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TUTORIA III 1 🧠 TUTORIA III Objetivos: OBJETIVO 01:Descrever o metabolismo dos lipídios e a lipogênese. Ácidos Graxos: Visão geral: 1. Os ácidos graxos, os lipídios mais simples, podem ser oxidados para gerar grande parte da energia necessária às células em jejum. Excluindo às células cerebrais e os neurônios. 2. Os ácidos graxos são precursores na síntese de lipídios celulares mais complexos (como por exemplo o triacilglicerol). 3. Apenas dois ácidos graxos são essenciais e devem ser fornecidos na dieta: ácido linoléico e ácido linolênico Os ácidos graxos são compostos de uma cadeia de hidrocarboneto não ramificada com um grupo carboxila terminal. Os ácidos graxos de cadeia curta e média, são absorvidos diretamente no intestino e são transportados por uma veia porta hepática (não é preciso esterificação, devido a carnitina). Enquanto os ácidos de cadeia longa(mais de 14C), encontrados nos triacilgliceróis (gorduras), e eles exigem um lançador de carnitina para que eles sejam oxidados. Os ácidos graxos insaturados, os de ocorrência natural possuem a configuração cis. A oxidação de ácidos graxos insaturados: produzem produtos de degradação que causam danos a própria membrana (anemia hemolítica). Triacilgliceróis: É uma reserva de energia altamente concentrada, formada pela esterificação de ácidos graxos com o glicerol. O excesso de ácidos graxos na dieta e os ácidos graxos TUTORIA III 2 sintetizados a partir do excesso de carboidratos são convertidos em triglicerídeos e armazenados nas células adiposas. Fosfolipídios: São o principal componente das membranas celulares. Agem como agentes tenso ativos pulmonares, diminuindo a tensão entre os alvéolos, evita que as vias aéreas entrem em colapso. Síndrome da dificuldade respiratória devido a baixa produção de surfactante pulmonar e a baixa frequência de trocas gasosas. A deficiência de carnitina reduz a energia disponível da gordura para apoiar a síntese de glicose, resultando em hipoglicemia não cetótica. Metabolismo dos lipídios: Visão geral: 1. Síntese de ácidos graxos, triacilgliceróis e acetil CoA (ocorre no citoplasma); 2. Formação de citrato (começa na mitocôndria com transportador de 2C); 3. Acetil CoA carboxilase; 4. Regulação de síntese de ácidos graxos ocorre na Acetil Coa carboxilase, e é controlada pela insulina, pelo glucagon e pela epinefrina; 5. Fosfolipídios. A degradação de triacilgliceróis em ácidos graxos e glicerol resulta da ação de três enzimas: 1. A lipase de triacilgliceróis do adiposo catalisa a hidrólise do triacilglicerol em ácido graxo e diacilglicerol; 2. A lipase hormônio-sensível remove outro ácido graxo do diacilglicerol que se converte em mono; TUTORIA III 3 3. A monoacilglicerol lipase atua formando glicerol e ácido graxo. Etapa 01: a. lançadeira de citrato→ transporta acetil CoA gerado na mitocôndria para o citosol. b. O acetil Coa não pode se mover e por isso deve ser convertido em citrato. c. Citrato sintase → OAA e o acetil CoA sofrem uma condensação irreversível para formar de fato o citrato. Transportado através da membrana mitocondrial. d. Citrato remanescente usado no ciclo do ácido cítrico. Etapa 02: a. A citrato liase→ enzima intensificada pela ação da insulina, reação que vai requerer ATP. Etapa 03: a. A acetil CoA vai ser convertida em Malonil CoA, um importante intermediário na síntese de ácidos graxos. Ela vai limitar se a vid vai progredir ou regredir. b. A malonil CoA vai inibir a carnitina aciltransferase I. Com isso vai evitar o movimento dos ácidos graxos, evitando ciclos fúteis. Etapa 04: a. A ácido graxo sintase inicia e alonga a cadeia do ácido graxo → ciclíca. b. O palmitato é o produto final desse ciclo. 