Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SOFRIMENTO FETAL 1 SOFRIMENTO FETAL Property Fetal Growth Restriction - ACOG 2013.pdf Tags CIUR - Febrasgo 2018.pdf SOFRIMENTO FETAL CRÔNICO Restrição de crescimento fetal (RCF) DEFINIÇÃO Fetos com crescimento abaixo do percentil 10 para idade gestacional. Essa medida se faz pelo ultrassom quando se calcula o peso fetal estimado (PFE). Outro critério que SOFRIMENTO FETAL 2 passou a ser recentemente utilizado são alterações de fluxo vascular ao Doppler. O feto apresenta incapacidade em alcançar seu potencial de crescimento Afeta 5-10% das gestações. OBS: Pequeno para idade gestacional (PIG) ou fetos pequenos constitucionais = recém nascido com peso <p10 para idade gestacional FATORES DE RISCO Materno Baixo peso (<50kg) Idade materna (>35 anos) CIUR anterior Condições socioeconômicas Tabagismo, álcool e drogas ilícitas Medicamentos Doenças maternas (HAS, DM, doenças autoimunes, SAAF) OBS: Diabetes prévio pode causar CIUR ou macrossomia, mas diabetes gestacional NÃO causa CIUR. Fetais Gemelaridade Infecções intrauterinas Anomalias cromossômicas Fetos com malformações estruturais maiores (cardiopatia congênita, gastrosquise) Placentários Insuficiência placentária Anormalidades de inserção da placenta Descolamento, infarto placentário, hemangioma, coriongioma. Inserção velamentosa ou marginal do cordão SOFRIMENTO FETAL 3 CRESCIMENTO FETAL Primeira fase → Até 16 semanas → hiperplasia celular Segunda fase → 16 a 32 semanas → hiperplasia e hipertrofia celular Terceira fase → Após 32 semanas → hipertrofia celular CLASSIFICAÇÃO CIUR PRECOCE 20 a 30% dos casos Associado a: Pré-eclâmpsia precoce (até 50% dos casos) Hipóxia crônica ou período fetal Insuficiência placentária severa Doppler da artéria uterina anormal em muitos casos → Alteração no doppler antes e 34 semanas → Aumento da resistência da artéria uterina → Vasodilatação da artéria cerebral média Estabelecido no 2º trimestre SOFRIMENTO FETAL 4 Marco diagnóstico = medidas abaixo do percentil 10 + doppler alterado da artéria uterina. CIUR TARDIO 70 a 80% dos casos Baixa associação: Pré-eclâmpsia tardia (10%) Insuficiência placentária (leve) Doppler de artéria uterina é normal em quase todos os casos 25% vasodilatação das artérias cerebrais (doppler da artéria cerebral média), sugerindo hipóxia crônica. Risco de sofrimento fetal agudo antes do parto, intraparto e acidose neonatal. Após 34 semanas Disfunção placentária mais leve (latente) Doppler da artéria uterina normal Vasodilatação da artéria cerebral média Estabelecido no 3º trimestre Marco diagnóstico = tamanho < que o percentil 10 + doppler apresentado queda na RCP (redução do índice do doppler da artéria cerebral média com o da artéria uterina normal) SIMÉTRICO OU TIPO I 5 a 10% dos casos Alteração no início da gravidez. Ex.: trissomias, drogas e infecções no 1º trimestre. ASSIMÉTRICO OU TIPO II Ocorre em 80% dos casos Alteração no 2º/3º trimestre Ex.: insuficiência placentária ( pacientes com HAS,DM) SOFRIMENTO FETAL 5 MISTO OU TIPO III Raro Associação de ambos Tem relação com cromossomopatia ou infecções RASTREAMENTO Para afirmar que o feto apresenta restrição de crescimento, deve-se ter certeza da idade gestacional, pois um erro no cálculo pode levar erroneamente à suspeita de restrição de crescimento fetal. Para avaliar a idade gestacional deve-se: Avaliar ultrassom do 1º trimestre e avaliar a medida do CNN - comprimento cabeça- nádega Medidas seriadas de útero-fita Entre 24 e 38 semanas de gestação → sensibilidade entre 65% - 85% e especificidade de cerca de 96%. Se útero fita 3cm abaixo do esperado para a idade gestacional suspeita-se de CIUR ou oligodramnia Nestes casos deve ser feito USG, se: Índice de líquido amniótico <5cm ou maior bolsão vertical <2cm = oligodramnia Peso inferior ao percentil 10 para IG = CIUR Indicador + sensível de CIUR → Circunferência abdominal DIAGNÓSTICO Fatores de risco + Medida útero-fita a partir de 24 semanas + US com PFE < percentil 10 + doppler = Crescimento intrauterino restrito SOFRIMENTO FETAL 6 