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Afecções Inguino-Escrotais Hérnia Inguinal e Ínguino- Escrotal Presença de alças intestinais herniadas. Histórico do quadro clínico • Qual a queixa da mãe? • O que ela observou na criança? • O que é importante na história da queixa? • Pode ser urgência? • O que devemos fazer? • Qual o diagnóstico? Tipos • Hérnia inguinal direta • Hérnia inguinal indireta Hérnia inguinal direta É a mais comum no adulto, relacionada ao esforço → fraqueza da parede músculo-aponeurótica (parede posterior do canal inguinal). Hérnia indireta Definição – abaulamento inguinal ou ínguino-escrotal, principalmente, aos esforços (choro). É a do tipo congênita, ocorrendo em 99% em crianças (iNfantil, iNdireta). Em meninos → há a persistência do conduto peritônio vaginal com passagem de estruturas intra-abdominais para a região inguinal. Em meninas → persistência do conduto de Nuck (meninas). Conteúdo da hérnia Meninos → alça intestinal, apêndice cecal Meninas → mais frequente, ovário ou tubas uterinas. Epidemiologia • Incidência: 0,8-4,4% • Maior no prematuro – 16-25% • 3-10 mais prevalente nos meninos do que nas meninas • 60% dos casos à direita • 30 dos casos à esquerda • 10% é bilateral Etiopatogenia Descida da gônada 5-6ª semana – em indivíduos de ambos os sexos, a formação e a diferenciação das gônadas têm início com a chegada das células germinativas primordiais ao mesoderma intermediário. Essa migração do saco vitelino, ocorre durante a 5ª semana-6ª semana na crista urogenital e começa a partir da 7ª semana o processo de descida das gônadas. Durante a vida embrionária e fetal, tanto os testículos quanto os ovários descem da sua posição original no nível do décimo segmento torácico, embora os testículos desçam muito mais que os ovários. Em ambos os sexos, a descida das gônadas depende de um ligamento, o gubernáculo. O gubernáculo se condensa durante a 7ª semana, na fáscia subserosa da prega peritoneal longitudinal, dos dois lados da coluna vertebral. Entre a 7ª e a 12ª semana (a fase intra-abdominal), as porções extrainguinais dos gubernáculos se encurtam e, no sexo masculino, puxam os testículos para baixo, para a proximidade do anel inguinal profundo, na altura da fáscia subserosa, enquanto o ligamento suspensor cranial regride. Os gubernáculos se encurtam, principalmente, pela expansão em sua base, o que colabora com a finalidade secundária de alargar o canal inguinal. 10ª semana – testículo chega no anel inguinal interno e evaginação do peritônio parietal. 7-8º mês – chegada dos testículos à bolsa escrotal – o primeiro testículo a descer é o esquerdo. 36-40ª semana: obliteração do conduto Os testículos permanecem próximos ao anel inguinal profundo do 3o ao 7o mês e, então, penetram no canal inguinal em resposta ao novo encurtamento e à nova migração dos gubernáculos (a fase inguinoescrotal). Os testículos permanecem no interior da fáscia subserosa do processo vaginal, através do qual eles descem em direção ao escroto. O aumento da pressão abdominal criado pelo crescimento das vísceras abdominais auxilia o movimento dos testículos através do canal. Por volta do 9o mês, imediatamente antes do parto a termo, os testículos já entraram completamente na bolsa escrotal e o gubernáculo é reduzido a uma pequena faixa de ligamento, fixando o polo caudal do testículo ao assoalho escrotal. Caso ocorra a persistência completa do conduto peritônio vaginal, tem-se a presença da hérnia. Diagnóstico clínico História de abaulamento aos esforços (ex: choro, dor). Abaulamento intermitente na região inguinal, no escroto ou nos grandes lábios, notado nas ocasiões de aumento da pressão intra-abdominal. A palpação do cordão espermático contra o púbis mostra seu espessamento em virtude do processo vaginal persistente. Na menina, principalmente na lactente, pode haver hérnia por deslizamento, contendo a tuba uterina e, principalmente, o ovário. Em geral, não é redutível, mas raramente há comprometimento vascular nesses casos. Exame físico • Abaulamento: tumoração redutível • Espessamento de cordão: “sinal da seda” • Se for irredutível: hérnia encarcerada Sinal da Seda – palpação da persistência do conduto