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DOENÇAS RESPIRATÓRIAS – CAVIDADE NASAL INFECCÇÃO DO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR EM FELINOS Muito comum em gatos – 90% dos casos são causados por herpesvírus e calicevírus felino. Outros agentes podem causar a doença como vírus, e bactérias – patógenos secundários Infecção: Portadores Gatos doentes Fômites Mais susceptíveis: Animais jovens, imunossuprimidos e estressados Após a resolução dos sinais o animal se torna portador (semanas a anos) Manifestações: Aguda Crônica ou intermitente Crônica e persistente SINAIS CLÍNICOS - Aguda: Febre, espirros, secreção nasal serosa ou mucopurulenta, conjuntivite e secreção ocular, hipersalivação, anorexia e desidratação; Caso causado por herpesvírus felino: Podem desenvolver úlcera de córnea, aborto e morte neonatal Quando causado por Calicevírus: Podem desenvolver úlcera oral, pneumonia intersticial e poliartrite FCV (cepas muito virulentas): Doença severa, edema facial e nos membros – vasculite, altas taxas de mortalidade Bordetella – Tosse e pneumonia intersticial leve em filhotes Pode haver recorrência periódica em felinos estressados e imunossuprimidos Alguns gatos podem apresentar sinais crônicos e persistentes → secreção nasal DIAGNÓSTICO Histórico + achados de exames A identificação dos agentes é difícil, sendo mais útil em gatis Recomendado fazer quando há suspeita de Chlamydophila Testes: 1. Imunofluorescência 2. Isolamento viral 3. Cultura bacteriana 4. PCR 5. Titulação de anticorpos TRATAMENTO Em muitos animais a doença é limitante, então pode ser feito o tratamento de suporte: hidratação, necessidades nutricionais, remoção das secreções (sala vaporizada 2x ao dia) Descongestionantes tópicos pediátricos: Fenilefrina 0,25% ou oximetazolina 0,025% → 1 gota em cada narina por no máximo 3 dias Antibioticoterapia – Sinais mais graves → Ampicilina ou amoxicilina Em caso de Bordetella, Chlamydophila ou Mycoplasma → Doxiciclina Azitromicina – gatos difíceis de medicar Antivirais: Em casos de HVF Lisina – pode antagonizar a arginina, o qual é promotor da replicação do HVF – mg/gato/h ou interferon ômega e interferon alfa 2-b Úlceras de córnea: Antivirais tópicos (2 a 3 semanas) - Trifluridina, Idoxuridina e Adenina arabinosida (difíceis de achar) Antibióticos tópicos: Cloranfenicol Alívio da dor → Atropina Em caso de Chlamydophila: - Pode ocorrer conjuntivite - Antibióticos orais → 3 semanas - Colírio oftálmico – até 14 dias após a resolução dos sinais *Cloranfenicol *Tetraciclina PREVENÇÃO 1 . Evitar a exposição aos agentes infecciosos 2. Fortalecer a imunidade 3. A maioria é relativamente resistente a problemas prolongados Vacinação regular: 6 a 10 semanas de idade, repetir em 3/ 4 semanas Reforço anual ou a cada 3 anos Reprodutoras devem ser vacinadas antes da gestação Diminui a gravidade dos sinais clínicos, mas não previne Vacinas contra Bordetella ou Chlamydophila em gatis RINITE BACTERIANA Pode ser ocasionada por: Bordetella bronchiseptica → ocasionalmente em gatos, raro em cães Mycoplasma A maior parte é de causas secundárias DIAGNÓSTICO Secreção nasal mucopurulenta Culturas: Muitas colônias de apenas 1 a 2 espécies = POSITIVO Muitos organismos diferentes = FLORA NORMAL Mycoplasma requer meio especial Biópsias Resposta a antibióticos TRATAMENTO Fazer cultura e sensibilidade bacteriana Pode ser necessário tempo prolongado em doenças crônicas Na possibilidade da cultura e antibiograma – caso não haja resposta em uma semana → descontinuar PROGNÓSTICO É bom, mas depende da correção da doença subjacente, caso essa exista (como por exemplo um corpo estranho) RINITE POR AFECÇÃO DENTAL Afecção periodontal Abcesso periapical associado Cáries Fratura dental Tratamento → remoção do dente enfermo e curetagem do alvéolo Fístula oronasal MICOSES NASAIS Cryptococcus neoformans – Mais comum em gatos Criptococose: Penetra pelo trato respiratório e pode se disseminar para outros órgãos: Cavidade nasal, SNC, olhos, pele e subcutâneo, pulmão (raro) O tratamento da Criptococose: Anfotericina B – apenas em doenças disseminadas, Cetoconazol, Itraconazol, Fluconazol, 5-Flucitosina – SNC Até 1 a 2 meses após a resolução da doença clínica Aspergillus fumigatus – Mais comum em cães Aspergilose pode: ser oportunista; apresentar outra condição nasal que predispõe o animal a infecções secundárias ou uma exposição excessiva – animais saudáveis O Penicillium – pode causar sinais semelhantes A aspergilose pode causar sensibilidade a palpação da face, despigmentação ou ulceração da parte externa das narinas, e envolvimento pulmonar não é esperado. Na radiografia → pode ocorrer destruição dos ossos nasais na doença avançada Rinoscopia → Placas brancas a verdes de bolo É possível fazer citologia, histologia e cultura fúngica (difícil de interpretar) Lavagem nasal Tratamento da Aspergilose: Clotrimazol tópico – cateter nasal Itraconazol oral 5mg/kg/12 h/90 dias pós cura Prognóstico – bom a reservado FENDA PALATINA Ocasionais no cão e raras em gatos A sucção é praticamente impossível O tratamento é cirúrgico → 2 a 3 meses NEOPLASIAS Adenocarcinoma é o mais comum em cães Linfossarcoma é o mais comum nos gatos Fibroma possui causa desconhecida Carcinoma epidermóide – Animais brancos/9 anos → focinho e orelhas Sinais clínicos: Corrimento sanguinolento/purulento Episódios de epistaxe TUMORES NASAIS Diagnóstico: Raio -x – pode confundir com rinite (fazer rinoscopia/rinotomia) Tratamento: Excisão cirúrgica Quimioterapia/radioterapia Prognóstico: desfavorável Exemplo de doenças → TVT DOENÇAS RESPIRATÓRIAS – LARINGE PARALISIA DE LARINGE Rara em gatos Falha na abdução das cartilagens aritenoides durante inspiração, levando à obstrução das vias aéreas superiores A causa mais comum é idiopática, mas também pode ser causada por traumas, neoplasias, polineuropatia/polimiopatia SINAIS CLÍNICOS Se apresenta em qualquer idade