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Heloá Kapor HKB Farmacologia do Sistema Respiratório O sistema respiratório é responsável por promover a ventilação pulmonar, fornecendo O2 para o organismo e eliminando CO2, regular o equilíbrio ácido-base e realizar o condicionamento do ar por meio de umidificação, aquecimento, filtração e defesa contra infecções. A respiração é um ato involuntário da musculatura respiratória regulado pelo bulbo através do nervo frênico. ❧Mecânica Respiratória ➺Ao receber o estímulo do nervo frênico, a pleura visceral puxa consigo a pleura parietal, realizando a expansão pulmonar. ➺O espaço intrapleural contêm uma fina camada de líquido, não permitindo a entrada de ar. Dessa forma, ao expandir, por pressão negativa, distende o parênquima pulmonar (junto com as pleuras), causando uma expansão alveolar e uma pressão negativa intra-alveolar, permitindo que o ar atmosférico entre no pulmão e faça hematose; ❧Inervação - Eferente-autonômica ➺Parassimpático ·M1, M2, M3: músculo liso brônquico (contração), glândulas (secreta) ·M1 e M3: mediam o efeito broncoconstritor ·M2: antagoniza o efeito broncoconstritor, inibindo liberação de Ach ➺Simpático ·β1: alvéolos ·β2: glândulas (inibe), músculo liso brônquico (relaxa) ❧Controle da Frequência Respiratória O controle da frequência respiratória, frequência de disparo, se dá por fatores químicos e por ação do sistema nervoso autônomo (controle local). ➺Fatores químicos ·PCO2 sanguíneo ↳CO2 elevado = aumento da frequência respiratória ·PO2 sanguíneo ↳O2 baixo = aumento da frequência respiratória Obs: aumento de O2 associado com diminuição de CO2 leva a diminuição da frequência respiratória ➺Sistema Nervoso Autônomo ·Simpático: vasoconstrição, broncodilatação e inibição da secreção brônquica; ↳Estimulação dos beta-adrenorreceptores = relaxamento da musculatura lisa; ↳Age principalmente sobre receptores beta-2; ·Parassimpático: broncoconstrição e secreção de muco; ↳Age principalmente sobre receptores muscarínicos; ↳Não vasodilata pois não há ação parassimpática nos vasos Fisiologia Respiratória O pulmão é um órgão-alvo importante de muitas doenças: infecções, malignidades, doenças ocupacionais e reumatológicas, alergias, asma, DPOC, fibrose pulmonar, edema pulmonar e circulação afetada por doença tromboembólica ou hipertensão pulmonar. Podemos dividir as patologias pulmonares em: ❧Restritivas: causam diminuição do volume disponível para trocas gasosas; ❧Obstrutivas: causam obstrução das vias aéreas, especialmente dos bronquíolos por: ➺Espasmo do musculo circular das vias aéreas; ➺Inflamação da mucosa das vias aéreas; ➺Hipersecreção; ➺Perda do tecido elástico; Obs: As doenças pulmonares obstrutivas são as causadoras da asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, bronquite crônica e enfisema; Heloá Kapor HKB Doenças Pulmonares A rinite é uma inflamação da mucosa nasal que gera sintomas como o escorrimento nasal frequente, espirros e tosse como resultado de alergia à poeira, ácaro e outros. ➺Trata-se de uma condição altamente prevalente, que acomete principalmente crianças, manifestando-se geralmente a partir do segundo ano de vida. ❧Fisiopatologia Reação de hipersensibilidade devido a exposição prévia a alérgenos. ➺Captação dos alérgenos pela células dendríticas da mucosa nasal; ➺Apresentação dos antígenos para os linfócitos Th2; ➺Secreção de citocinas IL-4 e IL-3. ➺Crescimento de linfócitos B e produção de IgE; ➺IgE se ligam a superfícies dos mastócitos; ➺Reexposição: ·O antígeno se liga ao IgE, causando a degranulação dos mastócitos e liberação dos mediadores inflamatórios (histamina e