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Letícia Freitas Ginecologia: Contracepção Índice de Pearl n° de falhas a cada 100 mulheres expostas ao método por ano. · Quando menor o índice de Pearl, maior é a eficácia do método. Levar em conta a eficácia dos métodos Atenção quando a gestação for arriscada para saúde da mulher -> condições ginecológicas (câncer, ISTS..), doenças cardiovasculares, infecções, condições endócrinas, anemia falciforme, condições gastrointestinais, condições neurológicas, reumatológicas Critérios de elegibilidade: Categoria 1: estado de saúde sem restrição para o uso de contraceptivos; benéfico. Categoria 2: estado de saúde no qual benefícios > riscos. Categoria 3: estado de saúde no qual riscos > benefícios (aqui entram as CI relativas). Categoria 4: estado de saúde que implica malefício com o uso (aqui entram as CI absolutas). Atenção especial quando a gestação pode ser arriscada para a mulher (escolha de método mais seguro): -Condições ginecológicas como: CA, ISTs, vaginoses; DCV: HAS, mutações trombogênicas, DAC, AVE; Infecções; Condições endócrinas: DM com LOA/> 20 anos de evolução; Anemia falciforme; Condições GI: cirrose descompensada. Tumores hepáticos; Condições neurológicas: epilepsia; Reumatológicas: LES. Métodos Hormonais - combinados, progesterona, pilulas de emergencia Coito interrompido Amenorreia lactacional De barreira - camisinha, diafragma, capuz cervical Cirúrgicas/definitivas - masculinos e femininos DIU - hormonal ou não PROG: minipílula, pílula de desogestrel, injetável trimestral e implante subdermico E+P: ACO, anel vaginal, adesivo e injeção mensal HORMONAL · Hormonal combinada Estrogênio: inibe a secreção de GnRH, inibe FSH, estabiliza o endométrio + Progestágeno: inibe LH, endométrio não receptivo (glândulas atrofiadas), espessamento do muco cervical, prejuízo da motilidade tubária Estrogênio natural X sintético Diferentes dosagens de estrogênio Diferentes tipos de progesterona Monofásica x multifásica Regimes com pausa ou contínuos Orais, injetáveis, transdérmicos.. *Controle pela mulher, pode ser interrompido a qualquer momento, não interfere na relação, facil acesso, diminue risco de CA endometrio/ovario/colorretal EC: nausea e dolorimento mamário, reducao libido, sangramento de escape, fenomenos tromboembólicos, aumenta risco de CA colo uterino (maior numero de parceiros e infeccoes HPV) TEV: risco aumentado 2x, principalmente em obesas e eleva com a idade. · Reduz com os anos de uso; · Levemente maior com gestodeno e desogestrel; · 20mcg ou menos geram menor risco; · Fumar > 10 cigarros/dia eleva risco; · Pílulas só de P não elevam risco; · Alteração genética (fator V de Leiden) aumento do risco. *Adolescentes e E: não é indicado dar dose baixa (pílulas com baixa dose de E e prejuízo à massa óssea pois o estímulo estrogênico é essencial para o desenvolvimento ósseo). Injetáveis mensais combinados (Cyclofemina - cipionato de estradiol + acetato de medroxiprogesterona ex) Inibem a ovulação, são práticos, mas demora 5m para retorno a fertilidade Anel vaginal - Nuvaring Cristais de etonogestrel + etinilestradiol em um anel de 5,4cm de diâmetro Vagina- ideal para absorção de esteroides (vascularizada, nao tem cels adiposas, glandulares ou pelos..) / não depende de absorção intestinal e não tem primeira passagem hepática. Uso contínuo ou pausa, tem eficácia muito boa Menos náusea e dolorimento mamário (níveis menores de hormônios que pilula) Não afeta flora Adesivo Transdérmico - Evra Etinilestradiol + norelgestromina - 4,5cm Tem alguma passagem hepática 1 por semana / 3 semanas -Usos não contraceptivos hormonais Acne; Dismenorréia; Alterações de fluxo; Alterações humor; Endometriose; SOP Contra indicação absoluta dos orais combinados - Trombofilias e fenômenos tromboembólicos (TEP/TVP prévios ou atuais); - Alterações consideráveis da função hepática (cirrose descompensada) e CA hepático (inclusive adenoma); - DAC ou AVE; - Enxaqueca COM áurea em qualquer idade/enxaqueca SEM áurea em pcte >= 35 anos CI iniciar e continudade; - Enxaqueca SEM áurea em pcte < 35 anos descontinuidade do método, mas não é CI iniciar; - DM com LOA (vasculopatia, neuropatia, retinopatia) ou com > 20 anos de duração; - CA mama confirmado ou em suspeita (atual ou anterior); - Sangramento genital anormal sem causa conhecida; - Gravidez suspeita ou confirmada; - Tabagismo e pcte >= 35 anos; - Dislipidemia grave; HAS descontrolada; - Amamentação (esperar 6 meses após o parto); - < 21 dias pós-parto para mães que não estão amamentando depois desses dias pode iniciar; - Cirurgia com imobilização prolongada suspender; - HP de cardiomiopatia periparto; - Lúpus com Ig anti-fosfolípide + ou status desconhecido. · Só progestágenos Ação: espessamento do muco cervical e podem impedir ovulação Podem ser usados na amamentação Desogestrel 75 (araceli, cerazette..)