4 moléculas de glicose→ 16 C do ácido palmítico. Etapa 05: a. Produção de malato: o OAA é convertido em malato, pela quebra do citrato. Etapa 06: TUTORIA III 4 a. A enzima málica produz um NADPH (pode ser produzida pela pentose fosfato também). b. O NADPH é necessário para a síntese de palmitato e para alongar a cadeia de ácidos graxos. Etapa 07: a. A conversão de ácidos graxos em triacilgliceróis no fígado e tecido adiposo. b. As fontes de ácidos graxos elas variam→ síntese do ácido graxo e da hidrólise dos quilomícrons (derivados da dieta) ou VLDL( derivados do fígado); c. DHAP → dihidrose acetona fosfato. d. O TG vai ser transformado em VLDL nos hepatócitos No estado alimentado→ os ácidos graxos consumidos ou liberados pelos quilomícrons vão ser usados para sintetizar os triacilgliceróis no fígado e no tecido adiposo. Como podemos diminuir os triacilgliceróis? Diminuindo a ingestão de carboidratos. TUTORIA III 5 A epinefrina ativa a lipase sensível ao hormônio durante o jejum. ETAPAS REGULADAS: 1. a etapa irreversível vai ser regulada por: regulação do acetil CoA carboxilase e pela ciclagem entre as formas ativas e inativas. obs.: a insulina no estado alimentado ativa a enzima por desfosforilação. 2. Inibição da acetil CoA carboxilase aumenta a oxidação dos ácidos graxos. Características únicas dessa via: TUTORIA III 6 1. síntese de ácidos graxos de cadeia mais longa e ác. graxos insaturados; 2. Compartimentação→ evita a competição entre a síntese de gordura; 3. O tecido adiposo não contém glicerol quinase, portanto a estrutura do glicerol dos triacilgliceróis deve ser proveniente da glicólise. A lipólise nos adipócitos depende da interação das enzimas com a gota de triacilgliceróis. A gota é delimitada por uma monocamada de fosfolipídios e colesterol, à superfície da qual se associam numerosas proteínas, da família das perilipinas. Elas medeiam a fixação das lipases na periferia da gota e o acesso a seus substratos, além de regularem a sua atividade. A gota de triacilgliceróis constitui uma organela dinâmica, cuja estrutura sofre alterações frente a situações fisiológicas diferentes. A lipólise é ativada durante períodos de aumento da demanda de energia por ação hormonal. O glicerol é pouco reaproveitado pelos adipócitos, que têm baixos níveis de glicerol quinase, sendo então liberado na circulação. Em outros tecidos, como fígado e rins, por ação desta quinase, é convertido a glicerol 3- fosfato. Os ácidos graxos liberados dos adipócitos são transportados pelo sangue ligados à albumina e utilizados como fonte de energia pelos tecidos, incluindo fígado e músculos; Atenção!!! O excesso de ácidos graxos vai gerar a má cicatrização de feridas, dermatite. A não oxidação dos ácidos graxos vai gerar uma ressintetização ocasionando o fígado gorduroso em pessoas alcóolatras. Explique a lipogênese. A lipogênese é a síntese de ácidos graxos que ocorre quando o corpo possui energia demais. Dessa forma, o excesso de ATP inibe a enzima isocitrato desidrogenase que impede que o Acetil-CoA siga pelo ciclo de Krebs. Dessa forma, para que ocorra a síntese o Acetil-Coa (que não consegue passar pela mitocôndria) se liga ao oxaloacetato virando CoA + Citrato. O citrato formado passará pela mitocôndria e irá para o citosol fazer parte das reações que levarão a lipogênese. O citrato que chegou no citosol se transformará novamente em Acetil-Coa + oxaloacetato. A lipogênese consiste em ir acrescentando grupos carbônicos (de 2 carbonos) no Acetil-Coa até formar um ácido graxo maior que geralmente é o ácido palmítico (16C). Os dois primeiros carbonos da síntese de ácidos graxos sempre vem do Acetil-CoA os outros carbonos que serão acrescentando de 2 em 2 vem do malonil-CoA. A união dos carbonos será feita por um sistema enzimático chamado TUTORIA III 7 sintase de ácido graxo (composto pelo ACP � proteína carreadora de acila e pelo CIS � aminoácido cisteina). O Mecanismo ocorre da seguinte forma: 1- O Acetil-CoA perde seu agrupamento CoA e os dois carbonos restantes irão se ligar a ACP; 2- Depois disso, os dois carbonos saem da ACP e se ligam ao CIS; 3- O próximo passo é a saída do agrupamento CoA do malonil-CoA e a ligação dos outros 3 carbonos na ACP; 4- O próximopasso é a saída do CO2 do malonil com liberação de energia, a energia liberada irá fazer com que os dois carbonos que estavam ligados no CIS saiam e se liguem ao malonil, formando um ácido graxo de 4 carbonos; 5- O NADPH + H irá fornecer dois hidrogênios ao ácido graxo em formação; 6- Uma molécula de