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Beatriz N. Ferreira ISTs · Saúde sexual: · A sexualidade é definida como uma questão essencial do ser humano, que contempla sexo, identidades e papéis de genero, orientacao sexual, erotismo, prazer, intimidade e reproducao, sendo influenciada pela relacao de aspectos biologicos, psicológicos, socieconomicos, politicos, culturais, legais, historicos, religiosos e espirituais (OMS, 2006). · Saúde sexual é uma estratégia na promoção da saúde e do desenvolvimento humano (Coleman, 2011). ISTs Comportamentos de risco mais comuns: · Não uso preservativo. · Múltiplos parceiros. · Ausência de testagem. · Fetiches. · Contato com fluidos. · Higienização inadequada. Tratamento individualizado: · Usar preservativo. · Imunizar HAV, HBV e HPV. · Conhecer o status sorológico para HIV da parceira sexual. · Testar regularmente para HIV e outras ISTs. · Tratamento do HIV como prevencao. · Realização de exames cérvico-vaginais preventivos (Papanicolau). · PrEP. · Conhecimento e acesso à anticoncepção e concepção. · PEP - para casos de falha aos métodos acima. Sífilis: · História: · 1495 - Cerco de guerra: "Mal de Nápoles" ou Mal Italiano. · Syphilis Sive Morbus Gallicus ("A sífilia ou Mal Gálico"), escrito em 1530 pelo médico e poeta Girolamo Fracastoro: Syphilus, um pastor que amaldiçoou o deus Apolo e foi punido com o que seria a doença sífilis. · Em 1546, o próprio Fracastoro levantou a hipótese de que a doença fosse transmitida na relação sexual por pequenas sementes que chamou de Seminaria contagionum. · Treponema: · Treponema pallidum tem 3 subespécies 1) T. pallidum subespécie pallidum → Agente etiológico da sífilis. 2) T. pallidum subespécie endemicum → Sífilis endêmica. 3) T. pallidum subespécie pertenue → Bouba (bejel e bouba são doenças não venéreas). · Fisiologia e estrutura: · T. pallidum e treponemas patogênicos relacionados são espiroquetas finos, muito espiralados, com extremidades afiladas. · Testes de diagnósticos tradicionais, como a microscopia e a cultura são de pouco valor → as espiroquetas são finas demais para serem observados com microscopia de luz em amostras coradas com coloração de Gram e Giemsa, e esses espiroquetas não crescem em culturas sem células. · Espiroquetas são microaerofílicas ou anaeróbicas e extremamente sensíveis ao oxigênio. · Patogênese e Imunidade> · A ausência de antígenos espécie-específicos na superfície permite que o espiroqueta escape do sistema imunológico. · Mesmo que sejam capazes de resistir à fagocitose, as bactérias podem aderir à fibronectina do hospedeiro, possibilitando interação direta com os tecidos. · A maioria dos pesquisadores acredita que a destruição tecidual e as lesões observadas na sífilis são principalmente consequência da resposta imune do paciente à infecção. · Epidemiologia: · Terceira doença bacteriana sexualmente transmissível nos Estados Unidos (após infecções por Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae). · Incidência diminuiu após o advento da terapia com penicilina, no início dos anos 1940 → embora tenham observados aumento periódicos de incidência, correspondente às mudanças no comportamento sexual (uso de anticoncepcionais, prostituicao..) · T. pallidum é extremamente sensível, incapaz de sobreviver à exposição a ambientes secos ou desinfetantes. · Sífilis não pode ser transmitida pelo contato com objetos inanimados, como assento de vasos sanitários. · A rota mais comum de disseminação é o contato sexual direto. · A doença também pode ser congênita ou adquirida por transfusão de sangue contaminado. · Sífilis não é altamente contagiosa; o risco de contrair a doença após um único contato sexual é estimado em 30%. No entanto, o contágio é influenciado pela fase da doença no transmissor. T. pallidum é transferido principalmente durante as fases iniciais da doença, quando uma grande quantidade de organismos está presente nas lesões úmidas da pele ou de mucosas. · Durante os estádios iniciais da doença, o paciente apresenta bacteremia intermitente e, se a doença não for tratada, a bacteremia pode persistir por até 8 anos. · A transmissão congênita pode ocorrer em qualquer momento da gravidez. Mesmo depois de a bacteremia cessar, a doença pode permanecer ativa. · Fase Primária: · Caracterizada por uma ou mais lesões cutâneas (cancros) no local em que o espiroqueta penetra. · Desenvolve de 10 a 90 dias após a infecção inicial. · Começa como uma pápula → sofre erosão para tornar-se uma úlcera indolor, com bordas elevadas. · Exame histológico da lesão: Endarterite e periarteritis (característica de lesões sifilíticas em todas as fases) e infiltração da úlcera com leucócitos polimorfonucleares e macrófagos. · As células fagocíticas ingerem os espiroquetas, mas os organismos frequentemente sobrevivem, com organismos abundantes presentes no cancro. · Na maioria dos pacientes, a linfadenopatia regional indolor desenvolve-se de 1 a 2 semanas após o aparecimento do cancro, o que representa um foco local para a proliferação de espiroquetas e disseminação no sangue. · O fato de essa úlcera cicatrizar espontaneamente dentro de 2 meses dá ao paciente uma falsa sensação de alívio. · Fase Secundária: · Sinais clínicos da doença: Lesões cutâneas