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Parto Prematuro - Parte I

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JOSÉ SA NT ANA FA RIA S NE TO - UES B 
 
1 Obstet ríc ia 
 
 
 
 
 
DEFINIÇÃO 
 
Parto que ocorre a partir de 20 e 22 semanas e antes 
de 37 semanas completas (< 259 dias), contadas a 
partir do 1º dia do último período menstrual. 
 A expulsão do feto antes de 20-22 semanas é 
considerada ABORTAMENTO. 
 
Distinguir dos conceitos: pequeno para a 
idade gestacional (PIG) = recém-nascido (RN) 
que nasce abaixo do esperado para a idade 
gestacional (IG); e RN de baixo peso ao nascer = RN 
nasce com peso < 2.500 g, independente da IG. 
 
Pré- Termo (Prematuro) 
RN cujo parto ocorreu 
entre 20-22 sem e antes 
de 37 sem completas. 
PIG RN abaixo do 10º percentil para a IG. 
Baixo Peso RN com peso < 2.500 g. 
Muito Baixo Peso RN com peso < 1.500 g. 
Extremo Baixo Peso RN com peso < 1.000 g. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
A prematuridade pode ser classificada segundo a sua 
evolução clínica decorrente das seguintes situações: 
 
→ ESPONTÂNEA: etiologia geralmente multifatorial 
ou desconhecida, o que dificulta as estratégias 
preventivas. 
→ ELETIVA: gestação interrompida em virtude de 
complicações maternas (ex.: doença hipertensiva 
específica da gestação) e/ou fetais (ex.: restrição de 
crescimento fetal). 
 
Classificação utilizada para separar a prematuridade 
de acordo com a IG. 
 
Pré-Termo Tardio 34 a 37 semanas incompletas. 
Pré-Termo Moderado 32 a 34 semanas incompletas. 
Muito Pré-Termo 28 a 32 semanas incompletas. 
Pré-Termo Extremo < 28 semanas. 
IMPORTÂNCIA 
 
A prematuridade e suas consequências representam 
grave problema de saúde pública, sendo a principal 
causa de morbidade e mortalidade neonatal. 
 
→ Complicações neonatais mais comuns: síndrome 
do desconforto respiratório, hemorragia 
intracraniana, enterocolite necrosante e sepse. 
 Intercorrências mais frequentes em idades 
gestacionais < 32 semanas, tornando-se 
críticas abaixo de 28 semanas. 
 
→ Estudo multicêntrico prospectivo realizado nos 
EUA entre 2000 e 2011 com 22.248 nascimentos: 
 1 a cada 4 prematuros extremos morre antes 
da alta hospitalar. 
 Principais causas de morte: 
o ≤ 12 horas: imaturidade; 
o > 12 horas e ≤ 14 dias: síndrome da 
angústia respiratória (SAR); 
o 15-60 dias: enterocolite necrosante; 
o > 60 dias: broncodisplasia pulmonar. 
 
A MORBIDADE é elevada nos RN que sobrevivem e 
diretamente relacionada aos distúrbios respiratórios 
e às complicações infecciosas e neurológicas. 
Avaliações do desenvolvimento infantil revelam 
distúrbios funcionais do SNC que comprometem 
principalmente as funções neuromuscular, cognitiva, 
visual e auditiva, repercutindo em desvantagens 
neurológicas e psicológicas ao longo de toda a vida. 
 
→ Implicações econômicas que persistem após o 
período neonatal: 
 Revisão sistemática sobre prematuros em 
idade escolar com peso ao nascer < 1.500g  
pelo menos 1/3 apresentava algum tipo de 
sequela neurológica; muitos problemas 
podem se agravar na idade adulta. 
 Estudo longitudinal com 242 sobreviventes 
que nasceram entre 1977 e 1979 com idade 
gestacional média de 29 semanas 
comparados a um grupo-controle de 233 
PARTE I 
 
 
JOSÉ SA NT ANA FA RIA S NE TO - UES B 
 
2 Obstet ríc ia 
jovens cujos partos foram a termo  
diferenças significativas em relação a: 
quociente de inteligência, paralisia cerebral, 
cegueira, surdez, alterações do crescimento 
e outras intercorrências clínicas (asma, 
diabetes, anemia, epilepsia, artrites, 
alterações musculoesqueléticas e transtorno 
afetivo bipolar). 
 
DETERMINISMO DO PARTO 
PRÉ-TERMO 
 
É o mesmo da parturição a termo, exceto pela idade 
da gravidez na qual ele ocorre. 
 
→ componentes uterinos: ↑ contratilidade uterina, 
amadurecimento do colo (dilatação e apagamento) 
e ativação membrana decidual. 
 
O parto pré-termo talvez represente a ativação 
idiopática precoce do processo normal do parto ou 
o resultado de insultos patológicos incluindo 
infecção/inflamação, hemorragia, isquemia 
uteroplacentária, hiperdistensão uterina, estresse e 
outros processos imunologicamente mediados. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 
ESTUDO 1  Descrição do perfil clínico e 
epidemiológico do parto prematuro e seus desfechos 
neonatais. 
 Amostra: prontuários de 94 RN vivos 
prematuros em uma UTI neonatal no período 
entre 1º de fevereiro a 31 de agosto de 2015. 
 67,2% tinham IG ≤ 34 semanas; 32,8% entre 
34 semanas e 1 dia e 36 semanas e 6 dias. 
 Peso: 6% < 750g, 12% 750-999g, 36% 1.000-
1.499g, 43% 1.500-2.499g e 3% > 2.500g. 
 Complicação neonatal mais encontrada  
infecção (SEPSE PRECOCE como principal). 
 
ESTUDO 2  Prematuridade no Brasil: um estudo 
epidemiológico, no período de 2007 a 2016. 
 9,39% dos nascimentos foram prematuros. 
 Crescente taxa de prematuridade no período 
avaliado em todas as regiões e estados 
brasileiros, exceto na Paraíba. 
 Maior taxa de prematuridade se concentrou nas 
gestações entre 32 a 36 semanas. 
 Taxa de prematuridade foi superior entre os 
filhos de mães com ≥ 40 anos em todo o período. 
 Maiores taxas foram observadas entre os 
prematuros com 500-1499g e 1500-2499g.

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