA OU SUBSTITUTIVA - AÇÃO PENAL PRIVADA 
SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA 
 
3.1) CABIMENTO DA AÇÃO PRIVADA SUBSIDIÁRIA 
 
A ação penal privada subsidiária é proposta nos crimes de ação pública, 
condicionada ou incondicionada, quando o Ministério Público deixar de requisitar diligências, promover 
pelo arquivamento ou oferecer denúncia no prazo legal. O MP, via de regra, tem o prazo de 05 dias, réu 
preso, e 15 dias, réu solto, para oferecer a denúncia, conforme art. 46 CPP. 
É a única exceção prevista no próprio art. 5º, LIX, da CF, à regra da titularidade 
exclusiva do MP sobre a ação penal pública. 
Não tem cabimento nos casos de arquivamento do Inquérito Policial ou das 
peças de informação ou, ainda, quando o Promotor Público requerer a devolução dos autos à autoridade 
policial, requisitando a realização de diligencias imprescindíveis para o oferecimento da denúncia. 
Portanto, a ação privada subsidiária só pode ser intentada no caso de inércia do 
órgão do Ministério Público, ou seja, quando o Promotor de Justiça ou Procurador da República (se 
Justiça Federal) não oferece denúncia no prazo legal, não promove pelo arquivamento do inquérito 
policial ou não requisita diligências. 
 
3.2) BASE LEGAL 
 
 
 
 
3.3) IDENTIFICAÇÃO 
Verificando-se a inércia do Ministério Público, ou seja, que o Ministério Público, 
dentro do prazo do artigo 46 do CPP, não ofereceu denúncia, não promoveu pelo arquivamento do 
inquérito policial e não requisitou diligências, o ofendido/vítima de um crime de ação penal pública 
procura advogado para adotar a medida cabível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PEÇA: 
 QUEIXA-CRIME 
 SUBSIDIÁRIA 
PALAVRA MÁGICA: 
INÉRCIA DO MP 
PAROU! 
PEDIU PRA PARAR 
Base Legal: art. 29, 41 e 44, do CPP e art. 100, §3º, do CP, e 
artigo 5º, inciso LIX, da CF/88 
*para todos verem: esquema 
 
 
17 
3.4) PRAZO 
O ofendido ou seu representante legal tem o lapso de 06 meses para intentar 
a ação penal subsidiária por meio de queixa substitutiva, contados a partir do dia em que se 
esgotouo prazo para o Promotor de Justiça iniciar a ação penal pública (art. 38, parte final 
do CPP, e art. 103, in fine, CP). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 02 – Prova aplicada em Porto Alegre – XXV Exame 
No dia 06 de abril de 2017, João retirou Clara, criança de 11 anos de idade, do interior da residência em 
que esta morava, sem autorização de qualquer pessoa, vindo a restringir sua liberdade e mantê-la dentro 
de um quarto trancado e sem janelas. Logo em seguida, João entrou em contato com o pai de Clara, 
famoso empresário da cidade, exigindo R$200.000,00 para liberar Clara e devolvê-la à sua residência. 
Após o pai de Clara pagar o valor exigido, Clara é liberada e, de imediato, a família comparece à 
Delegacia para registrar o fato. Depois das investigações, João é identificado e os autos são 
encaminhados ao Ministério Público com relatório final de investigação, indiciando João. Após 90 
(noventa) dias do recebimento do inquérito, os autos permanecem no gabinete do Promotor de Justiça, 
sem que qualquer medida tenha sido adotada. Considerando as informações narradas, responda, na 
condição de advogado(a) da família de Clara, aos itens a seguir. 
A) Considerando que o crime é de ação penal pública incondicionada, qual a medida a ser adotada 
diretamente pela família de Clara e seu advogado em busca da responsabilização criminal de João? 
Justifique. (Valor: 0,65) B) Em caso de inicial acusatória, qual infração penal deve ser imputada a João? 
Justifique. (Valor: 0,60) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não 
confere pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 do dia que esgotou o prazo para 
o MP oferecer a denúncia 
6 meses 
*para todos verem: esquema 
 
 
18 
ESTRUTURA DA QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA: 
a) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de ... (se crime da 
competência da Justiça Estadual) 
b) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ... Vara Criminal da Justiça Federal da Seção Judiciária 
de ... (se crime da competência da Justiça Federal) 6 
c) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ... Juizado Especial Criminal da Comarca de ... (se a 
infração for de menor potencial ofensivo – Lei 9.099/95) 
 
FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., endereço 
eletrônico..., residente e domiciliado.... 7, por seu procurador infra-assinado, mediante procuração com 
poderes especiais em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, oferecer 
QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA OU SUBSTITUTIVA, com base nos artigos 29, 41 e 44, todos 
do Código de Processo Penal, artigo 100, §3º, do Código Penal e artigo 5º, inciso LIX, da 
Constituição Federal/88, contra CICLANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., 
endereço eletrônico..., residente e domiciliado.... 8, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir 
expostos: 
I) DOS FATOS910 
1º Parágrafo: localizar e verbo nuclear do tipo 
2º Parágrafo: descrever como foi praticado o delito 
3º Parágrafo: eventuais agravantes, causas de aumento de pena ou qualificadoras 
II) DO DIREITO 
Mencionar o fato e atribuir o tipo penal respectivo. 
III) PEDIDO 
Ante o exposto, requer o querelante: 
a) o recebimento da queixa-crime; 
b) a citação do querelado; 
c) produção de provas, com a oitiva das testemunhas arroladas; 
d) a procedência do pedido, com a consequente condenação do querelado nas penas dos artigos ...do 
CP; 
e) a fixação de valor mínimo de indenização, nos termos do artigo 387, IV, do CPP. 
 
 
6 Art. 109 da CF/88 – Competência da Justiça Federal 
7 Não inventar dados. 
8 Não inventar dados. 
9 Deve-se narrar o fato criminoso de forma clara, objetiva e detalhada, com todas suas circunstâncias, sem inventar dados e 
somente reproduzir o enunciado da questão. 
10 Fazer referência à inércia do MP 
 
 
19 
Nestes termos, 
Pede deferimento 
 
Local... e data... 
 
ADVOGADO... 
OAB... 
 
ROL DE TESTEMUNHAS: (somente dados fornecidos no enunciado) 
1. Nome.... 
2. Nome.... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 
AÇÃO PENAL 
PÚBLICA 
(DENÚNCIA) 
 
 
 
 
PRIVADA 
(Queixa-crime) 
INCONDICIONADA 
 
CONDICIONADA 
 
Exclusiva 
Personalíssima 
Art. 236, parágrafo único, 
do CP 
Subsidiária da Pública 
Art. 29 do CPP 
*para todos verem: esquema 
 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OAB 2ª FASE 
 
PROCESSO PENAL 
 
PADRÃO DE RESPOSTAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 PROCEDIMENTOS – IDENTIFICAÇÃO 
 
 
QUESTÃO 1 - V EXAME 
Antônio, pai de um jovem hipossuficiente preso em flagrante delito, recebe de um serventuário do 
Poder Judiciário Estadual a informação de que Jorge, defensor público criminal com atribuição para 
representar o seu filho, solicitara a quantia de dois mil reais para defendê-lo adequadamente. 
Indignado, Antônio, sem averiguar a fundo a informação, mas confiando na palavra do serventuário, 
escreve um texto reproduzindo a acusação e o entrega ao juiz titular da vara criminal em que Jorge 
funciona como defensor público. Ao tomar conhecimento do ocorrido, Jorge apresenta uma gravação 
em vídeo da entrevista que fizera com o filho de Antônio, na qual fica evidenciado que jamais 
solicitara qualquer quantia para defendê-lo, e representa criminalmente pelo fato. O Ministério Público 
oferece denúncia perante o Juizado Especial Criminal, atribuindo a Antônio o cometimento do crime 
de calúnia, praticado contra funcionário público em razão de suas funções, nada mencionando acerca 
dos benefícios previstos na Lei 9.099/95. Designada Audiência de Instrução e Julgamento, recebida a 
denúncia, ouvidas as testemunhas, interrogado o réu e apresentadas as alegações orais pelo 
Ministério Público, na qual pugnou pela condenação na forma da inicial, o magistrado concede a 
palavra a Vossa Senhoria para apresentar alegações finais orais. 
Em relação à situação acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos 
apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
a) O Juizado Especial Criminal é competente para apreciar o fato em tela? (Valor: 0,30) 
b) Antônio faz jus a algum benefício da Lei 9.099/95? Em caso afirmativo, qual(is)? (Valor: 0,30) 
c) Antônio praticou crime? Em caso afirmativo, qual? Em caso negativo, por que razão? (Valor: 0,65) 
 
GABARITO COMENTADO 
a) Não, pois, de acordo com o artigo 141, II, do CP, quando a ofensa for praticada contra funcionário 
público em razão de suas funções, a pena será aumentada de um terço, o que faz com que a sanção 
máxima abstratamente cominada seja superior a dois anos. 
b) Sim, suspensão condicional do processo, nos termos do art. 89 da Lei 9.099/95. 
c) Não. Antônio agiu em erro de tipo vencível/inescusável. Conforme previsão do artigo 20 do CP, 
nessa hipótese, o agente somente responderá pelo crime se for admitida a punição a título culposo, o 
que não é o caso, pois o crime em comento não admite a modalidade culposa. Vale lembrar que não 
houve dolo na conduta de Antônio. 
 
DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS 
Item Pontuação 
a) Não, pois, de acordo com o artigo 141, II, do CP, (0,1) quando a ofensa for praticada 
contra funcionário público em razão de suas funções, a pena será aumentada de um terço, 
o que faz com que a sanção máxima abstratamente cominada seja superior a dois anos. 
(0,2) 
0 / 0,1 / 0,2 / 
0,3 
b) Sim, suspensão condicional do processo (0,2) Art. 89 da Lei 9.099/95 (0,1). 0 / 0,1 /0,2 / 
0,3 
c) Não. Antônio agiu em erro de tipo OU ausência de dolo (0,5), nos termos do art. 20 
(não existe modalidade culposa) (0,15) 
0 / 0,50 / 0,65 
 
 
 
 
01
 
 
 
 
23 
 AÇÃO PENAL, QUEIXA-CRIME E QUEIXA-CRIME SUBSDIÁRIA 
 
 
QUESTÃO 04 – XXVI EXAME 
Larissa, revoltada com o comportamento de Renata, ex-namorada de seu companheiro, foi, em 20 de 
julhode 2017, até a rua em que esta reside. Verificando que o automóvel de Renata estava em via 
pública, Larissa quebra o vidro dianteiro do veículo, exatamente com a intenção de deteriorar coisa 
alheia. Na manhã seguinte, Renata constatou o dano causado ao seu carro, mas não identificou, em 
um primeiro momento, quem seria o autor do crime. Solicitou, então, a instauração de inquérito 
policial, em 25 de julho de 2017. Após diligências, foi identificado, em 23 de outubro de 2017, que 
Larissa seria a autora do fato e que o prejuízo era de R$ 150,00, tendo sido a informação 
imediatamente passada à vítima Renata. Com viagem marcada, Renata somente procurou seu 
advogado em 21 de fevereiro de 2018, informando sobre o interesse em apresentar queixa-crime em 
face da autora dos fatos. Assim, o advogado de Renata apresentou queixa-crime em face de Larissa, 
imputando o crime do Art. 163, caput, do Código Penal, em 28 de fevereiro de 2018, perante o 
Juizado Especial Criminal competente, tendo sido proferida decisão pelo magistrado de rejeição da 
queixa, em razão da decadência, em 07/03/2018. A defesa técnica é intimada da decisão. 
Considerando as informações narradas, na condição de advogado(a) de Renata, responda aos itens a 
seguir. 
A) Qual o recurso cabível da decisão de rejeição da queixa-crime apresentada por Renata? Indique o 
fundamento legal e o prazo de interposição. (Valor: 0,65) 
B) Qual o argumento para combater o mérito da decisão do magistrado de rejeição da denúncia? 
Justifique. (Valor: 0,60) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não 
confere pontuação. 
 
GABARITO COMENTADO: 
A) O recurso cabível da decisão de rejeição da queixa-crime é o recurso de apelação, com prazo de 10 
dias, conforme previsão do Art. 82 da Lei nº 9.099/95. O advogado de Renata apresentou queixa-
crime em face de Larissa pela prática do crime de dano simples, delito esse de menor potencial 
ofensivo, logo aplicáveis as previsões da Lei nº 9.099/95. Da decisão de rejeição da denúncia ou 
queixa, como regra, caberá recurso em 
sentido estrito, no prazo de 05 dias, conforme o Art. 581, inciso I, do CPP. Todavia, o procedimento 
sumaríssimo dos Juizados Especiais Criminais prevê peculiaridades que o afasta do procedimento 
comum ordinário do CPP. De acordo com o Art. 82 da Lei nº 9.099/95, da sentença e da decisão de 
rejeição de denúncia ou queixa caberá recurso de apelação, sempre com o prazo de 10 dias. 
 
B) O argumento para combater a decisão do magistrado é o de que a contagem do prazo decadencial 
somente se inicia na data do conhecimento da autoria do crime e não necessariamente na data dos 
fatos. Em sendo crime de ação penal privada, o dano está sujeito ao prazo decadencial de 06 meses 
previsto no Art. 38 do CPP. Ocorre que este dispositivo estabelece que tal prazo somente se iniciará 
no dia em que o ofendido vier a saber quem é o autor do crime e não da data dos fatos. Na situação 
apresentada, Renata somente tomou conhecimento da autoria em 23 de outubro de 2017, de modo 
que nesse dia o prazo se iniciou, e não em 20 de julho de 2017. Dessa forma, não há que se falar em 
decadência. 
 