proeminentes dispersas sobre toda a superficie do corpo. · Pacientes tipicamente experimentam estado semelhante de uma síndrome gripal → dor de garganta, cefaleia, febre, mialgia (dores musculares), anorexia, linfadenopatia (gânglios linfáticos inchados) e exantema mucocutâneo generalizado. · Primeiro há a manifestação dos sintomas semelhantes aos da gripe o da linfadenopatia → seguidos por erupcão (dias depois). · O exantema varia: macular, papular, pustuloso e pode cobrir toda a superfície cutânea → incluindo as palmas das mãos e plantas dos pés. · As lesões, denominadas condiloma plano (condilomata lata), podem ocorrer em dobras úmidas da pele, e as erosões podem desenvolver-se na boca ou em outras mucosas. Tal como acontece com o cancro primário, essas lesões são altamente infecciosas. · A erupção cutânea e os sintomas desaparecem espontaneamente dentro de algumas semanas e os pacientes podem sofrer remissão espontânea, entrar na fase clinicamente latente ou inativa da doença, ou progredir para a fase tardia da doença. · Fase Terciária: · +- ⅓ dos pacientes não tratados. · Sintomas clínicos: Característicos de uma inflamação crônica difusa → desenvolvem-se após período assintomático de alguns anos a décadas → podem causar destruição de órgão ou tecido (artrite, demência, cegueira). · Lesões granulomatosas (gomas) → podem ser encontrados em → ossos, pele e outros tecidos. · Sífilis tardia reflete os órgãos envolvidos (p. ex., neurossífilis, sífilis cardiovascular). · Neurossífilis em pacientes com síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS): · Acomete o SNC, já nas fases iniciais da infecção. · Reacao inflamatória da bainha de mielina, não havendo destruição anatomica das estruturas neurais. · Ocorre em 10% a 40% dos pacientes não tratados, na sua maioria de forma assintomatica. · Diagnosticada pela sorologia do líquor, exteriorizando-se clinicamente em apenas 1% a 2% como meningite asseptica. · Osseas: periostite, osteite gomosa ou esclerosante, artrites, sinovites e nódulos justa-articulares; · Cardivasculares: aortite sifilitica, aneurisma e estenose de coronárias. · Neurológicas: meningite, goma do cérebro ou da medula, atrofia do nervo óptico, lesão do setimo par craniano, paralisia geral, tabes dorsalis e demencia. · Sífilis congênita: · A maioria das crianças infectadas nasce sem evidências clínicas da doença, mas desenvolve rinite, seguida por exantema cutâneo maculopapular descamativo disseminado. Malformação de dentes e ossos, cegueira, surdez e sífilis cardiovascular são comuns em crianças não tratadas que sobrevivem à fase inicial da doença. · T. pallidum na circulação sanguínea do embriao, nos primeiros dois meses é extremamente danosa, pois no periodo o feto ainda não é capaz de induzir uma resposta imunológica. · Somente entre a 10 a 20 semana de gestaçãoo feto torna-se capaz de produzir uma resposta imunológica, no entanto ainda imatura, permitindo que o patogveno invade, dissemine e escape. · Congênita precoce: · Diagnóstico difícil; · Até o segundo ano de vida; · Epidemiologia materna; · Estudo clínico laboratoriais e imagem. · Oligossintomáticos: 1) Prematuridade e do baixo peso ao nascimento; 2) Hepatomegalia/ Esplenomegalia; 3) Lesões cutâneas 4) Alterações ósseas(periostite, osteíte ou osteocondrite) 5) Pseudoparalisia; 6) Sofrimento respiratório com ou sem pneumonia; 7) Rinite sero-sanguinolenta; 8) Icterícia, anemia e linfadenopatia generalizada; 9) Petéquias, púrpura, fissura peribucal, síndrome nefrótica, edema, convulsão e meningite. · Congênita tardia: · Diagnóstico difícil; · Após o segundo ano de vida; · Epidemiologia materna; · Estudo clínicos e laboratoriais; · Atenção à possibilidade de exposição sexual da criança; · As principais manifestações clínicas incluem: 1) Tíbia em “lâmina de sabre”; 2) Articulações de Clutton; 3) Fronte “olímpica”; 4) Nariz “em sela”; 5) Dentes de Hutchinson; 6) Surdez neurológica e dificuldade no aprendizado. · Evolução da Sífilis · Mecanismo de agressão: · Proteínas de adesão: família de genes TPR - que codificam proteínas da membrana externa e que podem funcionar como porinas e adesinas. · Palalisa - receptor celular - libera componentes para a ligação - degradar o tecido - metaloproteinase-`colágeno e hyaluronidase - tecidual. · Formato dele: pressiona e vai entrando aprofundando no endotélio - invade os tecidos. · Adesão com enzimas de degradação. · Fibronectina: previne a fagocitose por macrofagos. · Diagnóstico: · testes não treponêmicos e treponêmicos 1) Treponêmicos: · Mostra se há a presença de um treponema no organismo. · Teste qualitativo → sim ou não. · Não é utilizado para monitoração → paciente positivo refazer depois. · É o primeiro a positivar → Quando há a cura da lesão, começa a ser formado anticorpos do treponema. · Falso negativo pode ocasionar! 2) Não treponêmicos: · Anticorpos inespecíficos (reagentes à cardiolipina - componente estrutural da célula, faz parte da membrana interna , fosfolipídios). · Utiliza o dano celular para verificar a quantidade de dano que a bacteria está fazendo na célula. · 2 a positivar: por que está relacionado ao dano → 15 a 20 dias depois → formação de anticorpos.
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