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Linfadenomegalia Febril: Causas e Sintomas

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MÓDULO FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIA – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves 
LINFOADENOMEGALIA 
INVESTIGAÇÃO E ETIOLOGIAS 
INTRODUÇÃO 
Os linfonodos são: 
 Aglomerados estruturados de linfócitos envolvidos por uma cápsula de tecido fibroso, que 
recebem os vasos linfáticos aferentes que drenam a linfa para o seio subcapsular. 
Os gânglios possuem uma: 
 Camada cortical com os folículos linfoides, sendo que alguns possuem uma área central 
denominada de centros germinativos. 
A!! Folículos sem centros germinativos são chamados de primários; os com centros são chamados de 
secundários. 
A camada interna ou medular contém: 
 Linfócitos e macrófagos mais esparsos e próximos de sinusoides vasculares e linfáticos. 
Os linfáticos eferentes estão localizados no hilo dos linfonodos. 
Cada gânglio linfático possui também um vaso sanguíneo aferente e outro eferente, que são os 
responsáveis pelo suprimento de sangue. 
A distribuição dos linfócitos T e B não é homogênea. 
 Os linfócitos T se localizam predominantemente na área parafolicular situada entre os folículos e 
no córtex profundo. 
 Os folículos têm muito linfócitos B. 
 
Legenda: estrutura do linfonodo 
 
MÓDULO FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIA – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves 
APRESENTAÇÃO CLÍNICA 
MOTIVO DA CONSULTA OU DA ADMISSÃO 
HOSPITALAR 
O motivo da consulta dos pacientes com 
adenomegalia febril pode ser classificado em 3 
situações básicas: 
 Presença de 1 ou várias adenomegalias, 
geralmente localizadas em determinada 
topografia e a febre se manifesta depois do 
aparecimento da adenomegalia. 
 O doente apresenta adenomegalia e febre de 
forma concomitante. Nessa situação, a 
adenomegalia febril pode ser o único 
achado ou pode fazer parte de outras 
manifestações clínicas. 
 O doente apresenta febre, e a adenomegalia 
constitui um achado do exame clínico junto 
a outras alterações. 
ANAMNESE 
Informações como idade e sexo podem orientar o 
diagnóstico da causa subjacente da 
adenomegalia febril. 
Em pacientes com <30 anos de idade, a 
linfoadenopatia, em mais de 80% dos casos, é 
benigna. 
 Reacional (infecções). 
Mas nos pacientes com >30 anos, o aumento por 
causas reacionais ocorre em apenas 40% dos 
casos. 
Ademais, pacientes com >50 anos têm 
probabilidade de 80% de ter neoplasia. 
A!! Febre, em pacientes jovens, geralmente 
sugere infecções (linfomas são exceções). 
A!! Sintomas sistêmicos (perda de peso, 
sudorese noturna e febre baixa) em paciente com 
linfadenopatia localizada sugerem o diagnóstico 
de linfoma. 
 
Legenda: principais causas de adenomegalia febril segundo faixa 
etária 
A anamnese detalhada dos sintomas e sinais 
referidos é fundamental para a abordagem 
diagnóstica inicial. 
Inúmeras informações clinicoepidemiológicas 
podem orientar a suspeita diagnóstica, como: 
 Cronologia da instalação dos sintomas e sua 
evolução; 
 Comportamento e a preferência sexual; 
 Local de residência; 
 Tipo de moradia; 
 Ocupação profissional; 
 Estilo de vida detalhado; 
 Uso de drogas ilícitas, transfusões de 
sangue e/ou derivados; 
 Transplante de órgãos e/ou células; 
 Viagens recentes a áreas endêmicas; 
 Contato com animais, piolhos, pulgas ou 
insetos; 
 Uso de medicamentos; 
 Exposição a instrumentais cortantes ou 
perfurantes; 
 Contato com doentes; entre outros. 
O tipo de febre e sua associação com outros 
sinais e/ou sintomas pode auxiliar muito o 
raciocínio clínico. 
Assim, por exemplo: 
 Febre com início abrupto e associado à 
adenomegalia cervical pode sugerir 
linfadenopatia bacteriana; 
 