leucotrieno). ·Ativação local dos linfócitos Th2 resulta em maior produção de IgE e liberação de citocinas e quimiocinas, atraindo eosinófilos, neutrófilos e basófilos. ❧Quadro clínico ➺Presença de sintomas cardinais: espirros em salva, obstrução nasal, coriza hialina e prurido nasal. ➺Outras queixas: prurido ocular, lacrimejamento, prurido do conduto auditivo, faringe e palato. ➺Antecedentes pessoais e história familiar de atopia corroboram o diagnóstico ❧Consequências ➺Apresenta menor gravidade por não acarretar elevada mortalidade. ➺Pode gerar prejuízos: nas atividades diárias dos pacientes (rendimento escolar e a interação social) e no sono. Tratamento da Rinite Alérgica ❧Classificação - Rinite Alérgica e seu Impacto na Asma ➺Intermitente: quando os sintomas ocorrem menos do que quatro vezes na semana, ou por menos de quatro semanas; ➺Persistente: sintomas ocorrem por quatro ou mais dias da semana e por mais de quatro semanas; ➺Leve: quando não há alteração do sono, das atividades diárias e não ocorrem sintomas indesejados. ➺Grave: quando há alterações em qualquer um dos fatores de sono, sintomas ou atividades. Heloá Kapor HKB ❧Diagnóstico Essencialmente clínico, com base nas características obtidas pela anamnese e exame físico. ➺Diagnóstico etiológico ·Testes cutâneos de hipersensibilidade imediata (TCHI): exposição cutânea a uma pequena quantidade de uma série de alérgenos padronizados quanto ao tempo de leitura e a resposta observada. ·Determinação sérica de IgE total e específica: níveis elevados de IgE tem grande correlação com quadros alérgicos. ·Diagnóstico por microcomponentes moleculares alergênicos (Microarray): identificação de reações cruzadas e determinação do perfil molecular alergênico específico. ➺Avaliação da função nasal ·Rinomanometria computadorizada: método de referência na avaliação de obstrução e função nasal, permitindo análise objetiva dos parâmetros da função nasal. ·Rinometria acústica: exame não invasivo que analisa reflexos de onda das fossas nasais frente a um estímulo sonoro. Permite avaliação objetiva da função nasal e anatomia das cavidades nasais e é considerado um método sensível. ·Pico de fluxo inspiratório nasal (PFIN): método simples, de fácil execução, menor custo, e o mais utilizado para avaliação de função nasal e acompanhamento clínico de pacientes com rinite alérgica. ❧Tratamento não farmacológico As medidas não farmacológicas objetivam diminuir a exposição do indivíduo aos alérgenos em potencial. ➺Manter o quarto bem ventilado e ensolarado; ➺Usar capas impermeáveis aos ácaros em colchão e travesseiros; ➺Trocar e lavar roupas de cama e cobertores regularmente. ➺Evitar tapetes, carpetes, cortinas; ➺Evitar bichos de pelúcia, estantes de livros e outros objetos que acumulam poeira; ➺Reduzir, eliminar ou controlar mofo e umidade; ➺Passar pano úmido ao invés de usar vassouras e espanadores; ➺Evitar animais de pelo e pena, especialmente no quarto de dormir; ➺Evitar talcos, perfumes, desodorantes; ➺Não fumar e nem ficar próximo a fumantes Heloá Kapor HKB Histamina Amina biogênica encontrada em muitos tecidos, localizada em mastócitos, basófilos, linfócitos, neurônios e células gástricas similares às enterocromafínicas. Sendo uma autacoide, ou seja, molécula secretada localmente para aumentar ou diminuir a atividade das células adjacentes. ❧Fisiologia ➺Síntese A histamina é sintetizada a partir do aminoácido L-histidina, em mastócitos e basófilos do sistema imune, células similares às enterocromafínicas (CSE) da mucosa gástrica, e em certos neurônios do sistema nervoso central (SNC) que empregam a histamina como neurotransmissor ➺Reservatórios ·Renovação