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AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO DE UMA INDÚSTRIA QUÍMICA 
 
Agnaldo Barreto de Sá Jr. 
André Luiz de Souza Marques 
Claudio Violante Ferreira 
Daniela Caetano Bruno 
Marcelo José Colaço 
Marcelo Moreira Mejias 
Renato Valente Ferreira 
 
MONOGRAFIA SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO DA ESCOLA 
DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO 
PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DO TÍTULO DE 
ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Assed Naked Haddad, D.Sc., Eng. Seg. Trab.- Orientador / UFRJ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL 
SETEMBRO DE 1999. 
 ii 
AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO DE UMA INDÚSTRIA QUÍMICA 
 
Agnaldo Barreto de Sá Jr. 
André Luiz de Souza Marques 
Claudio Violante Ferreira 
Daniela Caetano Bruno 
Marcelo José Colaço 
Marcelo Moreira Mejias 
Renato Valente Ferreira 
 
MONOGRAFIA SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO DA ESCOLA 
DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO 
PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DO TÍTULO DE 
ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO. 
 
Aprovada por: 
 
__________________________________________________________ 
Prof. Assed Naked Haddad, D.Sc., Eng. Seg. Trab.- Orientador / UFRJ 
 
__________________________________________________________ 
Prof. Cláudia do Rosário Vaz Morgado, D.Sc., Eng. Seg. Trab. / UFRJ 
 
__________________________________________________________ 
Prof. Eduardo Linhares Qualharini, D.Sc., Eng. Seg. Trab. / UFRJ 
 
__________________________________________________________ 
Prof. Simone Dias Cabral, M.Sc., Eng. Seg. Trab. / UFRJ 
 
__________________________________________________________ 
Prof. Vilmar Augusto Azevedo Miranda, M.Sc., Eng. Seg. Trab. / UFRJ 
 
RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL 
SETEMBRO DE 1999. 
 
 
 iii 
 
 
 
 
SÁ JR., AGNALDO BARRETO DE 
MARQUES, ANDRÉ LUIZ DE SOUZA 
FERREIRA, CLAUDIO VIOLANTE BRUNO 
BRUNO, DANIELA CAETANO 
COLAÇO, MARCELO JOSÉ 
MEJIAS, MARCELO MOREIRA 
FERREIRA, RENATO VALENTE 
Avaliação da Segurança do Trabalho de Uma 
Indústria Química [Rio de Janeiro] 1999 
xi, 195p. 29,7 cm (EE/UFRJ, Pós-Graduação 
em Engenharia de Segurança do Trabalho, 1999) 
Monografia – Universidade Federal do Rio de 
Janeiro, Escola de Engenharia 
1. Segurança do Trabalho 
2. Indústria Química 
I. EE/UFRJ II. Título (série) 
 
 
 
 
 iv 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos este trabalho a todos aqueles 
que acreditam em nosso país. 
 v 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradecemos a Deus por ter nos dado saúde. 
 
Aos nossos pais, que muito ajudaram em nossa vida. 
 
Aos amigos e parentes pela ajuda moral. 
 
Ao nosso orientador, professor Assed Naked Haddad, pelo tempo dedicado na 
ajuda da elaboração de nosso trabalho. 
 
Ao engenheiro Newton Freitas e demais funcionários da empresa estudada 
pela atenção e boa receptividade que nos foi dada. 
 
Ao professor Vitor Ferreira Romano e a todos os funcionários do Laboratório de 
Robótica da COPPE pela permissão na utilização dos recursos do Laboratório. 
 vi 
Resumo da Monografia apresentada à Escola de Engenharia da Universidade Federal 
do Rio de Janeiro como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de 
Engenheiro de Segurança do Trabalho. 
 
AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO DE UMA INDÚSTRIA QUÍMICA 
 
Agnaldo Barreto de Sá Jr. 
André Luiz de Souza Marques 
Claudio Violante Ferreira 
Daniela Caetano Bruno 
Marcelo José Colaço 
Marcelo Moreira Mejias 
Renato Valente Ferreira 
 
Setembro / 1999 
 
Orientador: Assed Naked Haddad 
 
Pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho 
 
Resumo: 
 
Este trabalho consiste na avaliação dos aspectos relativos à segurança e 
saúde dos trabalhadores de uma empresa química. Através de visitas, entrevistas com 
os funcionários, medições de algumas condições ambientais, fotografias, filmagens e 
inspeções visuais tanto dos processos como do arranjo físico da indústria, procurou-se 
identificar atos e condições inseguras nos locais de trabalho, analisá-las através de 
métodos e mecanismos de organização e, por fim, propor algumas soluções de forma 
a minimizar os riscos encontrados, com a criação de medidas de proteção e, 
especialmente, de prevenção da ocorrência de acidentes no ambiente de trabalho. As 
principais propostas deste trabalho foram o redimensionameto do sistema de proteção 
contra incêndios, um programa de ergonomia e a criação de um layout, 
comprometendo o aumento da produtividade da planta com a minimização dos riscos 
de acidentes. A metodologia utilizada para sua elaboração foi baseada em normas 
técnicas, normas e conceitos sobre segurança do trabalho e em conhecimentos 
adquiridos durante o curso de Pós-Graduação. 
 vii 
SUMÁRIO 
CAPÍTULO 1 - INFORMAÇÕES GERAIS................................................................ .... 1 
1.1 - Localização e descrição dos estabelecimentos............................................... 1 
1.1.1 - Classificação segundo o grau de risco................................................... 5 
1.1.2 - Mapas de Riscos ................................................................ ................... 8 
1.2 - Relação dos produtos fabricados................................................................ ... 11 
1.3 - Descrição das edificações................................................................ ............... 14 
1.4 - Condições Sanitárias................................................................ ....................... 19 
1.5 - Recomendações................................................................ ............................... 21 
CAPÍTULO 2 - PROCESSOS INDUSTRIAIS............................................................. 22 
CAPÍTULO 3 - INSPEÇÃO DE SEGURANÇA........................................................... 26 
3.1 - Atos Inseguros ................................................................ ................................ . 26 
3.2 - Condições ambientais de insegurança .......................................................... 27 
CAPÍTULO 4 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL 
(PCMSO) ................................................................ ................................ ................... 29 
4.1 - Análise do estabelecimento ................................................................ ............ 29 
4.2 - Recomendações................................................................ ............................... 31 
CAPÍTULO 5 - RISCOS QUÍMICOS ................................................................ .......... 32 
5.1 - Atividades insalubres ................................................................ ...................... 34 
5.2 - Atividades perigosas ................................................................ ....................... 35 
5.3 - Recomendações................................................................ ............................... 37 
 viii 
CAPÍTULO 6 - RISCOS FÍSICOS................................................................ .............. 38 
6.1 - Ruído................................................................ ................................ ................. 38 
6.2 - Calor................................................................ ................................ .................. 40 
6.3 - Recomendações................................................................ ............................... 42 
CAPÍTULO 7 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL .............................. 43 
7.1 - Definição dos EPI’s ................................................................ .......................... 43 
7.1.1 - Grupos de EPI ................................................................ ..................... 43 
7.1.2 - Definiçõesdos termos utilizados.......................................................... 44 
7.2 - Inspeção quanto ao uso de EPI’s................................................................ .... 45 
7.3 - Recomendações................................................................ ............................... 50 
CAPÍTULO 8 - ARRANJO FÍSICO INDUSTRIAL ...................................................... 51 
8.1 - Classificação do layout................................................................ .................... 51 
8.2 - Layout proposto................................................................ ............................... 52 
8.3 - Considerações sobre o layout quanto às NR’s 11 e 12................................. 56 
8.4 - Recomendações................................................................ ............................... 57 
CAPÍTULO 9 - RISCOS EM ELETRICIDADE, EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES 
ELÉTRICAS................................................................ ................................ ............... 58 
9.1 - Medidas básicas de prevenção................................................................ ....... 58 
9.2 - Inspeção das instalações elétricas................................................................ . 59 
9.3 - Recomendações................................................................ ............................... 62 
CAPÍTULO 10 - MÁQUINAS, FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS........................ 63 
 ix 
10.1 - AMFE para empilhadeira................................................................ ................ 65 
10.1.1 - Check-list dos riscos................................................................ .......... 66 
10.1.2 - Planilha AMFE................................................................ ................... 67 
10.1.3 - Procedimentos elaborados ................................................................ 68 
10.2 - Recomendações................................................................ ............................. 69 
CAPÍTULO 11 - ERGONOMIA................................................................ ................... 70 
11.1 - Antropometria e Biomecânica Ocupacional:................................................ 70 
11.1.1 - Levantamento e movimentação de cargas......................................... 71 
11.1.2 - Análise e registro das posturas.......................................................... 75 
11.1.3 - Descrição do posto de trabalho.......................................................... 76 
11.1.4 - Relatório ergonômico da atividade..................................................... 77 
11.2 - Iluminação ................................................................ ................................ ...... 83 
11.2.1 - Principais fatores para uma iluminação adequada............................. 85 
11.2.2 - Avaliação dos níveis de iluminamento ............................................... 86 
11.3 - Recomendações................................................................ ............................. 87 
CAPÍTULO 12 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS ................................................ 88 
12.1 - Medidas Preventivas................................................................ ...................... 88 
12.2 - Dispositivos de combate a incêndios........................................................... 90 
12.2.1 - Extintores................................................................ ........................... 91 
12.3 - Circulação e saídas................................................................ ........................ 99 
12.4 - Treinamento de pessoal e sistemas de alarme.......................................... 100 
12.5 - Recomendações................................................................ ........................... 101 
 x 
CAPÍTULO 13 - RESÍDUOS INDUSTRIAIS............................................................. 102 
13.1 - Setor industrial ................................ ................................ ............................. 103 
13.2 - Laboratórios ................................................................ ................................ . 105 
13.3 - Recomendações................................................................ ........................... 107 
CAPÍTULO 14 - SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA ................................................. 108 
14.1 - Análise da sinalização de segurança utilizada na empresa...................... 108 
14.2 - Recomendações................................................................ ........................... 112 
CAPÍTULO 15 - PLANO DE AÇÃO ................................................................ ......... 113 
15.1 - Ações a curto prazo ................................................................ ..................... 113 
15.2 - Ações a médio prazo................................................................ .................... 114 
15.3 - Ações a longo prazo ................................................................ .................... 115 
CAPÍTULO 16 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................... 116 
BIBLIOGRAFIA ................................................................ ................................ ....... 118 
ANEXO I – FOTOS ................................................................ ................................ .. 120 
ANEXO II - MAPAS DE RISCOS ................................................................ ............. 127 
ANEXO III - DADOS SOBRE AS MATÉRIAS-PRIMAS MAIS UTILIZADAS NO 
PROCESSO PRODUTIVO................................................................ ....................... 132 
ANEXO IV – GUIA DE EMERGÊNCIA DAS PRINCIPAIS MATÉRIAS-PRIMAS 
UTILIZADAS NO PROCESSO PRODUTIVO........................................................... 154 
 xi 
ANEXO V – REGRAS GERAIS DE SEGURANÇA EM LABORATÓRIO ................ 169 
ANEXO VI – ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES ESPECÍFICAS DE RESÍDUOS. ....... 170 
ANEXO VII – MÉTODOS DE ELIMINAÇÃO E DESATIVAÇÃO DE PRODUTOS DE 
LABORATÓRIO................................................................. ................................ ...... 172 
ANEXO VIII – SUBSTÂNCIAS INFLAMÁVEIS E SOLVENTES EM GERAL.......... 175 
ANEXO IX – QUESTIONÁRIO UTILIZADO NA ENTREVISTA COM OS 
TRABALHADORES................................................................ ................................ . 178 
ANEXO X – EXEMPLO DE FICHA DE INFORMAÇÃO TÉCNICA DE SEGURANÇA 
DOS PRODUTOS QUÍMICOS PRODUZIDOS PELA EMPRESA ............................ 187 
ANEXO XI – TERMO DE RESPONSABILIDADE DE USO DO EPI......................... 190 
ANEXO XII – EXEMPLO DE FICHA DE EMERGÊNCIA USADA NO TRANSPORTE 
DOS PRODUTOS FINAIS................................................................ ........................ 191 
ANEXO XIII – EXEMPLO DE RÓTULO EMPREGADO NOS PRODUTOS 
FABRICADOS PELA EMPRESA ................................................................ ............ 192 
ANEXO XIV – EXEMPLO DE LAUDO DE ANÁLISE DO CONTROLE DE 
QUALIDADE................................................................ ................................ ............ 193 
ANEXO XV – EXEMPLO DE ORDEM DE SERVIÇO................................ ............... 194 
ANEXO XVI – PLANTA DO ESTABELECIMENTO DE COLÉGIO.......................... 195 
 1 
CAPÍTULO 1 - INFORMAÇÕES GERAIS 
Este projeto visa realizar um levantamento de um estabelecimento industrial no 
que tange os aspectos de segurança do trabalho, procurando determinar falhas, e 
fazer sugestões que visem minimizar ou eliminar tais falhas. 
1.1 - Localização e descrição dos estabelecimentos 
Neste trabalho foi analisado um estabelecimento de uma empresa, a qual será 
denominada Química&Química, com o intuito de preservar seu anonimato. A 
Química&Química (Sociedade de Economia Mista), fundada em 04 de maio de 1994 
com o objetivo de criar novas alternativasde trabalho, vem através do tempo se 
consolidando cada vez mais no segmento de petróleo, como indústria e comércio. No 
início só existia a comercialização de produtos, porém com a expansão, veio a ter 
produção própria no Rio de Janeiro e, por terceirização, em uma unidade industrial na 
Paraíba. 
Procurando sempre explorar a filosofia de trabalho voltada para o cliente, a 
Química&Química é hoje uma empresa que detém uma certificação da série ISO 
9000, operando com tecnologia de ponta. Seus estabelecimentos atualmente se 
resumem a um escritório no centro do Rio de Janeiro, uma fábrica no bairro de Colégio 
e outras duas, sendo uma na cidade de Macaé (RJ) e outra em Natal (RN). O 
estabelecimento analisado neste trabalho foi o de Colégio (Foto 1.1). Tal 
estabelecimento mereceu uma atenção especial, devido ao fato de que neste são 
fabricados os produtos da empresa, enquanto que em Macaé existe apenas o 
armazenamento. 
 2 
 