MÓDULO FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIA – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves 
 Febre oscilante associada à adenomegalia 
pode sugerir brucelose se houver algum 
dado epidemiológico característico 
(ingestão de leite e derivados não 
pasteurizados; contato com animais, 
especialmente vísceras; ingestão de carne 
malcozida etc.); 
 Febre vespertina associada à adenomegalia 
localizada deve sugerir tuberculose 
ganglionar; 
 Febre prolongada associada à 
linfadenomegalia generalizada pode sugerir 
AIDS (especialmente se houver suspeita 
epidemiológica) ou neoplasia; 
 Adenomegalia localizada ou generalizada 
com febre baixa e sudorese noturna ou febre 
alta periódica e sudorose noturna intensa 
(febre de Pel-Ebstein) pode sugerir a 
presença de um linfoma; 
 Adenomegalia inguinal febril e história de 
contato sexual recente sem uso de 
preservativo sugere IST; 
 Adenomegalia febril generalizada e uso 
recente de drogas ilícitas com seringas ou 
tubos de inalação compartilhados pode 
sugerir infecção aguda pelo HIV ou por 
qualquer doença transmitida pelo sangue 
(CMV; infecção pelo vírus EB; sífilis; 
HBV; HCV; ou até mesmo doença de 
Chagas aguda); 
 Adenomegalia generalizada febril 
consecutiva à injeção de soro heterólogo ou 
à administração de diversos fármacos (p. 
ex., fenitoína; hidralazina; alopurinol) pode 
sugerir doença do soro ou 
hipersensibilidade às drogas, 
respectivamente. 
É necessário avançar no raciocínio clínico 
situando os órgãos e aparelhos comprometidos, 
denunciando localizações anatômicas. 
Outra investigação indispensável é a 
identificação de um diagnóstico sindrômico. 
Feitos os diagnósticos anatômicos e sindrômicos, 
+ antecedentes clinicoepidemiológicos, as 
hipóteses diagnósticas podem ser melhor 
orientadas. 
Deve confirmar também alguns sinais e sintomas 
que ajudam a levantar hipóteses diagnósticas, 
como: 
 Emagrecimento, anemia e sudorese noturna 
que lembram neoplasias, linfomas ou 
AIDS; 
 Sangramentos associados à adenomegalia 
febril, frequentes na leucemia; 
 Adenomegalias que evoluem com artralgias 
sugerem um componente ou doença 
autoimune, a brucelose, ou infecções virais 
crônicas como agente causal ou como fator 
desencadeante; 
 Alterações oculares podem revelar 
toxoplasmose ou sarcoidose; tuberculose 
ou micoses profundas. 
 
Legenda: relação da anamnese com a hipótese diagnóstica 
EXAME FÍSICO GERAL 
Deve ser o mais completo possível, não se 
restringindo à adenomegalia e à febre. 
 Até pequenas informações podem firmar ou 
afastar hipóteses. 
 
 
MÓDULO FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIA – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves 
O estado ponderal do paciente pode alertar sobre 
doenças como: 
 TB e CMV; 
 Micoses profundas:paracoccidioidomicose, 
histoplasmose; 
 Neoplasia e Linfomas; 
 AIDS e toxoplasmose; 
A presença de sinais de escoriações por prurido, 
ou de petéquias, ou fenômenos hemorrágicos 
maiores, pode alertar para: 
 Doença hematológica. 
O exantema precedido de faringite, evoluindo 
com bom estado geral, sugere: 
 Mononucleose infecciosa ou síndrome da 
“mononucleose-símile” (CMV, 
toxoplasmose, rubéola, AIDS aguda, 
infecção aguda pelo HIV, linfoma, lues 
secundária). 
Alguns sinais dermatológicos específicos podem 
orientar o diagnóstico, como: 
 Erupção de cor lilás nas pálpebras 
(heliótropo) da dermatomiosite; ou 
 Exantema malar (distribuição em “asa de 
borboleta”) do LES. 
Já o edema palpebral unilateral associado à 
adenopatia preauricular (sinal de Romaña) 
indica: 
 Doença de Chagas aguda. 
A!! Miocardite também pode sugerir a presença de 
doença de Chagas, toxoplasmose ou doença de 
Kawasaki. 
O achado de língua sem papilas visíveis sugere 
doença crônica, como: 
 Neoplasia ou AIDS, especialmente se 
associada a candidíase oral. 
Entretanto, língua papilas salientes (“língua em 
framboesa”) lembrando a da escarlatina, sugere: 
 Doença de Kawasaki. 
Exame do aparelho respiratório pode reforçar a 
possibilidade de doenças como: 
 TB; 
 Paracoccidioidomicose; ou 
 Sarcoidose. 
A presença de hepatomegalia, esplenomegalia 
ou hepatosplenomegalia deve alertar para 
doenças subjacentes como: 
 Mononucleose infecciosa ou a 
mononucleose-símile; 
 Neoplasia hematológica; Micobacteriose disseminada; 
 Brucelose, entre outras. 
A presença de esplenomegalia, por sua vez, varia 
com a entidade mórbida. Geralmente, ocorre: 
 Aumento pequeno reacional ou 
moderado: colagenoses, mononucleose 
infecciosa e linfomas; e 
 Aumento maciço: leucemia mielocítica 
crônica, sarcoidose, e leishmaniose 
visceral. 
Corrimento uretral ou vaginal e úlceras 
secundárias, devem sugerir o diagnóstico de: 
 IST. 
Artralgias à movimentação ou artrite franca 
podem sugerir: 
 Colagenose, brucelose ou doença do soro. 
Dor óssea e hipersensibilidade esternal podem 
sugerir: 
 Leucemia aguda. 
A presença de adenomegalia febril pode 
representar apenas a manifestação de neoplasia 
metastática. 
 Adenomegalia supraclavicular esquerda 
(gânglio de Virchow): neoplasia intra-
abdominal; 
 Adenomegalia axilar: neoplasia de mama; e 
 Adenomegalia inguinal profunda: 
neoplasia genital ou perianal. 
 