lenta: localiza-se em mastócitos e basófilos. Nessas células inflamatórias, a histamina é armazenada em grandes grânulos, e sua liberação envolve a extrusão completa dos grânulos das células. ·Renovação rápida: localiza-se em células CSE gástricas e neurônios histaminérgicos do SNC. Essas células sintetizam e liberam histamina quando esta se torna necessária para a secreção de ácido gástrico e neurotransmissão, respectivamente. ➺Metabolização As vias oxidativas no fígado degradam rapidamente a histamina circulante em metabólitos inertes. Como o ácido imidazolacético que pode ser medido na urina, e utilizado para estabelecer a quantidade de histamina liberada sistemicamente. ❧Ação ❧Receptores ➺H1: células endoteliais e musculares lisas (inflamação e alergias)e SNC (sistema vestibular e centro do vômito) ➺H2: células parietais da mucosa gástrica (secreção de ácido), músculo cardíaco e mastócitos ➺H3: neurônios no SNC (vigília e ciclo cicardiano) e células ECL no estômago ➺H4: mastócitos, eosinófilos e basófilos (quimiotaxia de mastócitos e produção de leucotrienos) Anti-histamínicos: H1 Heloá Kapor HKB Agem como agonistas inversos nos receptores H1, interferindo na ação da histamina na secreção glandular, vasodilatação e aumento da permeabilidade capilar. Dessa forma, aliviam sintomas imediatos da rinite alérgica, como prurido nasal, espirros e coriza, além de sintomas oculares. Agem por meio da estabilização da conformação inativa do receptor H1 para diminuir os eventos de sinalização que levariam à resposta inflamatória. ❧Classificação ➺Clássicos (1ª Geração): capacidade de penetrar a barreira hematoencefálica, e sem seletividade pelo receptor da histamina, resultando em sedação e outros efeitos adversos no SNC. ·Difenidramina , Hidroxizina, (Dex)Clorfeniramina e Prometazina ➺Não clássicos (2ª Geração): elevada potência, menor tempo de início de ação, longa duração, alta afinidade pelos receptores H1 e menos efeitos colaterais, pela baixa passagem pela barreira hematoencefálica. ·Loratadina, Desloratadina, Cetirizina e Fexofenadina ❧Efeitos Colaterais ➺SNC: sedação; diminuição da neurotransmissão e do rendimento cognitivo. ➺Efeitos anticolinérgicos: visão turva, xerostomia, constipação e retenção urinária. ❧Ação ➺Diminuem permeabilidade e edema: bloqueiam fortemente o aumento da permeabilidade capilar necessário para a formação de edema. ➺Interrompem os espirros, rinorréia e prurido. ➺Auxiliam em casos de cinetose, náusea e vômito – Dimenidrinato, difenidramina, prometazina. ➺Atuam contra a insônia e como ansiolítico fraco ou hipnóticos – dimenidrinato, difenidramina, hidroxizina e prometazina. ❧Intranasal: Azelastina ➺Inibe a liberação de histamina, leucotrienos, PAF e serotonina; ➺Eficaz para rinorréia, congestão e prurido, mas sem efeito fora do sítio nasal; ➺Age entre 15-30 min, com 12 h de duração; ➺Podem causar sedação e tonturas. ❧Outros mecanismos de ação para interrupção da histamina: ➺Impedir a extrusão de grânulos dos mastócitos induzida pela ligação de um antígeno ao complexo IgE/receptor Fc nessas células: Cromoglicato e nedocromila. ➺Administrar um fármaco capaz de neutralizar funcionalmente os efeitos da histamina.: ·Epinefrina Fármacos Glicocorticóides Nasais Heloá Kapor HKB Os corticosteroides atuam reduzindo a inflamação na mucosa nasal, os corticosteroides nasais, por entrarem em contato direto com a mucosa afetada, geram alívio de todos os sintomas da rinite alérgica e reduzem o risco de complicações. ❧Medicamentos Beclometasona, budesonida, fluticasona, ciclesonida, mometasona e triancinolona ❧Ação ➺Reduz o recrutamento e influxo de células