Foto 1.1 - Vista externa do estabelecimento de Colégio. 
Com uma área total de 800 m2 e 13 funcionários, o estabelecimento de Colégio 
é o responsável pela fabricação dos produtos químicos da empresa, a qual possui 
como principais produtos, aditivos para perfuração de petróleo, sendo seu maior 
cliente a Petrobrás. Este estabelecimento possui um galpão, onde são estocadas 
matérias-primas e os produtos acabados, uma área destinada a 4 reatores 
exotérmicos e uma área construída de 2 pavimentos, dentro da qual estão localizados 
dois laboratórios químicos e uma área administrativa. Também nesta área, a empresa 
mantém uma representação da companhia que faz o transporte dos produtos entre a 
filial de Colégio e a de Macaé. O estabelecimento de Colégio está localizado dentro de 
uma área residencial, e dentre seus vizinhos está uma creche escolar, um bar e 
residências. Na Figura 1.1, é apresentada uma planta de localização esquemática da 
empresa, com seus bairros vizinhos, na Figura 1.2 é apresentado o organograma dos 
setores da fábrica e na Figura 1.3, o organograma de produção. No Anexo XVI são 
apresentadas as plantas do estabelecimento de Colégio. 
 
 3 
 
Figura 1.1 – Planta de localização esquemática 
 
 
Figura 1.2 – Organograma dos setores do estabelecimento de Colégio (fornecido pela 
empresa) 
 4 
 
Figura 1.3 - Organograma de produção (fornecido pela empresa) 
 A filial de Macaé possui uma área total de 3415 m2, 12 funcionários, e, 
conforme já mencionado, é basicamente uma empresa armazenadora de produtos 
químicos voltados para a área de petróleo. Para isto possui um galpão de estocagem 
de 992 m2 podendo atender todo o mercado da Bacia de Campos. Um escritório 
administrativo de 2 pavimentos, com 93 m2 cada, controla toda a operação de entrada 
e saída de material, bem como as necessidades do maior cliente que é a Petrobrás. 
Existe ainda uma pousada de 90 m2 para os funcionários, contendo 2 suítes, sala e 
 5 
cozinha, evitando assim, a estadia em hotéis daqueles originários do Rio de Janeiro 
para alguma visita em Macaé. Na Figura 1.4 é apresentado um organograma dos 
setores da fábrica do estabelecimento de Macaé. 
 