MÓDULO FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIA – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves 
Entretanto, outros achados do exame físico geral 
podem sugerir o foco neoplásico primário, por 
exemplo: 
 Icterícia e ascite, no caso de neoplasia 
metastática; 
 TB ou paracoccidioidomicose peritoneal, 
que geralmente cursam com adenomegalia 
febril. 
Em algumas situações, o exame clínico pode ser 
ainda mais complexo, especialmente em pacientes 
com AIDS: 
 Apresentações clínicas atípicas: 
paracoccidioidomicose com características 
clínicas das formas juvenil e do adulto de 
forma simultânea; ou 
 Apresentação de mais de 1 doença: TB + 
histoplasmose, TB + micobacteriose não 
tuberculosa, ou TB + 
paracoccidioidomicose. 
Finalmente, a presença de febre em pacientes 
com adenomegalia pode corresponder apenas a 
intercorrência infecciosa: 
 Infecção bacteriana em paciente 
neutropênicos com leucemia linfocítica 
aguda ou síndrome de Felty. 
________________________________________ 
 
 
Legenda: a regra mnemônica “ALL AGE” pode ser utilizada para 
auxiliar na lembrança dos principais dados da anamnese e exame 
físico de um paciente com alteração em linfonodo 
 
Legenda: relação da anamnese com a hipótese diagnóstica 
EXAME DE GÂNGLIOS 
A 1ª pergunta a ser respondida em caso de 
linfadenomegalia é o tamanho a partir do qual um 
linfonodo aumentado é considerado anormal. 
 Esta resposta não é simples, pois não 
existem parâmetros exatos para essa 
definição. 
O limite varia com: 
 Idade e ocupação do paciente; 
 Localização dos gânglios; 
 Duração e a progressão da 
linfadenomegalia. 
Na presença de adenomegalia, deve avaliar: 
 Localização; 
 Tamanho do linfonodo em 2 dimensões 
(geralmente quanto maior o tamanho maior 
é a probabilidade de ser neoplásico); 
 Consistência; 
 Adesão ou não a planos profundos; 
 Sensibilidade (gânglios dolorosos têm 
menos probabilidade de serem cancerosos); 
 Fistulização e a presença de sinais 
inflamatórios. 
Alguns exemplos e possíveis etiologias: 
 Gânglios duros, indolores, aderentes a 
planos profundos ou formando um plastrão: 
carcinomas metastáticos; 
 
MÓDULO FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIA – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves 
 Gânglios de consistência firme e são 
indolores: leucemias e linfomas; 
 Gânglios firmes e dolorosos: áreas de 
drenagem de infecções bacterianas; 
A!! Na paracoccidioidomicose, os gânglios 
costumam ceder à pressão dos dedos, indicando 
um conteúdo líquido no seu interior. 
Na linfadenomegalia infecciosa pode ter 
formação de pus, que pode ser seguida da sua 
drenagem espontânea através de uma fístula. 
 Gânglios que frequentemente supuram: 
cervicais e inguinais superficiais; e 
 Menos frequentemente: axilares. 
Além disso, o exame das áreas de drenagem dos 
gânglios afetados deve ser cuidadosamente 
realizado. 
 
Legenda: diferença entre linfonodo com característica benigna e 
maligna 
Normalmente crianças e adolescentes têm mais 
gânglios palpáveis do que os adultos. 
 Aumento de gânglios inguinais são 
frequentes, devido a ferimentos nos pés e a 
infecções por dermatófitos; 
 Aumento de gânglios epitrocleares e 
axilares são mais comuns em trabalhadores 
braçais, devido a ferimentos nas mãos. 
Em condições normais, os únicos gânglios 
palpáveis em adultos são da: 
 Região inguinal, onde linfonodos de 0,2-
2,0cm são encontrados abaixo do 
ligamento inguinal e no triângulo 
femoral. 
Em crianças são palpáveis os: 
 Gânglios da região cervical, pequenos, de 
0,5 a 1,0 cm. 
A palpação deve ser feita com: 
 Paciente em posição relaxada, usando a 
polpa digital dos dedos indicador e 
médio, movimentando a pele sobre os 
tecidos adjacentes e não os dedos sobre a 
pele, com aumento progressivo da 
pressão. 
 O examinador deve definir a dimensão 
em dois eixos, de um lado ao outro e de 
cima até embaixo. 
A!! Linfonodos pequenos, móveis e indolores 
são usualmente encontrados em indivíduos 
normais. 
Outro ponto a ser considerado é que nem sempre 
massas palpáveis são gânglios, podendo ser 
confundidos com gânglios: 
 Abscessos (particularmente periodontais); 
 Cistos de tireoide; 
 Glândulas salivares; 
 Cistos do ducto tireoglosso podem estar 
presentes no pescoço; 
 Hérnias inguinais; e 
 Aneurismas vasculares nas virilhas. 
________________________________________ 
Além disso, é fundamental determinar se a 
adenomegalia é localizada ou generalizada. 
 
 
Legenda: causas de aumento de linfonodos relacionadas às regiões 
comprometidas 
 
 
MÓDULO FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIA – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves 
ADENOMEGALIA LOCALIZADA 
 