SEGUIMENTO ECOGRÁFICO PIG constitucional → Velocidade de crescimento paralelo à curva de distribuição normal, porém abaixo do percentil 10. → Ausência de sinais funcionais de comprometimento. CIUR presumido → Velocidade de crescimento diminuída, apresentando valores decrescentes a cada medida. → Comprometimento de sinais funcionais. Líquido amniótico diminuído (maior bolsão <2cm) ESTUDO DOPPLERFLUXOMÉTRICO Artéria uterina SOFRIMENTO FETAL 7 Avalia circulação materna Avalia se houve invasão correta das duas ondas de invasão trofoblástica → Presença de incisura protodiastólica após 24 semanas de gestação Artéria umbilical Avalia circulação placentária Normal → Diminuição da resistência (Aumento do fluxo) Alterada → Aumento da resistência, diástole zero ou reversa → Diástole zero → Diástole reversa → GRAVE, indica que o sangue do feto está indo para a mãe, deve ser feito o parto imediato OBS: sempre que fazer um parto < 32 semanas deve ser administrado sulfato de magnésio para neuroproteção. Artéria cerebral média Avalia a circulação fetal Normal: vaso de alta resistência Avalia a centralização fetal → prioriza órgãos nobres: coração, cérebro e adrenais. Para avaliar faz sístole sobre a diástole da artéria umbilical e divide pela sístole sobre diástole da artéria cerebral. SOFRIMENTO FETAL 8 Ou índice de pulsatilidade > 1. Ducto venoso (comunica veia umbilical e veia cava inferior) Avalia função cardíaca direita fetal → Diminuição progressiva da onda no ducto venoso Onda A negativa = risco iminente de morte Índice de pulsatilidade >1,5 = parto imediato. MANEJO Clínico → Não há tratamento que reverta os prejuízos fetais → Aporte nutricional materno adequado, sem suplementos. → Monitoramento da vitalidade fetal →Interrupção da gestação de acordo com a idade gestacional. Feto: o manejo do feto com CIUR é realizado de acordo com a vitalidade fetal IG > ou = 34 semanas Avaliar maturidade pulmonar USG a cada 2 semanas Perfil biofísico fetal semanal Doppler de artéria uterina e cerebral média IG < 34 semanas Corticoterapia Sulfato de magnésio (<32 semanas) USG a cada 2 semanas Perfil biofísico fetal semanal Doppler artéria uterina e artéria cerebral média COMPLICAÇÕES Perinatais SOFRIMENTO FETAL 9 Aumenta risco de morte fetal intraútero → PFE < percentil 10 = aumento de 2x → PFE <percentil 5 = aumento de 3x Neonatal → > Hipoglicemia → Hiperbilirrubinemia → Hipotermia → Hemorragia intraventricular → Enterocolite necrotizante → Quadros convulsivos → Sepse neonatal → Complicações respiratórias → Morte neonatal A longo prazo Associação com aparecimento de doenças crônicas na vida adulta HAS Aterosclerose Diabetes tipo 2 Distúrbios metabólicos Doença renal Obesidade Macrossomia DEFINIÇÃO É um termo utilizado para descrever feto/recém-nascido muito grande. SOFRIMENTO FETAL 10 Pesos RN > 4000g e 4500g em qualquer idade gestacional são apropriados para definir macrossomia. USG evidenciando peso fetal > percentil 90 para idade gestacional. FATORES DE RISCO Diabetes melitus (descompensada) Obesidade Outros Tamanho grande dos pais (principalmente da mãe) Multiparidade Gestação prolongada Feto do sexo masculino Feto anterior com 4000g Tabagismo FISIOPATOLOGIA Insulina tem duplo efeito na macrossomia: Atua sob seus receptores estimulando crescimento somático e a deposição anormal de gordura. Responsável por se ligar aos receptores dos fatores de crescimento insulina-like, aumentando diretamente o crescimento fetal. SOFRIMENTO FETAL 11 Assim, a insulina é responsável pela hipertrofia e hiperplasia de todos os órgãos (menos o cérebro). DIAGNÓSTICO Não existe exame confirmatório para diagnóstico Suspeita-se quando USG evidencia peso fetal > percentil 90 para idade gestacional A estimativa de peso tem margem de erro de 15%COMPLICAÇÕES Desproporção céfalo-pélvica Distócia de ombro Aumento da circunferência de ombro Aumento da razão entre a circunferência de ombro e a circunferência da cabeça Mortalidade perinatal elevada em função da alta ocorrência de tocotraumatismos e distúrbios metabólicos neonatais. CONDUTA
Compartilhar