Figura 1.4 – Organograma dos setores do estabelecimento de Macaé (fornecido 
pela empresa) 
1.1.1 - Classificação segundo o grau de risco 
De acordo com a NR-4 (Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho 
dada pela portaria 3214 de 8 de junho de 1978) – Serviços Especializados em 
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – os estabelecimentos têm a 
seguinte classificação conforme o Quadro I (Classificação Nacional de Atividades 
Econômicas), segundo o grau de risco: 
Estabelecimento de Colégio: Enquadra-se no código D – Indústrias de 
transformação; item 24 – Fabricação de produtos químicos; item 24.9 – Fabricação de 
produtos e preparados químicos diversos; item 24.94-5 – Fabricação de aditivos de 
uso industrial � Grau de risco 3. 
Estabelecimento de Macaé: Enquadra-se no código I – Transporte, 
armazenagem e comunicações; item 63 – Atividades anexas e auxiliares do transporte 
e agências de viagem; item 63.1 – Movimentação e armazenagem de cargas; 
item 63.12-6 – Armazenamento e depósito de cargas � Grau de risco 3. 
 6 
Para estabelecimentos com grau de risco 3, o número mínimo de funcionários 
para que haja necessidade de SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho) é de 50. Portanto, como os estabelecimentos 
de Colégio e Macaé possuem 13 e 12 funcionários, respectivamente, não é necessária 
a instalação de SESMT’s nesses estabelecimentos. 
Como a soma dos dois estabelecimentos não atinge o número mínimo de 50 
funcionários estabelecidos pelo Quadro II da NR-4, a empresa também fica 
desobrigada de manter SESMT’s centralizados no Estado, de acordo com o item 4.2.5 
da NR-4. 
Além disso, pelo item 4.5 da NR-4, como a empresa que presta o serviço de 
transporte é terceirizada, e possui 1 empregado exercendo atividade no 
estabelecimento da contratante, o estabelecimento também fica desobrigado de 
manter SESMT pois, ainda assim, o número de empregados não alcança o mínimo de 
50, de acordo com o Quadro II da NR-4. 
Pelo Quadro I da NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), 
o número mínimo de funcionários no estabelecimento para que haja necessidade de 
formação de CIPA é de 20, logo ambos os estabelecimentos estão isentos de CIPA. 
No entanto, pelo item 5.6.4 da NR-5, quando o estabelecimento não se enquadrar no 
Quadro I, a empresa designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos da 
NR-5, podendo ser adotados mecanismos de participação dos empregados, através 
de negociação coletiva. Então, pelo item 5.16 da NR-5, este responsável terá por 
atribuição: 
a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, 
com a participação do maior número de funcionários; 
b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de 
problemas de segurança e saúde no trabalho; 
c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de 
prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação 
nos locais de trabalho; 
d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de 
trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos 
para a segurança e saúde dos trabalhadores; 
 7 
e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em 
seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram 
identificadas; 
f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no 
trabalho; 
g) participar das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os 
impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à 
segurança e saúde dos trabalhadores; 
h) requerer ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde 
considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos 
trabalhadores; 
i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO (Programa de 
Controle Médico de Saúde Ocupacional) e PPRA (Programa de Prevenção 
de Riscos Ambientais) e de outros programas relacionados à segurança e 
saúde no trabalho; 
j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem 
como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à 
segurança e saúde no trabalho; 
k) participar, em conjunto com o empregador da análise das causas das 
doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos 
problemas identificados; 
l) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que 
tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores; 
m) requisitar à empresa as cópias das CAT (Comunicação de Acidente de 
Trabalho) emitidas; 
n) promover, anualmente, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do 
Trabalho – SIPAT; 
o) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de 
Prevenção da AIDS. 
 8 
Do item 5.33, o treinamento para a CIPA ou o responsável pelas suas 
atribuições, deverácontemplar, no mínimo, os seguintes itens: 
a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos 
originados do processo produtivo; 
b) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho; 
c) noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição 
aos riscos existentes na empresa; 
d) noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e 
medidas de prevenção; 
e) noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à 
segurança e saúde no trabalho; 
f) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos 
riscos; 
g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das 
atribuições da Comissão. 
Pelo item 5.34 da NR-5, o treinamento terá carga horária de vinte horas, 
distribuídas em no máximo oito horas diárias e será realizado durante o expediente 
normal da empresa. 
Pelo item 5.35 da NR-5, o treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da 
empresa, entidade patronal, entidade de trabalhadores ou por profissional que possua 
conhecimentos sobre os temas ministrados. 
Pôde-se observar que o estabelecimento analisado não possui um responsável 
pelas atribuições acima citadas. 
1.1.2 - Mapas de Riscos 
O mapa de riscos tem como objetivo reunir informações necessárias para 
estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e saúde do trabalhador na 
empresa, possibilitando durante a sua elaboração, a troca de informações entre os 
trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades de prevenção. 
 9 
Como a nova edição da NR-5 [1] não inclui mais o Anexo IV para mapas de 
riscos, sua elaboração baseou-se na edição anterior da mesma. No mapa de riscos 
são especificados, através de círculos, os riscos existentes em cada área do 
estabelecimento, juntamente com o número de trabalhadores expostos a tais riscos. 
De acordo com o tamanho do círculo, os riscos são classificados como pequenos, 
médios e grandes. A classificação dos riscos, bem como a padronização de cores, são 
dadas pela Tabela I do Anexo IV da NR-5, a qual é reproduzida na Tabela 1.1. 
Como no levantamento feito na empresa constatou-se que a mesma não 
possui mapas de riscos de suas instalações, estes foram elaborados com base em 
inspeções e entrevistas feitas com os trabalhadores e estão apresentados no Anexo II. 
O modelo das entrevistas utilizado pelo grupo é mostrado no Anexo IX. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
Tabela 1.1 – Classificação dos riscos e padronização das cores empregadas no mapa 
de riscos. Fonte [1] 
Grupo 1: 
Verde 
Grupo 2: 
Vermelho 
Grupo 3: 
Marrom 
Grupo 4: 
Amarelo 
Grupo 5: 
Azul 
Riscos Físicos Riscos 
Químicos 
Riscos 
Biológicos 
Riscos 
Ergonômicos 
Riscos de 
Acidentes 
Ruídos 
Vibrações 
Radiações 
ionizantes 
Radiações não-
ionizantes 
Frio 
Calor 
Pressões 
anormais 
Umidade 
Poeiras 
Fumos 
Névoas 
Neblinas 
Gases 
Vapores 
Substâncias, 
compostos ou 
produtos 
químicos em 
geral 
Vírus 
Bactérias 
Protozoários 
Fungos 
Parasitas 
Bacilos 
Esforço físico 
intenso 
Levantamento e 
transporte 
manual de peso 
Exigência de 
postura 
inadequada 
Controle rígido 
da produtividade 
Imposição de 
ritmos excessivos 
Trabalho em 
turno e noturno 
Jornadas de 
trabalho 
perigosas 
Monotonia e 
repetitividade 
Outras situações 
causadoras de 
stress físico e/ou 
psíquico 
Arranjo físico 
inadequado 
Máquinas e 
equipamentos 
sem proteção 
Ferramentas 
inadequadas ou 
defeituosas 
Iluminação 
inadequada 
Eletricidade 
Probabilidade de 
incêndio ou 
explosão 
Armazenamento 
inadequado 
Animais 
peçonhentos 
Outras situações 
de risco que 
poderão 
contribuir para a 
ocorrência de 
acidentes 
 
 
 11 
1.2 - Relação dos produtos fabricados 
As matérias-primas empregadas no processo de fabricação, no 
estabelecimento de Colégio, são: 
� benzoato de sódio; 
� bauxita; 
� ácido dodecilbenzenosulfônico; 
� triazina; 
� detergente concentrado; 
� álcool graxo etoxilado 
� óxido de magnésio; 
� quaternário de amônio; 
� mica fina; 
� mica média; 
� mica grossa; 
� ácido fluorídrico; 
� metasilicato de sódio; 
� silicone; 
� glutaraldeído; 
� ácido cétrico; 
� álcool propargílico; 
� ciclohexona; 
� imidazolina; 
� dimetilamina; 
� epicloridrina; 
� tripolifosfato de sódio; 
� glicerina; 
� formaldeído; 
� hidrazina 35%; 
� hidrazina 64%; 
� hidróxido de amônio; 
� nonilfenol etoxilado; 
� soda cáustica 50%; 
� etanol; 
� mea; 
 12 
� metanol; 
� molibidato de sódio; 
� nitrato de sódio; 
� nitrito de sódio; 
� paraformoldeído; 
� percloretileno; 
� xileno. 
Sendo que as mais utilizadas são: 
� epicloridrina; 
� dimetilamina; 
� formaldeído; 
� quaternário de amônio; 
� ácido sulfônico; 
� nonilfenol; 
� ácido fluorídrico; 
� soda cáustica; 
� etanol. 
Existe uma grande variedade de produtos fabricados, porém eles estão 
agrupados de acordo com as seguintes funções: 
� inibidor de corrosão; 
� estabilizador de argila (respondendo por cerca de 40% da produção); 
� dispersante de parafina; 
� dispersante de água em óleo; 
� dispersante de óleo em água; 
� gerador de N2; 
� preventor de emulsão; 
� inibidor de corrosão; 
� antiespumante siliconado; 
� bactericida; 
� redutor de tensão superficial; 
� viscificante; 
� adensante; 
� redutor de filtrado; 
 13 
� sal; 
� material de perda; 
� seqüestrante de oxigênio; 
� alcalinisante; 
� anti-espumante não siliconado; 
� gerador de calor; 
� intensificador de inibidor de corrosão; 
� preventor de emulsão; 
� antiencrustante; 
� dispersante; 
� traçador químico; 
� poliacrilato de sódio; 
� pasta de mão; 
� ácido dodecilbenzeno; 
� desengraxante; 
� detergente concentrado; 
� detergente concentrado para carro; 
� decapante. 
No Anexo X é apresentado um exemplo de ficha de informação técnica de 
segurança dos produtos químicos produzidos pela empresa. 
A filial de Macaé, armazena basicamente os seguintes produtos: 
� CMC (carbóxi metil celulose); 
� bentonita (argila ativada); 
� cloreto de potássio; 
� inibidores de corrosão; 
� bactericidas; 
� trietilenoglicol; 
� polímero catiônico; 
� calcáreos; 
� cloreto de cálcio; 
� cloreto de sódio; 
� lubrificantes; 
� mica (fina, média e grossa); 
� carbonato de cálcio; 
 14 
� esponja de magnetita; 
� cerâmicos; 
� desemulsificantes; 
� goma xantana; 
� anti-espumantes; 
� amido pré-gelatinizado; 
� soda cáustica. 
No Anexo III, são fornecidas informações mais detalhadas sobre algumas das 
matérias-primas utilizadas em Colégio e no Anexo IV um guia de emergência para as 
principais matérias-primas utilizadas no processo produtivo. Cabe ressaltar que as 
informações contidas nesses anexos foram compiladas pelo grupo baseando-se em 
pesquisa bilbliográfica. 
1.3 - Descrição das edificações 
A empresa encontra-se situada em um galpão de estrutura metálica com área 
de 800 m2 (Foto 1.1). A área destinada à parte administrativa, que engloba os 
laboratórios de controle de qualidade e desenvolvimento de produtos, encontra-se em 
uma construção de dois pavimentos de concreto armado situada em parte deste 
galpão. 
Analisando-se a edificação de uma forma generalizada, percebe-se que há 
problemas relacionados com espaço para armazenamento de produtos, tendo como 
agravante, o fato da produção ser feita em bateladas, segundo uma programação não 
linear de pedidos. Deve-se ressaltar, porém, que um melhor estudo de layout poderia 
minimizar a questão. Observa-se, contudo, uma preocupação da empresa em melhor 
adequar-se a essa situação, haja vista as constantes obras de melhorias que estão 
sendo implantadas. 
A seguir serão apresentadas as dependências da empresa, mostrada nas 
Figuras 1.5 e 1.6, e será feita uma análise da edificação segundo a NR-8 – 
Edificações, que estabelece requisitos técnicos mínimos que devem ser observados 
para garantir segurança e conforto aos trabalhadores. No próximo item encontra-se 
uma análise complementar, tomando-se por base a NR-24 – CondiçõesSanitárias e 
de Conforto nos Locais de Trabalho. 
 15 
Área administrativa (pavimento térreo) - constituída de recepção, duas salas 
de apoio administrativo, sanitários masculino e feminino, laboratórios de controle de 
qualidade e desenvolvimento de produtos, pequeno depósito de material de 
laboratório, vestiário masculino, área para futuro vestiário feminino, escada de acesso 
ao segundo pavimento, pequeno depósito de equipamentos de segurança sob a 
escada e acesso ao galpão. 
A� b
rig
o
 p
ar
a
 c
om
pr
es
so
r
d� e
 a
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co
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pr
im
id
o
 
