Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MIOCARDIOPATIAS · Doenças do músculo cardíaco que levam a disfunção ventricular. · Paciente pode ser assintomático ou desenvolver um quadro de choque com baixo débito cardíaco. Pode desenvolver uma arritmia (TV ou FV) e ter morte súbita. · Pode ser: · DILATADA: dilatação das câmaras ventriculares, disfunção sistólica = FE ruim (<55%) · HIPERTRÓFICA: desarranjo das fibras, FE NORMAL. Problema é na diástole (menos sangue durante a diástole = câmara reduzida de tamanho). · RESTRITIVA: mais rara; IC por disfunção diastólica e pode ter sistólica também = redução da ELASTICIDADE. Comum em doença de depósito, como a Amiloidose. · MIOCARDIOPATIA ARRITMOGÊNICA DO VD: anomalias na via de saída do VD. · MIOCARDIOPATIA SEM CLASSIFICAÇÃO · Sociedade Europeia de Cardiologia: “desordem miocárdica, na qual o músculo cardíaco é estruturalmente e funcionalmente anormal, na ausência de doença coronariana, na ausência de hipertensão, na ausência de doença valvar e doença cardíaca congênita”. · Não são necessariamente congênitas! · Investigação: definir o tipo de miocardiopatia, avaliar a existência de doença metabólica, neuromuscular, ocorrência de miocardite, histórico familiar. · DD: cardiopatia congênita. Miocardiopatia dilatada: coração aumentado de tamanho, dilatação das fibras e pouca capacidade contrátil. Nem sempre tem sopro. Às vezes a manifestação é mal súbito, síncope ou arritmia. · Disfunção sistólica = FE baixa. · ECG: complexos QRS de baixa voltagem. · RX de tórax: alto ICT. · Doença genética = sugerir que parentes façam ECO para acompanhamento. Miocardiopatia hipertrófica: · Doença genética · Pico de expressão entre 17 e 21 anos = crianças nascem normais (exames normais até então = DC normal até que em esforço extenuante, ocorra baixo débito) · Remodelamento do VE com aparecimento da hipertrofia na adolescência · Suspeita: sopro, alteração ECG, história familiar · História familiar: ECG e ECO a cada 12-18 meses a partir dos 12 anos até final do crescimento e, após, a cada 5 anos · Clínica: IC, arritmia, morte súbita · Tratamento: B-bloqueador, Verapamil, CDI (marca-passo), cirurgia · Antibioticoterapia profilática para Endocardite = no caso de cirurgia. Miocardite: · Leva ao desenvolvimento de miocardiopatia dilatada. · Processo inflamatório no miocárdio com necrose e/ou degeneração dos miócitos adjacentes; porém de maneira distinta do processo isquêmico. · Taquicardia, dispneia, anorexia, cardiomegalia até ICC e choque. · Etiologia: viral - principal (Coxsackie A e B, CMV, Herpes, VSR, HIV, Varicela, Epstein-Barr, parvovírus, influenza, rubéola); bacteriana (tuberculose, meningococo , leptospirose , Klebsiella), protozoário (Trypanosoma, toxoplasmose), autoimune (FR, LES, AR, RCUI), drogas (sulfonamidas, ciclofosfamida, indometacina, tetraciclina, metildopa, fenitoína, dopamina), tóxica (escorpionismo), sarcoidose, idiopática. · Diagnóstico: · História e exame físico · RX de tórax: sinais de congestão pulmonar e aumento de área cardíaca · Sinais de IC (taquipneia, dispneia as esforços, tosse), dor abdominal (fígado distende), eventualmente arritmia e até choque cardiogênico. · ECG: taquicardia e QRS de baixa voltagem, arritmias, extrassistolia, BAV, desvio do QRS, sinais de hipertrofia ventricular · Ecocardiograma: geralmente, alterado = disfunção contrátil (NÃO É PADRÃO OURO) · Exames laboratoriais: hemograma completo, eletrólitos, glicemia, ureia e creatinina, gasometria,marcadores inflamatórios, CK e Troponina (CKMB e troponina elevados) · RM · Medicina nuclear · Biópsia endomiocárdica = PADRÃO OURO · Fase aguda: infecção viral / primeiros 4 dias após inoculação · Invasão e replicação viral no miocárdio = paciente assintomático · Resposta com citotoxicidade direta, necrose focal e ativação de macrófagos e linfócitos T · Fase subaguda: resposta autoimune entre 4 e 14 dias · Infiltrado inflamatório mononuclear · Células natural killer e linfócitos T citotóxicos: agressão não seletiva · Resolução completa ou evolução para fase crônica. · Fase crônica: entre 15 e 90 dias = fibrose difusa e disfunção cardiac · Partículas virais em biópsia miocárdica em alguns pacientes · Critérios histológicos: · Miocardite Confirmada: nítido infiltrado linfocitário e necrose de miócitos · Miocardite Limítrofe ou Boderline: processo inflamatório linfocitário sem necrose ou lesão dos miócitos · Miocardite Descartada: sem processo inflamatório ou necrose · Correlação dos critérios clínicos e histológicos: · Miocardite aguda: disfunção ventricular esquerda aguda, insidiosa com focos heterogêneos de inflamação ativa e necrose de miócitos · Miocardite Fulminante: quadro de choque cardiogênico = disfunção VE aguda e grave sem dilatação ventricular, múltiplos focos de inflamação aguda e necrose · Miocardite Crônica Ativa: disfunção moderada com histologia típica ou boderline, evolução com agravo inflamatório recorrente = fibrose CMP restritiva · Miocardite Eosinofílica: disfunção VE com infiltrado inflamatório eosinofílico e lesão de miócitos · Miocardite de células gigantes: IC, arritmias ventriculares ou bloqueio e presença de células gigantes no miocárdio, inadequada resposta · Quadro clínico: · RN e lactentes: inespecíficos = hipoatividade, febre, sudorese, inapetência, apneia ou cianose · Crianças maiores e adolescentes: sintomas inespecíficos (adinamia, mal estar, dor abdominal) · IC · Arritmia · Dor precordial · Clássico: sinais e sintomas de infecção viral de vias aéreas ou TGI que progridem para IC ou arritmia em poucos dias ou semanas · Alguns evoluem com choque por miocardite fulminante, outros evoluem assintomáticos e evoluem para miocardiopatia dilatada · Durani e colaboradores (2009): predomínio de sintomas inespecíficos = dispneia, vômitos, inapetência · Necessidade de mais que 1 consulta pediátrica em 15 dias para diagnóstico · Atraso diagnóstico em 84% das crianças · Tratamento: · Repouso · Monitoramento · Oxigenação para sat < 90%: inalatório, VNI, VM · Controle eletrolítico, metabólico e acido-básico · Manter Hb ao redor de 12, Hto de 35% · Agentes inotrópicos · Diurético: Furosemida ou Furosemida + Espironolactona · Arritmias · Comprometimento hemodinâmico: Dobutamina ou Milrinona · Vasodilatador: Nitropussiato de sódio, Captopril · Hipotensão: Dopamina ou Adrenalina · Gamaglobulina em casos virais confirmados (com biópsia): 2g/kg durante 24hs (melhora prognóstico do paciente). · Corticoide na maior parte das vezes é contraindicado! Ildiane Aparecida Gonçalves – 7º período UNIFAGOC
Compartilhar