inflamatórias, principalmente mastócitos ➺Reduz secreção de leucotrienos, IL-4, IL-5, IL-6, IL-8 ➺Reduz ativação de plasmócitos e produção de IgE ➺Reduz ativação de linfócitos Th2 Cromoglicato dissódico É uma medicação que tem como mecanismo de ação a estabilização da membrana de mastócitos, bloqueando a liberação de mediadores inflamatórios (histamina e leucotrienos) e suprime ativação e quimiotaxia de neutrófilos, eosinófilos e monócitos nas vias aéreas. ❧Uso - Administrado via spray nasal ➺Inibe reflexo da tosse. ➺Usado profilaticamente também na asma pós-exercício ❧Desvantagens ➺Efeitos adversos: sibilos, cefaléia e náuseas ➺Meia vida curta (45 a 100 min): necessidade de múltiplas doses diárias ❧Uso Melhoram espirros, prurido, rinorreia e congestão nasal ❧Efeitos Adversos Podem causar irritação, sangramento nasal, dor de garganta e raramente candidíase Descongestionantes nasais São fármacos de ação alfa-adrenérgica, cujo mecanismo de ação é a vasoconstrição, surtindo um rápido efeito no alívio da congestão nasal na rinite alérgica. ❧Medicamentos Oximetazolina, Nafazolina, Fenilefrina e Pseudoefedrina. ❧Efeitos ➺Vasoconstrição: Redução do edema e da congestão nasal ➺Melhora ventilação ❧Efeitos adversos ➺Rinite medicamentosa – uso > 3 a 5 dias ➺Queimação, ardência, espirros e ressecamento da mucosa nasal ➺Aumento da P.A. Antagonistas de Receptores de Leucotrienos É uma medicação que compete pelo receptor com os leucotrienos (mediadores inflamatórios fundamentais na rinite alérgica). Funcionam como alternativa terapêutica, especialmente em pacientes com asma e rinite alérgica concomitante. Imunoterapia Alérgeno Específica Heloá Kapor HKB Tratamento da Anafilaxia É o único tratamento que pode modificar o curso natural da doença alérgica, com possível redução de evolução da doença. Atua na melhora dos sintomas nasais e oculares, aumenta a qualidade de vida e reduz a necessidade de medicamentos Solução Salina Seu principal mecanismo de ação é a limpeza da cavidade nasal, com remoção de secreções e de mediadores inflamatórios, umidificação e alívio da irritação mucosa, diminuindo o estímulo alérgico. Adrenalina A anafilaxia causa uma reação sistêmica com hipotensão e edema de vias aéreas. ❧Administração Epinefrina intramuscular ❧Mecanismos de ação ɑ1 - vasoconstrição, revertendo vasodilatação maciça, edema e a hipotensão; 𝛃2 - broncodilatação 𝛃1 - taquicardia ❧Outros medicamentos ➺Oxigênio suplementar (sempre) ➺Broncodilatadores agonistas 𝛃2 inalatórios - sibilo e dispnéia persistente mesmo com adrenalina ➺Antihistamínicos (iv, im, vo) para alívio do prurido, urticária e rinorreia ➺Corticosteróides - terapia adjuvante (não usar no tratamento agudo) A asma é uma doença heterogênea, geralmente caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas. Ela é definida pela história de sintomas respiratórios, tais como sibilos, dispneia, opressão torácica retroesternal e tosse, os quais variam com o tempo e na intensidade, sendo esses associados à limitação variável do fluxo aéreo. ➺Doença crônica mais comum em crianças de países desenvolvidos, sendo também comum em adultos. ➺Sua prevalência e gravidade estão aumentando. ➺Trata-se de uma doença inflamatória na qual há obstrução recorrente e reversível das vias aéreas em resposta a estímulos irritantes que são fracos demais para afetar os não asmáticos. ➺A obstrução geralmente causa sibilos e merece tratamento medicamentoso, embora a história natural da asma inclua remissões espontâneas. ➺Há reversibilidade da resposta das vias aéreas na asma. Tratamento da Asma Asma Brônquica ❧Fisiopatologia A patogênese da asma envolve fatores genéticos e ambientais, e