Figura 1.5 – Representação simplificada do pavimento térreo (sem escala). 
 16 
 
Figura 1.6 – Representação simplificada do segundo pavimento (sem escala) 
Observações de não-conformidade quanto à NR-8: 
� os locais de trabalho apresentam pé-direito de 2,60 m, o que contraria o 
item 8.2 que estabelece o mínimo de 3,00 m (altura do piso ao teto). Tal 
fato é compensado, porém, pelas demais condições favoráveis nos 
ambientes, o que é facultado pelo item 8.2.1; 
� o piso, junto à soleira da porta de entrada da rua para a recepção, 
apresenta um desnível abrupto, que contraria o item 8.3.1. Uma solução 
para o problema seria a construção de um patamar após a porta, contendo 
sinalização de desnível. 
� a escada apresenta em seu ponto mais baixo, no patamar que faz a 
mudança de direção de 90o, um pé-direito de 1,80 m, o que contraria o 
item 8.2 e constitui-se na pior não-conformidade neste setor. A solução 
para o problema é a sinalização com ampla visibilidade, tanto para quem 
sobe quanto para quem desce. Na Figura 1.7 apresenta-se uma sugestão 
de sinalização. 
 17 
CORTE
CUIDADO
 
Figura 1.7 – Sugestão de sinalização 
Observações complementares: as áreas acima citadas possuem piso em 
cerâmica; paredes emassadas e pintadas em cores claras nas salas de apoio 
administrativo e recepção; paredes com azulejo até o teto nos sanitários, vestiário e 
laboratórios; luminárias com lâmpadas fluorescentes e aparelhos de ar condicionado 
do tipo janeleiro (window type). 
Área administrativa (segundo pavimento) - constituída de sala da gerência, 
três salas de apoio administrativo, uma sala de reuniões, uma pequena biblioteca, 
sanitários masculino e feminino, refeitório e cozinha. 
Observações de não-conformidade quanto à NR-8: 
	 os locais de trabalho apresentam pé-direito de 2,60 m, o que contraria, 
como já visto no pavimento térreo, o item 8.2 que estabelece o mínimo de 
3,00 m (altura do piso ao teto). Tal fato porém, é compensado pelas demais 
condições favoráveis nos ambientes, o que é facultado pelo item 8.2.1; 
	 nas primeiras visitas detectou-se umidade nas paredes da sala da gerência 
e na sala de reunião. Este problema foi posteriormente resolvido pela 
manutenção da empresa. 
Observações complementares: as áreas acima citadas possuem piso em 
cerâmica; paredes emassadas e pintadas em cores claras nas salas da gerência, 
apoio administrativo e reunião; paredes com azulejo até o teto nos sanitários, cozinha 
e refeitório; divisórias internas tipo Duraplac com 1,60 m de altura e visor em vidro nas 
 18 
salas de apoio administrativo; luminárias com lâmpadas fluorescentes e aparelhos de 
ar condicionado do tipo janeleiro (window type). 
Área administrativa (laje de teto do segundo pavimento) – constituída de 
espaço destinado a seis caixas d’água de amianto, com 1000 litros cada, e interligadas 
entre si. 
Observações de não-conformidade quanto à NR-8: 
 foram observadas saliências de elementos estruturais no piso, além de 
tubulação atravessando área de passagem. 
Área de produção (Setor Industrial e Plataforma de embarque e desembarque) 
– constituída de área onde se localiza a base de estrutura metálica que abriga quatro 
reatores exotérmicos, sendo o maior com capacidade para 4300 litros, dois com 1700 
litros, e o menor, com capacidade para 800 litros. Neste setor encontra-se, ainda, uma 
escada em concreto armado que conduz à cobertura da área administrativa. 
Observações de não-conformidade quanto à NR-8: 
 não há guarda-corpo de proteção na área da p lataforma de embarque e 
desembarque. 
 a escada de acesso à cobertura da área administrativa possui guarda-corpo 
que não atende ao item 8.3.6.b, quanto à exigência de que os vãos 
possuam ao menos uma das dimensões igual ou inferior a 12 cm. 
Observações complementares: o piso neste setor é de cimentado áspero, que 
apresenta a vantagem de ser antiderrapante (conforme preconiza o item 8.3.5), 
porém, com o inconveniente de não ser uma especificação correta para indústrias, já 
que não apresenta alta resistência a impactos e a desgaste por atrito (uso) e facilidade 
de higienização, dada a alta porosidade. As paredes são construídas com blocos de 
concreto aparente sem pintura (a empresa estuda a possibilidade de revestimento 
cerâmico que atenda às exigências da Vigilância Sanitária para uma nova linha de 
produtos com especificações mais restritas, que está em fase de estudo para 
implantação). O teto tem pé-direito de 9,00 m e é forrado com telhas metálicas, sendo 
uma pequena parte com telhas translúcidas, que aumentam a eficiência e qualidade 
da iluminação. É também dotado de exaustores eólicos, que melhoram as condições 
térmicas. 
 19 
Área de estocagem e movimentação de carga - constituída de área central 
coberta, sendo o limite da estrutura do galpão afastado do muro de divisa do terreno, o 
que proporciona boa área de ventilação e iluminação natural. Neste setor encontram-
se ainda: cisterna, estação de tratamento de efluentes industriais, torre de refrigeração 
dos reatores exotérmicos e rampa de acesso ao Setor Industrial. 
Observações de não-conformidade quanto à NR-8: 
� a rampa possui guarda-corpo que não atende ao item 8.3.6.b, quanto à 
exigência de que os vãos possuam ao menos uma das dimensões igual ou 
inferior a 12 cm. 
Observações complementares: como observado na área de produção, o piso 
neste setor é de cimentado áspero, que apresenta a vantagem de ser antiderrapante 
(conforme preconiza o item 8.3.5), porém com o inconveniente de não ser uma 
especificação correta para indústrias, já que não apresenta alta resistência a impactos 
e a desgaste por atrito (circulação de empilhadeira e caminhão) e facilidade de 
higienização, dada a alta porosidade. O teto tem pé-direito de 9,00 m e é forrado com 
telhas metálicas. 
1.4 - Condições Sanitárias 
Como consideração inicial, observa-se que as instalações da empresa 
apresentam boas condições gerais de conforto e segurança, havendo por parte da 
direção um interesse constante de aperfeiçoamento e enquadramento da mesma, nas 
normas pertinentes. 
A seguir, será feita uma análise das instalações da empresa, tomando-se por 
base as exigências da NR-24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de 
Trabalho. 
Instalações sanitárias 
� A metragem de 1 m2 para cada sanitário, por 20 operários em atividade 
(item 24.1.2), é perfeitamente atendida, sendo boas as condições de 
higiene (item 24.1.3); 
� atende-se ao item 24.1.2.1 quanto à divisão por sexo, destacando-se a 
existência de banheiro na sala da gerência (com vaso, lavatório e chuveiro), 
 20 
dois banheiros masculinos (com vaso e lavatório) e dois banheiros 
femininos (com vaso e lavatório); 
� atende-se ao item 24.1.4, sendo os vasos sanitários sifonados e com 
descarga automática; 
� atende-se ao item 24.1.5, sendo os chuveiro de plástico com registro de 
metal a meia altura na parede. Foi detectado que foi retirado um chuveiro 
de seu ponto de saída d’água; 
� atende-se ao item 24.1.11, quanto às exigências para banheiros dotados de 
chuveiro, caracterizando-se por: serem boas as condições de conservação, 
asseio e higiene; possuir água quente; dispor de portas de acesso que 
impedem o devassamento e ter piso e paredes revestidos de material 
cerâmico (resistente, liso, impermeável e lavável); 
� atende-se ao item 24.1.12, quanto à quantidade de um chuveiropara cada 
10 (dez) trabalhadores “nas atividades ou operações insalubres, ou nos 
trabalhos com exposição a substâncias tóxicas, irritantes, infectantes, 
alergizantes, poeiras ou substâncias que provoquem sujidade, e nos casos 
em que estejam expostos a calor intenso”. 
Vestiários 
� Atende-se parcialmente ao item 24.2.1, já que existe vestiário masculino 
(com vasos, lavatório, chuveiros e armário), porém, apesar de só haver 
duas mulheres trabalhando na empresa, ainda não existe um vestiário 
feminino, que está em previsão de construção e com espaço já definido; 
� quanto às demais exigências para vestiários: itens 24.2.4 (paredes), 24.2.5 
(piso), 24.2.6 (cobertura), 24.2.7 (janelas), 24.2.8 (rede elétrica), 24.2.9 
(iluminamento) e 24.2.10 (armários), destaca-se haver conformidade, sendo 
observado que a cobertura é em laje de concreto armado. Por outro lado, a 
área mínima de 1,50 m2 para cada trabalhador não é atendida, caso sejam 
somados os trabalhadores da produção com aqueles da parte 
administrativa. 
 
