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PATOLOGIA Patologias da Próstata PRÓSTATA NORMAL ➜ Características ⤷ 10-30g ⤷ Localizada abaixo da bexiga ⤷ Atravessada pela uretra prostática (maior incidência de incontinência urinária em homens) ⤷ Cápsula fina ⤷ Função reprodutiva (alcalinizar o sêmen) ⤷ Face posterior em contato com o reto (importância do toque retal) ➜ Anatomia ⤷ Divisão em lobos Anterior, posterior, direito e esquerdo ⤷ Divisão em glândulas ● Internas ○ Mais próximas da uretra ○ Localizadas na mucosa e submucosa ○ Produzem muco ● Externas ○ Produzem o líquido prostático, constituído de Fosfatase Ácida Prostática (que alcaliniza o sêmen) e PSA (que tem a função de liquefazer o sêmen) ⤷ Divisão em (três) zonas ● Divisão mais utilizada ● Zona anterior (não tem no Bogliolo) - poucas glândulas e constituída de tecido fibromuscular; ● A zona de transição corresponde à região que envolve a uretra proximal; (> nódulos hiperplásicos) ● A zona central corresponde à porção que acompanha os ductos ejaculadores; ● A zona periférica (maior) é a parte que envolve a uretra distal e que corresponde à região posterior da próstata (> adenocarcinomas) ● Glândulas periuretrais = glândulas internas ➜ Região de verumontanum ⤷ União dos ductos ejaculatórios com a uretra ➜ Histologia da Próstata ⤷ Órgão tubuloalveolar ⤷ Células colunares secretórias (luminal) ● Produz Fosfatase Ácida Prostática (PAP) e PSA ⤷ Epitélio cubóide (mioepitelial) - estão ausentes na neoplasia maligna ● São células de reserva ● Não contraem ⤷ Membrana basal ● Colágeno IV ● Laminina ⤷ Estroma ● Músculo liso (Capacidade de contração) ● Colágeno ● Fibras elásticas ● Fibras musculares esqueléticas (eventuais) ➜ Valor de PSA normal em homens até 60 anos = 2,5 ➜ Valor de PSA normal em homens com mais de 60 anos = 4,0 ⤷ Em geral, para cada 3 gramas, são produzidos 0,15 de PSA Patologias da Próstata ⤷ É importante levar em consideração o quanto do PSA cresceu de um ano para o outro ➜ Imunohistoquímica (IHQ) ⤷ Antígeno específico da Próstata (PSA) ● Para a identificação de metástases ● Cora o citoplasma da célula colunar secretória ⤷ Citoqueratina (CK5, p63, 34βE12) ● Usada na atipia de pequenos ácinos prostáticos ● Quando está ausente indica malignidade ⤷ Fosfatase ácida prostática ● Não é feito rotineiramente ● Cora o citoplasma da célula colunar secretória ⤷ Receptores androgênicos ● Também não é feito rotineiramente. A maioria das neoplasias de próstata respondem a hormônio e diminuem com a sua retirada. ● Cora o núcleo da célula colunar secretória ➜ Crescimento da Próstata A próstata está sob influência hormonal. O hormônio luteinizante (LH), produzido na adeno-hipófise por ação do hormônio liberador do LH (LHRH) sintetizado no hipotálamo, estimula as células de Leydig do testículo a produzir testosterona (T). O epitélio glandular prostático responde à ação da di-hidrotestosterona (DHT), que resulta da ação da enzima 5α-redutase sobre a testosterona nas células estromais. A testosterona tem função na libido e na potência sexual, enquanto a di-hidrotestosterona atua na proliferação e na função do epitélio glandular da próstata. Há evidências também de que os estrógenos aumentam a expressão dos receptores de DHT nas células prostáticas. PROSTATITE ⤷ Neutrófilos = Segmentados Bactérias são a causa mais frequente de prostatite aguda. ⤷ Os microrganismos chegam à próstata por meio de refluxo intraprostático de urina infectada ou, ocasionalmente, por via linfática ou hematogênica. Manipulação cirúrgica (cateterização, cistoscopia, dilatação uretral, ressecção transuretral etc.) é fator predisponente importante. ⤷ Na maioria das vezes, a infecção é causada por Escherichia coli; menos comumente, é devida a Proteus, Klebsiella, Enterobacter, Pseudomonas, Serratia e outros tipos menos comuns de bactérias Gram-negativas. ⤷ Tratamento longo - 15 a 20 dias de antibiótico (devido ao escasso aporte sanguíneo) Prostatite bacteriana aguda tratada inadequadamente ou não tratada pode evoluir para prostatite crônica. Na maioria das vezes, entretanto, prostatites crônicas bacterianas surgem insidiosamente sem uma fase aguda evidente, sendo os microrganismos causadores os mesmos das prostatites agudas. Em alguns casos de prostatite crônica, não se isolam bactérias, apesar de na secreção prostática serem encontrados neutrófilos Patologias da Próstata (prostatite crônica abacteriana). Em alguns desses casos, o