Buscar

AULA 3 NUTRIÇÃO ENTERAL (PROFª MIRIAM)

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

INTERAÇÃO FAI IV PROFª MIRIAM 
 LETICIA GRECCO T5 
1 
 
AULA 3 – NUTRIÇÃO ENTERAL 
DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR: 
 Prevalência – 19 a 80% (varia de acordo com país e do grupo de 
pacientes estudados); 
 Paciente desnutrido não responde bem ao tratamento, não tendo um 
bom prognóstico. Tentar evitar ao máximo que o paciente chegue ao 
estado de desnutrição; 
 
TNE – TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL 
 Procedimentos terapêuticos, promovendo manutenção e recuperação do estado nutricional do 
paciente; 
 Administração de nutrientes pelo trato gastrointestinal pelo artifício de sondas. 
 NE pode ser por via exclusiva de calorias e nutrientes ou como suplementação associada à via oral 
e/ou parenteral; 
 ATUALMENTE: as dietas desenvolvidas para uso enteral, mesmo que ingeridas por via oral, são 
consideradas alimentação enteral e o paciente categorizado em esquema de terapia nutricional 
enteral. 
 
NUTRIÇÃO ENTERAL PRE COCE: 
 TNE bem conduzida e mais precoce – tem uma melhor a repercussão sobre o estado nutricional do 
paciente; 
 Preserva a imunidade mucosa sistêmica; 
 Evita deficiência de nutrientes; 
 Melhora os resultados clínicos; 
 Reduz permanência hospitalar; 
 Reduz o custo, embora não seja algo barato; 
 
POR QUE ESCOLHER A VIA ENTERAL? 
Avaliação da alimentação via oral consegue atingir 60% das necessidades nutricionais? Caso a resposta seja 
SIM, indica-se a DIETA VIA ORAL. Caso a resposta seja NÃO, indica-se a DIETA ENTERAL (desde que o TGI 
esteja funcionante e tenha capacidade de digerir e absorver alimentos, mesmo que parcialmente). 
 
A regra é: se o trato gastrointestinal funciona, mesmo que parcialmente, use-o! 
 
 Considerada como a mais fisiológica, quando comparada com a parenteral: 
 Evita a atrofia da mucosa; 
 Mantém a flora enteral mais próxima do normal e preserva a função imune do trato 
gastrointestinal. 
 
 Oferta de NE precoce, ou seja, nas primeiras 48 horas de hospitalização, geralmente após a 
ocorrência de um evento traumático ou infeccioso. 
 A NE precoce é uma intervenção necessária. A ausência de nutrientes no trato gastrointestinal, 
especialmente no intestino: 
 Hipertrofia intestinal; 
 Quebra da barreira imunológica; 
 Maior permeabilidade intestinal (possível translocação bacteriana) – complicações 
infecciosas e alta taxa de mortalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTERAÇÃO FAI IV PROFª MIRIAM 
 LETICIA GRECCO T5 
2 
 
VANTAGENS E DESVANTAGENS DA SONDA PRÉ E PÓS-PILÓRICA: 
 
TNE: MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO: 
 
ALIMENTAÇÃO INTERMITENTE: 
 Dieta administrada em períodos fracionados: 
 Em “bolus” = em bolo (paciente em posição de 
45º); 
 Gotejamento intermitente/gravitacional; 
 
ALIMENTAÇÃO CONTÍNUA: 
 Dieta administrada continuamente, por 12 ou 24 horas, 
utilizando bomba de infusão. 
 
SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO: 
Aberto – preparo da dieta e/ou envasamento de frascos, e 
geralmente com gotejamento intermitente; 
Fechado – aquisição da dieta pronta (já preparada) e 
gotejamento continuo; 
 
TNE: FÓRMULAS PARA NUTRIÇÃO ENTERAL: 
Variáveis comumente avaliadas para a seleção de dietas enterais: 
 Densidade calórica; 
 Concentração da fórmula: Osmolaridade/osmolalidade; 
 Formula vs via e tipo de administração (sistema aberto ou fechado); 
 Fonte dos nutrientes: carboidratos, proteína, lipídios, vitaminas, minerais e fibras; 
 
BASES CONCEITUAIS NA SELEÇÃO DE NUTRIENTES EM TNE: 
“Quando o intestino é funcionante e pode ser utilizado, use-o.” 
 Nutrientes são mais efetivamente metabolizados e utilizados quando administrados pela via enteral 
do que parenteral. 
 Selecionar adequadamente o que deve ser administrado pela sonda enteral – nutrir 
adequadamente o doente – atividade complexa. 
 