a própria crise asmática consiste, em muitos indivíduos, em duas fases principais: uma imediata e uma tardia ➺Os asmáticos têm linfócitos T ativados, com um perfil T helper (Th2) de produção de citocinas em sua mucosa brônquica. ➺Atraem outros granulócitos inflamatórios, especialmente os eosinófilos, para a superfície da mucosa. ➺A interleucina (IL)-5 e o fator estimulante de colônias de granulócitos-macrófagos induzem os eosinófilos a produzir cisteinil-leucotrienos e a liberar proteínas dos grânulos que lesam o epitélio (hiper-responsividade brônquica). ➺Promovem síntese de imunoglobulina (Ig)E e responsividade. Heloá Kapor HKB ❧Crise Asmática - Fases ➺Fase Imediata: ·Espasmo da musculatura lisa brônquica. ·A interação do alérgeno com a IgE fixada em mastócitos causa liberação de histamina, leucotrieno B4 e prostaglandina (PG). ·Outros mediadores liberados incluem IL-4, IL-5, IL-13, proteína inflamatória 1α dos macrófagos e fator de necrose tumoral (TNF)-α. ·Várias quimiotaxinas e quimiocinas atraem leucócitos (eosinófilos e células mononucleares). ➺Fase tardia: ·Reação inflamatória progressiva por influxo de linfócitos Th2. Estrita ·As células inflamatórias incluem eosinófilos ativados, que liberam cisteinil- leucotrienos; interleucinas IL-3, IL-5 e IL-8; e as proteínas tóxicas, proteína catiônica de eosinófilos, proteína básica maior e neurotoxina derivada de eosinófilos. ·As proteínas tóxicas causam lesão e perda de epitélio. ·Mediadoresdo processo inflamatório na fase tardia são a adenosina, NO induzido e neuropeptídeos. ·Fatores de crescimento liberados de células inflamatórias atuam sobre as células musculares lisas, causando hipertrofia e hiperplasia. Heloá Kapor HKB ❧Clínica Os pacientes asmáticos apresentam crises intermitentes de sibilos, falta de ar (com dificuldade especialmente na expiração) e, algumas vezes, tosse. ➺inflamação das vias aéreas; ➺hiper-reatividade brônquica: sensibilidade anormal a uma variedade de estímulos ➺obstrução reversível das vias aéreas. ❧Fatores de risco ➺Histórico familiar ➺Atopia ➺Infecções do trato respiratório ➺Exposição à alérgenos ❧Tipos de Asma ➺Alérgica ➺Não-alérgica ➺Obesidade ➺Ácido acetilsalicílico ❧Fatores desencadeantes ➺Infecções: virais, sinusite bacteriana (produtos do metabolismo bacteriano que são levados para as vias aéreas inferiores e que apresentam uma resposta da asma); ➺Alérgenos: pólen, produtos de origem animal, fungos, poeira; ➺Agentes irritantes: gases nocivos, odores, fumaça de cigarro; ➺Farmacológicos: aspirina (em casos de reação de hipersensibilidade); ➺Psicossociais: emoções; ➺Outros: frio (pode causar broncoconstri- ção), hiperventilação (choro, riso), exercício físico ❧Tratamento não farmacológico O tratamento da asma tem por objetivo atingir e manter o controle atual da doença e prevenir riscos futuros, com uma abordagem personalizada, incluindo, além do tratamento farmacológico, a educação do paciente, o plano de ação por escrito, o treinamento do uso do dispositivo inalatório e a revisão da técnica inalatória a cada consulta. ➺Ação educativa - Autocuidado por escrito ·Prevenção de sintomas e crises ·Como e quando procurar auxílio médico ·Boa comunicação para boa adesão medicamentosa (elogiar e incentivar) Heloá Kapor HKB Fármacos Broncodilatadores Os broncodilatadores revertem o broncoespasmo da fase imediata e podem ser agonistas dos receptores β2 adrenérgicos, antagonistas dos receptores muscarínicos, antagonistas dos receptores de cis-LTs ou xantinas ❧Agonistas dos receptores β2 adrenérgicos ➺Ação ·Seu efeito primário na asma é dilatar os brônquios por ação direta sobre os receptores β2-adrenérgicos da musculatura lisa; ·Inibem a liberação de mediadores em mastócitos; ·Aumentam remoção do muco; ·Potencializam efeitos dos glicocorticóides. ➺Medicamentos ·Ação curta (SABA): salbutamol, fenoterol (3/5h). ·Ação longa (LABA): formoterol e salmeterol (8/12h).