02
 
 
 
24 
DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS 
Item Pontuação 
a) Recurso de apelação (0,40), no prazo de 10 dias (0,15), conforme Art. 82, caput 
OU §1º, da Lei nº 9.099/95 (0,10). 
0,00/0,15/0,25/0,
40/0,50/0,55/0,65 
b) O argumento é o de que o início da contagem do prazo decadencial somente ocorreu 
em 23/10/2017 OU no dia em que o ofendido teve conhecimento sobre a autoria, logo 
não havia se encerrado quando do oferecimento da queixa-crime (0,50), nos termos do 
Art. 38 do CPP OU Art. 103 do CP (0,10). 
0,00/0,10/0,50/0,
60 
 
 
25 
QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA OU SUBSTITUTIVA - AÇÃO PENAL 
PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA 
 
QUESTÃO 02 – PROVA APLICADA EM PORTO ALEGRE – XXV EXAME 
No dia 06 de abril de 2017, João retirou Clara, criança de 11 anos de idade, do interior da residência em 
que esta morava, sem autorização de qualquer pessoa, vindo a restringir sua liberdade e mantê-la dentro 
de um quarto trancado e sem janelas. Logo em seguida, João entrou em contato com o pai de Clara, 
famoso empresário da cidade, exigindo R$200.000,00 para liberar Clara e devolvê-la à sua residência. 
Após o pai de Clara pagar o valor exigido, Clara é liberada e, de imediato, a família comparece à 
Delegacia para registrar o fato. Depois das investigações, João é identificado e os autos são 
encaminhados ao Ministério Público com relatório final de investigação, indiciando João. Após 90 
(noventa) dias do recebimento do inquérito, os autos permanecem no gabinete do Promotor de Justiça, 
sem que qualquer medida tenha sido adotada. Considerando as informações narradas, responda, na 
condição de advogado(a) da família de Clara, aos itens a seguir. 
A) Considerando que o crime é de ação penal pública incondicionada, qual a medida a ser adotada 
diretamente pela família de Clara e seu advogado em busca da responsabilização criminal de João? 
Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Em caso de inicial acusatória, qual infração penal deve ser imputada a João? Justifique. (Valor: 0,60) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não 
confere pontuação. 
 
GABARITO COMENTADO 
A) A medida a ser adotada pela família de Clara e seus advogados é a apresentação de queixa 
substitutiva da denúncia, dando início à ação penal privada subsidiária da pública. Sem dúvida, o 
crime a ser imputado a João é de ação penal pública incondicionada, de modo que, em princípio, 
caberia ao Ministério Público oferecer denúncia. Todavia, de acordo com o que consta do enunciado, 
houve omissão por parte do Ministério Público, tendo em vista que recebido o inquérito com relatório 
final de indiciamento de João, o Parquet se manteve inerte, não oferecendo denúncia, requerendo o 
arquivamento ou solicitando diligências. Assim, diante da omissão do Ministério Público, será admitida 
ação privada subsidiária da pública, nos termos do Art. 29 do Código de Processo Penal e Art. 5º, 
inciso LIX, da CRFB/88, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la ou oferecer denúncia 
substitutiva. 
 
B) O crime a ser imputado a João é de extorsão mediante sequestro qualificada, nos termos do Art. 
159, § 1º, do Código Penal, tendo em vista que João sequestrou Clara, criança de 11 anos, 
restringindo sua liberdade, com a clara intenção de obter, para si ou para outrem, vantagem 
econômica indevida como condição para o resgate. 
 
DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS 
Item Pontuação 
a) Caberia à família de Clara dar início à ação penal privada subsidiária da pública OU 
oferecer queixa substitutiva da denúncia (0,40), diante da omissão do Ministério Público 
(0,15), nos termos do Art. 29 do CPP OU do Art. 5º, inciso LIX, da CRFB/88 (0,10). 
0/0,15/0,25/0,40/
0,50/0,55/ 
0,65 
b) Extorsão mediante sequestro (0,35), presente a qualificadora pelo fato de a vítima 
ser menor de 18 anos (0,15), nos termos do Art. 159, § 1º, do CP (0,10). 
0/0,15/0,25/0,35/
0,45/0,50/0,6 
03
 
 
 
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