FIBRAS ALIMENTARES (CARBOIDRATOS COMPLEXOS NÃO-DIGERÍVEIS): 
 São todos os polissacarídeos vegetais da dieta e lignina – resistem à hidrólise pelas enzimas digestivas 
humana. 
 Carboidratos que nosso corpo não é capaz de digerir. São considerados prebióticos – alimentos para 
as bactérias intestinais; 
 As fibras promovem uma absorção gradativa dos carboidratos; 
 Fermentadas pelas bactérias intestinais. 
 Vêm integrando a formulação enteral: categoria de “nutrientes”. 
 Recomendação: iniciar com quantidade mínima e evoluir segundo tolerância do enfermo. 
 Fontes mais comuns empregadas em nutrição enteral: Polissacarídeo de soja. 
 Conteúdo formulações: entre 5 e 14g de fibra/litro. 
 Objetivos: regularizar o hábito intestinal e fornecer substrato energético colonócito-específico. (após 
fermentação – produto final: ácido acético, butírico e propiônico). 
INTERAÇÃO FAI IV PROFª MIRIAM 
 LETICIA GRECCO T5 
3 
 
PROTEÍNAS: 
GLUTAMINA: Principal transportador de nitrogênio derivado do músculo esquelético e substrato de energia 
para enterócitos (células intestinais) e linfócitos. 
 Nas fórmulas enterais é suplemento devido a uma provável responsabilidade na preservação da 
integridade e imunidade gastrointestinais. 
 
ARGINA: tem propriedades que aumentam a imunidade e desempenha um papel na síntese do colágeno 
e na cicatrização de feridas (utilizado em pacientes com escarras). 
 
ARGININA + GLUTAMINA NAS DIETAS ENTERAIS: reforçadores da função imunológica, integridade 
gastrointestinal e cicatrização de feridas (controvérsias ainda existem, principalmente em indivíduos 
saudáveis). 
 
 
LIPÍDIOS: 
TCL: Triglicérides de cadeia longa; 
 São importantes, pois fornecem os ácidos graxos essenciais; 
 W6 -Ácido araquidônico – principal fonte: óleo de soja e açafrão; 
 W3 - Ácido eicosapentanoico – principal fonte: óleo de peixe; 
 
TCM: triglicérides de cadeia média; 
 São digeridos e absorvidos mais rapidamente, via sistema portal, evitando que esse tipo de gordura 
leve a uma diarreia, ou seja, possui uma melhor tolerância para o TGI; 
 São absorvidos a partir do duodeno e jejuno, sem formação de micelas; 
 São rapidamente hidrolisados por lipase lipoproteíca no plasma; 
 São substratos independentes de carnitina para transporte intramitocondrial – fonte rápida de 
energia; 
 Fonte rápida de energia; 
 Rápido esvaziamento gástrico; 
 
DENSIDADE CALÓRICA: 
 É a expressão da quantidade de calorias fornecidas por mililitro de dieta pronta. 
 Determinação da DC - total de calorias que o paciente precisa receber versus o volume de dieta 
enteral que deverá ser administrado durante o dia (em função da sua capacidade de tolerar esta 
quantidade a ser infundida). 
 
Densidade calórica vs Quantidade de líquidos: 
 Quantidade de calorias/ml de dieta; 
 Necessidade energética x volume a ser administrado; 
 
Dieta Padrão: 1 kcal/mL 
 
 EXEMPLO: necessidade calórica do paciente é de 2000 kcal/dia, e este tem condição de receber 
até 2000 ml/dia de dieta via enteral. Então, a densidade calórica da dieta enteral poderá ser de 1 
kcal/ml. 
Pacientes com restrição hídrica: dietas com maior densidade calórica (1,5 a 2 kcal/ mL). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTERAÇÃO FAI IV PROFª MIRIAM
LETICIA GRECCO T5 
4 
 
CARGA OSMOLAR: 
 Categorização das fórmulas enterais segundo valores de osmolalidade na solução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Geralmente utilizada em dietas nasoenterais. 
- Indicada para pacientes Diabeticos; 
- Alto teor de fibras, com o intuito de controlar 
a glicemia; 
INTERAÇÃO FAI IV PROFª MIRIAM 
 LETICIA GRECCO T5 
5 
 
OSMOLARIDADE/OSMOLALIDADE: 
Valores relacionados a tolerância digestiva da formulação enteral (posição sonda): 
 Estômago: tolera dietas ↑ osmolalidade; 
 Pós-pilóricas, duodeno e jejuno: tolera dietas isosmolares; 
 
 Administração lenta de dietas hiperosmolares (bomba de infusão) permite controlar a intolerância. 
 