/ Noretisterona 350 (micronor, norestin) Minipílula: Acetato de noretindrona e levornogestrel. Espessamento do muco/inibição da implantação. Não gera anovulação. Aleitamento materno + minipílula elevada eficácia. Desogestrel: Tem a capacidade de inibir a ovulação, passa até passa para mulher sem amamentar. Contracepção de emergência A base de progestágeno, retarda ou inibe ovulacao Até 5 dias de sexo não protegido ->Levonorgestrel (750 - diaD, dopo, pilem.. / 1,5 mg hora h, neodia..) Injetáveis trimestrais de progestágenos Inibe ovulação Uso espaçado, porém tem ganho de peso, sangramento irregular, demora para retorno a fertilidade. ->Acetato de medroxiprogesterona de depósito 150 Implante de progestagênios - implanon Inibe ovulação, uso espaçado, mas ganha peso, sangramento irregular, demora para retornar à fertilidade. ->Etonogestrel 68mg Contraindicações absolutas dos isolados de progestanênios: - TEP/TVP atuais (se passado, não tem problema); - Amamentação começar após 6 semanas; - CA ou adenoma hepático; - Se há enxaqueca com áurea/IAM/AVE descontinuidade do método; - PAS > = 160 PAD > = 100 CI injetável de progestágeno; - CA mama atual ou anterior. DM complicada pode dar progestágeno oral, implante de progestágeno e DIU. *Dislipidemia grave não contraindica uso de P isolada Emendar pílula tem dois riscos → endométrio não espessa e pode dar spotting; pode demorar mais meses o retorno da ovulação; NÃO HORMONAL · DIU De cobre - Previne fecundação, longa duração e gratuito, mas tem cólicas e aumenta o fluxo. Mede em torno de 3 cm; Provoca alterações bioquímicas no endométrio que impedem a migração dos espermatozóides e diminuem sua motilidade. Nos casos raros em que há fecundação, dificulta a implantação (fecundação sem implantação é um fenômeno normal que não pode ser considerado aborto - gestação começa na IMPLANTAÇÃO) O DIU não causa gravidez ectópica; (com o DIU na maioria das vezes a fecundação não acontece) Não aumenta a incidência de DIP, descartá-la antes de inserir De progestágenos - previne fecundação, não tem dismenorreia, mas sangramento irregular, é mais caro. *Colocar DIU menstruada → facilita um pouco o processo (colo um pouco mais aberto na menstruação); mas colocar fora da menstruação também é válido O risco de DIP por DIU é só na inserção Cirúrgico Lei nº 9263 (1996) do planejamento familiar: Somente é permitida a esterilização voluntária a: · Homens e mulheres com capacidade civil plena e > 25 anos OU com pelo menos 2 filhos vivos + Decisão (TCLE) e ato com intervalo mínimo de 2 meses; · Risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, desde que comprovado por 2 médicos. É vedada a esterilização, se não comprovada a necessidade, em período de parto/aborto até 42 dias após estes, exceto quando comprovada a necessidade, como: · Cesárias anteriores sucessivas (mínimo 2, ou seja, na 3ª pode); · Quando tem risco à vida da mulher, ela pode ser submetida à ligadura no tempo da cesárea, mas não pode haver a cesárea com o objetivo disso. Não se pode tirar útero/ovário com a finalidade contraceptiva. Em sociedade conjugal precisa do consentimento de ambos. -Laqueaduratubária: >25 anos ou >2 filhos Tem que estar fora do ciclo gravídico puerperal, não pode ser no parto e só após 42 dias se aborto Respeitar período 60 dias entre a vontade e a cirurgia Pode ser feita durante parto se for cesariana de repetição ou risco de vida por patologia grave (HAS grave..) Salpingotripsia: definitivo, protege contra CA ovário, minilaparotomia, histeroscópica, intra-cesariana, TCLE, notificação compulsória Vasectomia: aguardar 3 meses, TCLE, notificação Lactação e amenorréia AE, eficácia de 98% nos 6 primeiros meses pós parto, se menstruar a chance de ovulação aumenta. Prolactina mantém FSH e LH em níveis baixos e não há desenvolvimento folicular e produção considerável de estrogênio. · Barreira Preservativos - Único método que previne também ISTs e CA de colo; Tem que ser utilizada em todas as relações e desde o início da relação; NÃO colocar duas! Conferir integridade após retirada; em caso de rompimento, utilizar pílula do dia seguinte; Amplamente disponível; A feminina pode ser colocada com antecedência; desvantagem: perda de sensibilidade; Espermicida Diafragma - Camisinha feminina, cobre o colo do útero; necessita profissional para fazer medição → tem que se apoiar no fundo da vagina e na borda da sínfise púbica; Pode ser inserido com antecedência Idealmente, usar com espermicida (mandar manipular ou usar sem - parece ter eficácia semelhante) → “método adequado para mulheres em que a falha não será uma tragédia” Pouco utilizado, eficácia moderada, mas vem sendo mais procurado devido a busca por métodos não hormonais. Muco cervical - avalia o período fértil → avaliação da presença e consistência do muco na calcinha, papel higiênico ou introduzindo o dedo na vagina; Primeiros dois meses → mulher reconhece e anota o aspecto do muco para aprender a analisá-lo; nesse período, usar camisinha. No período fértil o muco é abundante, transparente e elástico (tipo clara de ovo); evita relações do aparecimento do muco até dois dias após o desaparecimento (diminui o período de abstinência com relação a tabelinha); Falha → a mulher sabe identificar o muco, a falha decorre da abstinência; Fatores de confusão → presença de esperma e corrimentos alteram o muco; Falha 25 a cada 100 no primeiro ano de uso. Temperatura basal - não é método anticoncepcional! Auxilia no reconhecimento da ovulação. A alta de progesterona (1 dia após a ovulação) eleva a temperatura basal em cerca de 0,5 grau; Deve ser medida ao acordar, ainda na cama, de preferência com um termômetro de precisão (2 casas decimais), e após o mínimo de 5 horas de sono. Pode ser usado em conjunto com a fita para medida de LH urinário → o pico de LH rastreia a ovulação; Tabelinha - baseado no calendário e não na percepção da mulher. Só serve para quem tem o ciclo regular (número fixo de dias, no máximo 2 de variação); não é menstruar sempre no mesmo dia, e sim avaliar o intervalo entre as menstruações que devem ser constante; Necessita de disciplina para cumprir abstinência no dia fértil. Calcula a próxima menstruação, considera a ovulação 14 dias antes da próxima menstruação e evitar relações nos 4 a 5 dias antes e depois. (Mulher com o ciclo de 35 dias ovula no 21 dia do ciclo); espermatozóide pode viver de 3 a 5 dias na vagina; Evitar na adolescência, perimenopausa, pós parto e amamentação (ciclo irregular); Usar camisinha só no período fértil → suscetível a falha da camisinha. Tabelinha é um método de ABSTINÊNCIA. 25 falhas para cada 100 mulheres Coito interrompido - Porque falha? espermatozóides no líquido pré ejaculatório, falha em retirar o pênis a tempo, ejaculação na vulva (no período fértil o muco elástico e transparente auxilia a entrada do espermatozoide); PRESCRIÇÃO: Avaliar se aquele método pode ser usado, se paciente tem algum risco/comorbidade Referências 1.BARACAT, Edmund Chada. Condutas em Ginecologia Baseadas em Evidencias: Protocolos Assistenciais Clínica Ginecológica do Hospital das Clinicas. FMUSP. Sao Paulo. Atheneu, 2016. 2. BARACAT, Edmund Chada. DE LIMA, Geraldo Rodrigues. Ginecologia. Guias de Medicina. Ambulatorial e Hospitalar. Unifesp - Escola Paulista de Medicina. Manole. 2004. 3. BEREK, Jonathan S. Tratado de Ginecologia Berek & Novak. 14 ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. 2008. 4. COLEÇÃO FEBRASGO. Medicina Fetal. Fonseca, E. B., Sá R. A.M 2 ª ed. Editora Elsevier: 2017. 5. CUNNINGHAM, F. Gary; LEVENO, Kenneth J. Williams. Obstetrics 23rd edition – McGraw Hill´s, 2010 e alterações. 6. FEBRASGO. Tratado de Obstetrícia. Revinter, 2000. 7. FRASSON, Antônio et al . Doenças da Mama. Guia Prático Baseado em Evidencias. 1 ed. Atheneu, 2011. 8. HARRIS, Jay R. – Diseases of the Breast – fifth edition Lippincott Williams & Wilkins/Wolters Kluwer Health, 2014 e alterações. 9. HOFFMAN, Barbara L. et al. Ginecologia de WILLIAMS. 2 ed. Porto Alegre. Artmed. 2014. 10. MARTINS-COSTA, Sérgio. Rotinas em Obstetrícia. 7 ed. Artmed, 2017 e alterações. 11. PASSOS, Eduardo Pandolfi. Rotinas em Ginecologia 7 ed. Artmed, 2017 e alterações. 12. Schorge, John O, Schaffer, Joseph I. Williams. Gynecology. 5ed. McGraw-Hill´s, 2008 alterações.
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