ou raça, porém a maioria ocorre em idosos e raças grandes Causa – Angústia respiratória Estridor Mudança na voz do animal Exercícios, estresse, calor – descompensar ➔ Cianose ➔ Síncope ➔ Morte DIAGNÓSTICO Laringoscopia Movimento das cartilagens aritenóides durante o plano superficial de anestesia Verificar presença de corpos estranhos, neoplasia ou outras alterações TRATAMENTO Alívio da obstrução das vias aéreas superiores – emergência → Cirurgia Raramente observa-se resolução completa dos sinais → tratamento de suporte Prognóstico: varia conforme a causa Prognóstico Reservado a bom 14% morrem por pneumonia por aspiração (assim como as cartilagens não se abrem corretamente para a respiração, não fecham corretamente durante a deglutição) Estudo realizado → 1800 dias de sobrevida em 140 cães SÍNDROME DOS BRAQUICEFÁLICOS Aspectos clínicos: Ruídos respiratórios altos, estertor, aumento do esforço inspiratório, cianose e síncope (todos esses sinais são exacerbados com o exercício, excitação e altas temperaturas Narinas anormais → espaços aéreos nasal e faríngeo reduzidos → excesso de palato mole → distorção e colapso de laringe = DISPNÉIA DOENÇAS DA TRAQUÉIA TRAQUEOBRONQUITE Pode ser infecciosa ou não infecciosa Geralmente autolimitante – curso de 7 a 14 dias Conhecida como ‘tosse dos canis’, é aguda e muito contagiosa Alguns agentes envolvidos: 1. Adenovírus canino 2 – CAV-2 2. Parainfluenza – PIV3. Coronavírus respiratório canino 4. Bordetella bronchiseptica 5. Patógenos secundários Sinais clínicos – Tosse acentuada (em sua maioria seca, mas quando há infecção pode se tornar produtiva) O início é súbito e os animais tem histórico de acesso a rua, ou que tenha contato com outros animais doentes Tosse induzida pela palpação na traquéia Outros sintomas: engasgos, náusea e secreção nasal Forma não complicada: Sem alterações sistêmicas Complicada: Complicações respiratórias graves Pneumonia bacteriana secundária – animais muito jovens, com baixa imunidade ou anormalidades pulmonares preexistentes, como a bronquite crônica canina Diagnóstico: Clínico na maioria das vezes. Quando a doença é mais grave é necessário: 1. Hemograma 2. Radiografias torácicas 3. Análise do lavado traqueal (inflamação aguda) 4. Cultura bacteriana e antibiograma 5. PCR 6. Sorologia 7. Testes para influenza canina Tratamento: Autolimitante, logo → repouso de 7 dias Antitussígenos → NÃO UTILIZAR EM TOSSE PRODUTIVA Tosse seca → é possível prescrever: Codeína 0,25% /kg/VO/BID a QID Dextrometorfano 1-2mg/kg TID ou QID VO Butorfanol 0,5mg/kg QID ou BID VO -Torbutrol Bitartarato de hidrocodona 0,25mg/kg TID ou BID VO -- Broncodilatadores: Aminofilina, Terbutalina, Albuterol CASO HAJA MUITA SECREÇÃO PODE-SE FAZER VAPORIZAÇÃO OU NEBULIZAÇÃO COM SOLUÇÃO FISIOLÓGICA Antibióticos – Caso haja suspeita de pneumonia bacteriana secundária Bordetella (não eliminam o agente das vias aéreas comprovadamente) Fluoroquinolonas Amoxicilina com clavulonato 20-25mg/kg TID 5 dia após a resolução clínica ou mínimo de 14 dias NÃO USAR GLICOCORTICÓIDE!! NÃO FUNCIONA NESSE CASO!! Prevenção: Evitar exposição Vacinação: 1. B. bronchiséptica → 2 doses e reforço anual 2. Parainfluenza e B. bronchiséptica – 1 dose + reforço anual 3. CAV – 2, Parainfluenza e B. bronchiséptica Prognóstico: excelente! COLAPSO DE TRAQUÉIA Causa comum de tosse em cães, sendo rara em gatos, mas quando ocorre está relacionada a traumas e neoplasias É uma anormalidade inerente à cartilagem traqueal Pode afetar a traqueia cervical, intratorácica ou a parede bronquial em uma ou muitas regiões, nas porções dorsoventral ou lateral Grau 1 a 4 (broncoscopia) Tosse → inflamação traqueal crônica → lesão na mucosa traqueal → tosse ... PREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO: Raro em felinos Poodle miniatura, Yorkshire terrier, Chihuahua, lulu da pomerânia, shi-tzu e lhasa apso Aparecimento dos sinais: 4 > anos (mais comum) < 1 ano – geralmente bem grave ASPECTOS CLÍNICOS Manifestações agudas → progressão aguda (leva até anos) A tosse é seca e alta – som de ‘grasnar de ganso’ Agravantes: Agitação, calor, umidade, exercício, obesidade, obstrução das vias superiores e tosse (além do uso de coleiras cervicais) Sinais clínicos sistêmicos são incomuns (quando há são: perda de peso, anorexia e depressão) Casos graves: Angústia respiratória, cianose sincope, sibilos e crepitações Exame físico: Tosse facilmente produzida Comum a associação com bronquite crônica canina DIAGNÓSTICO Sinais clínicos + Raio x cervical e torácico (principalmente diagnósticos e imagem) Inspiração → cervical Expiração → torácica Fluoroscopia – produzir tosse Broncoscopia (o melhor) Lavado traqueal (para citologia e cultura bacteriana) TRATAMENTO Medicamentoso por no mínimo 1 ano Perda de peso (obesos) Coleiras peitorais sempre Repouso Evitar superaquecimento FÁRMACOS Antitussígenos para quando não houver pneumonia Broncodilatadores – cães com sinais de bronquite crônica Anti-inflamatórios esteroides – por curto período de tempo (prednisona) Sulfato de condroitina 6% - 3 mg/kg SC a cada 3 dias Antibióticos somente se existir infecção secundária evidente Tratamento cirúrgico quando não houver resposta ao tratamento clínico PROGNÓSTICO É variável DOENÇAS DAS VIAS RESPIRATÓRIAS INFERIORES ➔ BRONQUITE FELINA IDIOPÁTICA Origem – idiopática As vias aéreas dos gatos são mais reativas e predispostas à broncoconstrição que as dos cães; Necessário fazer um vasto diagnóstico diferencial 1. Parasitas pulmonares 2. Dirofilariose 3. Bronquite alérgica 4. Bronquite bacteriana ou viral 5. Toxoplasmose 6. Fibrose pulmonar 7. Carcinoma 8. Pneumonia por aspiração Acomete qualquer idade (geralmente adultos jovens e meia idade) ASPECTOS CLÍNICOS Sibilos audíveis, tosse ou angústia respiratória ou ambos Frequentemente tem progressão lenta, e não ocorrem manifestações sistêmicas É importante pesquisar alérgenos ou irritantes potenciais que