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1 Alimentação e Nutrição de Vacas em Lactação INTRODUÇÃO O que seria uma vaca leiteira ideal ? 10 meses em lactação 2 meses descanso INTERVALO DE PARTO DE 12 MESES INTRODUÇÃO Para isso, as vacas têm que ter suas exigências de mantença e produção totalmente supridas Tabela NRC Normas e padrões de nutrição e alimentação animal Programas de formulações de dietas Gráfico das fases Fase I Fase II Fase III Fase IV Produção - Seca Perde Peso - Ganha Peso Aumenta Consumo - Diminui Consumo Prenha - Vazia Ciclo de Lactação Fase IV - Período de descanso - Fase importante tanto para a posterior produção de leite como para bom desenvolvimento da bezerra - Fornecer pasto de alta qualidade, como por exemplo Tifton, e se possível 1 a 2Kg de feno/dia -Na seca, silagem à vontade durante o dia e feno (2 a 3Kg/vaca/dia) ou concentrado. - Se boas condições: 0,3 a 0,5Kg/dia - Se más condições: 0,5 a 0,7Kg/dia - Relação volumoso:concentrado -> 100:0 ou se na seca 80:20 2 Lote de novilhas em piquete no pré parto Duração do período seco • Tradicional: 60 dias • Diversas pesquisas recentes: períodos secos mais curtos • Considerar: – Vacas produzem cada vez mais leite – Conhecimentos de nutrição e fisiologia da lactação – Pesquisas com analise de dados de campo tendem a induzir a erros relativos ao efeito do período seco sobre a produção de leite • Diminuição de produção na lactação seguinte – Redução de 60 p/ 30 dias: aprox. 6% (diversos trabalhos citados por Grummer et al., 2006) – Redução é quase o dobro para vacas entre o 1. e 2. partos • Aumento na Prod. na lactação anterior (Almeida, 2004): • 0 dias: + 738kg • 28 dias: + 420kg Vaca no pré parto Alimentação de vacas no período de transição (pré e pós-parto) Período 3 semanas pré-parto a 3 semanas pós-parto Definição “Período de tempo onde a vaca passa por grandes alterações fisiológicas e metabólicas, em preparação ao parto e a lactação subsequente.” Alimentação de vacas no período seco e de transição (pré e pós-parto) -Estratégias de alimentação pré-parto -Dietas aniônicas no pré-parto. - Estratégias de alimentação para vacas recém-paridas 3 Problemas metabólicos e reprodutivos associados com o período de transição • Febre do leite • Cetose • Deslocamento de abomaso • Retenção de placenta • Distocias • Mastite Funções fisiológicas para evitar distúrbios metabólicos 1) Adaptar o rúmen à dietas com alta energia no pós parto 2) Manutenção do nível normal de Ca no sangue 3) Manutenção de um forte sistema imune Exigências nutricionais diárias de uma vaca leiteira de 600 kg (NRC, 2001) Nutrientes Período seco Início de lactação (40kg leite/dia) MS (kg) 12,0 22,2 * ELl (Mcal) 12,6 35,3 PB (kg) 1,2 3,5 Ca (g) 39,0 133,0 P (g) 24,0 84,0 * Este valor é menor nas primeiras semanas pós-parto. Efeito da condição corporal sobre consumo 6 8 10 12 14 -21 -18 -15 -12 -9 -6 -3 0 dias pré-parto k g / d ia vacas magras vacas gordas Adaptado de from Hayirili, 1998 Exigência nutricional 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 -25 -20 -15 -10 -5 0 dias pré-parto N E L , M c a l/ k g Adultas Primípara Demanda de nutrientes durante o período de transição • Redução de IMS +/- < 35% • Exigências crescem de forma exponencial • > Demanda de nutrientes (crescimento fetal e produção de colostro). • Gliconeogenese (+++++) (OVERTON, 2000) • Cálcio = 10 kg de colostro = 23g Ca 4 Estratégias de alimentação para vacas em pré-parto • Ingestão de matéria seca – 