água é liberada do ácido graxo em formação o que gera um ácido graxo insaturado; 7- A célula pega outro NADPH + H e liga os dois hidrogênios ao ácido graxo em formação para gerar um ácido graxo saturado; 8- O ácido graxo em formação sai da ACP e se liga no CIS; 9- Agora os passos de 3 a 8 se repetem até se atingir o número de carbonos do ácido graxo desejado (geral 16C); OBJETIVO 02: Descrever o metabolismo das proteínas e relacionar a biossíntese dos aminoácidos. Catabolismo de Aminoácidos e Proteínas Apesar das proteínas corporais representarem uma proporção significativa de reservas potenciais de energia, elas costumam ser utilizadas na produção de energia apenas em situações de jejum prolongado, quando os carboidratos já não estão disponíveis como combustível. Além da sua função como importante fonte de carbono para o metabolismo oxidativo e a produção de energia, as proteínas da dieta têm de fornecer quantidades adequadas dos aminoácidos que não podemos sintetizar para sustentar a síntese normal de novas proteínas. TUTORIA III 8 A fim da proteína da dieta contribuir tanto para o metabolismo energético quanto para o pool (conjunto) de aminoácidos essenciais, a proteína precisa ser digerida em aminoácidos livres ou pequenos peptídeos e absorvida no intestino. A digestão da proteína começa no estômago, por ação da pepsina, em pH baixo promovido pela secreção de ácido clorídrico no suco gástrico, que é secretado por ação do hormônio gastrina. Em seguida, continua no intestino delgado com a inserção de secreções pancreáticas. O pâncreas libera bicarbonato de sódio para neutralizar o conteúdo gástrico, aumentando o pH para aproximadamente 7. Além disso, são secretadas enzimas pancreáticas como a tripsina, a quimotripsina e as carboxipeptidades em suas formas inativas (zimogênios), que são ativadas no intestino. Com o auxílio de algumas enzimas proteolíticas localizadas na borda em escova das células do intestino delgado, o processo de quebra das proteínas em aminoácidos é completado. Depois que todos os di- ou tripeptídeos remanescentes são degradados nos enterócitos, os aminoácidos livres são transportados pela veia porta ao fígado para o metabolismo energético, ou distribuídos para outros tecidos. Metabolismo: As proteínas, como os demais compostos constituintes de um organismo, não são permanentes, estando em contínua degradação e síntese. Estima-se que, em um ser humano adulto com uma dieta adequada, haja uma renovação (turnover) de aproximadamente 400g de proteínas por dia. A manutenção da concentração de uma determinada proteína é obtida pela síntese desta proteína em uma velocidade equivalente a de sua degradação e, embora existam variações de concentrações em tempos muitos curtos, em geral, a concentração proteica mantém-se constante no indivíduo adulto e hígido. Uma consequência importante do turnover proteico é restar sempre uma certa quantidade de aminoácidos não utilizados, porque o conjunto de aminoácidos gerados da degradação de proteínas nunca é igual ao conjunto de aminoácidos necessários para compor as proteínas a serem sintetizadas. Sabendo que não há meio de armazenar aminoácidos em nosso organismo, satisfeitas as necessidades de síntese, os excedentes são degradados e seu nitrogênio excretado. O conjunto de aminoácidos é utilizado para a síntese de proteínas e de TUTORIA III 9 outras moléculas nitrogenadas (os aminoácidos são precursores de todos os compostos nitrogenados não proteicos). Podemos concluir, então, que os aminoácidos sofrem o processo oxidativo em três diferentes circunstâncias metabólicas: Durante a síntese e degradação normal de proteínas, alguns aminoácidos obtidos pela degradação são utilizados para a síntese de novas proteínas; Quando a dieta é rica em proteínas e a ingestão excede as necessidades do corpo, tal excesso é degradado, visto que os aminoácidos não podem ser estocados; Durante o jejum ou em doenças como a diabetes melito, quando os carboidratos já não estão mais disponíveis ou não podem ser utilizados, as proteínas celulares são utilizadas como combustível. Em todas essas condições metabólicas, os