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O PROBLEMA GNOSIOLÓGICO 
(ou Problema do Conhecimento) 
 
 
O problema do conhecimento possui três aspectos principais: Origem e estruturação abordada pela 
psicologia, valor abordado pela crítica e por ultimo funcionamento correto abordado pela lógica. 
1. As formas do conhecimento humano 
Nós como os animais, também somos dotados de algumas formas de conhecimento sensível: 
visão, audição, gosto, olfato, tato. Além disso, possuímos uma outra capacidade ainda, a memória, que 
nos permite trazer de volta à mente informações que pertencem ao passado. Há em nós uma terceira 
capacidade: a fantasia. 
O conhecimento humano proporcionam também outros dados singulares, concernentes à ordem 
científica, religiosa, moral, estética, etc., que incluem ideias universais e abstratas, princípios gerais e 
absolutos, leis necessárias, que apresentam então características bem diferentes do conhecimento obtido 
através dos sentidos e da imaginação. 
Parmênides e os pitagóricos reconhecem, além do conhecimento sensível, também o 
conhecimento racional, mas somente a este último é que atribui valor absoluto. 
Protágoras, Geórgias e outros sofistas admitem tão-só a existência do conhecimento sensível, de 
tal modo que se recusam a tentar explicar as profundas divergências que deparamos entre os horizontes 
cognoscitivos dos membros pertencentes a sociedades diferentes ou até no mesmo grupo social. 
Em geral, porém, durante o período clássico, quase todos os filósofos reconhecem que existem, 
pelo menos, duas ordens de conhecimento: o dos sentidos e o do intelecto. Os platônico subdividem tanto 
o conhecimento sensível como o intelectivo em dois tipos: 
 Conhecimento sensível por imagem direta e imagem indireta 
 Conhecimento intelectivo pelo raciocínio e pela visão. 
Os aristotélicos preservam a primeira diferença com pouca importância, mas recusa a segunda. 
Descarte compreende que da solução do problema gnosiológico depende a solução de todos os 
outros. 
Os filósofos alinham-se em duas grandes ordens: uns admitem tanto o conhecimento sensível 
quanto o intelectivo, os racionalistas; outros admitem somente o conhecimento sensível: os empiristas, 
positivistas e neopositivistas. 
2. Origem do conhecimento 
 Quase todos os filósofos reconhecem ao menos duas formas de conhecimento a sensível e a 
intelectiva. Daí resulta que as três hipóteses precedentes devem ser multiplicadas por dois. 
1. Todo conhecimento (seja sensível seja intelectivo) é produzido pelo objeto (Platão); 
2. Todo conhecimento (ou sensível ou intelectivo) é produzido pelo sujeito (Hegel); 
3. O conhecimento intelectivo é produzido pelo sujeito e o sensível pelo objeto (Occam); 
4. O conhecimento intelectivo é produzido pelo objeto e o sensível pelo sujeito (Berkeley); 
5. O conhecimento intelectivo é resultado da ação conjunta do sujeito e do objeto, ao passo que o 
conhecimento sensível deve-se exclusivamente à ação do objeto (Aristóteles); 
6. Conhecimento sensível e conhecimento intelectivo são ambos resultado da ação conjunta do 
sujeito e do objeto (Kant). 
Platão acredita que todo conhecimento humano, seja sensível seja intelectivo, provém do objeto. Para 
explicar a origem do conhecimento intelectivo, acha necessário postular a existência de um modo ideal 
formado efetivamente de objetos universais, necessários e, por isto imaterial. 
Para Aristóteles o conhecimento intelectivo deve-se em larga medida à ação do sujeito, que é dotado 
de uma potência particular (o intelecto) pela qual ele elabora os dados oferecidos pela experiência, de tal 
modo a colher neles o elemento universal, necessário e, portanto, essencial. 
Santo Agostinho modifica a tese de Platão num aspecto importante: a causa da sua origem não são 
ideias, mas Deus. Este é quem as infunde em nossa mente com sua ação iluminadora. 