microrganismo responsável parece ser Chlamydia trachomatis ou Ureaplasma urealyticum. As prostatites crônicas mais frequentes são não infecciosas e constituem achado quase constante na hiperplasia nodular da próstata. Admite-se que tais inflamações resultem do extravasamento de secreção prostática no estroma consequente à obstrução dos ductos. ➜ Prostatite granulomatosa ⤷ Prostatite tuberculosa ⤷ Secundária ao uso de BCG O BCG é utilizado na imunoterapia do câncer, pois tem efeito estimulante na resposta imunitária a antígenos heterólogos, inclusive antígenos tumorais não encontrados em tecidos normais. O protocolo mais utilizado na imunoterapia dos tumores uroteliais da bexiga consiste na administração de BCG pelas vias intradérmica e intravesical, semanalmente, durante 6 semanas. ⤷ Fúngica ⤷ Após Ressecção Transuretral (RTU) ou biópsia por agulha ⤷ Causas raras: sarcoidose, granulomatose de Wegner e esquistossomose. HIPERPLASIA NODULAR DA PRÓSTATA ➜ Definição ⤷ Hiperplasia do estroma e epitélio, formando nódulos na zona de transição que podem obstruir a uretra prostática. ⤷ Incidência de 20% em homens com mais de quarenta anos ⤷ Incidência de 70% em homens com mais de sessenta anos ⤷ Incidência de 90% em homens com mais de setenta anos ➜ Etiologia e Patogênese Na senilidade há redução progressiva da testosterona; como os níveis de estrógenos permanecem constantes, há um estado de hiperestrogenismo relativo. Apesar de nos idosos haver redução da testosterona, os valores da di-hidrotestosterona (DHT) permanecem normais. A DHT, que modula a proliferação e a função do epitélio glandular, resulta da conversão da testosterona (T) pela enzima 5α-redutase, principalmente nas células do estroma prostático. A DHT é mais potente do que a testosterona porque tem maior afinidade pelos receptores de andrógenos nas células e forma um complexo mais estável com esses receptores. Ligação da DHT ao receptor induz a expressão de genes que codificam fatores de crescimento (p. ex., FGF, TGF-β), que promovem proliferação de células epiteliais e do estroma prostático. Com o bloqueio da conversão de T para DHT, há hipotrofia glandular e diminuição do volume prostático. ⤷ Crescimento das glândulas internas ⤷ Obstrução do canal uretral provocada por dois fatores: ● Fator mecânico (hiperplasia estromaglandular ou hiperplasia glandular) ● Contração do músculo liso (mediada pelo adrenorreceptor α1 (hiperplasia estromaglandular ou hiperplasia estromatosa) Obs: O tratamento muda de acordo com o fator mais presente. Em casos de hiperplasia glandular os pacientes respondem bem usando inibidores da 5α-redutase. Em casos de hiperplasia estromatosa os pacientes se beneficiam com o uso de anti-adrenérgico. ➜ Morfologia ⤷ Próstata pesa entre 60-100g ⤷ Nódulos (demarcados) que distorcem e comprimem a luz uretral da zona de transição ⤷ Alterações secundárias de hemorragias e infartos focais ⤷ Cálculos de ácinos hiperplasiados e cisticamente dilatados Patologias da Próstata ⤷ Alterações decorrentes da obstrução urinária ➜ Quadro Clínico ⤷ Dificuldade de urinar (jato fraco), disúria, gotejamento terminal e dificuldade de esvaziar a bexiga, urgência miccional, maior frequência noturna e sangue na urina. ⤷ Retenção urinária com consequente distensão e hipertrofia da bexiga. ⤷ Infecção urinária e desenvolvimento de cistite e pielonefrite. ⤷ Alterações secundárias - trabéculas e divertículos na bexiga, hidronefrose (excesso de líquido emum rim devido ao acúmulo de urina), azotemia (altas concentrações de produtos nitrogenados no sangue) e uremia. Obs: A hiperplasia prostática não é considerada lesão pré-maligna. ➜ Tratamento ⤷ Diminuir o tamanho da próstata ● Inibidores da 5α-redutase ⤷ Relaxamento da Próstata ● α-Bloqueadores ⤷ Cirúrgico ● Ressecção Transuretral (RTU) CÂNCER DE PRÓSTATA ➜ Conceitos ⤷ Adenocarcinoma clínico — É o que dá manifestações locais. Se não for tratado, evolui com infiltração local e metástases, podendo levar o paciente à morte. ⤷ Adenocarcinoma oculto — Corresponde ao adenocarcinoma clínico cujas manifestações decorrem das metástases e não do crescimento local da neoplasia. ● Fratura em homens idosos pode ser a primeira manifestação. ⤷ Adenocarcinoma latente — É um adenocarcinoma apenas histológico, que não evolui necessariamente para carcinoma clínico. ➜ Epidemiologia ⤷ Câncer mais comum em homens ⤷ Segunda causa de morte por câncer em homens com mais de 50 anos (EUA) ⤷ 