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Restrição de Crescimento IntraUterino (RCIU) Está presente em 10 a 15% das gestações no Brasil. Associada ao aumento das taxas de morbimortalidade perinatal (5x maior). Maior taxa em países subdesenvolvidos. Causas de mortalidade neonatal em países desenvolvidos: - 1a: prematuridade - 2a: RCIU FASES CRESCIMENTO FETAL - 1a: Hiperplasia (até 16 IG) - 2a: Hiperplasia e hipertrofia (16-32 IG) - 3a: Hipertrofia (após 32 IG) Diametro biparietal, circunferência cefálica e abdominal, comprimento do fêmur Percentil adequado: 10 a 90 DEFINIÇÃO: feto que não atinge o potencial esperado de crescimento devido a fatores genéticos ou ambientais. RN de baixos peso <2500g ao nascer: pré-termo, PIG ou RCIU PIG: peso < percentil 10 para a IG (OMS) peso < percentil 3 para IG AU < para IG - Alteração hemodinâmica da troca de O2 Patogênese: não é uma doença específica, mas é a manifestação de distúrbios fetais e maternos. A clínica do sofrimento mental crônico é pobre. A determinação da causa nem sempre é possível (40% dos casos não possuem etiologia desconhecida). ETIOLOGIA - Fatores maternos São as causas mais comuns. DM com vasculopatia, HAS, nefropatia, DCV e pulmonar, trombofilias, colagenoses e nefropatia hipertensiva. Alterações vasculares: menor perfusão sanguínea fetal e insuficiência utero-placentária DMG: macrossomia Uso de substâncias: tabagismo, etilismo e drogadição - efeito citotóxico direto ou indireto Medicações anticonvulsivantes, anemia falciforme. Nutrição materna inadequada (ganho de peso inadequado ou baixo peso prévio) - causa comum nos países subdesenvolvidos. Baixa estatura materna, idade avançada, gestação em adolescente, estresse, história de RCIU prévio, atividade física vigorosa. ETIOLOGIA - Fatores fetais Alterações genéticas ou cromossômicas. Malformações estruturais (cardíacas, defeitos do tubo neural). Gemelaridade (crescimento semelhante ao da gestação única até 30-32 IG) - RCIU presente em 20% de fetos dicoriônicos e 30% fetos monocoriônicos. - principais riscos da gestação gemelar: TPP e RCIU Infecções congênitas no início da gestação: rubéola, sífilis, toxoplasmose, CMV, parvovirose, hepatite A e B, TB, malária. 5-10% dos casos de RCIU Crescimento fetal é determinado primariamente pelo potencial genético. ETIOLOGIA - Fatores útero placentários Infarto placentário, placenta prévia, artéria umbilical única, inserção velamentosa do cordão, placenta bilobada e DPP crônico. RCIU decorrente de insuficiência uteroplacentária normalmente apresenta crescimento compensatório pós-natal, aproximando-se do seu potencial genético. CLASSIFICAÇÃO I. Simétrica Dimensões pequenas da cabeça, do esqueleto e da circunferência abdominal fetal. 10-20% dos casos e geralmente não apresentam hipóxia neonatal. Dano na embriogênese (hiperplasia), causada por fatores intrínsecos- infecções congênitas, anomalias cromossômicas, drogas, radiações ionizantes. II. Assimétrica Dimensões musculo-esqueléticas e da cabeça fetal são poupadas, mas a circunferência abdominal é diminuída. 75-80% dos casos, podem apresentar hipóxia e hipoglicemia. 2° ou 3° trimestre - hipertrofia. Fatores extrínsecos (doenças vasculares maternas e insuficiência placentária) resultam em disponibilidade inadequada de substratos para o metabolismo fetal. III. Intermediário ou misto 5% a 10% dos casos. 2° trimestre - fase de hiperplasia e hipertrofia. Comprometimento cefálico e de ossos largos, mas em menor grau do que o tipo I. Etiologia: desnutrição materna e consumo de drogas ilícitas, álcool, cigarro e cafeína. O diagnóstico clínico é mais difícil. CARACTERÍSTICAS RN COM RCIU - Pele fina, descamação cutânea - Crânio desproporcional, suturas cranianas alargadas e FANT aumentada - Menor massa muscular esquelética e tecido subcutâneo - Cordão umbilical fino - Mecônio pode estar presente DIAGNÓSTICO - Alteração por Doppler!!! Deve ser feito com dados clínicos, métodos laboratoriais e ecografia. Gestação de alto risco: USG para confirmar IG (até 12 semanas), com 20 semanas para avaliação morfológica e com 30-32 semanas ou quando houver alterações do crescimento fetal. Confirmação do diagnóstico apenas após o nascimento. - Medida de altura uterina (prejudicada quando há gemelaridade, polidrâmnio, apresentação transversa e obesidade materna extrema). Medida 3 cm < IG é sugestiva de RCIU. Acompanha com concordância entre 18-30 semanas. USG: maneira mais precisa de avaliação - DBP, CC, CA, CF. Estima peso e define percentil. US 3D: medições volumétricas fetais tridimensionais tem melhor capacidade de estimar peso fetal Redução da gliconeogênese pelo menor aporte nutricional: perda de tecido adiposo e redução do tamanho hepático - redução CA (indicador mais sensível) DOPPLER: exame mais completa e que detecta mais precocemente a diminuição da perfusão fetal. Diferencia o feto pequeno por insuficiência placentária do pequeno constitucional. Detecta alterações na forma compensada e avalia o nível de resistência dos vasos. - Doppler umbilical: vaso de baixo resistência, na insuficiência há um aumento da resistência. Achados normais - RI>0,6 em >= 28 semanas, diástole zero, diástole reversa - Doppler venoso: avalia fetos com alterações do Doppler arterial. Reflete a função cardíaca fetal (exame alterado é sinal de descentralização). Relacionado com acidemia fetal. Sensibilidade de 71% e Especificidade de 94%. Acidemia com ducto venoso anormal foi de 84%. É um parâmetro isolado na decisão de interrupção. - Doppler de A. cerebral média: ocorre aumento do fluxo nas A. carótida interna e cerebral média (fluxo da a. umbilical < a. cerebral). Centralização: feto prioriza fluxo para coração, cérebro e suprarrenal. Redução da resistência e aumento do fluxo cerebral. Relação umbilico-cerebral ou Índice de Pulsatilidade >1 = centralização fetal CONDUTA Avaliar: IG e etiologia da RCIU, probabilidade de sobrevivência fetal extrauterina (presença de UTI neonatal), nível de experiência e recursos tecnológicos da instituição de tratamento. Estudo de cariótipo fetal: indicado na RCIU grave precoce (<24 semanas), diante de volume de ILA normal ou de anomalias estruturais. RCIU tipo I grave ou USG com indicativos de infecção: solicitar sorologia materna para rubéola, CMG, varicela zoster e toxoplasmose. ADM CORTICOIDE ENTRE 24-34 SEMANAS COMPLICAÇÕES: parto prematuro e suas complicações - enterocolite necrosante, síndrome desconforto respiratório, displasia broncopulmonar. Estado de má oxigenação crônica e deprivação de nutrientes - asfixia perinatal, hipotermia e outras complicações metabólicas. PREVENÇÃO: uso de AAS antes das 16 semanas - alteração em doppler de artérias uterinas. - Ecografia no 1° trimestre (diminui o erro de data) - Alimentação adequada - Controle dos fatores de risco