ADENOMEGALIA CERVICAL 
A adenite cervical geralmente ocorre: 
 Após faringite de etiologia viral ou 
bacteriana (estreptocócica ou não 
estreptocócica) e nos casos de 
mononucleose infecciosa ou de 
mononucleose-símile. 
A inspeção das adenomegalias com sinais 
flogísticos ou fistulização é frequente na: 
 TB ganglionar; 
 Paracoccidiodomicose juvenil; ou 
 Linfogranuloma venéreo. 
Outras causas de adenomegalias cervicais 
localizadas incluem: 
 TB ganglionar; 
 Doença de Hodgkin; 
 Paracoccidioidomicose juvenil; 
 Toxoplasmose aguda; e 
 Doença por arranhadura do gato. 
ADENOMEGALIA OCCIPITAL 
As adenomegalias febris occipitais podem ser: 
 Secundárias a infecções de pele e tecidos 
moles do couro cabeludo. 
Deve lembrar que infecções sistêmicas, como a 
rubéola, geralmente apresentam envolvimento 
predominante desses grupos ganglionares. 
ADENOMEGALIA AXILAR, 
EPITROCLEAR E INGUINAL 
O aumento de tamanho dos linfonodos axilares, 
epitrocleares ou inguinais ocorre frequentemente 
em: 
 Resposta a infecção bacteriana localizada 
nos MMSS ou MMII, por exemplo 
celulite. 
Porém, adenomegalia axilar febril deve ser 
diferenciada de: 
 Doença de Hodgkin e câncer de mama. 
Paciente sexualmente ativo com adenomegalia 
inguinal febril deve pensar: 
 IST, especialmente a sífilis e o 
linfogranuloma venéreo. 
Outras causas de adenomegalia axilar, inguinal 
e epitrocal, podem incluir: 
 Doença por arranhadura do gato (Bartonella 
henselae); 
 Tularemia ulceroglandular (Francisella 
tularensis); 
 Peste bubônica (Yersinia pestis); 
 Febre por mordida de rato (Spirillum 
minus); 
 Febre por mordida de gato ou cão 
(Pasteurella multocida); 
 Leishmaniose cutânea ou mucocutânea 
(Leishmania spp.); 
 
MÓDULO FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIA – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves 
 Esporotricose cutânea (Sporothrix 
schenckii); e 
 Antrax cutâneo (Bacillus anthracis). 
A febre pode acompanhar o quadro da doença 
por: 
 Arranhadura do gato; 
 Tularemia; 
 Peste bubônica; e 
 Febre por mordida do rato. 
Mas, nos outros casos, apresenta-se geralmente 
associada a infecção bacteriana secundária. 
ADENOMEGALIA POPLÍTEA 
O aumento dos gânglios poplíteos apresenta-se, 
de maneira geral, nas: 
 Infecções da articulaçãodo joelho, do 
calcanhar e da face externa da metade 
posterior do pé. 
ADENOMEGALIA GENERALIZADA 
As causas mais frequentes de adenomegalias 
generalizadas febris são: 
 Infecções virais, especialmente as 
decorrentes da mononucleose infecciosa e 
da mononucleose-símile. 
A!! Porém, como foi mencionado, pode acontecer 
apenas na adenite regional. 
Diversos quadros infecciosos e não infecciosos, 
como: 
 Doenças neoplásicas: leucemias agudas, 
leucemias linfoides crônicas e linfomas não 
Hodgkin; 
 Doenças imunológicas: colagenose, 
doença do soro, uso de medicamentos; 
Outras condições diversas: 
 Sarcoidose, hipertireoidismo, histiocitose 
X e LES. 
Nesses casos, informações detalhadas da 
anamnese e do exame clínico orientam a 
avaliação diagnóstica inicial. 
________________________________________ 
Porém, normalmente a maioria dessas 
características não é diagnóstica. 
 Então precisamos lançar mão de exames 
complementares para confirmação. 
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA 
Em alguns casos, o diagnóstico da causa 
subjacente da adenomegalia febril pode ser 
exclusivamente clínico, como na: 
 Faringite infecciosa aguda. 
Porém, na maioria das doenças, é necessário 
exames complementares sejam de: 
 Laboratório; 
 Imagem; ou 
 Histopatológicos. 
A escolha dos exames deve ser sempre racional, 
começando pelos mais simples e menos invasivos. 
Inicialmente, devem ser solicitados: 
 Hemograma, leucograma, velocidade de 
sedimentação globular (VHS), proteína C 
reativa; 
 Provas de função hepática e renal; e 
 Radiografia de tórax posteroanterior e de 
perfil. 
Na mononucleose infecciosa, por exemplo, há: 
 Linfocitose atípica e aumento discreto de 
transaminases. 
A!! Exames sorológicos são solicitados na 
suspeita de mononucleose infecciosa (Epstein-
Barr) ou mononucleose-símile (Toxoplasma 
gondii, CMV, rubéola). 
Mas na doença de Hodgkin pode ter: 
 Anemia; 
 Reação leucemoide, monocitose e 
eosinofilia. 
 