peritônio vaginal, do saco herniário. Hérnia Ínguino-escrotal bilateral Hérnia inguinal na menina em geral é bilateral, tem a aparência de uma “azeitona”. USG O diagnóstico é clínico, mas pode ser realizado um USG, mas caso haja insucesso do exame não é descartado o diagnóstico de hérnia inguinal. Radiografia simples Radiografia simples → difícil visualização, é possível se na hora do exame a alça intestinal estiver presente no canal inguinal. Diagnóstico diferencial • Hidrocele: transiluminação e irredutibilidade • Hidrocele comunicante: conteúdo transiluminável e variações lentas de volume • Orquite: sinais e sintomas de infecção • Testículo retrátil: bolsa testicular vazia intermitentemente • Anomalias de posição do testículo (criptorquia, ectopia): ausência permanente do testículo no escroto • Hérnia inguinal estrangulada: conteúdo irredutível, sem transiluminação, acompanhada de dor, vômitos e parada do trânsito intestinal Complicações Encarceramento – conteúdo do saco herniário não redutível, anel inguinal estreito → obstrução intestinal Estrangulamento – conteúdo da hérnia está retido e apresentando sofrimento vascular. • Necrose intestinal • Necrose de testículo, epidídimo • Necrose de ovário, tubas uterinas Tratamento da Hérnia Inguinal Redutível Indicação operatória: logo após o diagnóstico (eletiva) Pré-operatório: rotina pré-operatória mínima (ausculta cardiopulmonar, exame da pele, hemograma e coagulograma completos); Operação: herniorrafia inguinal (ligadura alta do processo vaginal); Pós-operatório: alta hospitalar e realimentação quando a criança estiver bem acordada; não há retirada de pontos cirúrgicos, visto que a sutura é intradérmica, com fio absorvível. O curativo é feito com colódio elástico não sendo necessário trocá-lo. Diversos trabalhos mostraram que, nas hérnias inguinais unilaterais, algum tempo após a operação, houve o aparecimento de hérnia contralateral, gerando a dúvida se seria melhor explorar o outro lado no primeiro ato cirúrgico, a fim de evitar nova anestesia. Nesses casos, a conduta recomendada atualmente é: com a criança anestesiada, examina-se detidamente (sempre dois cirurgiões) o lado oposto ao da hérnia a ser operada; se houver qualquer suspeita de persistência do processo vaginal contralateral, é indicada a exploração cirúrgica do outro lado após o término da herniorrafia unilateral proposta inicialmente. Com essa conduta cuidadosa, que é informada aos pais da criança e auto- rizada por eles previamente, são obtidos excelentes resultados. Essa conduta é ditada pela história natural da evolução do processo vaginal: a persistência do processo vaginal diminui com a idade. Em crianças operadas com 2 meses ou menos de idade, a taxa de permeabilidade foi de 63% em alguns trabalhos e, aos 2 anos, caiu para 41%. Em estudos anatômicos e de necropsias em adultos que faleceram sem nunca ter tido hérnia clínica, a taxa é de aproximadamente 15%. A chance de encarceramento em lactentes e complicações fatais são grandes, por isso, mesmo que a hérnia inguinal/ínguino-escrotal seja passível de redução, opta-se por cirurgia. Diagnóstico de hérnia inguinal = cirurgia • Hérnia redutível = cirurgia eletiva • Hérnia encarcerada = redução com cirurgia posterior ou cirurgia de urgência (hérnia encarcerada, mas não é possível a redução, encaminha para a cirurgia) • Hérnia estrangulada = cirurgia de urgência Se tiverem sinais de irritação peritoneal, períodomaior de 6h (começo de necrose) → não tentar reduzir a hérnia • Risco de encarceramento no 1º e 2º ano de vida • Principal causa de abdome agudo obstrutivo no lactente • Lactentes: considerar o tratamento bilateral para evitar complicações → só nos casos de cirurgias eletivas Hérnia Inguinal Encarcerada Definição • Em geral, a hérnia inguinal tende a se reduzir espontaneamente, embora possa permanecer exteriorizada durante minutos ou horas. • Quando a redução espontânea não ocorre, trata- se de hérnia encarcerada. • Mais da metade dos casos ocorre no primeiro ano de vida, sobretudo nos primeiros 6 meses. • Se o encarceramento estiver presente por várias horas, pode haver vômitos, dor em cólica, distensão abdominal e parada na eliminação de fezes e