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CIRURGIA PEDIÁTRICA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.2 1 Patologias em Cirurgia Pediátrica Disciplina de Cirurgia Pediátrica FASM MAYARA SUZANO DOS SANTOS TURMA XIV A 6º Semestre – 2021.1 CIRURGIA PEDIÁTRICA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.2 2 HÉ RNIA INGUINAL EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA FATORES DE RISCO FISIOPATOLOGIA Pico de incidência: 1º mês Predomínio da hérnia indireta (99%) Relação 3:1 em meninos 60% à D, 30% à E, 10% bilateral Lactentes: principal causa de obstrução intestinal Congênito Masculino Prematuridade (30%) Histórico familiar Ocorre devido ao desenvolvimento embriológico incompleto da região inguinal1. Indireta: persistência do conduto peritôneo-vaginal, em ocasião da descida gonadal, ou conduto de Nuck (meninas) com passagem de estruturas intrabdominais para região inguinal Direta: fraqueza da parede músculo-aponeurótica → intestino protrui através deste local Conteúdo: alça intestinal, apêndice cecal, ovário ou trompa uterina Complicações: anel inguinal estreito → conteúdo do saco herniário não redutível (encarceramento) → ↓ fluxo sanguíneo → necrose do conteúdo (estrangulamento) QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO Sinais e sintomas: ▪ Abaulamento na região inguinal ao esforço ▪ Tumoração redutível ▪ Espessamento de cordão (Sinal da seda) ▪ Pode ocorrer choro, constipação e ↑ volume na posição ereta Sinais de complicações: encarceramento (obstrução) e estrangulamento (necrose) ▪ Hiperemia da bolsa escrotal ▪ Distensão abdominal ▪ Vômitos frequentes, até mesmo fecalóides ▪ Sinais de peritonite → dor abdominal e irritação ▪ MEG, toxemia, desidratação, febre Hérnia inguinal congênita: passagem de estruturas abdominais para a região inguinal Diagnóstico clínico: Anamnese + exame físico ▪ Inspeção → pode estar acompanhado de hidrocele ▪ Manobra de Valsalva ▪ Palpação do conduto com o indicador² → observa-se ↑ volume do cordão espermático Exame complementares geralmente não são necessários: ▪ USG ▪ RX simples → visualização de alças intestinais na região inguinal Se a hérnia for redutível, opta-se pela cx eletiva (preparo da criança, exames e marcação o mais breve possível) considerar exploração bilateral: ▪ Risco de encarceramento nos primeiros anos de vida ▪ Herniorrafia inguinal com incisão transversa sobre a prega abdominal3 ▪ Alta em algumas horas e repouso por 1 mês Hérnia encarcerada: redução com cx posterior ou cx urgência ▪ Quanto menor a criança, maior o risco de encarceramento ▪ Considerar o tempo de história → redução somente se até 6h de encarceramento sem sinais de estrangulamento ▪ Tentar redução incruenta com movimentos suaves (criança levemente sedada) → tentativa de tirar da urgência para cx com melhores condições ▪ Se não for possível a sua realização, indica-se a cirurgia imediata → avaliar alças Hérnia estrangulada: cx urgência ▪ Se conteúdo sem sofrimento, redução e rafia ▪ Se conteúdo com sofrimento, ressecção de segmentos necróticos → em menina pode haver necessidade de ooforectomia ▪ Colostomia ou iliostomia, se peritonite purulenta ▪ Pode ocorrer quadro séptico grave CIRURGIA PEDIÁTRICA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.2 3 HÉ RNIA INGUINAL DETALHES IMPORTANTES: QUADRO 1. Embriologia do canal inguinal Por volta da 12ª semana, surge uma evaginação peritoneal (conduto peritoneo-vaginal) na porção inferior do abdome em direção a região inguinal. No feto masculino, o testículo é um órgão embriologicamente intraabdominal que migra caudalmente, a partir da 10ª semana de vida intrauterina, e penetra no conduto peritoneo-vaginal. Ao longo 7-8º mês de gestação, o testículo esquerdo chega à bolsa escrotal, primeiro que o direito. Seu posicionamento final ocorre ao nascimento ou nos primeiros meses de vida. O conduto é normalmente reabsorvido a partir do orifício inguinal interno em direção caudal, entre a 36ª e 40ª semana. No feto feminino, acredita-se que o ligamento redondo, fixado externamente junto aos grandes lábios, também se acompanhe de uma evaginação do peritônio (conduto de Nuck). QUADRO 3. Cirurgia eletiva de hérnia inguinal redutível Inguinot omia Redução Ressecçã o de segmento Fechamen to do anel herniário Colostomia ou iliostomia, se necessário Fecham ento por planos Q U A D R O 2 . T écn ica d e p alp ação d o co rd ão esp erm ático CIRURGIA PEDIÁTRICA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.2 4 REFERÊNCIAS: MAKSOUD, João Gilberto. Cirurgia pediátrica/ vol II. [S.l: s.n.], 2003.
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