possam levar ao agravamento de bronquite, independentemente da etilogia - Areia nova - Cigarros - Fumaça de lareira - Limpadores de carpetes - Spray para cabelo - Modificações no meio - Estresse → taquipneia DIAGNÓSTICO Anamnese + exame físico Alterações radiográficas do tórax (não detecta sinais discretos) Eliminação de diagnósticos diferenciais Gatos em angustia respiratória não devem ser submetidos a exames que causem estresse Lavado traqueal → para citologia e cultura (inflamação e muco) Pesquisa de parasitas pulmonares (Dirofilaria) Hemograma – eosinofilia – não especifico TRATAMENTO Estabilização de emergência – O² Meio ambiente (melhorar a qualidade do ar, evitar areia perfumada, limpeza da casa) Glicocorticoides de ação rápida (Succinato sódico de prednisolona – até 10 mg/kg/IV Podem aliviar as manifestações clínicas na maioria dos gatos e proteger as vias aéreas dos efeitos prejudiciais da inflamação crônica Ação curta → prednisolona (menor dose eficaz) 0,5 – 1mg/kg/12h Dobra-se a dose em uma semana se não houver resposta Após o controle, reduz-se novamente 0,5 mg/kg em dias alternados Broncodilatadores: Indicados para gatos que não respondem aos glicocorticoides, ou que necessitam de doses altas deles, ou que ainda sofram de exacerbações periódicas das manifestações → Terbutalina SC (ótimo em emergências) Se necessário albuterol ou salbutamol → via inalatória ou oral (xarope) Antibiótico: Contra Mycoplasma → Doxiciclina (14 dias + água) PROGNÓSTICO É bom para a maioria dos pacientes A cura é improvável (recidivas) Risco de morte súbita Alterações permanentes e enfisema BRONQUITE ALÉRGICA É uma resposta de hipersensibilidade das vias aéreas a um alérgeno: inalados ou alimentos Cães tem tosse aguda ou crônica, e angústia respiratória ou sibilos (raro) DIAGNÓSTICO Pode evoluir: Bronquite crônica → cães Bronquite felina idiopática → Gatos Exame físico + achados radiográficos Inflamação eosinofílica no fluido do lavado traqueal Diferencial: Dirofilariose e parasitas pulmonares TRATAMENTO Identificação do alérgeno → resolução das manifestações Testes com dietas diferentes Glicocorticóides e broncodilatadores BRONQUITE CRÔNICA CANINA Síndrome que ocorre na maioria dos dias durante 2 ou mais meses consecutivos do último ano na ausência de outra doença ativa Inflamação neutrofílica e evidente produção de muco Presume-se: infecção, alergia, irritantes ou toxinas inaladas ASPECTOS CLÍNICOS Cães de meia idade a idosos, geralmente de raças pequenas (principalmente com predisposição a insuficiência da mitral – aumento do átrio esquerdo e compressão dos brônquios) Principal sinal: tosse com evolução progressiva (alta e ruidosa) Há também: Hipersecreção de muco Tosse produtiva ou não produtiva Sem manifestações sistêmicas Intolerância a exercícios (nem sempre) Complicações: Infecção bacteriana ou por Mycoplasma Traqueobroncomalácia Hipertensão pulmonar Bronquiectasia (dilatação permanente→ pneumonia bacteriana) Anamnese + exame físico: 1. Sons respiratórios 2. Crepitações 3. Sibilos 4. Angústia respiratória 5. Febre – pneumonia DIAGNÓSTICO Por eliminação das causas, logo, fazer um bom diferencial Raio x torácico – padrão bronquial com do interstício e sensibilidade de 50 a 85% Fluido traqueal – inflamação eosinofílica ou mista e maior quantidade de muco geralmente estão presentes Cultura (para Mycoplasma) e antibiograma Broncoscopia Dirofilariose Parasitas pulmonares Ecografia Avaliação sistêmica OBS: Nesses pacientes é recomendável fazer escovação dentária devido a aspiração da flora da orofaringe Hidratar as vias aéreas para facilitar a depuração mucociliar (não é recomendado diuréticos) Vaporização diária (pode não ajudar) Nebulização salina + fisioterapia respiratória Dieta em obesos + exercícios brandos Broncodilatadores: Teofilina → não associar com fluoroquinolonas e cloranfenicol ou reduzir a dose a 1/3 Glicocorticóides de ação curta – menor dose Prednisona: dose inicial 0,5 – 1,0 mg/kg/ 12 hrs Fluticasona 10-20mg/kg – borrifada na máscara 2x ao dia (5 a 10 movimentos respiratórios na máscara) Dipropionato de beclometasona – 30 a 50 x mais potente que a prednisona oral – 250 mg BID – 5 a 10 mov resp Diabetes - inaladores Supressores da tosse → Administração menos frequente – cautela (podem causar sedação) Hidrocodona → tosse grave PNEUMONIA FÚNGICA ✓ Blastomicose ✓ Histoplasmose ✓ Coccidiomicose ✓ Criptococose A infecção pode ser eliminada sem que o animal apresente manifestações respiratórias transitórias e também pode progredir e acometer os pulmões, isoladamente, ou se espalhar, sistemicamente para vários órgãos-alvo ou ainda, ambos os processos podem ocorrer. SINAIS CLÍNICOS ▪ Manifestações respiratórias ▪ Febre ▪ Perda de peso ▪ Linfadenopatia ▪ Coriorretinite ▪ Envolvimento sistêmico DIAGNÓSTICO Radiografias torácicas – padrão pulmonar difuso, nodular e intersticial Nódulos frequentemente miliares Lesões pulmonares calcificadas - histoplasmose Cultura fúngica – negativo não exclui TRATAMENTO Antifúngicos devem ser específicos para os agentes ▪ Anfotericina B ▪ Fluconazol ▪ Itraconazol PARASITAS PULMONARES Entre os principais parasitas pulmonares estão os nematódeos: ANGIOSTRONGYLUS VASORUM: Hospedeiros: Cães Localização: ventrículo direito, artéria pulmonar, parênquima pulmonar, e é considerado uma zoonose Infecção: Moluscos são HI, e os cães se infectam ao ingerirem os moluscos infectados ou hospedeiros paratênicos ❖ Os parasitas adultos provocam irritação mecânica no endotélio arterial, gerando problemas circulatórios ❖ Pneumonia moderada a grave ❖ Tromboembolismo pulmonar ❖ Migrações erráticas → rins, cérebro, olhos, artéria femoral e bexiga Sinais clínicos: Dispneia, tosse, emagrecimento, anemia, pneumonia e ICC Tratamento: Levamisol 10 mg/kg/VO SID por 2 dias ANGIOSTRONGYLUS ABSTRUSUS: Hospedeiros: Gatos e felídeos silvestres Localização: Artéria pulmonar, suas ramificações e parênquima