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Sulfas e quinolonas

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Larissa - Med 102
Sulfa e Quinolonas
As sulfas são a classe mais antiga de
antibióticos o que a descarta como
primeira opção em quase todas as
infecções bacterianas.
Fazem parte dessa classe: sulfonamida,
sulfametoxazol e sulfadiazina
Mecanismo de ação
As sulfas são antibióticos
bacteriostáticos, que agem como inibidores
competitivos (como falsos substratos) da
diidropteróico, precursor do ácido fólico
(utilizado na síntese de DNA bacteriano).
- Trimetropim e pirimetamina
→ São inibidores competitivo potente
e seletivo da diidrofolato redutase,
uma segunda enzima bacteriana usada
na síntese do ácido fólico.
→ Tem ação sinérgica às sulfas, mas
não possuem ação antibiótica
isolada. Por isso, só são fabricados
em associação com as sulfas, ex:
bactrim (sulfametoxazol +
trimetropim: usado no tratamento da
neurotoxoplasmose e pneumocistose)
Espectro de ação
Com o passar do tempo, grande influência
da resistência bacteriana adquirida, na
atualidade, muitas bactérias não mais
respondem à terapia sulfamídica, como
ocorre, frequentemente, com o
Staphylococcus aureus, a Neisseria
meningitidis e a Salmonella typhi.
Melhora do espectro quando associado ao
trimetoprim.
Tem grande ação contra agentes
infecciosos não bacterianos, como o
paracoccidioides brasiliensis, Isospora
belli, Nocardia, sendo primeira opção
contra o Toxoplasma gondii (sulfadiazina
+ pirimidina) e Pneumocystis jiroveci
(sulfametoxazol + trimetoprim)
Mecanismo de resistência
- Mutação no local de ação: menor
afinidade da diidropteroato sintase
pelas sulfonamidas.
- Impermeabilidade: Diminuição da
permeabilidade bacteriana,
principalmente em gram negativos
- Bomba de efluxo: excretando o ativo
do fármaco
- Via metabólica alternativa, sem
envolver a DHF sintetase
- Produção aumentada de um metabólito
essencial (PABA
- Resistência ao trimetoprim: produção
de DHF redutase com baixa afinidade
ao trimetoprim
Farmacocinética
- Algumas sulfas são feitas para não
serem absorvidas e terem efeito
local no intestino ou tópico
- Absorvidas no Delgado e Estômago
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Sulfa e Quinolonas
- Concentram-se em todos os líquidos
corporais, incluindo líquor e
atravessam a placenta
- Sofrem metabolismo hepático:
formando o Metabolito sulfonamida N4
Acetilada
- Excretadas pelo rim: parte
inalterada, parte metabólitos.
Quantidades pequenas eliminadas nas
fezes, bile e leite
Indicações
- 1º opção
➢ Toxoplasmose
➢ Pneumocistose
- 2º opção
➢ Infecções do trato urinário
➢ Infecções do trato
gastrointestinal
- 4º e 5º opção
➢ Infecções do trato respiratório
- Profilaxia para estreptococos: usado
naqueles indivíduos que possuem
alergia à penicilina.
Reações adversas
- Cristalúria: pH urinário
- Anemia hemolítica: deficiência de
B6.
- Agranulocitose
- Anemia aplásica
- Reações de hipersensibilidade
- Erupções cutâneas, eritema,
fotossensibilidade, Síndrome de
Stevens Johnson
- Hepatotoxicidade
Quinolonas
Classificação
➢ 1º geração: ácido nalidíxico,
rosaxacina e ácido pipemídico.
→ Espectro de ação: age contra gram
- comunitários (e. coli, Salmonella,
Shigella, Enterobacter,
Campylobacter e Neisseria
➢ 2º geração:
- Grupo A: Nofloxacina e Lomefloxacina
- Grupo B (são 4x mais potentes que as
do grupo A) : Ciprofloxacino,
Pefloxacina e Ofloxacina(reservada
ao tratamento alternativo de
tuberculose)
→ Espectro: Age contra gram
negativos comunitários e gram
positivos (estafilococos sensíveis à
meticilina e estreptococos), não tem
ação adequada contra o pneumococo.
→ O ciprofloxacino são ativos contra
algumas Pseudomonas.
→ Indicações: infecções urinárias,
infecções cutâneas (estreptococos
não pneumoniae)
➢ 3º geração: levofloxacino,
gatifloxacino (altera muito a
glicemia, por isso não é utilizado
mais) e gemifloxacino.
→ Espectro:age contra gram negativos
comunitários e estafilococos
meticilina sensíveis, mas tem
eficácia contra o pneumococo. Ativo
contra algumas cepas de pseudomonas.