1,75 % do peso vivo (11 a 12 kg /dia) • Consumo decresce na última semana ( 20 a 30 %) • Nível de energia entre 1,5 a 1,6 Mcal de ELl/kg de MS Níveis de Carboidratos • Elevar o nível de CNF para 33-38 % • Manter um nível mínimo de 32 % de FDN. Níveis de Proteína • Nível de PB entre 14 e 15 %, sendo: • 60 a 65 % PDR • 35 a 40 % PNDR Minerais Ca – 0,5-0,65 % P – 0,28-0,32 % Mg – 0,25-0,30 % K – abaixo de 1,2 % Na – 0,1-0,15 % Cl – 0,2-0,25 % S – 0,2-0,25 % Fe – 50-100 ppm Zn – 70-80 ppm Cu – 15-20 ppm Mn – 60-80 ppm Co – 0,4 ppm I – 0,5 ppm Se – 0,3 ppm Vitaminas A – 125.000 UI/dia D – 30.000 UI/dia E - 1.000 UI/dia Aditivos Vários aditivos tem sido testados no período pré-parto. Todos com o objetivo de reduzir a mobilização de gordura e/ou aumentar a disponibilidade de glicose para o organismo. Verificar relação custo:benefício 5 Aditivos – Leveduras – Ionóforos – Precursores glucogênicos (propileno glicol e propionato de cálcio) “Drench” Exemplos de aditivos utilizados no período de transição Aditivo Dosagem/vaca Custo Est. (U$S/dia) Duração Benefícios Niacina 6-12g 0,06-0,12 21 dias pré-parto a 21 dias Pós- parto Redução da incidência de cetose Propileno-glicol 300 ml 1,20 7 dias pré-parto Maior disponibilidade de glicose Monensina sódica 300 mg 0,012 21 dias Pré-parto a 150 dias de lactação Maior disponibilidade de glicose Sais aniônicos Variável entre 200- 300 g 0,20 a0,40 21 dias Pré-parto Redução da hipocalcêmia Cultura de levedura 10 a 20g/dia, depende do fornecedor 0,05 a 0,10 21 dias Pré-parto Lactação Maior digestão da fibra e estabilização do pH Zinco orgânico 4 g (de produto com 10% de Zn). 0,02 a 0,03 21 dias Pré-parto Lactação Melhoria da resposta Imune, maior resistencia dos cascos Níveis sangüíneos de cálcio em vacas leiteiras • Nível sangüíneo normal → 8 – 10mg/dL • Hipocalcemia subclínica → 7,5 – 5,0 mg/dL • Febre do leite → 5,0 mg/dL Dietas aniônicas no pré-parto • Objetivo: febre do leite DCAD(mEq/100g) = ((%Na/0,023) + (%K/0,039) – (%Cl/0.0355) + (%S/0.016)) Exemplo de cálculo da DCAD para vacas secas NRC (2001) Elemento Conc. Dieta, em % MS Peso em milieq. (g) DCAD/100 gramas Na 0,10 0,023 +4,4 K 0,65 0,039 +16,7 Cl 0,20 0,0355 -5,6 S 0,16 0,016 -10,0 DCAD - - +5,5 Estratégias de alimentação para vacas no pós-parto (2-3 semanas) Ingestão de matéria seca (% do PV): Dia 07 - 2,5 % Dia 14 – 2,9 % Dia 21 – 3,4 % • Após, o consumo deve ser maior do que 3,5 % do peso vivo 6 Fase I - Balanço Negativo - 10 sem - Curva de produção ascendente até o pico entre 4 e 6 semanas. - Fase crítica, requer muita atenção. Ingestão aumenta gradativamente mas não consegue suprir todas as necessidades -> Vaca perde até 50 Kg de peso vivo. - Sempre fornecer concentrado e recalcular 2 vezes por semana a quantidade a ser aferecida ao lote - Pasto, silagem e/ou feno de ótima qualidade - Relação volumoso:concentrado -> 40:60 e no máximo 30:70 Estratégias de alimentação para vacas no pós-parto (2-3 semanas) Nível de energia entre 1,63 a 1,70 Mcal de ELl/kg de MS Elevar o nível de CNF para 36-44 % Manter um nível mínimo de 25 % de FDN Níveis de Proteína Nível de PB entre 16,5 e 17 %, sendo: – 62 a 66 % PDR; – 35 a 38 % PNDR e GORDURA Gordura (< 5 % da MS) Vitaminas A – 150.000 UI/dia D – 45.000 UI/dia E -600-800 UI/dia Minerais Ca – 0,8-1,0 % P – 0,39-0,42% Mg – 0,35 % K – acima de 1,4 % Na – 0,25 % Cl – 0,3 % S – 0,27-0,3 % Fe – 100 ppm Zn – 80 ppm Cu – 15-20 ppm Mn – 80 ppm Co – 0,4 ppm I – 0,8 ppm Se – 0,3 ppm Aditivos - Tamponantes - Leveduras - Ionóforos DCAD NO PÓS-PARTO = > 35 mEq/100 g de MS Perda de condição corporal = < 1.0 ponto (até 9 semanas) 7 Resultados adequados 1. A vaca parirsem dificuldade, sem auxílio e sem injúrias. 