pulmonar Infecção: Ingestão de moluscos terrestres (ou da secreção deixada por estes) ou hospedeiros paratênicos que ingeriram os moluscos Larvas infectantes → mucosa do sistema digestivo → sistema linfático → pulmões → evoluem para adultos As infecções geralmente são assintomáticas, mas podem provocar: ✓ Pneumonia ✓ Efusão pleural ✓ Piotórax ✓ Morte na ausência de tratamento Diagnóstico: Exame das fezes – técnica de Baermann (método ouro) Exame do lavado traqueobroncoalveolar Tratamento: Ivermectina 0,4mg/kg SC dose única Fenbendazol 50mg/kg VO BID de 10-14 dias DIROFILARIA IMMITIS: Hospedeiros: Cães e gatos (gatos geralmente são mais resistentes) Localização: Ventrículo direito e artéria pulmonar ❖ Transmitidos por insetos como Culex, Anopheles e Aedes Quadro clínico: 1. Classe I: subclínico – pequenas alterações na parede das artérias e do parênquima pulmonar 2. Classe II – moderada – aumento das artérias pulmonares, aumento da câmara cardíaca direita, anemia 3. Classe III – grave – agravamento da classe II Gatos → quadro pulmonar agudo (asma brônquica) Diagnóstico: ✓ Histórico de origem do animal ✓ ELISA ✓ Exame direto de sangue fresco ✓ Ecocardiografia ✓ Radiografias – não são específicas Opções de tratamento: Tiacertasamida sódica – 2,2 mg/kg/IV/BID/2 dias – adulticida Melasarmida sódica – classe I e II – 2,5 mg/kg/SID/2 dias, classe III – 2,5 mg/kg dose única e após 30 dias duas aplicações com intervalo de 24 horas Ivermectina 0,05kg ou milbemicina oxima 0,5 mg/kg a cada 30 dias → eliminação rápida das microfilárias Ivermectina 0,006 – 0,012 mg/kg - duas doses com intervalo de 14 dias dias → eliminação gradual das microfilárias Selamectina – 6 mg/kg Moxidectin 0,003 mg/kg/VO Programas preventivos TOXOCARA CANIS, T. CATI, ANCYLOSTOMA CANINUM, A. BRASILIENSE Migração pelo parênquima pulmonar de cães e gatos Geralmente assintomáticos Infestações maciças – lesões e reação inflamatória Tosse e taquipneia em filhotes Infecção bacteriana – antibióticos PNEUMONIA POR ASPIRAÇÃO Doença pulmonar inflamatória decorrente da inalação de quantidades substanciais de material sólido ou líquido para os pulmões ➢ O mais comum é o conteúdo gástrico Complicação comum de animais com regurgitação ❖ Megaesôfago ❖ Esofagite de refluxo ❖ Obstrução esofágica Doença neurológica que interfere no refluxo de deglutição da laringe ou faringe Causas: Coma ou anestesia, tumores, síndrome braquicefálica, fenda palatina, alimentação forçada e óleo mineral Aspiração → ácido gástrico → injúria química → necrose tecidual, hemorragia, edema e broncoconstrição → resposta inflamatória aguda → redução da ventilação → hipoxemia → pode levar ao óbito O material sólido inalado deflagra uma reação inflamatória que inclui abundância de macrófagos. Essa resposta pode se tornar organizada, resultando na formação de granulomas A inalação de óleo mineral provoca reação inflamatória crônica – sinais frequentemente discretos ASPECTOS CLÍNICOS ❖ Manifestações respiratórias graves e agudas ❖ Anorexia ❖ Depressão ❖ Choque Outros: tosse crônica intermitente ou progressiva devido ao aumento de esforço respiratório, e ocasionalmente depressão. Pode haver ainda febre, auscultação – crepitação, e sibilos em alguns casos DIAGNÓSTICO ✓ Achados radiográficos sugestivos + evidência de condição predisponente ✓ Hemograma (frequentemente é normal) ✓ Lavado traqueal ✓ Cultura e antibiograma ✓ Broncoscopia – apenas para materiais grandes ✓ Diagnóstico específico – causa TRATAMENTO Sucção de baixa pressão – apenas nos anestesiados e imediatamente após a aspiração Angústia respiratória grave: ❖ Fluidoterapia ❖ Oxigenioterapia ❖ Broncodilatadores ❖ Glicocorticoides – choque ❖ Antibióticos – lavado, cultura e antibiograma PROGNÓSTICO Manifestações leves → excelente Doença grave → reservado a desfavorável EFUSÃO PLEURAL Classificação do líquido: por radiografia ou toracocentese ❖ Não forçar o animal a ficar em decúbito lateral!! ❖ A ultrassonografia causa menos estresse (usar para confirmação) Avaliar a angústia respiratória (animal chega dispneico) Análise citológica do líquido pleural coletado CLASSIFICAÇÃO X DOENÇA COMUM 1. Transudatos 2. Transudatos modificados → IC direita, pericardiopatia, hipoalbuminemia – TP, neoplasia, hérnia diafragmática 3. Exsudatos sépticos → Piotórax 4. Exsudatos assépticos → PIF, neoplasia, hérnia diafragmática, torção do lobo pulmonar 5. Efusão quilosa – Quilotórax 6. Efusões hemorrágicas – traumatismo, distúrbio de sangramento, neoplasia e torção de lobo pulmonar 7. Efusões causadas por neoplasias Concentraçãoproteica e na contagem de células nucleadas PIOTÓRAX Presença de exsudato séptico na cavidade pleural Mais frequentemente de origem idiopática: corpos estranhos, feridas penetrantes da cavidade torácica e rupturas esofágicas Aspectos clínicos: ❖ Agudo ou crônico ❖ Taquipneia ❖ Diminuição dos ruídos pulmonares ❖ Febre ❖ Letargia ❖ Anorexia ❖ Perda de peso ❖ Choque séptico Diagnóstico: radiografia torácica – antes e após a drenagem Citologia do líquido pleural: exsudato séptico Tratamento: ❖ Antibióticos → fazer cultura e antibiograma ❖ Fármacos: Amoxicilina + clavulanato – VO Ampicilina + sulbactam – IV De 4 a 6 semanas após a melhora ❖ Drenagem da cavidade pleural ❖ Suporte ❖ Toracotomia exploratória em alguns casos, principalmente quando suspeitar de corpos estranhos QUILOTÓRAX Acumulo de quilo dentro da cavidade torácica Se origina do ducto torácico, que transporta um líquido rico em triglicérides dos vasos linfáticos intestinais e extravasa no sistema venoso torácico anterior Causas: rupturas, neoplasias, massas e obstrução do fluxo linfático Ocorre em cães ou gatos de qualquer idade Sinais clínicos: desconforto respiratório, letargia, anorexia, perda de peso e intolerância aos exercícios Diagnóstico: radiografias torácicas e citologia do líquido Tratamento: ✓ Toracocentese ✓ Dieta pobre em gorduras ✓ Fluidoterapia ✓ Remover a