MÓDULO FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIA – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves 
A possibilidade de doença de Chagas aguda 
(vetorial, transfusional ou associada ao uso de 
drogas endovenosas) indica fazer: 
 Sorologias específicas. 
As sorologias são úteis em outras condições, 
como: 
 Doença por arranhadura do gato; 
 Brucelose; 
 Linfogranuloma venéreo; e 
 Infecção aguda pelo HIV. 
A!! No HIV, o diagnóstico se confirma com 
achado de sorologia negativa ou indeterminada, 
e a detecção do antígeno p24 do HIV ou de RNA 
do HIV, especialmente se a carga viral é > 10.000 
cópias/mL. 
Na suspeita de colagenose, deve ser solicitado: 
 Fator reumatoide. 
Posteriormente, exames específicos podem ser 
úteis: 
 Painel de anticorpos antinucleares – AAN; 
 Anticorpos contra o ADN bicatenular – 
ADNbc; e 
 Anticorpos antimúsculo liso, na suspeita de 
LES. 
Em algumas situações, as hemoculturas para 
bactérias, fungos e micobactérias podem 
auxiliar o diagnóstico. 
 Porém, especiais cuidados são necessários 
quando se trata de bactérias de difícil 
crescimento como a Bartonella henselae, 
a Brucella melitensis ou a Francisella 
tularensis. 
________________________________________ 
Exames por imagem (ecografia e TC) permitem 
avaliar com mais detalhes a presença de: 
 Visceromegalias intra-abdominais; 
 Adenomegalias mediastinais e 
retroperitoneais: secundárias à doença de 
Hodgkin e não Hodgkin, TB, 
histoplasmose, sarcoidose. 
________________________________________ 
O aspirado de medula óssea pode ser útil em caso 
de: 
 Suspeita de linfoma não Hodgkin e 
leucemia aguda; e 
 Quando associado à mielocultura, 
aumenta a sensibilidade diagnóstica para 
diversas infecções sistêmicas. 
Procedimentos como toracocentese, 
paracentese, broncoscopia com lavado e biópsia 
pulmonar, entre outros, podem contribuir ao 
diagnóstico de diversas doenças, especialmente 
se existe envolvimento sistêmico (TB, metástase). 
A biópsia-excisão de gânglios superficiais, 
geralmente cervicais, submandibulares ou 
axilares apresenta importância no diagnóstico das 
adenomegalias febris. 
A aspiração ou a biópsia com agulha de gânglio 
podem ser úteis no diagnóstico de: 
 Tumor metastático; e de 
 Infecções: TB ganglionar, linfogranuloma 
venéreo, tularemia e peste. 
Porém não são procedimentos adequados para o 
diagnóstico dos linfomas e de outras doenças 
hematológicas. 
 Portanto, dependendo da suspeita clínica, 
a biópsia-excisão sempre deve ser 
priorizada. 
Nos casos de biópsias não diagnósticas ou 
quando não existirem gânglios passíveis de 
biópsias superficiais (adenomegalias mediastinais 
ou retroperitoneais, secundárias a linfoma, TB, 
histoplasmose), pode precisar de: 
 Toracoscopia; 
 Laparoscopia; ou 
 Laparotomia exploratória. 
O estudo histopatológico detalhado mediante 
descrições morfológicas e uso de corações 
 
MÓDULO FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIA – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves 
especiais (Giemsa para linfogranuloma venéreo; 
Ziehl-Neelsen para micobacteriose; Grocott ou 
PAS para doença fúngica e Warthin-Starry para 
bartonelose), geralmente define o diagnóstico. 
Mas às vezes precisa de técnicas mais específicas 
como: 
 Imuno-histoquímica; ou 
 Reação em cadeia da polimerase (PCR). 
É importante considerar sempre a realização de 
biópsia ganglionar em adultos com: 
1 ou mais linfonodos firmes; 
 >1cm de diâmetro; 
 Não associados a doenças infecciosas; e 
que 
 Persistem por mais de 4 a 6 semanas. 
A!! Aproximadamente 10 a 20% dos pacientes com 
biópsias ganglionares não diagnósticas podem 
manifestar, em 1 ano, uma doença relacionada à 
indicação da biópsia, geralmente linfoma. 
 Por esse motivo, diante da persistência de 
linfadenomegalia, deve ser discutida a 
realização de uma nova biópsia. 
APROFUNDANDO NA BIÓPSIA... 
Os gânglios maiores são usualmente os mais 
preferíveis. 
 Se presentes, gânglios cervicais baixos e 
supraclaviculares são particularmente 
recomendados. 
 Sempre que possível, os gânglios inguinais 
devem ser evitados. 
É recomendável encaminhar a um cirurgião 
experiente, para que extraia um gânglio 
representativo e por inteiro. 
Quando retirado o gânglio, há 2 opções: 
1. Contato imediato com o patologista. 
Ele pode estar na sala cirúrgica, acompanhando 
o procedimento (ideal) ou alcançável em, no 
máximo, 10 minutos. 
Neste caso, encaminhe o material ao patologista 
em um recipiente de boca larga, sem nenhuma 
substância. 
 Nunca enrole em gaze ou coloque em 
solução salina. 
2. Caso não haja disponibilidade imediata do 
patologista, solicite ao cirurgião que seccione o 
gânglio ao meio e o coloque em um recipiente de 
boca larga com formol tamponado a 10%, em 
volume 5x maior que o do gânglio biopsiado. 
________________________________________ 
Outra decisão difícil é o momento oportuno para 
a fazer a biópsia. 
Linfadenomegalias com duração prolongada (3-
4 semanas), de curso progressivo ou muito 
volumosas, ou de consistência muito endurecida, 
ou localizadas em cadeias supraclaviculares 
devem ser biopsiadas se os exames para as 
causas infecciosas, inflamatórias e 
hematológicas forem negativos ou inconclusivos. 
Estes incluem: 
 Exames radiológicos; 
 Reações sorológicas; 
 Exames microbiológicos; 
 Exame hematológico; e, eventualmente 
 Aspirado de medula óssea. 
A!! A biópsia de medula óssea deve ser realizada 
somente após a realização desses exames. 
CAUSAS DE LINFOADENOMEAGALIA 
Os linfonodos são estruturas de defesa e contêm, 
basicamente, linfócitos e macrófagos, que são 
células essenciais para a imunidade celular e 
humoral. 
Os linfonodos são os locais onde ocorrem a maior 
parte das interações entre as células do sistema 
imunológico e os antígenos. 
Os antígenos são fagocitados pelos macrófagos e 
nos proteassomos são transformados em 
 