São Tomás repropõe a teoria aristotélica: o conhecimento das ideias universais deve-se à ação do 
intelecto humano, o qual as abstrai das coisas. 
Durante a época moderna aparecem ainda outras soluções. Berkeley afirma que as ideias são todas 
particulares, mas como causa da sua origem não toma os objetos materiais, e sim o próprio Deus. Hume 
fundamenta todo nosso conhecimento sobre a sensação; porém não sabe explicar de que modo nela se 
formam os dados iniciais. 
Kant explica que o conhecimento sensível quer o intelectivo como o resultado de uma síntese de 
elementos dados em parte pelo sujeito e em parte pelo objeto. Kant diferencia vários elementos formais: 
no conhecimento sensível estão o espaço e o tempo; no conhecimento intelectivo, as doze categorias. 
Os psicanalistas põem em destaque os fatores subconscientes e instintivos; os estruturalistas, o social; 
os existencialistas, em especial Heidegger, e os teóricos da nova hermenêutica, o fator histórico; os 
analíticos, o fator linguístico. 
A solução conclusiva do problema da origem do conhecimento está na harmonização de todos os 
coeficientes entre si e com aqueles dois coeficientes indispensáveis, que são o sujeito e o objeto. 
3. Valor do conhecimento 
 O valor do nosso conhecimento torna-se um problema no momento em que experimentamos o 
erro. Esse problema nunca foi deixado de ser debatido, até nossos dias. 
 Parmênides, para resolvê-lo, traça uma diferença clara entre conhecimento sensível e intelectivo; 
somente o segundo pode atingir a verdade; o primeiro, no máximo, pode gerar opiniões. 
 Sócrates faz ver que além do conhecimento dos sentidos o homem possui também outros 
conhecimentos que transpassam a esfera sensível como ideia de bondade, justiça, felicidade, beleza, 
verdade, as quais possuem valor absoluto. 
 Platão procura consolidar a posição de Sócrates, diferenciando dois planos da realidade, um físico 
ideal, atribuindo ao intelecto o conhecimento do segundo, ao passo que pertence aos sentidos o 
conhecimento do primeiro. 
Segundo Aristóteles, são as próprias coisas que contêm um núcleo fundamental sempre idêntico a 
si mesmo, a essência. 
A crise da metafísica proporcionou um motivo posterior para colocar em dúvida o valor da razão 
humana. Assim, surge o Ceticismo, onde de acordo com sua filosofia o homem não pode mais alcançar 
com segurança a verdade. 
O valor do conhecimento humano, ao menos o do intelectivo, afirmado e defendido por Tomás de 
Aquino e outros escolásticos. 
Quando Descartes decide renovar o edifício filosófico, a visão dominante no mundo dos doutos 
ainda é cética. Ele começa fazendo as máximas concessões ao Ceticismo; porém isso não o impede de 
captar uma primeira verdade fundamental: duvido, portanto penso; penso, logo existo. 
Descartes deduz dessa verdade uma enorme gama de proposições de ordem metafísica, religiosa 
e mesmo física. Ao final considera poder resgatar da dúvida não apenas os conhecimentos de ordem 
intelectiva, como também os de ordem sensível. 
Kant parte das posições assumidas pelos empiristas e pelos racionalistas quando enfrenta e 
reexamina o problema crítico. A seu juízo, este não pode ser resolvido senão de modo positivo, dados os 
êxitos obtidos pelas ciências experimentais. Segundo ele, deve circunscrever-se racionalistas e empiristas. 
O conhecimento intelectivo não visa a coisa em si, mas os fenômenos. 
Após alguns decênios os filósofos reincidem nas duas alternativas clássicas: a intelectualista e a 
sensorialista. 
Hoje a tendência geral relativa ao valor do conhecimento é oposta ao racionalismo e favorável a um 
ceticismo mais ou menos extremado, cuja expressões mais significativas são duas: uma representada por 
aqueles que defendem que a verdade deva sempre ser procurada pela via cognoscitiva, mas convencidos 
de que é preciso excluir qualquer forma de metafísica e outra representada pelos que procuram achar a 
verdade não através da especulação, mas sim através da práxis. 