causa ✓ Pode haver remissão espontânea ✓ Tratamento cirúrgico – após 2 a 3 meses → ligadura do ducto torácico Prognóstico: Reservado, exceto por trauma ou condição reversível PNEUMONIAS VIRAIS Doenças no parênquima e vias respiratórias posteriores causadas por agentes virais são raras, mas podem ocorrer em pacientes imunocomprometidos e costumam ser contagiosas Mecanismos de defesa: ❖ Clearance mucociliar ❖ Imunoglobulinas ❖ Fixação do complemento ❖ Interferons ❖ Linfócitos ❖ Macrófagos alveolares FISIOPATOLOGIA Defesas antivirais inadequadas, demoradas ou excessivamente ativadas = pneumonia viral pode ocorrer Lesão inicial causada pelo vírus no trato respiratório → influxo de neutrófilos A lesão direta e a posterior resposta inflamatória levam à descamação de células epiteliais e o lúmen dessas regiões fica preenchido por células descamadas, macrófagos, neutrófilos e mononucleares O dano tecidual também promove a perda de fluido rico em proteína para o espaço de ar (broncopneumonia) FISIOPATOLOGIA Lesões difusas (bacteriana – cranioventral) Gravidade variável: ▪ Pneumonia viral não complicada – doença moderada e autolimitante ▪ Infeção bacteriana secundária – complicação mais comum EPIDEMIOLOGIA Animais jovens Fatores ambientais: - Superpopulação - Ambientes pouco ventilados - Estresse DIAGNÓSTICO ▪ Histórico clínico do paciente ▪ Manifestações clínicas ▪ Exames laboratoriais ▪ Testes sorológicos ▪ Isolamento do agente ▪ Achados histopatológicos Diagnóstico definitivo: ✓ Imuno-histoquímica ✓ Isolamento viral ✓ Reação em cadeia pela polimerase TRATAMENTO De suporte, e caso seja necessário (animal sintomático) PROGNÓSTICO Variável PNEUMONIA BACTERIANA Incidência: comum em cães e pouco frequente em gatos Fatores de risco: ❖ Estado imunitário ❖ Idade ❖ Estado nutricional inadequado ❖ Distúrbios congênitos ou adquiridos (bacteremia, flebite, periodontite, megaesôfago, discinesia ciliar, miastenia gravis e paralisia de laringe) ❖ Ambientais ❖ Exposição a agrupamentos de cães ❖ Coinfecção ETIOLOGIA Podem ser causadas por bactérias aeróbias gram - positivas e negativas (anaeróbios são menos comumente relatados) Pode ocorrer infecção polimicrobiana A maioria resulta de bactérias da cavidade oral e faringe: ▪ Lobos pulmonares ventral e cranial dependentes da gravidade ▪ Via hematógena – padrão caudal ou difuso Adultos – anormalidade predisponente: ▪ Pneumonia por aspiração ▪ Megaesôfago ▪ Fenda palatina ▪ Bronquite crônica ▪ Corpos estranhos ASPECTOS CLÍNICOS Manifestações sistêmicas: ▪ Letargia ▪ Anorexia ▪ Febre – 50% dos casos ▪ Perda de peso ▪ Pode ter histórico de doença crônica das vias aéreas ou de regurgitação ASPECTOS CLÍNICOS: Exame físico: ▪ Respiração rápida e superficial ▪ Sibilos expiratórios e crepitações ▪ Assimetria dos sinais ▪ Sons pulmonares anormais - mais proeminentes sobre o campo pulmonar cranioventral DIAGNÓSTICO Hemograma - variadas ▪ Radiografias torácicas – variam com a doença subjacente → Distribuição cranioventral da doença alveolar → Achados variáveis ▪ Padrão alveolar ▪ Citologia do lavado traqueal e cultura ▪ Confirmação histológica – padrão ouro ▪ Buscar causa subjacente Lavado traqueal ▪ 5 a 7 dias para processamento ▪ Avaliação citológica (leucócitos com bactérias intracelulares, contagem de neutrófilos elevada com mudanças degenerativas) ▪ Cultura TRATAMENTO ▪ Oxigenioterapia - sintomas de desconforto respiratório e hipoxemia: 1. Ansiedade 2. Cabeça e pescoço estendidos 3. Respiração de boca aberta 4. Membros torácicos abduzidos 5. Esforços respiratório e abdominal aumentados 6. Taquipneia 7. Cianose – nem sempre presente ▪ Deve ser umidificado para não causar ressecamento das vias aéreas e piora no quadro: ✓ Máscaras - 1l/min pequeno porte /5 a 10l/min grade porte ✓ Mangueira – 2-4cm do nariz ou boca ✓ Colar elizabetano – 1l/min ✓ Gaiola de oxigênio – 40-60% ▪ Fluidoterapia: ✓ Para tratar hipoperfusão, desidratação e distúrbios acidobásicos e eletrolíticos ✓ Monitoração cuidadosa para não causar hiper-hidratação ✓ Velocidade de manutenção - somente ▪ Antibióticos: Manifestações clínicas leves a moderadas ✓ Amoxicilina+clavulanato ✓ Cefalexina ✓ Fluoroquinolonas – Gram negativos resistentes ✓ Bordetella – amoxicilina+clavulanato, doxicilina ou fluoroquinolonas Manifestações clínicas graves ou possibilidade de sepse ✓ IV ✓ Meropeném ✓ Ampicilina+sulbactam + Fluoroquinolona ✓ Ampicilina+sulbactam + Aminoglicosídeo Até uma semana após a resolução das manifestações clínicas Filhotes – duração de 5 a 7 dias pode ser suficiente ▪ Hidratação das vias aéreas: ✓ Fluidoterapia – dose de manutenção ✓ Não utilizar diuréticos ✓ Nebulização – duas a seis vezes ao dia – 10-30min cada – 10-15ml de NaCl0,9% ✓ Seguida por fisioterapia para promover a expectoração do exsudato ▪ Fisioterapia: ✓ Alternar decúbito ✓ Tapotagem ✓ Massagem vibratória ▪ Broncodilatadores: Broncoespasmo pode ocorrer secundariamente à inflamação, particularmente em gatos. Utilizar quando houver aumento do esforço respiratório – sibilos Monitorar os pacientes pois broncodilatadores podem levar à piora do desequilíbrio da relação ventilação/perfusão, exacerbando a hipoxemia São descontinuados se não houver melhor ou se houver piora Metilxantinas – teofilina ➔ Cães – 10mg/kg/VO/BID ▪ Gatos – 15mg/kg (comprimidos) e 9mg/lg (cápsula)/VO/SID ➔ Não utilizar se estiver administrando fluoroquinolonas ▪ Beta-agonistas – terbutalina, albuterol ▪ Outros tratamentos: Glicocorticóides – contraindicados Expectorantes – valor questionável ▪ Monitorização: Frequência respiratória, esforço respiratório, coloração das mucosas e hemograma e radiografias torácicas – a cada 24-72 horas ➔ Se não houver melhora em 72 horas – alterar o tratamento ➔ Se houver melhora – alta e reavaliação em 10 a 14 dias PROGNÓSTICO Geralmente é bom Reservados em animais com problemas subjacentes DOENÇAS DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO VAGINITES ❖ É a inflamação e infecção da vagina ❖ Muito comuns em cadelas (qualquer idade, castradas ou não), rara em gatasSinais clínicos: Lambedura constante da vulva Hiperemia da mucosa Presença de vesículas, úlceras, hipertrofia dos folículos linfóides, malformações, corpo estranho, restos fetais ou neoplasias DIAGNÓSTICO ✓ Citologia vaginal – apenas auxilia no diagnóstico, pois a secreção pode ser vaginal, uterina ou de vias urinárias ✓ Cultura e antibiograma ✓ Urinálise ✓ Ultrassonografia TRATAMENTO Antibióticos → antibiograma NEOPLASIA VAGINAIS Comum em cadelas, incomum em gatas Acima de 6 anos de idade (exceto para o TVT) Neoplasias benignas ▪ Liomioma ▪ Fibropapiloma (pólipos) ▪ Fibroma ▪ Fibroliomioma ▪ Lipoma ▪ Adenoma sebáceo ▪ Histiocitoma ▪ Melanoma benigno ▪ Mixoma ▪ Mixofibroma Neoplasias malignas ▪ Liomiossarcoma ▪ Adenocarcinoma ▪ Hemangiossarcoma ▪ Osteossarcoma ▪ Mastocitoma ▪ Carcinoma epidermóide ▪ Carcinoma de células escamosas com possibilidade de metástases distantes SINAIS CLÍNICOS ❖ Aumento de volume ❖ Vaginite ❖ Desconforto ❖ Os tumores em vagina cranial podem causar aumento de volume abdominal e retenção de urina DIAGNÓSTICO ▪ Palpação ▪ Raio x ou US – metástases ▪ Citologia aspirativa ▪ Exame histopatológico TRATAMENTO Cirurgia/quimioterapia TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL (TVT) É um tumor de células redondas de origem incerta e acomete principalmente a genitália externa e, com menor frequência, as regiões extragenitais de cães sexualmente ativos. Transmissão: A célula neoplásica é transmitida de indivíduo para indivíduo durante a cópula Pode ser transmitida também pelo hábito de cheirar ou lamber Crescimento do tumor começa entre 15 e 60 dias após a implantação Diferentes linhagens celulares ➔ Plasmocitoide – mais agressivo ➔ Linfocitoide DIAGNÓSTICO É feito por citologia TRATAMENTO Primeira escolha – sulfato de vincristina IV semanalmente, 0,5-0,7mg/m2 de superfície corporal: Remissão completa – 4 a 16 aplicações ❖ Casos resistentes: Associação – ciclofosfamida, metotrexato, doxorrubicina + radioterapia e cirurgia seguida por ao menos 3 sessões de quimioterapia Efeitos colaterais: ✓ Necrose perivascular ✓ Distúrbios digestivos ✓ Neuropatia periférica ✓ Mielotoxicidade – leucopenia – hemograma semanal: Leucócitos – inferior a 4000mm3 – adiar 4 a 5 dias até que a produção de leucócitos normalize PROGNÓSTICO Favorável FALSA PRENHEZ Fenômeno clínico no qual a fêmea que não está prenhe exibe comportamento maternal tal como aninhamento, a adoção de objetos inanimados, desenvolvimento das glândulas mamárias e lactação É considerada normal em cadelas e rara em gatas, ocorrendo depois do diestro (fase lútea), quando as concentrações de progesterona caem (causa aumento abrupto na secreção de prolactina Cadelas magras são menos propensas que as em condição corporal ideal SINAIS CLÍNICOS ✓ Aumento das glândulas mamárias ✓ Lactação ✓ Comportamento de aninhamento → mais comum ✓ Adotar “coisas” ✓ Agitação ✓ Irritabilidade ✓ Aumento abdominal ✓ Anorexia ✓ Vômitos DIAGNÓSTICO Histórico + achados do exame físico Exames de imagem para descartar prenhez – US TRATAMENTO Geralmente autolimitante - 2 a 3 semanas A estimulação das glândulas mamárias – aleitamento Jejum de 24 horas + aumento gradual até 5 dias – pode reduzir a lactação Fármacos que inibem a liberação de prolactina: Agonistas dopaminérgicos e antagonistas da serotonina • Cabergolina • Metergolina – não causa vômito Hiperexcitabilidade Agressividade Choramingos Pode ocorrer após OSH → remoção da fonte ovariana de progesterona ✓ Mais persistente ✓ A retirada dos ovários durante o período de falsa prenhez não é recomendada Falsa prenhez após OSH – hipotireoidismo ✓ Hormônio tireoidiano SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO TRAUMATISMO PENIANO Causas – brigas, atropelamentos, saltos, e traumatismos de acasalamento Lesões – fratura do osso peniano, hematomas e lacerações Diagnóstico – inspeção + radiografia (avaliar a integridade da uretra) Sinais - Geralmente são muito dolorosas, causando - ❖ Edema ❖ Contusão ❖ Hemorragia ❖ Prepúcio pode ser afetado, dependendo da exposição peniano no momento do trauma Tratamento ❖ Limpeza das feridas ❖ Desbridamento, se necessário ❖ Antibióticos tópicos ❖ Deve-se protrair o pênis duas vezes ao dia para evitar aderências, até que as lesões cicatrizem ❖ Evitar estímulos sexuais, pois a ereção pode resultar em hemorragias e deiscência ❖ Se houver fratura de osso peniano – avaliar a uretra ❖ Sonda uretral fixa ❖ Cirurgia, se necessária (uretra e osso peniano) ❖ Antibióticos sistêmicos PRIAPISMO Ereção anormal persistente que não está associada à excitação sexual Ocorre raramente em cães e gatos, algumas causas são: ❖ Lesões no cordão espinhal ❖ Anestesia geral ❖ Fenotiazínicos ❖ Tromboembolismo Tratamento – É variável e muitos proprietários não procuram tratamento até que o caso seja grave. É importante proteger a área até que o problema seja resolvido Alguns casos são cirúrgicos DISTÚRBIOS PENIANOS DIVERSOS Adquiridos ❖ Vesículas ❖ Úlceras ❖ Verrugas ❖ Neoplasias ❖ TVT Congênitos ❖ Persistência de frênulo peniano ❖ O Hipospadia DISTÚRBIOS PREPUCIAIS Pênis é impedido de se retrair para a cavidade prepucial Ocorre mais frequentemente após a ereção em cães Gatos – apenas nos de pelos longos – raro Sinais clínicos - dependem da duração ❖ Após alguns minutos – edemaciado e cada vez mais dolorido ❖ Lesão por má circulação contínua ❖ Quanto mais exposto mais propenso a traumatismos ❖ Superfície torna-se ressecada e pode desenvolver fissuras A uretra normalmente não é prejudicada Quando é de longa duração → necrose → amputação Tratamento - Retorno do prepúcio à configuração normal, restabelecimento da circulação e reposição na cavidade prepucial Caso ocorra exposição da glande – Fazer manobra para “desvirar” e expor o orifício prepucial → com o tempo há melhora da