· Ação ultralonga: vilanterol (16/23h) ➺Efeitos Adversos Tremor, taquicardia, vasodilatação periférica e arritmias. ➺Atentar a e evitar irritantes ambientais: ·Alérgenos ·Pelos de animais e baratas ·Mofo, pólen e fungos ambientais ·Poluição ambiental ·Tabagismo ativo e passivo ·Medicações, alimentos e aditivos ·Exposição ocupacional ❧Antagonistas muscarínicos ➺Ação ·Bloqueia M3; ·Aumenta a depuração mucociliar - mais usado para tosse em asmáticos. ➺Medicamentos · Curta duração: Ipratrópio (SAMA) - tempo de ação 6/8h, poucos efeitos indesejáveis (distúrbios gastrintestinais e vasodilatação acentuada) · Longa duração: Tiotrópio (LAMA) - tempo de ação 24h, DPOC (etapa I) e asma (etapa IV) ❧Antagonistas dos receptores de cisteinil-leucotrienos ➺Cisteinil-leucotrienos Atuam nos receptores CysLT1 e CysLT2, os quais são expressos na mucosa respiratória e nas células inflamatórias infiltrativas, mas a significância funcional de cada um ainda não foi esclarecida. ➺Medicamentos ·Montelucaste: comprimido mastigável ou não, granulado, de meia vida 3/6h ·Zafirlucaste: comprimido de meia vida 10h Heloá Kapor HKB ➺Ação ·Reduzem as frequências das exacerbações ·Inibem a asma induzida pelo exercício; ·Relaxam as vias aéreas; ·Ação aditiva β2; ·Reduzem a eosinofilia do escarro. ·Alternativa ao uso de corticóides no tratamento de controle da asma ➺Efeitos adversos ·Cefaléia ·Distúrbios gastrintestinais Não são broncodilatadores, mas impedem a progressão da asma crônica e são eficazes na asma grave aguda. ➺Ação ·Reduzem ativação de LTh2 e induzem sua apoptose ·Reduzem ativação de linfócitos B e a produção de IgE, consequentemente, reduzem a sensibilização e desgranulação de mastócitos ·Reduzem a produção de ILs e a ativação de eosinófilos = diminuem lesão epitelial ·Supra-regulam receptores β2 Glicocorticóides ❧Xantinas ➺Ação Inibição das isoenzimas da fosfodiesterase (PDE), com resultante aumento do AMPc e/ou do GMPc desencadeando diminuição do tônus vascular brônquico. ·Antagonismo dos receptores de adenosina, causando relaxamento no músculo liso e inibindo a desgranulação dos mastócitos; ·Liberação de IL-10 ·Indução de apoptose de mastócitos, eosinófilos, macrófagos e neutrófilos ➺Medicamentos Teofilina ou aminofilina ·Administração oral ou parenteral (aminofilina) •Associadaos a β2 adrenérgicos ou anticolinérgicos = broncodilatação adicional; ➺Efeitos adversos ·Estimulam o SNC: alerta, tremor, nervosismo, insônia, convulsões. ·Estimulam o sistema cardiovascular: causando inotropismo e cronotropismo simultâneo ao relaxamento músculo liso cardiovascular, desencadeando arritmias. ·Janela terapêutica estreita. Heloá Kapor HKB ➺Medicamentos ·Beclometasona ·Budesonida ·Fluticasona ·Mometasona ➺Efeitos Adversos ·Candidíase orofaríngea ·Disfonia Anticorpos Usados em adultos e adolescentes com alergias e asma grave e é eficaz em reduzir dependência de corticoides. ❧Anti-IgE ➺Omalizumabe ·1 injeção subcutânea a cada 2-4 semanas; ·Meia-vida: 26 dias ·Eficácia depende de redução de mais de 90% da IgE livre ·Usado, também, em urticárias ❧Anti-IL-5 ·Se liga ao receptor de IL-5 (IL-5Rα) impedindo sua ligação e ativação de eosinófilos. ·Se liga ao receptor FcγRIIIα das células NK induzindo a apoptose dos eosinófilos pela ADCC. ➺Benralizumabe 1 injeção subcutânea a cada 4 semanas nas 3 primeiras doses, depois a cada 8 semanas; Meia-vida: 16 dias ➺Mepolizumabe 