CARACTERÍSTICAS DA NE – VIA E TIPO DE ADMINISTRAÇÃO: 
 Escolha da via para administração da NE + tipo de infusão a ser adotado influência na 
escolha da formulação. 
 Determinação: 
 Horários de administração da dieta; 
 Volume a ser infundido; 
 Velocidade de infusão 
 Tipo de administração (contínua ou intermitente; gotejamento gravitacional, em bolo); 
 
POSICIONAMENTO GÁSTRICO: 
 Maior flexibilidade quanto ao volume total a ser infundido em cada horário de administração de 
dieta; 
 Maior liberdade quanto às variáveis osmolalidade e método de infusão da fórmula; 
 Volumes maiores em cada horário; 
 Dietas iso-osmolares até as hiperosmolares. 
 
POSICIONAMENTO PÓS-PILÓRICO: 
 Dietas preferencialmente iso-osmolares ou levemente hiperosmolares; 
 Método intermitente: volume infundido não poderá ser muito elevado, variando entre 200 a 300 
mL/horário; 
 Gotejamento mais indicado que o em bolos (menor intercorrências digestivas); 
 Controle do tempo para administração – importante! 
 Padrão: 60 gotas/minuto, podendo progredir até 120 gotas/minuto; 
 
ADMINISTRAÇÃO: 
TIPO DE DIETA E POSICIONAMENTO DA SONDA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS FÓRMULAS: 
Industrializadas: são quimicamente 
definidas, proporcionam uma maior 
segurança microbiológica; podem ser pó, 
líquidas (semipronta: latas 230 a 260 mL) ou 
prontas (frasco para bomba: 1000 a 1500 
mL); 
 
 
 
 
 
 
INTERAÇÃO FAI IV PROFª MIRIAM 
 LETICIA GRECCO T5 
6 
 
Artesanais: não apresentam garantia de valor nutricional e podem ter mais chance de contaminação; 
 
Categorização das fórmulas enterais segundo a complexidade de nutrientes: 
 
 
 Polimérica – os 
macronutrientes estão intactos 
(mais barata); 
 Oligomérica – os 
macronutrientes estão 
hidrolisados; 
 Elementar – os 
macronutrientes estão na sua 
forma totalmente hidrolisados; 
 
 
 
Nutrientes adquiridos separadamente para: 
 Elaborar dietas artesanais; 
 Acrescentar em dietas industrializadas; 
 Acrescentar em alimentação via oral (V.O.); 
 
Estão disponíveis: módulos de carboidratos, lipídeos, proteína, aminoácidos isolados, fibras, eletrólitos, 
minerais, aromatizantes e espessantes. 
 
MÓDULOS SÃO OS NUTRIENTES ISOLADOS! 
Módulos de CHO: 
 Oligossacarídeos (maltodextrina) ou polímeros de glicose; 
INTERAÇÃO FAI IV PROFª MIRIAM 
 LETICIA GRECCO T5 
7 
 
 Como por exemplo: Oligossac (Support), Resource Dextrol (Novartis), Nutri Dextrin (Nutrimed) e 
Polycose (Abbott); 
Módulos de Lipídeos: 
 TCM (Triglicérides de Cadeia Média); 
 Como por exemplo: Resource TCM (Novartis), Nutri TCM (Nutrimed) e Trigliceril (Support); 
 
Módulos de Proteínas: 
 Proteínas (caseinato de Ca e polipeptídeos); 
 Como por exemplo: Promod (Abbott), Resource Protein (Novartis), Nutri Protein (Nutrimed), Caseical 
(Support); 
 
Módulos de Aminoácidos: 
 Glutamina; 
 AA não essencial e em condições de estresse é utilizado com fonte de energia pelo enterócito e 
protege a mucosa intestinal (0,15 a 0,5g/kg/dia); 
 Como por exemplo: Resource Glutamina (Novartis), Nutri Glutemine (Nutrimed) e Glutamin (Support); 
 AA essenciais; 
 
Módulos de Fibras: 
 Totais, Solúveis e FOS (frutooligossacarídeos); 
 Como por exemplo: Benefiber (Novartis), Stimulance (Support); 
 
Módulos de Vitaminas e Minerais: 
 Como por exemplo: Plurimineral e Plurivitamin (Support); 
 
Espessantes “em pó” – pacientes com disfagia: 
 Como por exemplo: Thicken-up (Nestlé), Tchick & Easy (Fresenius) e Nutilis (Support); 
 
MEMBROS DA EQUIPE: 
 Médico; 
 Nutricionista; 
 Enfermeiro; 
 Fonoaudiólogo; 
 Farmacêutico; 
 Psicólogo; 
 Fisioterapeuta; 
 Assistente social; 
 Terapeuta ocupacional;

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando