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PREPARATÓRIO PARA OAB Professor: Dr. Flávio Tartuce DISCIPLINA: DIREITO CIVIL Capítulo 6 Aula 3 CONTRATO ESTIMATÓRIO E DOAÇÃO Coordenação: Dr. Flávio Tartuce 01 1) Do Contrato Estimatório ou Venda em Consignação (arts. 534 a 537 do Ncc). Conceito e Natureza Jurídica "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br O contrato estimatório ou venda em consignação é o negócio jurídico em que alguém (consignatário) recebe de outrem (consignante) bens móveis, ficando autorizado a vendê-los, obrigando-se a pagar um preço estimado previamente, se não restituir as coisas consignadas, dentro do prazo ajustado (art. 534 CC). Quanto à sua natureza jurídica, trata-se de um contrato: -Bilateral ou Sinalagmático: com direitos e deveres proporcionais, havendo "sinalagma". -Oneroso: envolve sacrifício patrimonial dos envolvidos. -O consignatário pode tirar lucro do contrato, vendendo a coisa consignada por preço superior ao estimado. -Real: tem aperfeiçoamento com a entrega da coisa consignada. -Comutativo: eis que as partes já sabem quais são as prestações que devem ser cumpridas. Informal: não sendo exigida escritura pública e muito menos forma escrita; -Temporário: a cessão da coisa deverá ser temporário, podendo o prazo ser determinado ou indeterminado. Regras principais: -O consignante não perderá o domínio da coisa consignada, até que o consignatário a negocie com terceiros. -O consignante não poderá dispor da coisa ante se lhe ser restituída. -O consignado assume, por força do contrato, obrigação composta alternativa, devendo ao final do contrato ou notificado para tanto (no caso de contrato com prazo indeterminado), devolver a coisa consignada ou pagar o preço estimado. -A coisa consignada não poderá ser objeto de penhora pelos credores do consignatário, enquanto não for pago integralmente o seu preço. -O consignatário deverá pagar as despesas de custódia e venda, eis que temporiamente a coisa lhe pertence. -O consignatário não se libertará da obrigação de pagar o preço, se a restituição da coisa consignada, em sua integridade, se tornar impossível, ainda que por fato a ele não imputável. Ocorrerá, neste caso a redução do objeto da obrigação, restando a outra e passando a mesma a ser uma obrigação simples. Aula 3 02 -Findo o prazo estipulado ou notificado o consignatário para tanto, poderá o consignante, de acordo com o seu interesse, promover ação visando receber o valor estimado (ação de cobrança ou geral) ou a competente ação de reintegração de posse, para recuperar a coisa consignada. -Entendemos, assim, que a exemplo do comodato, aplicam-se ao contrato em questão as regras relacionadas às ações possessórias diretas (interdito proibitório, manutenção e reintegração de posse) ou mesmo à ação possessória indireta (embargos de terceiro). 2. Doação (arts. 538 a 564 CC). CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA. A doação é o contrato pelo qual uma pessoa por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra, que os aceita. Exige-se o "animus donandi", ânimo de fazer uma liberalidade espontânea. São partes do contrato o doador e o donatário. Quanto à sua natureza jurídica, trata-se de um contrato: Unilateral e gratuito requer intervenção de duas partes contratantes. No entanto, apenas o doador assume a obrigação de transferir bens ao donatário, não havendo contraprestação por parte do donatário. Trata-se de um ato de liberalidade. Consensual: tem aperfeiçoamento com a manifestação de vontade das partes. -Comutativo: eis que as partes já sabem quais são as prestações que devem ser cumpridas. -Forma: A doação pode ser contrato formal ou informal. 2. 