circulação e o edema começa a desaparecer Importante fazer uma limpeza da superfície Creme antibiótico tópico caso a mucosa esteja lesada Se não for possível corrigir → compressa de água gelada Muito raramente é feita a cirurgia FIMOSE Condição na qual o pênis fica preso na cavidade prepucial Geralmente é congênito Incomum em cães e gatos O tratamento é cirúrgico DISTÚRBIOS TESTICULARES – CRIPTORQUIDISMO Falha na descida de um ou ambos os testículos para o escroto, podendo estar: ▪ Cavidade abdominal ▪ Canal inguinal ▪ Tecido subcutâneo O Monorquidismo – ausência congênita de um testículo – extremamente raro Gatos – descida ocorre antes do nascimento Cães – 10 a 42 dias após o nascimento Diagnóstico → até os 6 meses de idade Incidência - Gatos – 1,2 – 1,7% Cães – 1,2 – 5% Geralmente associado a linhagem familiar Predisposição racial - Boxer – 10,7% Machos (heterozigotos não manifestam) e fêmeas carreiam o gene Espermatogênese pode não ser recuperada completamente, mesmo com posterior descida do testículo Libido e características sexuais – permanecem normais Tratamento cirúrgico - Tem risco aumentado de neoplasia testicular do testículo retido (probabilidade 13 x maior), logo a cirurgia é necessária Ultrassonografia pode ajudar na localização NEOPLASIAS TESTICULARES Muito comuns em cães com mais de 10 anos Raros em gatos Tumores mais comuns: ▪ Tumores testiculares de célula de Sertoli ▪ O Tumores de células de Leydig ▪ O Seminomas ORQUITE E EPIDIDIMITE Mais comum nos cães que nos gatos Bactérias aeróbicas mais frequentes ▪ Mycoplasma ▪ Brucella canis ▪ Blastomyces ▪ Ehrlichia ▪ Febre maculosa das Montanhas Rochosas ▪ PIF Diagnóstico ▪ Exame físico ▪ Ultrassonografia ▪ Citologia e cultura – aspiraçãoe sêmen ▪ Pode ser negativa nos casos crônicos ▪ Sorologia para B. canis ▪ Avaliar também a próstata Tratamento ▪ Antibióticos ▪ Antibiograma ▪ Unilatateral – antibióticos + cirurgia AFECÇÕES DA PRÓSTATA Comuns em cães e muito rara em gatos Sinais clínicos mais comuns ▪ Gotejamento de sangue independente da micção ▪ Infecções recorrentes do trato urinário ▪ Tenesmo Outros sinais Infecção bacteriana e neoplasia ▪ Febre ▪ Mal-estar ▪ Dor abdominal caudal Adenocarcinoma prostático ▪ O Metástase na pelve e vértebras lombares → Anormalidades de locomoção Diagnóstico Realizar a palpação retal e observar: ▪ Tamanho ▪ Forma ▪ Simetria ▪ Consistência ▪ Desconforto Diagnóstico por imagem (Não diferenciam uma alteração das outras) Radiografia – Tamanho, forma e posição US – Extremamente importante! Citologia prostática – urinálise – pré e pós ▪ Massagem prostática ▪ Técnica da escova uretral Cultura bacteriana - normal - <100 UFC/ml Biopsia (caso suspeite de tumor) – pode ser feita guiada por US, mas não é um método muito fácil de ser feito Na US, pode-se observar: ▪ Homogeneidade do parênquima prostático ▪ Diâmetro da uretra ▪ Natureza da doença focal ou difusa Citologia do ejaculado: É mais confiável se os cães estiverem com cistite Coletar terceira fração HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA Mais comum nos cães, e em machos inteiros aos 6 anos Causa - estimulação androgênica (pode ser subclínica) ASPECTOS CLÍNICOS ▪ Tenesmo ▪ Gotejamento sanguíneo uretral na ausência da micção ▪ Hematúria ▪ Hemospermia Retenção urinária é rara DIAGNÓSTICO Palpação retal → aumento de forma simétrica (difuso) e próstata não dolorida (na prostatite tem dor e na HPB não Por imagem → Radiografia – prostatomegalia Ultrassonografia: Acometimento difuso e relativamente simétrico da próstata É comum haver pequenas estruturas císticas, múltiplas e difusas Hiperplasia glandular que progride para hiperplasia cística Citologia e cultura Biópsia prostática Urinálise TRATAMENTO Casos assintomáticos – não é necessário tratar O melhor tratamento é a castração, mas caso o animal seja destinado a reprodução, pode-se aplicar um tratamento medicamentoso que é feito através de: Terapia antiandrogênica + aspiração dos cistos, cultura e antibiograma Estrógenos não são utilizados já que causam metaplasia escamosa, aumentam as alterações císticas e diminuem a espermatogênese, além de provocar efeitos tóxicos na medula óssea Progestágenos: Possuem efeitos antiandrogênicos; Não intereferem na libido dos cães ▪ Acetato de megestrol – 0,5mg/kg/VO/SID/10-30 dias ▪ Acetato de delmadinina – 1,5mg/kg/SC nas semanas 0, 1 e 4 ▪ Acetato de medroxiprogesterona –3mg/kg, dose única ▪ Funciona em 84% dos cães tratados ▪ Possuem efeito na função das adrenais, secreção do hormônio do crescimento e na homeostasia da insulina e da glicose Altas doses: ▪ Deprimem a espermatogênese e a motilidade espermática ▪ Aumentam os defeitos morfológicos nos espermatozóides ▪ Suprimem as concentrações de testosterona Finasterida ▪ Inibe a 5-α-redutase mediante a inibição da conversão de testosterona em diidrotestosterona ▪ 0,1-0,2mg/kg/SID/VO até 5mg/kg/dia ▪ Pode ser administrada por vários meses ▪ Resposta a partir de 1 semana ▪ 8 semanas – diminuição significativa ▪ Teratogênica – caso a proprietária esteja gestante, não deve manipular esse fármaco ▪ Volume do líquido prostático diminui, mas não há efeito aparente sobre a qualidade do sêmen ▪ Libido e ejaculação não são afetadas Cirúrgico: Involução completa em 12 semanas Sangramento prostático – 4 semanas Toxina botulínica é um fármaco quem vem sendo utilizado para essa finalidade METAPLASIA ESCAMOSA CAUSAS ▪ Tumores das células de Sertoli secretores de estrógeno ▪ Criptorquidismo ▪ Tumores de adrenais (raramente) ▪ Terapia estrogênica ▪ Aumento no tamanho da próstata DIAGNÓSTICO Anamnese e exame físico - Criptorquidismo - Sinais idênticos aos de HPB Aumento do número de células epiteliais escamosas no ejaculado ou aspirado Biopsia SINAIS DE HIPERESTROGENISMO ▪ Alopecia ▪ Pigmentação ▪ Feminização dos machos ▪ Ginecomastia ▪ Escroto e prepúcio pendulares ▪ Supressão de medula óssea ▪ Espermatogênese deprimida ▪ Atrofia