 
 21 
Refeitórios 

 Não é obrigatória a existência de refeitório, pois o número de operários é 
menor que 300 (item 24.3.1). Deve-se observar, no entanto, que a empresa 
dispõe de um, que atende às especificações desta norma. 
Disposições gerais 

 A empresa atende à exigência de se fornecer água potável e fresca aos 
trabalhadores, dispondo para tal, de bebedouro de jato inclinado e guarda 
protetora, apropriadamente instalado (itens 24.7.1 e 24.7.1.1). 
1.5 - Recomendações 

 Construção do vestiário feminino; 

 Tampar as caixas d’água; 

 Não armazenar produtos químicos próximos às caixas d’água. 
 22 
CAPÍTULO 2 - PROCESSOS INDUSTRIAIS 
Neste capítulo é apresentada uma descrição sumária do processo industrial da 
Química&Química, desde o contato do cliente com a empresa até a entrega do 
produto acabado. 
Inicialmente, o cliente entra em contato com a Química&Química através do 
escritório da matriz da empresa localizado no centro da cidade do Rio de Janeiro, a 
qual, de posse do pedido, o transmite ao gerente responsável pela unidade de 
produção localizada em Colégio. 
O gerente, de posse do pedido, faz a programação da produção, de forma a 
fabricar o produto desejado na quantidade exata, dentro dos padrões de qualidade e 
prazo. No Anexo XV é apresentado um exemplo de ordem de produção onde são 
especificadas as quantidades de cada matéria-prima e o procedimento para produção. 
Uma vez realizado tal balanceamento, o gerente consulta o supervisor de produção 
para saber se existem no estoque as matérias-primas na quantidade suficiente para 
que o pedido seja atendido. Caso não haja em estoque a quantidade necessária da 
substância, é feita a compra do restante e, não havendo tempo disponível para 
aguardar a sua chegada, é realizado um estudo visando a substituição da matéria-
prima sem prejudicar a qualidade do produto. Após a chegada de todas as matérias-
primas na empresa é realizada uma análise pelo controle de qualidade onde são 
verificadas as suas características. Um exemplo de laudo de análise do controle de 
qualidade é apresentado no Anexo XIV. Caso esteja fora dos padrões estabelecidos, 
esta matéria-prima é retrabalhada e reclassificada e, persistindo a não-conformidade, 
a mesma é rejeitada. Tal procedimento é adotado, pois a qualidade dos produtos que 
entram na empresa é fundamental para garantir a excelência do produto final 
(certificação da série ISO-9000). 
O balanceamento é encaminhado para o laboratório de análises químicas para 
que sejam feitos ensaios. Posteriormente, as matérias-primas são enviadas ao setor 
de produção junto com os procedimentos a serem adotados e as quantidades 
necessárias de cada matéria-prima a ser utilizada (ordem de fabricação). 
Com a formulação ideal, o operador do reator vai até o estoque de matéria-
prima e transporta a substância desejada para a base do reator. As matérias-primas 
são acondicionadas em tambores metálicos com dois orifícios: um menor que 
possibilita a entrada do ar comprimido ou da bomba de diafragma e o outro um pouco 
 23 
maior que possibilita a entrada de uma mangueira, que transfere a substância para o 
reator. Se esta apresentar baixa viscosidade, é utilizado o ar comprimido para 
empurrá-la do tambor para o reator. Caso contrário, é utilizada a bomba de diafragma, 
pois o ar comprimido danificaria o tambor e a substância permaneceria imóvel. 
Com o reator carregado de diversas substâncias, é realizado internamente uma 
reação exotérmica, liberando calor durante um determinado tempo de processo. A 
temperatura é controlada visualmente por indicadores localizados num painel de 
controle no setor industrial e o seu costado é refrigerado por um camisamento de água 
com circuito fechado. 
Decorrido o tempo de reação especificado na ordem de fabricação, é retirada 
uma amostra do produto acabado para que seja encaminhada ao laboratório de 
controle de qualidade onde é analisada a cor, pH, viscosidade e densidade. Caso 
estes itens estejam em conformidade com o estabelecido, é emitido um laudo de 
aprovação contendo o nome do produto, fabricante, nº do lote, cliente, quantidade, 
embalagem, peso e validade, além das características analisadas. Caso o produto 
ainda não possua as características desejadas, a reação é prolongada por mais algum 
tempo até que as condições estabelecidas sejam atendidas. 
Após a emissão do laudo de aprovação, o produto é retirado do reator por 
gravidade e acondicionado em bombonas plásticas com capacidade máxima de 60 kg. 
Sob o reator é colocada uma balança calibrada semestralmente com 
capacidade de até 300 kg, sobre a qual é colocada a bombona para ser devidamente 
preenchida até completar 56 kg. 
Depois de enchidas, as bombonas são tampadas e recebem o rótulo com o 
nome do produto e suas características de segurança, tais como: riscos à saúde, 
inflamabilidade, reatividade e procedimentos a serem seguidos em caso de acidente. 
Um exemplo de rótulo utilizado pela empresa é mostrado no Anexo XIII. 
No mesmo dia de fabricação as bombonas não podem ser armazenadas umas 
sobre as outras porque o produto sai do reator com temperatura elevada 
(40ºC < T < 45ºC) causando a perda das propriedades plásticas da bombona e a sua 
conseqüente deformação. Por isso, até 24 h após a produção, as bombonas são 
armazenadas lado a lado e, após este prazo, são armazenadas verticalmente, 
respeitando o lote de fabricação na plataforma de carregamento até a expedição para 
o cliente. No Anexo XII é apresentado um exemplo de ficha de emergência, a qual 
 24 
acompanha o transporte dos produtos fabricados e indica procedimentos a serem 
adotados nos casos vazamento, incêndio, poluição e questões relacionadas à saúde e 
meio ambiente. 
A Figura 2.1 mostra uma representação esquemática do fluxograma da 
produção. 
 25 
Cliente faz
pedido
Matr iz recebe
pedido
Gerente recebe
pedido
faz
formulação
consul ta
supervisor
de
produção
tem matér ia-
pr ima?
comprar
matér ia-
pr ima
estudar
produto
substi tuto
tempo hábi l?
matér ia-pr ima
dentro das
especi f icações?
chegada de
matér ia-pr ima
Laboratór io de
controle de
qual idade
retrabalhar e
reclassi f icar
Estoque de
matér ia-pr ima
mater ia l
rejei tado
LCQ recebe
formulação
Operador recebe
ordem de
fabr icação
Transpor ta
matér ia-pr ima
para base do
reator
substância é muito
viscosa?
usar ar
compr imido
usar
bomba
bombear
produto
para o
reator
reação
exotérmica
enviar
amost ra
para LCQ
produto dentro das
especi f icações?
retrabalhar
produto produto rejei tado
emit i r laudo
de
aprovação
cl iente
final
estoque de
produto acabado
expedição
N
S
N
S
N
S
N
S S
N
 
Figura 2.1 – Fluxograma da produção 
 
 26 
CAPÍTULO 3 - INSPEÇÃO DE SEGURANÇA 
Durante as visitas foram feitas algumas observações, no que tange à 
segurança, das condições de trabalho da fábrica. Estas observações somadas às 
entrevistas foram o ponto de partida para arealização deste projeto. A seguir será feito 
um breve relato dos principais problemas encontrados. 
3.1 - Atos Inseguros 
Ato inseguro é “todo ato que a pessoa fez quando não devia fazer ou deveria 
fazer de outra maneira, ou, ainda, algo que deixou de fazer, quando deveria ter feito” 
(fonte: [17]). Vale lembrar que, no caso de tarefas que envolvam risco, não significa 
que executá-las deva ser considerado um ato inseguro. Todavia, trabalhar sem a 
observância das precauções necessárias, sim. 
Estudos técnicos, principalmente no campo da engenharia, são capazes de, 
com o tempo, minimizar as condições inseguras. Quando se fala, porém, do elemento 
homem, apenas técnicas não serão suficientes para se evitar uma falha nas suas 
atitudes. As formas de comportamento, sim, devem ser levadas em consideração, no 
esforço de se prevenir atos inseguros, vindo daí a necessidade do envolvimento de 
profissionais de outras áreas, principalmente de Ciências Humanas, para se obter uma 
evolução neste setor. 
Instruções básicas sobre prevenção de incêndio e combate ao fogo, 
informações sobre ordem e limpeza, sinalização de segurança, entre outros, integram 
uma política de segurança, visando à diminuição dos acidentes causados por atos 
inseguros. Sendo a segurança do trabalho basicamente de caráter prevencionista, 
recomenda-se, ainda, uma pesquisa bibliográfica no sentido de identificar-se possíveis 
riscos no processo de produção, antes mesmo que ocorram acidentes, isto é, a 
simples análise estatística, mesmo que não acuse nenhum acidente, deve ser 
encarada como mais um subsídio para o responsável pela segurança. 
No Anexo V são listadas algumas regras básicas que devem ser seguidas em 
trabalhos de laboratório e que visam minimizar a ocorrência de atos inseguros. 
 
 
 
 27 
Abaixo, estão listados os principais atos inseguros observados durante as 
visitas: 
� não utilização habitual de luvas e máscaras contra gases na manipulação 
de produtos químicos (Foto 3.1); 
� uso inadequado de EPI`s, como por exemplo, operador do reator 
exotérmico sem a parte superior do macacão (Foto 3.1); 
� trabalhador utilizando sandálias de dedo no laboratório (Foto AI.1). 
 
