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materiais de rendas precisam para secar e que variam de 3 minutos
a 1 hora e até mais. A isso respondem os comissários da “Children’s
Employment Comm.”:
“As circunstâncias deste caso são exatamente análogas às da
estamparia de papéis de parede. Alguns dos principais fabricantes
desse ramo sustentavam com veemência que a natureza dos ma-
teriais empregados e a diversidade dos processos que percorrem
não permitiriam, sem grande perda, paralisar as atividades su-
bitamente para refeições. (...) De acordo com a 6ª cláusula da 6ª
seção da Factory Acts Extension Act”263 (1864) “foi-lhes concedido
um prazo de 18 meses a partir da data de promulgação da lei,
findo o qual teriam de se submeter às pausas para descanso
especificadas pela lei fabril”.264
Mal tinha a lei recebido sanção parlamentar, quando os senhores
fabricantes também descobriram:
“Os males que esperávamos da introdução da lei fabril não
ocorreram. Não achamos que, de modo algum, a produção esteja
paralisada. De fato, produzimos mais no mesmo tempo.”265
Vê-se que o Parlamento inglês, a quem seguramente ninguém
há de acusar de genialidade, chegou por meio da experiência à convicção
de que uma lei coercitiva pode simplesmente eliminar todas as assim
chamadas barreiras naturais da produção contrárias à limitação e re-
gulamentação da jornada de trabalho. Com a introdução da lei fabril
num ramo industrial, é concedido, por isso, um prazo de 6 a 18 meses,
dentro do qual é problema do fabricante eliminar os obstáculos técnicos.
Para a tecnologia moderna, vale literalmente o dito de Mirabeau: Im-
possible? Ne me dites jamais ce bête de mot!266 Se, porém, a lei fabril
acelera assim a maturação dos elementos materiais necessários à trans-
formação da empresa manufatureira em fabril, apressa, ao mesmo tem-
po, pela necessidade de maior dispêndio de capital, a ruína dos pequenos
mestres, bem como a concentração do capital.267
Além dos obstáculos puramente técnicos e tecnicamente elimi-
náveis, a regulamentação da jornada de trabalho choca-se com hábitos
irregulares dos próprios trabalhadores, notadamente onde predomina
o salário por peça e onde o desperdício de tempo numa parte do dia
OS ECONOMISTAS
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263 Lei de Extensão da Lei Fabril. (N. dos T.)
264 Child. Empl. Comm., II Rep. 1864. p. IX, nº 50.
265 Reports of Insp. of Fact, 31st Oct. 1865. p. 22.
266 "Impossível? Jamais me diga essa palavra estúpida." (N. dos T.)
267 "As melhorias necessárias (...) não podem ser introduzidas em muitas manufaturas antigas
sem dispêndio de capital acima dos recursos de muitos dos atuais proprietários. Uma
desorganização transitória acompanha necessariamente a introdução das leis fabris. A di-
mensão dessa desorganização está em proporção direta com a grandeza dos males a serem
corrigidos."

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