→ Indicações: Pneumonia
➢ 4º geração: moxifloxacina,
trovafloxacina, clinafloxacina e
sitafloxacina.
→ Espectro: age contra gram
negativos comunitários e gram
positivos.Têm grande ação contra
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Sulfa e Quinolonas
anaeróbios. Atuam contra algumas
cepas de Pseudomonas.
→ Indicação: Pneumonia
OBS: Por ter eficácia contra o
pneumococo, as quinolonas de 3º e 4º
geração são chamadas de quinolonas
respiratórias (já que 80% das
infecções respiratórias são causadas
pelo pneumococo)
➢ São eficazes contra bactérias
intracelulares: Chlamydia,
Mycoplasma, Legionella,
Brucella, Micobactérias.
ADD esquema do prof
Mecanismo de ação
As quinolonas possuem como sítio de ação
as enzimas DNA-girase (em Gram +) e
topoisomerase IV( em Gram -), ou seja, seu
elas têm como seu mecanismo de ação a
inibição das enzimas DNA girase ou
topoisomerases IV, causando uma expansão
do DNA cromossômico causando lise
bacteriana por excesso de conteúdo
intracelular, já que as enzimas inibidas
são responsáveis pela a forma espiralada e
condensada do DNA bacteriano.
Mecanismo de resistência
1) Mutação no sítio de ação
→ Confere o principal mecanismo de
resistência das quinolonas.
→ A resistência ocorre por meio das
mutações nos genes que codificam as
topoisomerases.
2) Impermeabilidade
→ Modificações nos canais porínicos
da membrana externa das bactérias
(no caso das Gram -)
3) Bomba de efluxo
→ Transporte ativo do fármaco para
fora da bactéria
Farmacocinética
- Bem absorvidas por via oral
- Distribuem-se bem pelo corpo
- 1-3 horas atingem nível sérico
máximo
- Meia vida 3 a 5 horas
- Concentrações intracelulares boas,
por isso serve para os
microrganismos atípicos
(mycobacterium, clamídia e
legionela...)
- Menores concentrações no líquor,
ossos e próstata, mas podem ser
usados na osteomielite e prostatite,
desde que o tempo de tratamento seja
estendido
- Não são utilizadas na meningite,
mesmo que tenham espectro.
- São eliminados pelos rins, exceto o
pefloxacino e moxifloxacino que
sofrem metabolismo hepático.
Indicações
➢ ITU (pielonefrite, cistite,
uretrite, prostatite [ 4 a 6 semanas
de tratamento])
➢ DSTs - uretrites/ cervicites (não
são 1º opção, a primeira opção são
as tetraciclinas)
➢ Gastroenterites (diarréia
bacteriana)
➢ Infecções abdominais (diverticulite,
peritonite, exceto pancreatite que a
primeira opção é carbapenem)
➢ Infecções respiratórias → 3º geração
(levofloxacina) e 4º geração
(moxifloxacina)
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Sulfa e Quinolonas
OBS: Nas pneumonias comunitárias
tratamento sem saber o agente
etiológico, quando uso quinolonas de
3ª ou 4ª geração podem ser usadas
sozinhas, mas se a eu uso
ceftriaxona (cefalosporina de 3ª
geração) tem que se associar à
macrolídeo (azitromicina) ou
aminoglicosídeo, para adicionar
espectro para as pneumonias por
microrganismos atípicos.
➢ Infecções de via aérea superior=
quinolonas de 3º geração
(levofloxacina) com dose dobrada ou
quinolonas de 4º geração
(monoxifloxacacina) com dose usual.
➢ Osteomielite (geralmente causada por
estafilococos MRSA, mas com
tratamento de 4 a 6 semanas).
➢ Artrites
➢ Infecções de tecidos moles (a partir
dos de 2º geração)
➢ Tuberculose → Tuberculose:
Tratamento alternativo
(Oxofloxacina, estreptomicina e
etambutol)
OBS:. Tratamento principal
(Rifampicina, Isoniazida,
Pirazinamida e Etambutol), na
falência desse sistema por
insuficiência hepática ou
resistência, uso o esquema
alternativo.
Efeitos adversos
➢ Colite por C. difficile ou colite
pseudomembranosa: causada pela ação
antibiótica das quinolonas contra os
microrganismos gram negativos da
microbiota intestinal. Combina-se
uma anaerobicida( metronidazol -VIV)
e Vancomicina (VO) para tratar o
Clostridium.
➢ Alterações da glicemia
➢ Efeitos do SNC (enxaqueca e
alucinações)
➢ Ruptura do tendão de aquiles (
lesões de tecidos conjuntivos
densos)
➢ Ruptura da aorta (vasculopatia)
➢ Artropatias em crianças
➢ Gestantes e crianças menores de 12
anos não podem usar quinolonas.

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