gases. Tentar a redução incruenta do conteúdo herniado com movimentos suaves e contínuos → a criança deve estar sedada para não interferir no procedimento. Redução: somente se história de até 6h de encarceramento e sem sinais de complicações Objetivo: tirar da urgência e marcar cirurgia o mais breve em melhores condições (os tecidos estão friáveis, há um processo inflamatório em franco acontecimento), o ideal é operar nas próximas 48h. Se não conseguir = cirurgia de urgência USG Manobras para reduzir a hérnia encarcerada Logo após a redução não há o risco de encarceramento da hérnia inguinal, porque a própria inflamação está tornando não pérvio o canal inguinal. Sinais de complicação da Hérnia encarcerada • Hiperemia da bolsa escrotal • Distensão abdominal • Vômitos frequentes e até fecaloides • Sinais de peritonite: dor abdominal e sinais de irritação peritoneal • Mal estado geral da criança (toxemia, desidratação, febre) Tratamento 1. Indicação Operatória Verificar o tempo de encarceramento e, em até 12 horas, tentar a redução manual. A redução deve ser tentada com sedação, posição de Trendelemburg, bolsa de gelo sobre a hérnia e manobras delicadas após cerca de 30 minutos de espera. Se a hérnia for reduzida, a operação deve ser feita após 24 horas. Se essa tentativa não for bem-sucedida, a exploração cirúrgica imediata está indicada. 2. Pós-operatório Com ressecção intestinal: dieta oral zero, sondagem gástrica, hidratação venosa e realimentação quando houver peristaltismo franco (ruídos peristálticos audíveis e eliminação de gases); Sem ressecção intestinal: alimentação oral quando houver peristaltismo franco; alta hospitalar após definição do quadro clínico. Como a sutura é intradérmica com fio absorvível e o curativo é feito com colódio elástico, não há necessidade de retirar pontos ou trocar curativos. Inguinotomia • Redução do conteúdo (intestino, ovário) • Correção do “saco herniário” • Herniorrafia inguinal, fechamento por planos Herniorrafia → retirada do saco herniário e das áreas de necrose (podendo ser das alças intestinais, do epidídimo, do testículo). A incisão é realizada com marcação de 2 dedos entre a crista ilíaca e o pube. Período de recuperação → 1 mês de repouso. A cirurgia é feita com pontos intradérmicos e fios absorvíveis. Hérnia Inguinal Estrangulada Se a hérnia não for reduzida, há comprometimento da vascularização, caracterizando hérnia estrangulada, que é rara, embora o encarceramento seja razoavelmente frequente em lactentes. Achados e Conduta • Conteúdo sem sofrimento → redução e herniorrafia • Necrose do segmento intestinal= necessário a ressecção do segmento • Ileostomia ou colostomia, se condições abdominais desfavoráveis (peritonite purulenta) • Necrose do ovário: ooforectomia • Pode ter quadro séptico grave Alça Intestinal com pontos de necrose Alça Intestinal Necrosada Testículo e epidídimo necrosados Hidrocele Tipos • Hidrocele vaginal: coleção de líquido circunscrita à túnica vaginal própria do testículo, com obliteração da porção proximal do processo vaginal; é a mais comum. • Hidrocele do cordão: coleção de líquido no processo vaginal com obliteração nas porções proximal e distal; é rara. • Hidrocele comunicante: obliteração parcial do processo vaginal, permitindo a passagem lenta de líquido da cavidade peritoneal. Definição: há a persistência do conduto peritônio vaginal, mas o colo é menor, com entrada de líquido peritoneal e preenchimento do espaço vaginal. Epidemiologia Incidência: hidroceles são comuns em meninos pequenos. Como as hérnias, são mais frequentes à direita do que à esquerda, mas podem ser bilaterais. Etiopatogenia 5-6ª semana – em indivíduos de ambos os sexos, a formação e a diferenciação das gônadas têm início com a chegada das células germinativas primordiais ao mesoderma intermediário. Essa migração do saco vitelino, ocorre durante a 5ª semana-6ª semana na crista urogenital e começa a partir da 7ª semana o processo de descida das gônadas. Durante a vida embrionária e fetal, tanto os testículos quanto os ovários descem da sua posição original no nível do décimo segmento torácico, embora os testículos desçam muito mais que os ovários. Em ambos os sexos, a descida das gônadas depende de um ligamento, o gubernáculo. O gubernáculo se condensa durante a 7ª semana, na fáscia subserosa da prega peritoneal longitudinal, dos dois lados da coluna vertebral. Entre a 7ª e a 12ª semana (a fase intra-abdominal), as porções extrainguinais dos gubernáculos se encurtam e, no sexo masculino, puxam os testículos para baixo, para a proximidade do anel inguinal profundo, na altura da fáscia subserosa, enquanto o ligamento suspensor cranial regride. Os gubernáculos se encurtam, principalmente, pela expansão em sua base, o que colabora com a finalidade secundária de alargar o canal inguinal. 