MÓDULO FADIGA, PERDA DEPESO E ANEMIA – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves 
fragmentos menores, que migram para a 
superfície da membrana; 
 Em interação com as moléculas HLA 
classe I, são apresentados aos linfócitos T 
e B existentes nas suas proximidades, nos 
gânglios. 
Assim, uma das causas mais frequentes de 
linfadenomegalia é a determinada pela 
hiperplasia reacional linfoide e macrofágica 
associada a infecções, em que o micro-organismo 
pode ou não estar presente no gânglio. 
Além disso, pode ocorrer hiperplasia linfoide 
associada às doenças autoimunes, reações a 
drogas e à deposição de imunocomplexos. 
Nessas hiperplasias, a arquitetura do gânglio 
linfático é preservada. 
 Porém, o depósito de substâncias em 
macrófagos, (lipidoses e amiloidose) 
também determina o aumento do gânglio 
linfático, embora a esplenomegalia seja o 
sinal clínico mais evidente. 
A infiltração por células neoplásicas 
hematopoéticas, como ocorre nas leucemias e 
linfomas ou na invasão por metástases, também 
constitui um mecanismo importante. 
Finalmente, existem doenças de causas 
desconhecidas que apresentam linfadenomegalia 
proeminente. 
 
Legenda: causas de linfoadenomegalia 
Além disso, há regras mnemônicas para lembrar 
dos diagnósticos diferenciais das doenças 
linfonodais: 
 
 
REACIONAIS - INFECÇÕES 
Infecções causadas por diferentes micro-
organismos podem causar linfadenomegalia, 
geralmente acompanhada de febre. 
O aumento ganglionar pode ser: 
 Localizado ou generalizado; e a 
 Duração pode ser prolongada, como 
acontece na TB e na 
paracoccidioidomicose, ou curta, como 
observado na maioria das viroses. 
O micro-organismo pode estar: 
 Presente no gânglio, como na TB e na 
paracoccidioidomicose; ou 
 Aumento pode ser consequência da 
resposta imune, sem a presença do agente 
causal: AIDS, sífilis secundária e 
mononucleose infecciosa. 
Os exames clínico e hematológico conduzem, na 
maioria dos casos, à hipótese diagnóstica, que 
deve ser confirmada por exames de imagem e de 
reações sorológicas específicas. 
Raramente a biópsia do gânglio é necessária e, 
quando efetuada, mostra a preservação da 
estrutura do órgão. 
 
MÓDULO FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIA – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves 
DOENÇAS NÃO INFECCIOSAS 
Os gânglios podem aumentar em: 
 Doenças autoimunes; 
 Reações de hipersensibilidade a drogas: + 
comum hidantoinato (mas também agentes 
antitireoidianos e isoniazida); e em 
 Doenças inflamatórias: sarcoidose. 
LEUCEMIA 
O achado de linfadenomegalias é variável nas 
leucemias, sendo mais frequente nas formas: 
 Linfocítica aguda (LLA) ou crônica 
(LLC). 
A LLA predomina em crianças, adolescentes e 
adultos jovens, representando 80 e 20% das 
leucemias agudas em crianças e adultos, 
respectivamente. 
Entretanto, 90% dos casos de LLC se apresentam 
depois dos 50 anos de idade, com idade média de 
65 anos ao momento do diagnóstico. 
As características dos gânglios podem variar 
segundo a forma clínica. 
Nas leucemias agudas, a adenomegalia é: 
 Generalizada; 
 Tamanho pequeno; e 
 Consistência fibroelástica. 
Nas formas crônicas: 
 Consistência mais dura, mas pode ser 
variável. 
A febre é frequentemente relatada, e pode 
decorrer da própria doença ou da infecção 
bacteriana associada. 
Os achados que orientam o diagnóstico de LLA 
incluem: 
 Palidez; 
 Episódios de sangramento, principalmente 
em mucosa; 
 Dor óssea; 
 Cefaleia intensa e queda do estado geral; 
 Dores em MM, principalmente II; e 
Diferentemente, a LLC geralmente apresenta: 
 Curso clínico mais insidioso e indolente, e 
com maior frequência de linfadenopatia 
generalizada (80%) e 
hepatoesplenomegalia (50%). 
O diagnóstico laboratorial da LLA confirma 
pela: 
 Análise do esfregaço de sangue periférico, 
com presença de blastos em 90% dos casos; 
ou 
 Mediante estudo da medula óssea, com 
demonstração de mais de 30% de blastos. 
Outros achados incluem: 
 Pancitopenia, especialmente neutropenia; 
 Alterações metabólicas: hiponatremia, 
hipocalcemia, hiperuricemia. 
O diagnóstico de LLC confirma com: 
 Identificação do imunofenótipo específico 
em amostras de aspirado de medula óssea. 
Outros achados frequentes incluem: 
 Linfocitose sem alterações do hematócrito 
ou da contagem de plaquetas. 
LINFOMA DE HODGKIN 
Doença de início geralmente insidioso, porém 
pode ser subaguda ou aguda. 
Apresenta distribuição etária bimodal: 
 Entre os 15 e 30 anos, com incidência 
similar em homens e mulheres e curso 
clínico mais benigno; e 
 >50 anos, com maior incidência em 
homens e curso clínico mais agressivo. 
A principal manifestação clínica é a: 
 Presença isolada de hipertrofia 
laterocervical ou supraclavicular. 
 