90% dos casos podem ser curados ⤷ Idade ● Presente em 10% dos homens entre 40 e 50 anos ● Incidência entre ⅓ a ½ de homens com mais de 80 anos ⤷ Geografia A taxa de mortalidade por adenocarcinoma clínico da próstata é muito baixa no Japão, em nítido contraste com taxas muito elevadas em outros países, como Suécia e EUA. Entretanto, a frequência do adenocarcinoma histológico no Japão é semelhante à desses outros países. Emigrantes japoneses nos EUA, após uma geração, apresentam taxa de mortalidade que se aproxima daquela dos norte-americanos. Importância de fatores ambientais, sobretudo alimentares, na gênese e na evolução da neoplasia. ⤷ Raça O adenocarcinoma clínico da próstata também parece ser mais comum em indivíduos negros ou brancos do que em amarelos. Entretanto, a frequência de adenocarcinoma histológico é semelhante nas três raças. ⤷ História familiar Em algumas famílias, o risco de um homem desenvolver adenocarcinoma prostático se o pai ou um irmão tiverem o tumor é duas vezes maior e, se ambos o têm, nove vezes maior. ➜ Etiologia ⤷ É em grande parte desconhecida. No entanto, alguns fatores parecem ser importantes. ⤷ Influência endócrina Patologias da Próstata ● Indivíduos castrados antes da puberdade têm risco mínimo de desenvolver câncer da próstata. ● Andrógenos circulantes em níveis aumentados são capazes de estimular o crescimento do câncer prostático. Obs: Não há aumento de andrógenos em portadores de câncer de próstata. ⤷ Influência genética (Hipótese) — Mutação e ampliação no gene receptor de andrógenos. ➜ Forma de apresentação ⤷ 98% dos cânceres de próstata aparecem na zona periférica ⤷ Geralmente são multicêntricos ⤷ Macroscópicamente apresentam-se como nódulos subcapsulares endurecidos, irregulares e branco-amarelados ➜ Diagnóstico ⤷ Toque retal ● Nódulo endurecido, irregular e próstata presa ○ Chance de 50% de ser câncer ○ Biopsiar ⤷ Biópsia por agulha ● Realizada sob anestesia ● Transretal ● Deve retirar fragmentos de 12 regiões distintas ○ Ápice, terço médio e base ○ Dois fragmentos de cada lado ⤷ PSA ⤷ US transretal ➜ Graduação histológica ⤷ Tem grande interesse prático, pois guarda relação com o estadiamento clínico e com o prognóstico. ⤷ O sistema de graduação de Gleason é o mais utilizado e baseia-se no grau de diferenciação glandular e no padrão de crescimento em relação ao estroma. Consideram-se 5 graus de diferenciação: nos graus 1 e 2, a neoplasia mostra apenas desarranjo arquitetural; no grau 3 há infiltração do estroma; no grau 4, fusão entre os ácinos; no grau 5 o arranjo é sólido. ⤷ Considera-se tanto o padrão predominante como o padrão secundário. Assim, se o grau histológico de 90% da área examinada é 3 e dos restantes 10% é 5, o grau da neoplasia é 3 + 5, o que dá uma contagem final de 8. ⤷ De acordo com esse sistema, o grau histológico pode ser de 1 a 5, e a contagem final, de 2 a 10. ⤷ O Consenso da ISUP separa por grupos ⤷ Atualmente no laudo se coloca o grupo juntamente com o Gleason. Futuramente o escore de Gleason não será mais colocado. ➜ Sintomas ⤷ Inicialmente não há sintomas ⤷ Posteriormente os sintomas são semelhantes aos da hiperplasia ⤷ Mais tarde os sintomas são decorrentes das metástases ➜ Disseminação extraprostática ⤷ Invasão da cápsula ⤷ Invasão perineural ⤷ Invasão das vesículas seminais ⤷ Invasão da bexiga e do reto (raro) ⤷ Disseminação ampla (óbito) ⤷ Metástase no gânglio linfático obturador (geralmente são retirados na prostatectomia radical) ➜ ilíacos ➜ periaórticos Patologias da Próstata ⤷ Metástases ósseas (coluna vertebral, costelas e ossos ilíacos) osteoblásticas ⤷ Metástases pulmonares ➜ Estadiamento TNM Além da graduação histológica, o estadiamento clínico da neoplasia, para fins de prognóstico e de tratamento, tem enorme importância prática. ⤷ T refere-se a tumor — até T2 o câncer está confinado à próstata ⤷ N — metástases linfonodais, ⤷ M — metástases a distância ➜ Tratamento Depende do estágio da doença ⤷ Localizado ● Prostatectomia ● Radioterapia ⤷ Disseminado ● Terapia endócrina antiandrogênica ➜ Prevenção ⤷ Evitar fatores de risco ⤷ Hábitos de vida saudáveis ⤷ Diagnóstico precoce ⤷ Recomendações da Sociedade Brasileira de Urologia ● Realizar exame do toque retal e solicitar PSA para pacientes ≥ 45 anos ● Pacientes com história familiar de câncer de próstata devem fazer rastreamento a partir dos 40 anos. Patologias da Próstata
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