10ª semana – testículo chega no anel inguinal interno e evaginação do peritônio parietal. 7-8º mês – chegada dos testículos à bolsa escrotal – o primeiro testículo a descer é o esquerdo. 36-40ª semana: obliteração do conduto Os testículos permanecem próximos ao anel inguinal profundo do 3o ao 7o mês e, então, penetram no canal inguinal em resposta ao novo encurtamento e à nova migração dos gubernáculos (a fase inguinoescrotal). Os testículos permanecem no interior da fáscia subserosa do processo vaginal, através do qual eles descem em direção ao escroto. O aumento da pressão abdominal criado pelo crescimento das vísceras abdominais auxilia o movimento dos testículos através do canal. Por volta do 9o mês, imediatamente antes do parto a termo, os testículos já entraram completamente na bolsa escrotal e o gubernáculo é reduzido a uma pequena faixa de ligamento, fixando o polo caudal do testículo ao assoalho escrotal. Caso ocorra a persistência completa do conduto peritônio vaginal, tem-se a presença da hérnia. Ela pode ser hidrocele total ou parcial → comunicantes Hidrocele não comunicante (comum até 6 meses de idade) Cistocele de cordão → é operada, pelo risco de torção testicular. Diagnóstico Diagnóstico: história de abaulamento ínguino- escrotal variável conforme o decúbito “enche e esvazia” Visivelmente é muito parecida com a hérnia inguinal, mas o aspecto é diferente. Mas o padrão diagnóstico é dado pela transiluminação positiva. O USG pode ser feito para ocorrer a diferenciação entre a hidrocele comunicante e não comunicante. Tratamento Hidrocele comunicante • Inguinotomia • Correção da hidrocele • Inguinorrafia • Fechamento por planos Hidrocele não comunicante • Não há a história de alteração do tamanho ao longo do dia, como na hidrocele comunicante. • Obliteração parcial do conduto peritônio-vaginal • Tratamento clínico: 90% dos casos têm regressão lenta e espontânea até 2 anos • Tratamento cirúrgico em 10%: nas hidroceles com grandes volumes e nocaso de não regressão da hidrocele (> 2 anos) Cisto de cordão • Persistência incompleta, no 1/3 médio, do conduto peritônio vaginal. • Cisto de Nuck na menina Cisto de Nuck Tratamento cirúrgico: o cisto corresponde ao cisto de cordão nas meninas Cirurgia: inguinotomia e ressecção do cisto Distopias Testiculares Criptorquidia Do grego – kryptos: oculto/ orkhis: testículo • Ausência do testículo na bolsa escrotal • Podendo estar localizado no trajeto de descida normal do testículo. • Descida do testículo: 70-77% - 3º mês ao 1º ano de vida, caso não tenha uma hérnia associada. • Raramente após o 1º ano. O testículo não palpado, intrabdominal, não visualizado ao USG, é chamado de criptorquidia. Etiopatogenia 5-6ª semana – formação da gônada na crista urogenital seguido da descida do testículo. 10ª semana – testículo chega no anel inguinal interno e evaginação do peritônio peritoneal = conduto peritônio vaginal. 7-8º mês – testículo esquerdo chega primeiro na bolsa (hérnia à direita) 36-40ª semana – obliteração do conduto O testículo é revestido por uma bolsa para regulação da temperatura. Epidemiologia Incidência • Testículo direito – 46,7% • Testículo esquerdo – 20% (sofre sua descida primeiro) • Bilateral – 33% • História familiar – 1 a 6% Idade • Prematuros: 30% • RN termo: 4% • 1º ano de vida: 2% • Puberdade/adulto: 1% Importância no diagnóstico e tratamento Alterações na espermatogênese: lesões histológicas progressivas desde 18 meses de vida. Tem que ser operada até 1 ano de idade para não ter problemas de degeneração do testículo. PROVA – Degeneração