MÓDULO FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIA – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves 
Em relação à evolução da doença, existe 
tendência a comprometer grupos ganglionares 
contíguos. 
Tardiamente observa: 
 Invasão vascular; e 
 Disseminação hematogênica. 
Os gânglios tendem a ser: 
 Duros, indolores e de tamanho variável. 
Descreve, raramente, adenomegalia dolorosa 
após consumo de álcool. 
Pode ter também: 
 Febre; 
 Perda de peso; ou 
 Sudorese noturna. 
A febre periódica (Pel-Ebstein) tem sido descrita 
de forma característica. 
O prurido pode aumentar a suspeita diagnóstica, 
mas não é constante. 
A presença concomitante de adenomegalia 
mediastinal pode causar sintomas respiratórios. 
Outras possíveis manifestações incluem: 
 Anemia; 
 Esplenomegalia e hepatomegalia; e 
 Icterícia. 
O diagnóstico geralmente é realizado pela 
biópsia de gânglio. 
 Porém não recomenda a punção-
aspiração ou a biópsia com agulha. 
LINFOMA NÃO HODGKIN 
Apresenta manifestações e cursos clínicos 
variáveis, desde: 
 Formas indolentes até outras rapidamente 
progressivas. 
A!! Esse tipo de linfoma é mais comum em 
pacientes com imunodeficiências. 
Pacientes com doença indolente usualmente 
apresentam: 
 Linfadenopatia com episódios de piora e 
melhora durante vários meses antes do 
diagnóstico, porém o crescimento 
persistente dos gânglios é mais comum. 
A diferença do linfoma de Hodgkin, é que o 
envolvimento ganglionar no linfoma não 
Hodgkin é geralmente multicêntrico em estádios 
bem precoces, e o acometimento medular é 
frequente. 
Os pacientes com linfomas intermédios e de alto 
grau apresentam-se com: 
 Adenomegalias; e/ou 
 Sintomas constitucionais: febre, perda de 
peso e sudorese noturna. 
A linfadenopatia pode ser o único achado, mas 
locais extranodais também podem ser 
encontrados, especialmente na pele e no TGI. 
O hemograma é usualmente normal, mas um 
grupo pode apresentar uma fase “leucêmica”, 
dificultando o diagnóstico inicial. 
A dosagem de desidrogenase láctica sérica 
(DHL) parece ser um marcador prognóstico útil. 
Como acontece no linfoma de Hodgkin, o 
diagnóstico definitivo geralmente é secundário à 
biópsia de gânglio. 
COLAGENOSES 
Este grupo heterogêneo de doenças autoimunes 
apresenta: 
 Adenomegalia febril de forma variável, 
frequentemente associada a outras 
manifestações sistêmicas. 
As mulheres em idade reprodutiva são as mais 
afetadas, embora existam exceções, como a 
poliarterite nodosa (PAN), doença discretamente 
mais frequente em homens. 
A adenomegalia generalizada é relatada com 
frequência variável no/na: 
 
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 LES; 
 AR; 
 PAN; e 
 Dermatomiosite/polimiosite. 
Entretanto, é um achado mais constante na 
síndrome de Felty. 
Os gânglios são geralmente: 
 Indolores, pequenos, moles e não aderentes 
aos planos profundos. 
Contudo, a presença de febre, em conjunto com 
fadiga, mal-estar, anorexia, náuseas e perda de 
peso, faz parte das manifestações sistêmicas. 
LES 
Os achados clínicos do LES incluem: 
 Artralgias/ mialgiase poliartrite; 
 Miopatia/miosite e fotossensibilidade; 
 Erupção malar e discoide; 
 Alopecia e sinais de vasculite; 
 Linfadenomegalia e esplenomegalia; 
 Polisserosite. 
A adenomegalia é generalizada, mas as cadeias 
ganglionares mais acometidas são as: 
 Cervicais, axilares e inguinais. 
Já a linfadenomegalia é mais frequente em 
pacientes mais jovens. 
A apresentação clínica inicial pode ser 
oligossintomática, fato que dificulta o 
diagnóstico precoce. 
Os exames inespecíficos revelam: 
 Anemia, leucopenia, trombocitopenia e, 
como na maioria das colagenoses, valores 
aumentados da VHS e da proteína C 
reativa. 
O diagnóstico de LES utiliza critérios clínicos e 
laboratoriais bem definidos, que incluem: 
 Autoanticorpos específicos. 
 
PAN 
A PAN clássica caracteriza-se por alteração dos 
seguintes sistemas: 
 Renal: insuficiência renal e HAS; 
 Musculoesquelético; 
 SNP: neuropatia periférica e mononeurite 
múltipla; 
 TGI: dor abdominal, infarto mesentérico; 
 Pele: livedo reticularis, fenômeno de 
Raynaud; 
 Cardíaco: insuficiência cardíaca, infarto, 
pericardite; 
 Geniturinário: dor testicular, ovariana ou 
epididimal; e 
 SNC: AVC e convulsões. 
O diagnóstico da PAN clássica baseia-se nos/na: 
 Dados clínicos; e 
 Achados característicos de vasculite no 
material de biópsia dos órgãos afetados. 
AR 
A AR, doença que se apresenta com maior 
frequência em mulheres de 40 a 50 anos, 
caracteriza-se principalmente pela: 
 Presença de poliartrite distal simétrica e 
rigidez matutina. 
Essa doença pode ter diversos padrões de 
apresentação clínica: 
 Insidiosa; 
 Brusca; e 
 Policíclica ou intermitente. 
A presença de febre baixa faz parte dos sintomas 
que acompanham os sintomas reumatológicos. 
 Mas a linfadenomegalia febril é mais 
frequente quando a doença se inicia de 
forma brusca. 
Apresentações particulares da AR, como a 
síndrome de Felty, que se caracteriza pela: 
 Presença de AR crônica, esplenomegalia, 
linfadenomegalia e neutropenia; 
 