Foto 3.1 – Trabalhadores sem máscaras, luvas e com o macacão arriado 
3.2 - Condições ambientais de insegurança 
As condições inseguras são riscos gerais do local de trabalho, que afetam a 
todos que trabalham na área, independente de suas atribuições. Elas poderão ser 
inerentes ao ambiente ou à execução das atividades. Na lista abaixo encontram-se as 
principais condições inseguras encontradas durante as visitas: 
� algumas instalações elétricas expostas (Foto AI.2); 
 28 
� arranjo físico inadequado, como por exemplo, falta de definição de áreas 
para matéria-prima, produtos acabados e recipientes de descarte 
(bombonas usadas); não demarcação de áreas para circulação de pessoas, 
empilhadeira e caminhão (Foto 3.2); 
 
Foto 3.2 – Arranjo físico inadequado 
� caixas d’água destampadas (Foto AI.3); 
� produtos químicos armazenados ao lado das caixas d’água (Foto AI.4); 
� acesso aos extintores de incêndio obstruído (Foto AI.5); 
� falta de sinalização dos extintores (Foto AI.5); 
� existência de tubulações atravessando a área de passagem na laje de teto 
do segundo pavimento (Foto AI.6); 
� cabos de aterramento dos pára-raios em contato com a estrutura metálica 
do galpão; 
� não há guarda-corpo de proteção na área da plataforma de embarque e 
desembarque (Foto AI.7). 
 29 
CAPÍTULO 4 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL 
(PCMSO) 
A NR-7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - estabelece a 
obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores 
e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle 
Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação 
da saúde do conjunto de seus trabalhadores. 
O PCMSO deverá considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a 
coletividade de trabalhadores, privilegiando-se o instrumental clínico-epidemiológico 
na abordagem da relação entre sua saúde e o trabalho. O PCMSO deverá ter caráter 
de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados 
ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de 
casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores. 
4.1 - Análise do estabelecimento 
Pela NR-7, no caso de a empresa estar desobrigada de manter médico do 
trabalho, que é o caso do estabelecimento analisado, de acordo com a NR-4, o 
empregador deverá indicar médico do trabalho, empregado ou não da empresa, para 
coordenar o PCMSO. No entanto, pelo item 7.3.1.1.2 da NR-7, as empresas com mais 
de 10 empregados e com até 20 empregados, enquadradas no grau de risco 3 ou 4, 
segundo o Quadro I da NR-4, poderão estar desobrigadas de indicar médico do 
trabalho coordenador em decorrência de negociação coletiva, assistida por profissional 
do órgão regional competente em segurança e medicina do trabalho. Compete ao 
médico coordenador realizar os exames médicos admissional, periódico, de retorno ao 
trabalho, de mudança de função e demissional, ou encarregar os mesmos a 
profissional médico familiarizado com os princípios da patologia ocupacional e suas 
causas, bem como com o ambiente, às condições de trabalho e os riscos a que está 
ou será exposto cada trabalhador da empresa a ser examinado. Deve ainda, o médico 
coordenador, encarregar-se dos exames complementares que serão explicitados a 
seguir para o estabelecimento analisado. 
O exame médico admissional deve ser realizado antes que o trabalhador 
assuma suas atividades, item cumprido pela empresa. No entanto, de acordo com as 
entrevistas, verificou-se que a empresa não realiza os outros exames exigidos pela 
NR-7. 
 30 
Para os trabalhadores sujeitos aos agentes relacionados na Tabela 4.1, a 
periodicidade de avaliação dos agentes químicos deverá ser, no mínimo semestral, 
podendo ser reduzida a critério do médico coordenador. Para os outros trabalhadores, 
não expostos aos agentes químicos, o exame periódico deverá ser anual para os 
menores de dezoito anos e maiores de quarenta e cinco anos de idade e bienal para 
os trabalhadores entre 18 e 45 anos de idade. 
Pela NR-7, item 7.4.4, para cada exame médico realizado, o médico emitirá o 
Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, em duas vias, sendo que a primeira ficará 
arquivada no local de trabalho do trabalhador e a segunda via deverá ser 
obrigatoriamente entregue ao trabalhador. Este atestado deverá conter no mínimo: o 
nome completo do trabalhador, com o número de registro de sua entidade e sua 
função; os riscos ocupacionais envolvidos; a indicação dos procedimentos médicos a 
que foi submetido o trabalhador; o nome do médico coordenador e seu CRM; definição 
de apto ou inapto para a função; nome do médico encarregado do exame; data e 
assinatura do médico encarregado do exame. Os dados obtidos nos exames médicos 
devem ficar arquivados durante um período mínimo de 20 anos, mesmo após o 
desligamento do trabalhador. 
Pelo item 7.4.7 da NR-7, sendo verificada, através da avaliação clínica do 
trabalhador e/ou dos exames, apenas exposição excessiva ao risco, mesmo sem 
qualquer sintomatologia ou sinal clínico, o trabalhador deverá ser afastado do local de 
trabalho, ou do risco, até que esteja normalizado o indicador biológico de exposição e 
as medidas de controle nos ambientes de trabalho tenham sido normalizadas. Caso 
haja agravamento de doenças profissionais, verificado através de exames médicos, 
caberá ao médico coordenador ou encarregado: solicitar à empresa a emissão da 
Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT; encaminhar o trabalhador à 
Previdência Social para estabelecimento de nexo causal, avaliação de incapacidade e 
definição da conduta previdenciária em relação ao trabalho; orientar o empregador 
quanto à necessidade de medidas de controle no ambientede trabalho. 
Ainda pela NR-7, todo estabelecimento deverá estar equipado com material 
necessário à prestação de primeiros socorros, mantendo esse material guardado em 
local adequado, e aos cuidados de pessoa treinada para esse fim, exigência atendida 
pelo estabelecimento analisado. 
 
 
 31 
Tabela 4.1 – Parâmetros para controle biológico da exposição a alguns agentes 
químicos. Fonte [1] 
Indicador biológico 
Agente 
químico Material 
biológico 
Análise VR IBMP 
Método 
analítico 
Amostragem Interpret. 
Xileno Urina Ác. Metil-
hipúrico 
__ 1,5 g/g creat. CG ou 
CLAD 
FJ EE 
 Onde: 
 CG – Cromatografia em fase gasosa 
 CLAD – Cromatografia líquida de alto desempenho 
 FJ – Final do último dia de jornada de trabalho (recomenda-se evitar a primeira 
jornada da semana) 
 EE – O indicador biológico é capaz de indicar uma exposição ambiental acima 
do limite de tolerância, mas não possui isoladamente, significado clínico ou 
toxicológico próprio, ou seja, não indica doença, nem está associado a um efeito ou 
disfunção de qualquer sistema biológico. 
4.2 - Recomendações 
� Indicar um médico do trabalho para criação do PCMSO da empresa, com a 
realização de exames periódicos, demissionais e de mudança de função; 
� Dar preferência ao médico do trabalho de uma empresa especializada para 
poder manter o registro dos exames dos funcionários pelos 20 anos 
requeridos. 
 
 32 
CAPÍTULO 5 - RISCOS QUÍMICOS 
Os agentes químicos, segundo a NR-9, item 9.1.5.2, são “substâncias, 
compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas 
formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza 
da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo 
através da pele ou por ingestão”. 
A presença destes agentes no ambiente de trabalho oferece um risco à saúde 
dos trabalhadores. Entretanto, o fato de estarem expostos a estes agentes agressivos 
não implica, obrigatoriamente, que os mesmos venham a contrair uma doença de 
trabalho. 
Para que ocorram danos à saúde é necessário que os agentes químicos 
estejam acima de uma determinada concentração, e que o tempo de exposição seja 
suficiente para uma atuação nociva sobre o ser humano. Daí, a importância da 
avaliação quantitativa do agente, bem como do tempo real de exposição do 
trabalhador a este agente. 
Denomina-se “Limite de Tolerância” aquelas concentrações dos agentes 
químicos presentes no ambiente de trabalho, sob os quais os trabalhadores podem 
ficar expostos durante toda a sua vida laboral, sem sofrer efeitos adversos à sua 
saúde. Estes limites representam um instrumento essencial no controle dos ambientes 
de trabalho, ajudando a eliminar os riscos, isto porque eles possibilitam a comparação 
dos resultados das avaliações de campo com valores padrões, servindo como guias 
de prevenção. 
Deve-se observar, entretanto, que os limites não são absolutos, refletindo, 
unicamente, o estado em que se encontram os conhecimentos em um dado momento. 
Pois, estes são baseados na melhor informação disponível, proveniente da 
experiência industrial e de estudos experimentais feitos em animais. 
As normas apresentam, em geral, apenas os limites de tolerância para inalação 
de substâncias químicas. Entretanto, existem outros meios de penetração destas no 
organismo. A seguir, segue uma descrição dos três principais: 
 
 
 33 
a) Inalação 
Maior grau de risco devido à rapidez com que as substâncias químicas são 
absorvidas pelos pulmões. A inalação, com mais de 90% das intoxicações 
generalizadas, é a principal via de intoxicação no ambiente de trabalho, daí a 
importância que deve ser dada aos sistemas de ventilação. 
b) Absorção 
Contato das substâncias químicas com a pele. A absorção é extremamente 
crítica quando se lida com produtos lipossolúveis, que são absorvidos através da pele. 
Quando uma substância química entra em contato com a pele, podem acontecer as 
seguintes situações: 
� A pele e a gordura protetora podem atuar como uma barreira 
protetora efetiva. 
� O agente pode agir na superfície da pele, provocando uma irritação 
primária. 
� A substância pode combinar com as proteínas da pele e provocar 
uma sensibilização. 
� A substância pode penetrar através da pele produzindo uma ação 
generalizada. 
c) Ingestão 
Via de regra, acontece por descumprimento de normas de higiene e 
segurança. Representa uma via secundária de ingresso de substâncias químicas no 
organismo. Normalmente acontece de forma acidental. 
No Anexo III é apresentada uma lista com as principais matérias-primas 
utilizadas no processo produtivo, contendo algumas características como ponto de 
fulgor, limites de tolerância, toxicologia e primeiros socorros e no Anexo IV são 
apresentados guias de emergência para algumas destas matérias-primas, com 
informações sobre como proceder em casos de incêndio, derramamento ou 
vazamento, e informações de primeiros socorros. 
 