testicular TRATAMENTO Remoção da fonte de estrógeno Castração (tumores testiculares) Descontinuidade dos fármacos PROSTATITE BACTERIANA E ABCESSO PROSTÁTICO Prostatite é uma das doenças mais perigosas para os pequenos animais, podendo levar os animais a óbito e muitas vezes ocorre de forma silenciosa. Proteção da próstata A próstata é protegida contra a colonização bacteriana: ▪ Produção local de IgA ▪ Fator prostático antibacteriano ▪ Remoção de microrganismos – micção Disseminação: DIAGNÓSTICO ❖ Histórico agudo de doença grave ❖ Dor abdominal ❖ Corrimento prepucial hemorrágico ❖ Febre, desidratação, dor à palpação da próstata (normal ou ❖ aumentada) ❖ Septicemia e endotoxemia Palpação – Assimetria Prostatomegalia Áreas flutuantes Citologia - Fluido prostático → 103 a 105 unidades formadoras de colônia/ml Aspirado da próstata Cultura da urina - Hematúria, piúria e bacteriúria Ultrassonografia - Espaços intraparenquimatosos preenchidos por líquido que são compatíveis com abscesso Hemograma - Leucocitose neutrofílica Sinais de toxicidade nos neutrófilos Monocitose TRATAMENTO Casos graves → cultura e antibiograma → antibióticos Antibioticoterapia: Quinolonas Ampicilina Cefalosporinas de 1° geração Duração: Mínimo 4 semanas Cultura 2 a 4 semanas após o término. Crônica – 4 semanas – repetir culturas por vários meses Castração – 10% recidivam O tratamento deve ser imediato e agressivo, através de: ▪ Fluidoterapia ▪ Abscessos grandes – cirurgia ▪ Cultura e antibiograma CISTOS PARAPROSTÁTICOS Se localizam fora do parênquima, mas ligadas por um pedúnculo ou aderências Podem se tornar extremamente grandes Os sinais são compressivos Tratamento → excisão do cisto e castração NEOPLASIAS Adenocarcinoma Cães idosos Altamente invasivo – metastatiza para linfonodos sublombares, pelve e vértebras lombares Prognóstico – ruim, mas é melhor quando os animais são castrados antes do aparecimento do tumor LINFOMA EM CÃES E GATOS Linfossarcoma ou Linfoma maligno Definição → Neoplasia das células linfóides que acometem linfonodos ou órgãos hematopoiéticos sólidos, como o fígado ou o baço Cães: ▪ 7 a 24% - Tumores malignos ▪ 3° neoplasia mais comum ▪ Idade ▪ Predisposição racial - Boxer, Golden, Rottweiller, Labrador, São Bernardo, Beagle, Chow Chow, Poodle Gatos: ▪ Apresentação - 4 a 19 anos ▪ FIV (+) - 6X mais predisp. ▪ FeLV (+) - 75X mais predisp. ▪ 70% animais com diagnóstico ETIOLOGIA ▪ É multifatorial ▪ Infecções Virais / Tabagismo ▪ Exposições a herbicidas ▪ Aberrações cromossômicas ▪ Predisposição genética ▪ Exposição a radiação Classificação anatômica: ▪ Multicêntrico ▪ Alimentar ▪ Mediastínico ▪ Extranodal ▪ Nasal, renal e SNC Síndrome paraneoplásica – hipercalcemia de 20 a 40 % Células neoplásicas - síntese protéica (similar ao PTH) - reabsorção de cálcio ósseo — hipercalcemia!!! — lesão glomerular e tubular pelo acúmulo de Ca — perda da capacidade de concentração da urina — insuficiência renal. DIAGNÓSTICO Exame Citológico → 90% dos cães é conclusivo (gatos 70%) Exame histopatológicoe imunoistoquímica Diagnóstico + estadiamento clínico ❖ Anamnese ❖ Exame Físico ❖ Exames Complementares: hemograma – linfócitos atípicos, trombocitopenia, anemia ❖ Função renal e hepática ❖ Urina tipo 1 ❖ Cálcio e fósforo séricos ❖ Mielograma ❖ Radiografia abdominal e torácica ❖ Ultrassonografia ❖ Eletro/Ecocardiograma ❖ FIV/FeLV ❖ Ressonância / Tomografia Computadorizada ❖ Análise de Liquor Estadiamento clínico para o linfoma em felinos DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS Outras causas de linfadenomegalia ▪ Infecciosas - Erliquiose, Leishmaniose, Toxoplasmose ▪ Imunomediadas - Lúpus e Pênfigo ▪ Outros tumores metastáticos Pacientes com sinais de efusão pleural ▪ ICC; Hemotórax, Quilotórax, Piotórax ▪ Outras neoplasias ▪ Doença intestinal inflamatória, enterite linfoplasmocitária ▪ Piodermites TRATAMENTO Fatores que determinam o tratamento ▪ Paciente — Espécie, raça e estado geral ▪ Neoplasia — Localização, estágio ▪ Proprietário — $$$, Disponibilidade para o tratamento ▪ Veterinário — Experiência, Recursos para tratamento Estratégias para aumentar efetividade do tratamento ▪ Estadiamento adequado da doença ▪ Cuidado com o intervalo entre as medicações ▪ Exame físico minucioso - acompanhamento redução dos nódulos ▪ Avaliação da melhora após a indução ▪ Redução completa - Tumor indetectável ▪ Remissão parcial - redução > 50% ▪ Detecção de recidivas em fases iniciais Quimioterapia ▪ Óculos protetores ▪ Luvas ▪ Máscaras ▪ ✓ Avental com mangas longas ▪ Descarte do material em ▪ Local apropriado Tratamento: 1. Indução 2. Manutenção 3. Reindução 4. Resgate Protocolos quimioterápicos disponíveis: Poliquimioterapia Monoterapia (Doxorrubicina; Prednisona) Resgate ▪ Drogas não utilizadas durante a indução ou reindução ▪ Lomustina, L-asparaginase Toxicicidade: ▪ Mielossupressão e Sepse ▪ Anorexia e letargia ▪ Náuseas e êmese ▪ Diarreia ▪ Cardiotoxicidade ▪ Alopecia Controle da quimioterapia: ▪ Hemograma completo pré-quimioterapia ▪ Urinálise periódica ▪ Período de manutenção – realização de hemograma e bioquímicos em intervalos regulares ▪ Reajustar dose quando necessário Complicações hematológicas: ▪ Neutropenia acentuada - Neutrófilos < 2.000 ▪ Aval. temperatura ▪ Animais idosos - ausência de febre Complicações gastrointestinais - terapia de suporte: ▪ Metoclopramida – 0,5 mg/kg ▪ Omeprazol – 0,7 mg/kg ▪ Ranitidina – 2 mg/kg ▪ Ondansetrona – 0,5 mg/kg PROGNÓSTICO Taxa de remissão - 65 a 75% nos gatos (4 meses) 80 a 90% nos cãess (8 meses) Expectativa de vida com tratamento - Gatos - 6 a 9 meses Cães - 12 a 16 meses Animais não tratados - 4 a 12 semanas Estágio clínico da doença - estágios avançados - menor tempo de remissão Tratamento prévio com prednisona Imunofenotipagem - Céls. T - Pior prognóstico (20 a 30%), e hipercalcemia - Alta relação com tumores de céls. T
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