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A AR juvenil, presente em pacientes <16 anos, 
pode cursar com: 
 Linfadenomegalia febril quando se inicia de 
forma sistêmica (doença de Still). 
O diagnóstico da artrite reumatoide e da 
síndrome de Felty é basicamente clínico, mas 
utiliza alguns critérios laboratoriais, como: 
 Presença do fator reumatoide e de 
alterações radiológicas. 
Como nas outras colagenoses, a VHS e a proteína 
C reativa estão elevadas. 
É frequente o achado de anemia e, na vigência de 
doença clínica ativa, observa-se trombocitose. 
DOENÇAS NEOPLÁSICAS – METÁSTASES 
O envolvimento de linfonodos regionais por 
células tumorais é bastante frequente em alguns 
carcinomas e em outros tumores. 
A extensão desse comprometimento constitui um 
dos elementos do estadiamento, e tem 
importância prognóstica. 
A retirada cirúrgica dos gânglios 
comprometidos tem pouco impacto na 
sobrevida, mas tem importância no controle 
local da doença. 
Os gânglios têm: 
 Consistência endurecida, não doloroso, e 
aderido a planos profundos e outros 
gânglios. 
Os tumores que mais frequentemente infiltram os 
gânglios são os: 
 Carcinomas de mama: gânglios axilares; 
 Pulmão: mediastinal, hilar, supraclavicular; 
 Rins; 
 Próstata: abdominais e retroperitoneais; 
 Cabeça e pescoço: cervicais, geralmente 
unilaterais; e 
 TGI: supraclavicular (gânglio de Virchow). 
 Melanoma, tumores de células 
germinativas: retroperitoneais e 
abdominais; e 
 Neuroblastoma também podem infiltrar os 
gânglios. 
Muitas vezes os gânglios são comprometidos 
mesmo antes de a localização do tumor primário 
ser conhecida. 
 Assim, a infiltração pelo melanoma pode 
ocorrer em qualquer região, antes do 
diagnóstico da lesão de pele. 
DOENÇAS INFILTRATIVAS NÃO 
NEOPLÁSICAS 
Esse grupo é constituído por doenças em que o 
aumento dos gânglios é determinado pelo: 
 Acúmulo de substâncias nos macrófagos. 
AMILOIDOSE 
A amiloidose é caracterizada pela: 
 Deposição de substância amiloide em 
vários órgãos, incluindo os linfonodos. 
Muitas vezes a adenomegalia, que não é dolorosa, 
podendo ser difusa ou localizada, é a 
manifestação inicial da doença. 
O diagnóstico é feito em material de biópsia, que 
revela a deposição de material fibrilar. 
DOENÇA DE GAUCHER 
É causada pela: 
 Deficiência da atividade de uma hidrolase 
lisossomal que resulta na deposição de 
glicocerebrosídeos nos macrófagos do 
baço, fígado, medula óssea e gânglios. 
O achado do exame físico mais comum é a 
esplenomegalia; 
DOENÇA DE NIEMANN-PICK 
Acúmulo de esfingomielina e colesterol nos 
macrófagos, que resulta em hepatoesplenomegalia 
e enfartamento ganglionar moderado. 
 
MÓDULO FADIGA, PERDA DE PESO E ANEMIA – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves 
DOENÇAS DE ETIOLOGIA DESCONHECIDA 
COM LINFOADENOPATIA PROEMINENTE 
Existem doenças, relativamente raras, em que a 
linfoadenopatia é proeminente, mas a etiologia é 
desconhecida, embora algumas possam ser 
consideradas pré-malignas. 
SÍNDROME DE KAWASAKI 
A síndrome de Kawasaki é uma doença de 
crianças e adultos jovens caracterizada pela: 
 Presença de conjuntivite, lesões cutâneas e 
febre. 
A linfadenomegalia aparece em 75% dos casos, 
na região cervical, e é usualmente unilateral. 
HISTIOCITOSES 
As histiocitoses são caracterizadas pela: 
 Proliferação de histiócitos, que podem ser 
normais ou malignos; e 
 Linfadenopatia proeminente, que pode 
ser localizada ou generalizada. 
O comprometimento cutâneo ocorre 
frequentemente. 
Elas podem ser divididas nas histiocitoses em que 
as células envolvidas são os: 
 Histiócitos de Langerhans, denominadas 
histiocitoses X (de etiologia 
desconhecida); e aquelas em que as células 
são: 
 Histiócitos não Langerhans. 
Na histiocitose X temos o granuloma eosinofílico, 
a síndrome de Hand-Schüller-Christian, e a 
doença de Letterer-Siwe. 
No segundo grupo incluem-se a linfo-histiocitose 
eritrofagocítica familiar, a síndrome 
hemofagocítica associada a infecções, a 
histiocitose sinusal (Rosai Dorfman), a 
histiocitose maligna, a linfoadenite histiocítica 
necrotizante (doença de Kikuchi) e a 
granulomatose linfomatoide. 
________________________________________ 
 
Legenda: resumo da investigação e propedêutica armada das 
linfadenopatias

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