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HERMENÊUTICA JURISPRUDÊNCIA: CIVIL LAW E COMMON LAW Civil law: cultura do código. O common law (direito comum) é um sistema jurídico utilizado em países de língua inglesa. Possui como principal característica ser baseado em precedentes criados a partir de casos jurídicos – e não em códigos. Por isso, o papel dos juízes e dos advogados é importante para o desenvolvimento desse sistema. A diferença entre os dois sistemas parte da formação de ambos. Enquanto o common law precisou ser “inventado”, o civil law foi desenvolvido com o fim do feudalismo e após a descoberta dos textos compilados do direito romano dos tempos do império romano. Os juristas que entendiam desse direito romano achavam o direito escrito nos “textos sagrados romanos”. Eles atuavam como professores e tiravam todas as dúvidas para a resolução dos conflitos jurídicos. Assim, o direito era baseado na interpretação dos professores a respeito dos textos. Mas com o estabelecimento dos Estados modernos após as revoluções burguesas (principalmente na França) nos séculos XVIII e XIX, os Estados absolutistas foram derrubados (na qual a autoridade estatal era centralizada nos monarcas). Com isso, foi estabelecido um novo regime, a partir da criação de um sistema jurídicos baseado em códigos. Quando a elaboração do direito foi transferida dos textos sagrados (corpus juris) para os códigos, o protagonismo dos professores que “decifravam” os textos compilados foi transferido para os legisladores que elaboravam o direito. A certeza da sofisticação do direito codificado era tão grande que o papel dos juízes ficava restrita em aplicar a lei prescrita. Os juízes não podiam interpretá-la. Assim, neste período, os magistrados ficaram conhecidos como “juízes boca-da-lei” (do francês bouche de la loi). Quando lidamos com direito, lidamos com 3 problemas básicos: tributário, usabilidade da lei, aplicação do direito (palavras da lei não podem ser tomadas ao pé da letra, interpretação da legislação). Cultura do código: Séc XIX. Ainda é muito forte nos países latino-americanos, diz que a fonte principal do direito é a fonte legislada. Forte pressão no sentido de identificar o direito num arcabouço fechado, chamado código. Cria uma tensão entre: lei/legislador x intérprete/doutrinador. A atitude do intérprete, nessa cultura, é iluminada pelo código, ele esclarece, somente, o que é dito pela lei/legislador. ● Hipótese do legislador racional: Segundo a cultura do código, não existe lacuna no código, e normas não são redundante, cabe ao intérprete diferenciá-las. ● Intérprete: "a boca da lei" ● Sentido normal, comum das palavras da lei, crédito imediato àquilo que está escrito. E sentido técnico até que ponto joga luz em cima do sentido normal, explica. A tendência é definir as palavras no seu sentido real, ou seja, funcionam como um espelho da realidade. Sabemos que não funciona dessa forma. Essa "clareza" domina a cultura do código, e quando não conseguimos essa clareza, apelamos para outra lei: lei interpretativa. ● Subsunção: colocar um caso e colocar dentro da legislação. Sinal da crise do código no Brasil: criação da jurisprudência. ● Mudança na tensão da cultura do código, o foco da tensão está mudando para lei x legislador. ● Segundo elemento da crise: conceito e uso dos princípios. Princípio, na cultura do código, era aquilo que estava escrito e existia para evitar lacunas. Não violava a letra da lei. A ideia de aplicar diretamente princípios é uma coisa nova, e ele deixa de ser apenas um elemento da lei de introdução ao direito, como norma e como legitimidade, até para mudar e alterar sentidos (exemplo: mudança da visão de casamentos somente heteroafetivos, que não entrava na cultura do código). ● Mudança na aplicação do juízo da equidade no espírito do código, que era proibido. ● Passagem da centralidade da lei para a centralidade da jurisdição. Sensação de insegurança jurídica. ● O resultado disso: começa entrar e dominar o espaço a Teoria da Argumentação Juríca (lei x legislador), que é diferente da Interpretação/Hermenêutica Jurídica (legislação x intérpretete). ● Novo código brasileiro: introduziu a centralidade da jurisdição. ● No direito tributário, a lei diz o que você não pode fazer, a ideia forte da cultura do código. Quando flexibilizamos esse direito, a sensação é de insegurança. Como eu lido com os princípios? Decisões que não conseguimos entender com flexibilização. ● Temos que aprender e estabelecer os princípios dentro da cultura da lei, afinal todo direito gira em torno de uma questão e não de uma solução.
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