1. Requisitos para a doação. Algumas regras importantes. -Não valerá a doação de todos os bens, sem reserva de parte ou renda suficiente para subsistência do doador (art. 548 do nCC). Esta doação é denominada doação universal, sendo a sua vedação, um dos pontos de relevância do "Estatuto Jurídico do Patrimônio Mínimo" de Luiz Edson Fachin. -Se com a doação o doador ficar insolvente, os credores prejudicados poderão anulá-la. -Nula será a doação da parte excedente do que poderia dispor o doador em testamento (havendo herdeiros o testador só poderá dispor de metade da herança art. 1.789 e 1.846 do novo Código Civil), preservando- se, assim, a legítima dos herdeiros. Dessa forma, haverá nulidade da doação inoficiosa. Apenas na porção excedente à legítima de seus herdeiros. -As pessoas que não podem contratar (os relativamente e absolutamente incapazes) podem aceitar doações puras, sem encargo ou modo. -A doação feita a nascituro é válida, desde que aceita pelo representante (art. 542 do nCC). -Igualmente válida será a doação feita em contemplação de casamento futuro ("propter nuptias") e referente aos filhos futuros do casal (art. 546 do nCC). "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br 03 2. 2. outras espécieS de doação -Doação pura, simples ou típica: feita por mera liberalidade; quando não se impõe nenhum ônus, nenhuma restrição ao donatário, que desfrutará amplamente do bem recebido, sem qualquer limitação. -Doação condicional: quando surte efeitos somente a partir de ou ao findar um certo momento (acontecimento futuro ou incerto). Exemplo: doação "propter nuptias". -Doação a termo: contém um termo inicial ou final (evento futuro e certo). Exemplo: dôo um sítio a duas pessoas, dando a uma delas o direito de usá-lo dez anos e à outra a partir dessa época (Exemplo de Maria Helena Diniz). -Doação, com encargo, modal ou onerosa quando o doador impõe ao donatário alguma incumbência em seu benefício, em proveito de terceiro ou de interesse geral. -Doação contemplativa: aquela que só ocorre por uma qualidade especial do donatário, estipulando o doador no instrumento as razões da estipulação do donatário art 540 do nCC). -Doação por meio de subvenção periódica: modalidade de contrato de trato sucessivo em que o doador estipula rendas ao donatário, em periodicidade de qualquer natureza mensal, semanal, quinzenal, trimestral, anual, entre outras (art. 545 do nCC). -Doação com reserva de usufruto: aquela em que o doador mantém a condição de usufrutuário do bem, enquanto o doador será nu proprietário. -Doação remuneratória: tem por finalidade recompensar serviços ou favores prestados pelo donatário ao doador. Esta doação não é tida como gratuita, mas onerosa, em regra (art. 540 do nCC). -Doação com cláusula de reversão: estipula que, com a ocorrência de um fato futuro, a doação reverte ao próprio doador (artigo 547 do nCC). -Doação conjuntiva: feita em comum a mais de uma pessoa, sendo distribuída por igual entre os diversos donatários, exceto se o contrato estipulou o contrário (art. 551 do nCC). -Doação manual: a doação de bens móveis de pequeno valor não necessita de forma escrita, bastando a tradição (art. 541, Parágrafo Único, do nCC). -Doação de ascendentes para descendentes: permitida a doação de bens dos ascendentes para descedentes, não sendoimprescindível a autorização dos outros filhos. No entanto, "a doação de ascendente a descendente, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança" (art. 544 do nCC). "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br 04 "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br 2. 3. Revogação da doação A doação pode ser revogada - modalidade de resilição unilateral -, cabível esta em dois casos: I) Revogação por ingratidão, se o donatário: a) Atentar contra a vida do doador. b) Cometer, contra o doador, ofensa física. c) Injuriar ou caluniar o doador. d) Podendo ministrá-los, recusar alimentos ao doador (desamparo). Não se revogam por ingratidão as doações: puramente remunerárias; oneradas com encargo; que se fizerem em cumprimento de obrigação natural (dívidas de jogo ou prescritas) e feitas para determinado casamento. II) Revogação pelo descumprimento do encargo: a doação onerosa poderá ser revogada por inexecução do encargo, desde que o donatário incorra em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar judicialmente o donatário, assinalando-lhe prazo razoável para que cumpra a obrigação assumida (art. 562 do CC).
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