4. O método 
 O problema do método coincide em larga medida com o problema lógico. Mas não completamente. 
Esse problema já foi notadopela filosofia grega ( o método maiêutico de Sócrates, o método do ascensus 
e do descen, o método dialético de Platão, o método dedutivo e indutivo de Aristóteles). 
 Os filósofos se preocuparam em transferir diretamente à pesquisa filosófica os mesmos métodos da 
ciência e da matemática ou esforçaram-se por inventar métodos novos. 
 Muitos autores, atualmente, estão propensos a abandonar todos esses métodos de tipo teorético e 
consideram que o único método válido seja constituído pela práxis. 
5. A filosofia da ciência (Problema epistemológico) 
 Desde que Comte negou à filosofia um domínio próprio de objetos e confiou-lhe como tarefa 
específica o estudo das ciências, a determinação de seus objetos e de suas tarefas, a sua divisão e 
coordenação, a atenção dos filósofos dirigiu-se sempre mais para a ciência, a qual se tornou, para muitos, 
o argumento principal e central da sua análise. 
 A epistemologia propõe-se a responder interrogações que brotam da pergunta inicial sobre o que 
seja o conhecimento científico. Questões essas que começam a chamar a atenção de filósofo do fim do 
século XVIII. No momento em que surge um sereno ceticismo e uma crítica aguda nos confrontos do 
conhecimento científico. O nascimento e desenvolvimento da filosofia da ciência ou epistemologia devem-
se exatamente à tomada de consciência da problematicidade desse conhecimento. 
 Os primeiros resultados significativos dessa nova disciplina dizem respeito à matemática e à 
geometria. Por ação de Hilbert, Poincaré, Peano, Riemann, Frege, Russel e outros estudiosos, a 
matemática e a geometria tomaram consciência de sua especificidade como ciência do possível, diferente 
da física, que ao contrário é a ciência do real. 
 A filosofia da ciência propriamente dita teve um considerável desenvolvimento em nosso, século, 
dando origem a três movimentos principais: o neopositivismo, a interpretação matemática e o racionalismo 
científico. 
 Os neopositivistas dividem as ciências em dois grandes ramos: as lógico-matemáticas e as 
experimentais. 
 Em contraste radical com o neopositivismo coloca-se a concepção metafísica da ciência, que 
afirma que a ciência envolve uma metafísica e somente nela encontra seu fundamento último. Refere-se a 
uma concepção metafísica realista e uma concepção metafísica realista. 
 Um dos mais autorizados expoentes do realismo metafísico é o francês Émile Meyerson, que 
afirma que a ciência “não é positiva e não contém nem mesmo dados positivos, no sentido rigoroso que foi 
dado a esse termo por A”. é o realismo do senso comum, segundo ele que se prolonga na ciência sem 
solução de continuidade. 
 A interpretação metafísica idealista da ciência teve, por outro lado, um defensor válido no inglês 
Arthur S. Eddington. A ideia central deste pensador é a “seleção”, que ele mesmo denomina “seletivismo 
subjetivo”. Em sua epistemologia, a ideia de seleção ocupa o lugar correspondente à ideia de abstração da 
epistemologia. 
 Dentre as leis físicas, Eddington destaca aquelas que ele chama de “leis epistemológivas”. Essas 
leis necessárias, universais e exatas constituem o elemento a priori da física e das outras ciências 
experimentais. 
 Segundo Gaston Bachelard, deve localizar-se num meio termo entre realismo e idealismo, no qual 
ambos sejam retomados e superados. 
 Posição análoga à de Bachelard é a sustentada por Karl Popper, que também rejeita 
decididamente o empirismo em nome de uma certa espécie de racionalismo. “A epistemológica empirista 
tradicional e a historiogracia tradicional da ciência são ambas profundamente influenciadas pelo mito 
baconiano, segundo o qual toda ciência parte da observação, para posteriormente e comprecaução 
prosseguir em direção à teoria.

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