aminoácidos perdem seus grupamentos amino para formar α-cetoácidos, os “esqueletos de carbono” dos aminoácidos. Os α- cetoácidos sofrem oxidação a CO2 e H2O ou, geralmente mais importante, fornecem unidades de 3 e 4 carbonos que podem ser convertidas em glicose. De um modo geral, as vias de degradação convergem para vias metabólicas centrais. No caso do metabolismo dos aminoácidos, todos eles contêm um grupamento amino, logo, seu processo de degradação inclui uma etapa chave, na qual o grupamento amino é separado do esqueleto de carbonos e desviado para vias específicas de utilização de aminoácidos. A cadeia de carbonos é utilizada em rotas metabólicas de gliconeogênese e lipogênese, enquanto a parte nitrogenada dos aminoácidos, na forma de amônia, é processada em uma vida denomina “ciclo da ureia”. SE LIGA! Quando os aminoácidos são metabolizados, o excesso de nitrogênio resultante deve ser excretado. Uma vez que a forma primária na qual o nitrogênio é removido dos aminoácidos é a amônia e, por ser a amônia livre muito tóxica, os seres humanos convertem a amônia em ureia, que é neutra, menos tóxica, muito solúvel e excretada na urina. Os animais que excretam ureia são denominados ureotélicos. Em média, entre os indivíduos, 80% do nitrogênio excretado estão na forma de ureia e quantidade menores são secretadas na forma de ácido úrico, creatinina e íon amônio. Catabolismo: A degradação dos aminoácidos compreende a remoção e a excreção do grupo amino e a oxidação da cadeia carbônica remanescente (α-cetoácido). TUTORIA III 10 1. Remoção do grupo amino O primeiro passo no catabolismo da maioria dos aminoácidos (12 deles) é a transferência de seus grupos amino para o α-cetoglutarato, formando glutamato. Aminoácido + α-cetoglutarato ↔ α-cetoácido + glutamato Estas reações são catalisadas por aminotransferases, também chamadas transaminases, enzimas presentes no citosol e na mitocôndria e que têm como coenzima piridoxal-fosfato (derivada da vitamina B6). Este grupo prostético apresenta-se covalentemente ligado ao grupo amino de um resíduo específico de lisina no sítio ativo da enzima. As aminotransferases dos tecidos de mamíferos aceitam diferentes aminoácidos como substratos doadores de grupo, mas seu nome deriva do aminoácido pelo qual a enzima tem mais afinidade. Dois exemplos importantes são: aspartato aminotransferase (1) e alanina aminotransferase (2). 1. Aspartato + α-cetoglutarato ↔ Oxaloacetato + Glutamato 2. Alanina + α-cetoglutarato ↔ Piruvato + Glutamato O efeito das reações de transaminação é coletar grupos amino de diferentes aminoácidos, na forma de L-glutamato. O glutamato então funciona como doador de grupos amino para vias biossintéticas ou para vias de excreção, que levam a eliminação de produtos nitrogenados. O glutamato formado é consumido em duas reações importantes: uma nova transaminação e uma desaminação. Por ação da aspartato aminotransferase, o grupo amino do glutamato é transferido para o oxaloacetato, formando aspartato, o segundo depósito do grupo amino dos aminoácidos Glutamato + Oxaloacetato ↔ Aspartato + α-cetoglutarato SE LIGA! A aspartato aminotransferase é a transaminase mais ativa na maioria dos tecidos de mamíferos, evidenciando a importância dessa reação, e é uma exceção a regra de que as aminotransferases funilam os grupos amino para formar glutamato. Já a alanina-aminotransferase, também muito importante, está presente em muitos tecidos e catalisa as transferências do grupo amino da alanina para oα-cetoglutarato, resultando na formação de piruvato e glutamato. Desse modo, o glutamato atua efetivamente como coletor de nitrogênio da alanina. TUTORIA III 11 Por outro lado, o glutamato pode ser desaminado, ou seja, o grupo amino pode ser liberado como amônia (íon NH4+), em pH fisiológico. Esta reação é catalisada pelo glutamato desidrogenase, uma enzima mitocondrial, encontrada principalmente no fígado. É a única enzima que utiliza NAD+ ou NADP+ como aceptor de equivalentes reduzidos. Glutamato + NADP+ + H2O ↔ α-cetoglutarato + NADPH + H+ + NH4+ A glutamato desidrogenase é específica para o glutamato, não se conhecem