1 injeção subcutânea a cada 4 semanas por 32 semanas; Meia-vida: 16 a 22 dias ❧Efeitos adversos ·Reações de hipersensibilidade tipo I; ·Anafilaxia ·Aumento das infecções parasitárias Heloá Kapor HKB Leve intermitente - Etapa I ❧Clínica Sintomas ≤ 2x/semana; ataques breves com intensidade variável; sintomas noturnos ≤ 2x/mês ❧Tratamento: Quando necessário • Corticoesteroide (Inalatório) • Agonista β2 (de longa ou curta ação) Classificação Clínica da Asma e Tratamentos Leve persistente - Etapa II ❧Clínica Sintomas > 2x/semana, mas < 1x/dia; exacerbações podem afetar as atividades; sintomas noturnos > 2x/mês ❧Tratamento: Diariamente • Corticoesteroide (Inalatório) • Agonista β2 (de longa ou curta ação) ou Antileucotrienos Moderada persistente - Etapa III ❧Clínica Sintomas diários; exacerbações ≥ 2x/semana e que podem durar dias; ataques afetam as atividades; sintomas noturnos > 1x/semana; ❧Tratamento: Diariamente em baixa dose • Corticoesteroide Inalatório + Agonista β2 de ação prolongada • Corticoide + Antileucotrieno Grave - Etapa IV ❧ Clínica Sintomas contínuos; exacerbações e sintomas noturnos frequentes; atividades físicas limitadas ❧Tratamento: Diariamente - média dose • Corticoesteroide Inalatório + Agonista β2 de ação prolongada • Corticoide + Tiotrópio • Corticoide + Antileucotrieno Tratamentos de Alívio Etapa 1: → baixa dose necessária • Corticoesteroide (Inalatório) + Agonista β2 (de longa ou curta ação) Etapa 2-5: → dose necessária • Corticoesteroide (Inalatório) + Agonista β2 (de longa ou curta ação) Grave persistente - Etapa V ❧ Clínica Sintomas contínuos; exacerbações e sintomas noturnos frequentes; atividades físicas limitadas ❧Tratamento: Diariamente - alta dose • Corticoesteroide Inalatório + Agonista β2 de ação prolongada • Tiotrópio → se necessário • Corticoide Oral Heloá Kapor HKB Tratamento de DPOC A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença comum, evitável e tratável, caracterizada por sintomas respiratórios persistentes e limitação do fluxo aéreo devido a anormalidades das vias aéreas e / ou alveolares geralmente causadas por exposição significativa a partículas ou gasesnocivos. ➺Afeta as pequenas vias aéreas e o parênquima pulmonar ❧Fator de risco ➺Tabagismo; ➺Poluição ambiental e ocupacional Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Heloá Kapor HKB ❧Sintomas ➺Limitação crônica do fluxo de ar; ➺Dispnéia; ➺Tosse; ➺Aumento da produção de muco. ❧Fisiopatologia A DPOC é o resultado de uma interação complexa de exposição cumulativa de longo prazo a gases e partículas nocivas, combinada com uma variedade de fatores do hospedeiro, incluindo genética, hiper-responsividade das vias aéreas e crescimento insuficiente do pulmão durante a infância. ➺Bronquite Crônica: tosse produtiva persistente por três meses consecutivos e pelo menos dois anos consecutivos por aumento das glândulas secretoras de muco, metaplasia das células caliciformes e fibrose da parede bronquiolar ➺Enfisema: dilatação permanente dos espaços aéreos distais aos bronquíolos terminais, em razão do acúmulo de células inflamatórias, liberação de elastases e oxidantes que destroem as paredes alveolares na ausência de resposta mesenquimal de reparo adequada. ➺Cessação do tabagismo: a farmacoterapia e a reposição de nicotina aumentam de forma confiável as taxas de abstinência do tabagismo em longo prazo. ➺A vacinação contra influenza e pneumococo diminui a incidência de infecções do trato respiratório inferior. ➺Cada regime de tratamento farmacológico deve ser individualizado e orientado pela gravidade dos sintomas, risco de exacerbações, efeitos colaterais, comorbidades, disponibilidade