2. Não haver a ocorrência de desordens metabólicas e doenças infecciosas. 3. O consumo de MS aumentar rapidamente após o parto. Resultados adequados 4. A produção de leite aumentar exponencialmente, com pico aos 50-60 dias de lactação. 5. A vaca retornar a atividade ovariana rapidamente e com alta fertilidade. Fase II - Equilíbrio - 11 a 20 sem - Curva de produção descendente, peso constante e máximo de ingestão de Matéria Seca. - Vaca já consegue ingerir todos os nutrientes requeridos para mantença e produção - Alimentação continua a mesma porém a quantidade de concentrado pode ser recalculada de 10 a 15 dias - Relação volumoso:concentrado -> 50:50 Fase III - Balanço Positivo - 20 a 44 sem - Curva de produção ainda descendente, peso vivo subindo e ingestão de Matéria Seca começa a declinar. - Se for nas águas, um pasto de boa qualidade supre as exigências, mas o ideal é fornecer pelo menos um pouco de concentrado, pois já entra no terço final de gestação. - - Relação volumoso:concentrado -> 70:30 O que acontece quando ocorre a parição ? Consumo de Matéria Seca Escore de Condição Corporal Desejado 3.5-3.75 2.25-2.5 2.5-3.0 3.0-3.5 3.5-3.75 Parto 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Meses Produção de Leite Balanço Energético 12 11 Escore corporal 8 Potencial para Aumentar a Produção de Leite Pico Persistência MANEJO 35 % GENÉTICA 25 % NUTRIÇÃO 40 % FATORES QUE INFLUENCIAM A PRODUÇÃO DE LEITE EXIGÊNCIA NUTRICIONAL VACA 500 KG PV PRODUÇÃO LEITE/DIA MS kg Cab./dia PB % NDT % Ca % P % 10 LITROS 10,75 13,2 63,1 0,46 0,30 15 LITROS 12,69 14,6 65,3 0,51 0,33 20 LITROS 14,49 15,6 67,5 0,55 0,35 25 LITROS 16,17 16,3 69,7 0,58 0,37 30 LITROS 17,74 16,9 71,8 0,62 0,39 PARA MÁXIMA PRODUTIVIDADE UMA VACA DEVE: • Crescer rapidamente • Desenvolver-se forte e sadia • Começar a produzir aos 22 – 24 meses de idade • Ser boa produtora, dando uma cria a cada 12 meses • Manter alta produção em todas as lactações • Permanecer no rebanho até produzir acima de 45000 kg de leite SAÚDE DA VACA LEITEIRA • Fornecer a dieta balanceada 2 a 3 vezes ao dia • Observar o apetite e comportamento das vacas • Pesar periodicamente o leite das vacas • Reagrupar as vacas de acordo com a produção • Manter limpo o ambiente • Estar atento aos 3 principais problemas das vacas (mastite, problemas de casco e retenção de placenta) • Fazer controle de brucelose e outras doenças infecciosas da reprodução Outras considerações - Condição corporal ideal na parição: 3,5 – 4,0 - Principais alimentos usados para vacas em lactação: Farelo de soja, farelo de algodão, milho e farelo de trigo - Separar vacas segundo a produção - Oferecer dieta palatável (estimular consumo voluntário) - Regularidade no horário da alimentação - Fornecer água limpa e à vontade 9 Dicas para não estender o período de balanço negativo - Vaca não chegar gorda ao parto - Forragens de boa qualidade - Fornecer dieta volumosa a vontade - Manter sempre dieta fresca no cocho - Formular dietas de alto valor energético e com teor de fibra acima de 17% - Espaço adequado no cocho Medidas para vacas de alta produção - Oferecer maior nº de tratos por dia -Cocho no máximo 15 metros do bebedouro e perto da sombra *10 a 15 cm de bebedouro por vaca 70 a 80 cm de cocho por vaca -Alimentar nas horas