 34 
5.1 - Atividades insalubres 
A caracterização de insalubridade nas atividades ou operações nas quais os 
trabalhadores ficam expostos a agentes químicos, ocorre quando forem ultrapassados 
os limites de tolerância constante no Quadro no 1 (tabela de limite de tolerância) do 
Anexo no 11 da NR-15 – Atividades e Operações Insalubres, válidos para jornada de 
trabalho de até 48 horas por semana. 
A avaliação das concentrações dos agentes químicos através de métodos de 
amostragem instantânea, de leitura direta ou não, deve ser feita pelo menos em 10 
(dez) amostragens, para cada ponto ao nível respiratório do trabalhador. Entre cada 
uma das amostragens deve haver um intervalo de no mínimo 20 (vinte) minutos. 
Cada uma das concentrações obtidas nas referidas amostragens não deve 
ultrapassar o valor obtido na equação que se segue, sob pena de ser considerada 
situação de risco grave ou iminente 
Valor máximo = LT x FD 
Onde: 
L.T.= limite de tolerância para o agente químico, segundo o Quadro no 1 do 
Anexo 11 da NR-15 
F.D.= fator de desvio, segundo definido no Quadro no 2 da NR-15 
O limite de tolerância é considerado excedido quando a média das 
concentrações ultrapassa os valores fixados no Quadro no 1 da NR-15. 
Para os agentes químicos que tenham ’VALOR TETO’ assinalado no Quadro 
no 1, considera-se excedido o limite de tolerância quando qualquer uma das 
concentrações obtidas nas amostragens ultrapassar os valores fixados no referido 
quadro. 
Para a realização da análise deve-se escolher uma substância utilizada no 
processo produtivo e adquirir kits específicos de medição para este produto, o que não 
foi realizado devido aos altos custos envolvidos nesta medição. No entanto, 
recomenda-se uma avaliação ambiental dos níveis de produtos químicos presente, a 
fim de se verificar se tais concentrações não estão acima dos limites de tolerância 
estabelecidos na NR-15, Anexo 11. 
 35 
Como exemplo de substância analisada, poder-se-ia proceder a verificação do 
formaldeído no galpão de produção, próximo ao local de manipulação das matérias-
primas. 
A amostragem pode ser feita por períodos que vão de 15 (quinze) minutos a 
8 (oito) horas, dependendo da contaminação do ambiente. 
O exemplo citado possui ’VALOR TETO’ assinalado e com isso, se qualquer 
medida entre as 10 que devem ser realizadas, estiver acima dos valores fixados no 
Quadro no 1, considera-se excedido o limite de tolerância e assim a insalubridade é 
caracterizada. 
Outro ponto ideal para medição seria em frente à capela localizada no interior 
do laboratório, com o intuito de averiguar a eficiência do sistema de exaustão e, 
conseqüentemente, se o formaldeído está afetando o trabalhador da área laboratorial. 
Também pode-se efetuar uma medição na saída da capela, localizada no galpão de 
produção, para verificar se a substância em questão afeta o trabalhador da área de 
produção. 
5.2 - Atividades perigosas 
Analisando a possibilidade de existência de atividades perigosas, deve-se 
reportar à NR-16– Atividades e Operações Perigosas, a qual define como atividades e 
operações perigosas as constantes dos Anexos 1 e 2 desta norma. O exercício de 
trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador a percepção de 
30 % incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, 
prêmios ou participação nos lucros da empresa. 
Pela NR-20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis, que também trata de 
assuntos relativos a atividades perigosas, no item 20.2.1, líquido inflamável é definido 
como todo aquele que possua ponto de fulgor inferior a 70 oC e pressão absoluta de 
vapor que não exceda 2,8 kg/cm2 a 37.7 oC. Quando o líquido inflamável tem o ponto 
de fulgor abaixo de 37,7 oC, ele se classifica como líquido combustível de classe I. 
Quando o líquido inflamável tem o ponto de fulgor superior a 37,7 oC e inferior a 70 oC, 
ele se classifica como líquido combustível de classe II. Pela NR-16, no item 16.7, 
considera-se líquido combustível todo aquele que possua ponto de fulgor igual ou 
superior a 70 oC e inferior a 93,3 oC. Um dos produtos mais fabricados no 
estabelecimento de Colégio, respondendo a mais de 40% da produção, possui em sua 
composição dois líquidos inflamáveis com baixo ponto de fulgor: álcool (com ponto de 
 36 
fulgor de 13 oC) e formaldeído (com ponto de fulgor de 50 oC), sendo o primeiro de 
classe I e o segundo de classe II. Além disso, o álcool é utilizado para limpeza interna 
dos reatores exotérmicos. No Anexo 2 da NR-16 são consideradas atividades e 
operações perigosas com inflamáveis as que envolvem armazenagem de inflamáveis 
líquidos em tanques ou vasilhames e enchimento de quaisquer vasilhames com 
inflamáveis líquidos. Ainda pela NR-16, a área de risco para enchimento de 
vasilhames com inflamáveis líquidos em locais abertos é um círculo com raio de 7,5 
metros, com centro nos bicos de enchimento. A área de risco para armazenamento de 
vasilhames que contenham inflamáveis líquidos em locais abertos corresponde a uma 
faixa de 3 metros de largura em torno dos pontos externos. Como os trabalhadores 
exercem atividades de transferência de produtos inflamáveis dos tambores para o 
reator exotérmico, acredita-se que tal atividade seja classificada como perigosa, 
cabendo então a percepção de um adicional de 30 % sobre o salário base dos dois 
operadores do reator e seu supervisor. De fato, os trabalhadores do setor industrial e 
dos laboratórios recebem um adicional de 30 %, correspondente a atividades 
perigosas. 
Além disso, a NR-20 faz algumas recomendações no que tange ao 
armazenamento de líquidos inflamáveis. No item 20.2.16, a norma especifica que o 
armazenamento de líquidos inflamáveis de classe I, em tambores com capacidade de 
até 250 litros, deverá ser feito em lotes de no máximo 100 tambores, recomendação 
atendida no estabelecimento analisado. Ainda na NR-20, deverá existir letreiro com 
dizeres “NÃO FUME” e “INFLAMÁVEL” em todas as vias de acesso ao local de 
armazenagem, recomendação não atendida por ocasião das primeiras visitas. 
Recentemente, porém, por sugestão do grupo, o estabelecimento de Colégio colocou 
alguns avisos de “NÃO FUME” no galpão de armazenamento dos produtos químicos e 
dentro dos laboratórios químicos. 
No Anexo VIII são listados alguns procedimentos que devem ser seguidos no 
manuseio, armazenagem, transporte e descarte de materiais inflamáveis e também as 
medidas a serem tomadas no caso de alguns acidentes, como derramamento e 
incêndio. 
 
 
 
 37 
5.3 - Recomendações 
� Realizar avaliação das concentrações dos agentes químicos que 
apresentam maiores riscos aos trabalhadores; 
� Elaborar um Plano de Emergência seguindo os procedimentos listados nos 
Anexos III, IV e VIII para o eventual caso de acidentes; 
� Seguir as regras básicas para trabalho em laboratório conforme Anexo V, 
que poderiam ser fixadas nos laboratórios; 
� Colocar letreiros com dizeres “NÃO FUME” e “INFLAMÁVEL” nas vias de 
acesso ao local de armazenagem; 
� Respeitar sempre os limites estabelecidos pelas normas para o 
armazenamento de líquidos inflamáveis. 
 38 
CAPÍTULO 6 - RISCOS FÍSICOS 
Consideram-se como agentes físicos, pela NR-9, item 9.1.5.1, “as diversas 
formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como ruído, 
vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, 
radiações não ionizantes, bem como o infra-som e ultra-som”. 
Apesar de sua presença oferecer um risco à saúde dos trabalhadores, isto não 
implica, necessariamente, que estes venham a contrair uma doença de trabalho. Para 
que os agentes físicos causem danos à saúde, é necessário que os mesmos estejam 
acima de uma determinada intensidade, e que o tempo de exposição a esta 
intensidade, seja suficiente para uma atuação nociva sobre o corpo humano. 
A seguir será feita uma análise sucinta dos principais riscos físicos encontrados 
na empresa. 
6.1 - Ruído 
Ruído é o som capaz de causar uma sensação indesejável e desagradável, 
dependendo da situação, do estado de espírito em que o indivíduo se encontra, ou 
seja, da subjetividade de cada um. Portanto, o que é ruído para uma pessoa pode não 
ser para outra. 
Pela NR-15, Anexo 1, o limite de tolerância para ruído contínuo ou intermitente 
a que um trabalhador pode se submeter durante uma jornada de trabalho de oito 
horas, sem que haja lesão ao seu ouvido é de 85 dBA. Entende-se por ruído contínuo 
ou intermitente, para os fins de aplicação dos limites de tolerância, o ruído que não 
seja ruído de impacto. A NR-15 também estabelece que os níveis de ruído contínuo ou 
intermitentes devem ser medidos em dB, com instrumento de nível de pressão sonora 
operando no circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta (slow). A 
insalubridade é caracterizada de acordo com o Anexo 1 da NR-15, como uma 
exposição (para um período de trabalho de 8 horas) acima de 85 dBA. 
Ainda pela NR-15, Anexo 1, não é permitida exposição a níveis de ruído acima 
de 115 dBA para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos e, as 
atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído, contínuo 
ou intermitente, superiores a 115 dBA, sem proteção adequada, oferecerão risco grave 
e iminente. 
 39 
A fim de quantificar o nível de ruído a que os funcionários estão submetidos, foi 
realizada uma medição na área dos reatores, a qual alcançou um nível equivalente de 
58 dBA durante cerca de 1 hora e 15 minutos de medição, com uma dose projetada 
para oito horas de 2,3 %, a qual não provoca danos ao ouvido humano, de acordo com 
a NR-15. O ruído na área dos reatores carateriza-se por ser contínuo na maior parte 
do tempo, registrando picos nos momentos em que o compressor de ar e/ou a bomba 
são ligados. Durante o período de medição, os dois equipamentos foram ligados 
algumas vezes, acreditando-se que este foi um período característico para 
amostragem. 
Medições isoladas do compressor e da bomba registraram níveis de 88,9 dBA 
e 98 dBA, respectivamente. Foi ainda realizada uma medição isolada do nível de ruído 
da empilhadeira, que ocasionalmente entra na área dos reatores, onde alcançou-se 
92,1 dBA. 
Foram realizadas medições de ruído no laboratório, durante cerca de 1 hora, 
em um dia em que os trabalhadores afirmaram haver mais ruído, devido ao fato de 
alguns agitadores permanecerem ligados. No entanto, o nível de ruído equivalente 
(LEQ) no período de medição ficou em torno de 36 dBA, sendo que o máximo, por um 
breve momento, atingiu 85,2 dBA. A dose, portanto, é de 0 % pois, como somente os 
ruídos acima de 85 dBA (para uma jornada de 8 horas, pela NR-15) são considerados 
prejudiciais à audição do trabalhador, apenas estes são computados no cálculo da 
dose. Cabe ressaltar que as medições foram feitas apenas com os aparelhos 
funcionando, sem pessoas na sala. Apesar do baixo nível de ruído encontrado, 
durante as entrevistas houve reclamação por parte dos trabalhadores do laborátório, 
porém, acredita-se que isto seja,na verdade, devido ao fato de o ruído ser em altas 
freqüências, durante um período relativamente longo, o que provoca irritação e 
incômodo ao trabalhador, sem no entanto causar danos ao ouvido. 
Durante a visita observou-se que, às vezes, os trabalhadores do laboratório 
utilizam um jato de ar comprimido para limpeza de alguns equipamentos durante 
curtíssimos intervalos de tempo. Ao se medir a intensidade de tal ruído, este alcançou 
níveis próximos a 68 dBA, o que, pela NR-15, Anexo 1, também não provoca danos ao 
ouvido humano. 
 