maligna: 40x maior nessa população • Seminoma: 90% tiveram casos de testículo criptorquídico (tumor de células seminais) • Carcinoma: 1,7% • Risco de neoplasia não diminui após a cirurgia Diagnóstico das distopias testiculares • Exame físico/história • USG • TC • RM • Videolaparoscopia – é a única que fornece com precisão se há ou não a presença de testículo intrabdominal, quando não foi possível de palpar Criptorquidia bilateral Exames de imagem • USG: bom para visualizar os testículos no canal inguinal • Tomografia: confunde-se com as alças intestinais ou com gânglios • Ressonância: 30% de falso negativo • A falta de visualização não exclui a existência da gônada • Nenhum exame de imagem é bom para avaliar testículos não palpáveis (falsos negativos) Tratamento cirúrgico • Colocar o testículo na bolsa escrotal • Momento da cirurgia: entre o 6º mês até no máximo 2 anos • 75-92% de sucesso • Tratamento hormonal – ultrapassado, com uso de hCG, aumentando a produção de testosterona, alongamento do cordão espermático, mas a chance de recidiva era muito alta e a diminuição da estatura final da criança Cirurgia inguinal (aberta) – orquidopexia ou orquipexia (do grego: pexia = fixação) Orquipexia via inguinal Dissecção do cordão e descida do testículo para a bolsa escrotal. Cirurgia laparoscópica • Sempre para testículo não palpável • Técnica de Fowler-stephens, nos casos de cordão espermático curto • Dissecção dos vasos do cordão e identificação do ducto deferente • Introdução da gônada no canal inguinal, por dentro dos vasos epigástricos • Completar a fixação do testículo por inguinotomia aberta • Dependendo da viabilidade do testículo encontrado na intra-abdominal: orquiectomia e orquipexia 2 tempos de cirurgia → direcionamento do testículo para o canal e depois fixação na bolsa escrotal. Técnica Fowler-Stephens • Identificação do testículo intra-abdominal • Disseção dos vasos e identificação do ducto deferente • Ligadura dos vasos espermáticos – via laparoscopia • Irrigação do testículo passa a ser feita pelos vasos do ducto deferente e do gubernáculo • Introdução da gônada no canal inguinal, por dentro dos vasos epigástricos • Completar a fixação do testículo por inguinotomia A ligadura dos vasos não atrapalha no funcionamento dos testículos, porque o gubernáculo mantém a nutrição, e é feita porque o cordão é curto. Não é feita a ligadura dos ductos eferentes. Pode ser • Tempo único: ligadura + orquipexia • Estagiada: 1º tempo – ligadura dos vasos, 2º tempo (após 6 meses) – orquipexia Testículo Ectópico Não é uma distopia testicular, a diferença está que o testículo está localizado fora do trajeto normal de descida. Locais que pode ser encontrado • Face interna da coxa • Períneo • Pré-púbica • Raiz peniana • Hemi-escroto contralateral Tratamento é cirúrgico Varicocele Definição: dilatação das veias do cordão espermático, em geral, à esquerda. • Veias com calibre > 2,5mm • Afeta 10-20% da população • Causa infertilidade (40% dos homens) Varicocele primária – mais frequente • Etiologia multifatorial • Incompetência valvar Varicocele secundária • Trombose: veia renal, veia cava, veia espermática • Tumor: renal, retroperitoneal Etiopatogenia da varicocele primária • Inserção em ângulo reto da veia testicular esquerda na veia renal • Incompetência congênita: ausência de válvulas venosas • Compressão da veia renal esquerda entre a artéria mesentérica superior e a aorta Infertilidade • Incidência: 21-41% • 50% hipoespermatogênese • Deteriorização do espermograma • Se corrigido quando crianças ou adolescente: grandes chances de reversão do espermograma Fisiopatologia da infertilidade • Hipertermia escrotal: temperatura maior que 25º C “Heat stress” • Hipertensão venosa: hipoperfusão testicular e hipóxia • Refluxo de toxinas: epinefrinas, ureia, prostaglandinas e aumento dos radicais livres Apresentação ao USG Diagnóstico USG com Doppler • Diferença do volume testicular igual ou menos que 20%, comparado com o testículo contralateral • Presença de fluxo retrógrado • Hipotrofia testicular Cirurgia da varicocele Ligadura cirúrgica das veias dilatadas do plexo do cordão espermático.
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