desidrogenases análogas para qualquer outro aminoácido. A ação combinada das aminotransferases e da glutamato desidrogenase resulta na convergência do grupo amino, na maioria dos aminoácidos, para dois compostos únicos: NH4+ e aspartato. OBJETIVO 03: Esquematizar o ciclo da ureia. O Ciclo da Ureia ocorre à nível hepático, incialmente na mitocôndria dos hepatócitos, e, posteriormente no citosol da célula. A molécula de ureia é composta por dois nitrogênios: o primeiro deles compõem o grupo amino derivado da amônia, e o segundo compõem o grupamento amino derivado do aspartato. Esses grupamentos aminos são destinados à formação de ureia quando não empregados na síntese de novos aminoácidos. Nos mamíferos, a ureia é produzida no fígado, transportado aos rins e eliminada na urina. Os seres humanos são, portanto, classificados dentro do grupo dos animais chamados uricotélicos uma vez que excretam o nitrogênio dos grupamentos amino na forma de ureia. O primeiro nitrogênio da molécula de ureia provém da amônia presente no interior da mitocôndria dos hepatócitos. Essa amônia, seja ela proveniente da circulação porta ou do metabolismo dos aminoácidos, reage com o CO2 que se apresenta na forma de bicarbonato (H2CO3), em uma reação dependente de duas moléculas de ATP e catalisada pela carbamil fosfato sintetase I, formando o carbamil fosfato. O carbamil fosfato formado, ao doar seu grupo carbamil para a ornitina, origina a citrulina numa reação com liberação de fosfato inorgânico catalisada pela ornitina transcarmamilase. Assim, a citrulina formada vai ao citosol dando continuidade às reações do Ciclo da Ureia. TUTORIA III 12 Na etapa seguinte, o segundo grupamento amino que vai compor a molécula de ureia entra na reação compondo o aspartato. Esse grupamento amino é adicionado por condensação à molécula de citrulina, formando o argininossucina-to. Nesta reação, catalisada pela enzima arginino succinato sintetase, há o consumo de uma molécula de ATP. Sobre ação da arginino succinato liase, a molécula de argininosuccinato é clivada em fumarato e arginina. Esta última, por fim, é hidrolisada pela enzima citosólica arginase restituindo a ornitina – que participara do próximo ciclo – e formando a ureia. Regulação: Em um indivíduo adulto normal com dieta adequada, estima-se que 30g de ureia são excretadas diariamente. Essa quantidade pode variar em duas situações: dieta com alto teor de proteína e jejum prolongado. Em casos de dietas ricas em proteína, a utilização dos esqueletos carbônicos dos aminoácidos como combustível, aumenta a disponibilidade de grupamentos aminos que, excedentes, levarão à produção de ureia. Da mesma forma, em casos de jejum prolongado, a quebra de proteínas musculares representa grande fonte energética pela via gliconeogênica, enquanto aumenta a oferta de grupamentos amino que culminará na produção de ureia. A regulação do ciclo ocorre por alteração na velocidade de síntese das quatro enzimas do Ciclo da Ureia e por modulação alostérica da enzima carbamoilfosfato sintetase I, estimulada por N-acetilglutamato, composto produzido a partir de acetil-CoA e glutamato na reação catalisada pela N-acetilglutamato sintetase. Esta enzima, por sua vez, é ativada pela arginina. Sendo assim, caso a produção de ureia não ocorra em velocidade suficiente para eliminar a amônia gerada no catabolismo dos aminoácidos, haverá ao cúmulo de intermediários do Ciclo da Ureia, dentre eles a arginina, que estimulará a produção do modulador alostérico positivo da enzima reguladora da produção da ureia, permitindo, assim, a adequação da velocidade do ciclo. OBJETIVO 04: Compreender a cetogênese. O que são corpos cetônicos? Onde são produzidos? Corpos cetônicos são três compostos (acetoacetato, β-hidroxi-butirato e cetona) que apresentam o grupo funcional cetona, produzidos através da quebra de ácidos graxos no fígado. TUTORIA III 13 Os corpos cetônicos são produzidos na matriz mitocondrial das células do fígado. Explique a cetogênese. Ocorre quando a pouca glicose no sangue que produz glucagon e promove a cetogênese. O ácido graxo ativado entra no hepatócito e sofre a β-oxidação. A β-oxidação produz Acetil-CoA que por sua vez irá sofrer cetogênese. O excesso de Acetil-CoA faz com que um Acetil-Coa se ligue a outro formando a Acetoacetil-CoA processo que ocorre através da enzima tiolase. A Acetoacetil-CoA por sua vez se liga a outro Acetil-CoA formando a HMG-CoA processo que ocorre através da enzima HMG- CoA sintase. O HMG-CoA sintase é quebrado pela HMG-CoA lilase e vai produzir o acetoacetato que é o corpo cetônico. O acetoacetato pode sofrer redução e formar o β-hidroxi-butirato que é outro corpo cetônico. O que é a condição cetose? A condição cetose é acidose causada pelo aumento de corpos cetônicos, como no caso da acidose diabética; cetoacidose. Quando a produção ultrapassa o aproveitamento pelos tecidos extra hepáticos, estabelece se uma condição denominada cetose, caracterizada por uma concentração elevada (até centenas de vezes maior do que a normal) de corpos cetônicos no plasma (cetonemia) e na urina (cetonúria) Uma pequena quantidade de acetil CoA é normalmente transformada em acetoacetato e β hidroxibutirato nos hepatócitos de mamíferos. O acetoacetato sofre descarboxilação espontânea, originando acetona. Os três compostos são chamados em conjunto, de corpos cetônicos2, e sua síntese, de cetogênese. Esta ocorre na matriz mitocondrial, pela condensação de três moléculas de acetil CoA em duas etapas. Na primeira, catalisada pela tiolase, duas moléculas de acetil CoA originam acetoacetil‐ CoA; esta reação, embora transcorrendo no sentido oposto, constitui a última reação da última volta do ciclo de Lynen. A reação só ocorre no sentido da síntese quando há acúmulo de acetilCoA. A reação de acetoacetil CoA com uma terceira molécula de acetil CoA forma 3 hidroxi 3 metilglutaril CoA (HMGCoA). Sua clivagem origina acetoacetato e acetil CoA. O acetoacetato produz β hidroxibutirato e acetona. Os corpos TUTORIA III 14 cetônicos são liberados na corrente sanguínea, e o acetoacetato e o β hidroxibutirato são aproveitados como fonte de energia pelos tecidos extra hepáticos, principalmente coração e músculos esqueléticos. Estes órgãos são capazes de utilizar os dois compostos por possuírem uma enzima, ausente do fígado, a β cetoacil CoA transferase. Esta enzima mitocondrial catalisa a transferência da CoA de succinil CoA para acetoacetato, formando acetoacetil CoA e succinato. A acetoacetil CoA é um intermediário do ciclo de Lynen e, por ação da tiolase, é cindida em duas moléculas de acetil CoA, que podem ser oxidadas pelo ciclo de Krebs. O aproveitamento de β hidroxibutirato é feito por sua prévia conversão em acetoacetato, catalisada pela β hidroxibutirato desidrogenase. A acetona é volatilizada nos pulmões. Em condições em que há grande formação de corpos cetônicos, como o jejum prolongado e o diabetes, o cérebro passa a oxidá- los. A alta concentração de corpos cetônicos na circulação induz a síntese de monocarboxilato translocase, que permite a entrada desses compostos nas células do sistema nervoso central, e a síntese das enzimas necessárias para a sua oxidação. Os corpos cetônicos constituem, portanto, uma forma de transferência de carbonos oxidáveis do fígado paraoutros órgãos. Normalmente, apenas uma pequena quantidade de acetil CoA é convertida em corpos cetônicos no fígado, já que os seus destinos metabólicos principais são a oxidação pelo ciclo de Krebs ou o consumo pela síntese de lipídios. A decisão entre os dois caminhos dependerá da situação fisiológica vigente. A produção de corpos cetônicos é anormalmente elevada quando a degradação de triacilgliceróis não é acompanhada pela degradação de carboidratos. Realmente, para a oxidação eficiente de acetil CoA pelo ciclo de Krebs, há necessidade de níveis compatíveis de oxaloacetato, para promover a reação de condensação que inicia o ciclo. Na ausência de carboidratos, diminui a concentração de piruvato e, consequentemente, a sua conversão a oxaloacetato. Ainda mais, quando não há oferta de glicose, o organismo lança mão da gliconeogênese que consome oxaloacetato, obtido de aminoácidos, principalmente
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