 
 40 
6.2 - Calor 
O calor é um risco físico freqüentemente presente em uma série de atividades 
profissionais desenvolvidas na indústria, estando também presente em atividades 
executadas ao ar livre, tais como na construção civil e no trabalho no campo. 
O homem que trabalha em ambientes a altas temperaturas sofre de fadiga, seu 
rendimento diminui, ocorrem erros de percepção e raciocínio, além de poderem surgir 
sérias perturbações psicológicas que podem conduzir a esgotamentos e prostrações. 
Necessita-se portanto do conhecimento de como se processa a interação 
térmica entre o organismo humano e o meio ambiente, conhecendo-se seus efeitos e 
determinando-se como quantificar e controlar esta interação. Este estudo minucioso 
permite não só criar critérios adequados à quantificação dos riscos envolvidos, como 
também definir condições de trabalho compatíveis com a natureza humana. 
O Anexo 3 da NR-15, define os limites de tolerância para exposição ao calor. 
De acordo com esta NR, a exposição ao calor deve ser avaliada através do índice de 
bulbo úmido – termômetro de globo (IBUTG) definido pela equação abaixo para 
ambientes internos ou externos sem carga solar: 
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg 
Onde: tbn = temperatura de bulbo úmido natural 
tg = temperatura de globo 
Ainda pelo Anexo 3 da NR-15, as medições devem ser efetuadas no local onde 
permanece o trabalhador, à altura da região do corpo mais atingida e, os limites de 
tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente com períodos 
de descanso no próprio local de trabalho, são dados pela Tabela 6.1 e as definições 
de trabalho leve, médio e pesado são dadas pelo Quadro 3 da NR-15, o qual é 
reproduzido parcialmente na Tabela 6.2. 
 
 
 
 
 41 
Tabela 6.1 – Limites de tolerância para exposição ao calor. Fonte [1] 
Tipo de atividade Regime de trabalho 
intermitente com descanso 
no próprio local de trabalho 
(por horas) 
Leve Moderada Pesada 
Trabalho contínuo Até 30,0 ºC Até 26,7 ºC Até 25,0 ºC 
45 minutos trabalhando 
15 minutos descansando 
30,1 a 30,6 ºC 26,8 a 28,0 ºC 25,1 a 25,9 ºC 
30 minutos trabalhando 
30 minutos descansando 
30,7 a 31,4 ºC 28,1 a 29,4 ºC 26,0 a 27,9 ºC 
15 minutos trabalhando 
45 minutos descansando 
31,5 a 32,2 ºC 29,5 a 31,1 ºC 28,0 a 30,0 ºC 
Tabela 6.2 – Definição de trabalho leve, médio e moderado. Fonte [1] 
Trabalho Definição 
Leve 
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex. Datilografia) 
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex. Dirigir) 
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços 
Moderado 
Sentado, movimento vigoroso com braços e pernas 
De pé, trabalho leve em máquinas ou bancadas, com alguma movimentação 
De pé, trabalho moderado em máquinas ou bancada, com alguma movimentação 
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar 
Pesado 
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex. Remoção com 
pá) 
Trabalho fatigante 
 
 42 
 Tendo em vista a subjetividade das definições de trabalho leve, médio e 
moderado da NR-15, podemos classificar as atividades do laboratório como leves, e 
as dos trabalhadores da área industrial como médias. Desta forma, os índices 
máximos de IBUTG, admitindo um trabalho de 45 minutos com pausa de 15 minutos 
seriam de 30,6 ºC para os trabalhadores do laboratório e 28,0 ºC para os trabalhadores 
do galpão. Foram realizadas medições em um dia de inverno (02 de agosto de 1999) 
ensolarado às 11:00 horas da manhã. O IBUTG encontrado para o ambiente do 
laboratório foi de 27,9 ºC e, para os ambientes do galpão e da área dos reatores foram 
de 28,5 e 28,3 ºC, respectivamente. Como em dias de verão a temperatura 
provavelmente será maior, os limites de tolerância, que já estão um pouco acima para 
a área do galpão e dos reatores, ficará ainda maior, devido ao fato de o telhado ser 
metálico, caracterizando uma alta emissividade e, desta forma, um ambiente insalubre 
no que diz respeito à exposição ao calor. Uma sugestão possível seria a instalação de 
mais exaustores eólicos e ventiladores industriais na área do galpão, procurando, 
desta forma, minimizar o excesso de temperatura. 
6.3 - Recomendações 
� Redimensionamento do sistema de ventilação do galpão como por 
exemplo, instalação de mais exaustores eólicos ou de ventiladores 
industriais; 
� Para maior conforto dos funcionários fazer isolamento acústico de 
equipamentos ruidosos como, por exemplo, a bomba e o compressor. 
 43 
CAPÍTULO 7 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 
Em muitos serviços, o trabalhador precisa usar proteção especial, a fim de 
proteger-se contra a agressividade dos elementos ou dos materiais com que está 
lidando. Esses equipamentos, que podem ir desde simples avental até a máscara 
complexa protetora de aparelho respiratório, com insuflação de ar ou com cartuchos 
que retêm gases nocivos, estão sujeitos a métodos de ensaios especificados em 
normas que testam sua eficiência, a fim de evitar a utilização de material de qualidade 
inferior, que venha arriscar a integridade física do trabalhador, sua saúde e, mesmo, 
em certos casos, sua vida. 
Denomina-se EPI (Equipamentos de Proteção Individual), pela NR-6 – 
Equipamento de Proteção Individual, todo dispositivo de uso individual, destinado a 
proteger a saúde e integridade física do trabalhador nos casos em que: as medidas de 
proteção coletiva (EPC) forem tecnicamente inviáveis ou não fornecerem completa 
proteção contra os riscos de acidentes de trabalho e/ou de doenças profissionais e do 
trabalho; enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; 
para atenderem situações de emergência. 
Em geral, há resistência por parte dos trabalhadores em usar EPI. Deve-se 
prepará-los para que os EPI’s sejam aceitos espontaneamente e não como imposição 
– o trabalhador precisa entender que quando necessário todas as partes do corpo 
devem ser protegidas, inclusive o aparelho respiratório e os olhos, cujas lesões, na 
maioria das vezes são irrecuperáveis. Além do exposto acima, é importante que, 
quando usado nas condições para as quais foi fabricado, o EPI esteja adaptado à 
anatomia do usuário ou, mais precisamente, seja confortável. 
7.1 - Definição dos EPI’s 
A NBR 9.734 define os EPI’s em função das características e dos grupos de 
risco de cada produto, exceto explosivos e radioativos, organizando-os em dez grupos 
conforme os itens a seguir. 
7.1.1 - Grupos de EPI 
Grupo 1 : EPI básico + óculos de segurança para produtos perigosos. 
Grupo 2 : EPI básico + máscara panorâmica com filtro GA combinado. 
Grupo 3 : EPI básico + máscara panorâmica com filtro VO combinado. 
 44 
Grupo 4 : EPI básico + máscara panorâmica com filtro NH3. 
Grupo 5 : EPI básico + máscara panorâmica com filtro CO combinado. 
Grupo 6 : EPI básico + máscara panorâmica com filtro SO2 combinado. 
Grupo 7 : EPI básico + óculos de segurança para produtos perigosos + 
máscara semi-facial com filtro VO combinado ou máscara de fuga. 
Grupo 8 : EPI básico + óculos de segurança para produtos perigosos + 
máscara semi-facial com filtro VO combinado ou máscara de fuga. 
Grupo 9 : EPI básico + óculos de segurança para produtos perigosos + 
máscara semi-facial com filtro NH3 ou máscara de fuga. 
Grupo 10 : EPI básico + óculos de segurança para produtos perigosos + 
respirador de pó. 
Obs.: Para os grupos de EPI 2 a 9 podem ser utilizados filtros PV 
7.1.2 - Definições

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