e custo do medicamento e a resposta do paciente, preferência e capacidade de usar vários dispositivos de administração de medicamento. ➺A reabilitação pulmonar melhora os sintomas, a qualidade de vida e a participação física e emocional nas atividades diárias ➺Em pacientes com hipercapnia crônica grave e história de hospitalização por insuficiência respiratória aguda, a ventilação não invasiva de longo prazo pode diminuir a mortalidade e prevenir a reinternação. ❧Tratamento Heloá Kapor HKB ❧β2-agonistas ➺Curta duração (SABA): salbutamol, fenoterol ➺Longa duração (LABA): formoterol, salmeterol, indacaterol, olodaterol ❧Anticolinérgicos ➺Curta duração (SAMA): ipratrópio ➺Longa duração (LAMA): tiotrópio, glicopirrônio, umeclidinio ❧Corticóides inalatórios (CI) ➺Beclometasona, budesonida, fluticasona ou mometasona ❧Roflumilaste ➺Ação: Inibidor da fosfodiesterase-4 (PDE4). Aumento de AMPc intracelular = reduz liberação de mediadores inflamatórios e a expressão de marcadores de superfícies em células e induz apoptose ➺Uso ·Dose única diária ·Usado também para exacerbações na bronquite crônica grave ➺Efeitos adversos Náuseas, êmese, diarréia, cefaléia, perda de peso, dor abdominal e distúrbios do sono Fármacos SABA ou SAMA = usados para resgate em pacientes muito assintomáticos A terapia farmacológica para a DPOC é usada para reduzir os sintomas, reduzir a frequência e a gravidade das exacerbações e melhorar a tolerância ao exercício e o estado de saúde. Diretriz Global - DPOC - 2020 Heloá Kapor HKB Reflexo protetor que retira material estranho e secreções dos brônquios e bronquíolos, que pode ser seco ou produtivo. ❧Causas comuns Tosse Antitussígenos Supressores da tosse, que devem ser usados em caso de: ➺tosse não produtiva e de curta duração ➺doentes sem patologia crônica de base ➺tosse que interfira com o sono ➺tosse que provoque/agrave irritação brônquica ➺tosse que represente risco para o doente ➺antes, durante ou após procedimentos diagnósticos ou intervenções terapêuticas no tórax, bronquios ou pleura ➺após extubação ❧Contra indicação Devem ser evitados em casos de infecção pulmonar crônica, pois podem causar espessamento indesejável e retenção de escarro, e na asma, em razão do risco de depressão respiratória. ❧Medicamentos Clobutinol, dropropizina, levodropripizina, difenidramina/prometazina (tosse alérgica) ou dextrometorfano Expectorantes ❧Mucolíticos - Diminuem a viscosidade das secreções ➺Acebrofilina (Brondilat®) – broncodilatador e mucolítico ➺Ambroxol (anabron®, mucosolvan®) ➺Acetilcisteína (fluimucil®) ➺Carbocisteína (mucofan®, mucolit®) ➺Hedera helix (abrilar®) - fitoterápico broncodilatador e mucolítico ❧Fluidificantes ✔Guaifenesina (Xarope vick de guaifenesina®, Dimetapp®) Tratamento da Tosse Fármacos Heloá Kapor HKB Referências Bibliográficas *Consenso de rinite sob a forma de mapa conceitual - Clara Polito Braga, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Faculdade de Medicina, Grupo de Pneumologia Pediátrica. Belo Horizonte, MG – Brasil. *POCKET GUIDE TO COPD DIAGNOSIS, MANAGEMENT, AND PREVENTION: A Guide for Health Care Professionals - 2020 Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease *Recomendações para o manejo da asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia – 2020 - Pizzichin, M.M.M et al. - J Bras Pneumol. 2020;46(1):e20190307 *As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman & Gilman - 12ª Ed. *Princípios de Farmacologia: A base fisiopatológica da farmacologia - Golan - 3ª Ed. *Farmacologia - Rang & Dale - 8ª Ed. *Patologia básica - Robbins - 9ª Ed.
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