mais frescas do dia Ração Total Sistema no qual todos os ingredientes são pesados e misturados para manter a mesma composição nutricional evitando seleção dos animais Ingrediente Volumosos (silagem, feno) + concentrado + suplementos vitamínicos e minerais + **aditivos Usada para vacas de altíssima produção, que ficam em confinamento total. Como o consumo de concentrado é alto, evitamos assim a acidose metabólica por seleção. Ração Total Vantagens: - Pode-se utilizar ingredientes menos palatáveis e subprodutos - Menor custo de alimentação (menores perdas) e menor custo de mão-de-obra - Menor seleção pelos animais, reduzindo a incidência de distúrbios metabólicos - Não há competição entre os animais Ração Total Desvantagens: - Alto custo do equipamento (balança eletrônica) - Monitoramento frequente da qualidade da mistura - Dificuldade em picar o feno - Rebanhos que utilizam pastagens não podem usar DIETA TOTAL PARA VACAS EM LACTAÇÃO Exigências Nutricionais de vacas em lactação (NRC 2001) Manutenção Corporal 35 g de NDT por Kg de PV0,75 3,5 g de PB por Kg de PV0,75 PV0,75 = Peso Metabólico Produção de leite 1 kg de leite com 4% de gordura: 0,322 kg de NDT e 0,090 kg de PB 1 kg de leite com 3,5% de gordura: 0,301kg de NDT e 0,084 kg de PB Ajuste do teor de gordura para 4% =(0,4 x prod.leite) + (15 x kg mat.gorda) 10 DIETA TOTAL PARA VACAS EM LACTAÇÃO Composição da dieta para vacas de 500 kg de peso vivo (NRC) <11 kg leite/d = 13% de PB; 63% de NDT; 0,43% Ca; 0,31% P; 0,18% Na. 11 a 17 kg leite/d = 14% de PB; 67% de NDT; 0,48% Ca; 0,34% P; 0,18% Na. 17 a 23 kg leite/d = 15% de PB; 71% de NDT; 0,54% Ca; 0,38% P; 0,18% Na. >23 kg leite/d = 16% de PB; 75% de NDT; 0,60% Ca; 0,40% P; 0,18% Na. DIETA TOTAL PARA VACAS EM LACTAÇÃO Composição da dieta para vacas de 500 kg de peso vivo (LANA, 2005) 18 kg leite/d = 13,6% de PB; 70% de NDT; 50% FDN, CMS 15,6 kg/d. 21 kg leite/d = 14,4% de PB; 71% de NDT; 41% FDN; CMS 16,6 kg/d. 24 kg leite/d = 15,1% de PB; 73% de NDT; 33% FDN; CMS 17,5 kg/d. Free Stall DIETA TOTAL PARA VACAS EM LACTAÇÃO (NRC 1978) Vacas de 500 kg de peso vivo produzindo: 10 kg leite/dia consumo máximo de 2,3% do PV 20 kg leite/dia consumo máximo de 2,8% do PV 30 kg leite/dia consumo máximo de 3,4% do PV. CONSUMO VOLUNTÁRIO DE MATÉRIA SECA (NRC 1989) Fórmula de estimativa do consumo de matéria seca que considera o PV e a % de NDT da dieta: CMS (kg/d) = (PV x 5,4) / 500 x {1- (%NDT/100)}. (NRC 2001) considera o peso vivo a produção de leite e a % gordura : CMS (kg/d) = (-4,69) + (0,0142 x PV) + (0,356 x kg leite) + (1,72 x %gordura). A % de FDN da dieta deve influenciar o consumo, segundo Mertens 1983 o consumo voluntário de matéria seca em %PV deve ser 120/%FDN da dieta. A dieta misturada total consiste em fornecer juntos volumoso e concentrado de forma que o animal ingira todos os nutrientes de forma balanceada, garantindo uma boa estabilidade ruminal, aumentando a eficiência de utilização dos nutrientes do alimento DIETA TOTAL PARA VACAS EM LACTAÇÃO Alimento %MS %NDT %PB %Ca %P Silagem Milho 33,0 65,0 7,5 0,31 0,19 Milho Grão 88,0 88,0 9,0 0,03 0,25 Farelo Soja 89,0 81,0 48,0 0,33 0,58 Farelo Algodão 90,0 66,0 31,0 0,25 0,80 VOLUMOSO % CONCENTRADO % % NDT DIETA % PB DIETA 100 0 65 7,5 90 10 67 9,2 80 20 69 10,9 70 30 71 12,6 60 40 73 14,3 50 50 75 16,0 40 60 77 17,7 Volumoso: 65% NDT e 7,5% PB Concentrado: 85% NDT e 24,5% PB DIETA TOTAL PARA VACAS EM LACTAÇÃO 11 FIM
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