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Direito das obrigações parte geral O direito está ligado ao conjunto de indivíduos, então não há direito para um único homem sozinho, isolado em uma ilha. Relação Jurídica é a pessoa se relacionar com seu semelhante. O conceito de direito das obrigações está ligado à relação entre semelhantes sendo eles o devedor e o credor que tem caráter transitório, ou seja, tem um começo, um meio e um fim. O objeto consiste em uma prestação podendo ser ela, pessoal, econômica, positiva ou negativa. O direito pode ser dividido em dois ramos, sendo eles: Direitos não patrimoniais e direito patrimoniais. Os direitos não patrimoniais são aqueles que não têm valor econômico como por exemplo o direito à vida, liberdade, ao nome, entre outros. Já os direitos patrimoniais são aqueles que possuem valor econômico e eles se subdividem em direitos reais e direitos obrigacionais.Os direitos reais integra o direitos das coisas, relação entre o humano e o objeto, já o direito obrigacional ou também chamado de pessoais ou de crédito está ligado a relação entre o sujeito passivo e o sujeito ativo. Dos elementos constitutivos : O direito das obrigações tem como elementos constitutivos: O sujeito: 1. Elemento subjetivo ou pessoal > Esse se trata do sujeito passivo (devedor) e sujeito ativo (credor) Esse deve ser determinado ou determinável e capaz. Objeto: 2. Elemento material > Consiste em uma prestação de fazer ou não fazer alguma coisa. Objeto direto (imediato) > dar, fazer ou não fazer Objeto indireto (mediato) > objeto da prestação (o bem em si) Aqui há uma obrigação prestacional, o objeto deve ser lícito, possível (físico ou jurídico), determinado (único) ou determinável (quantidade + gênero) e suscetível de avaliação ($). Art. 104 CC. Vínculo Jurídico: 3. Elemento Imaterial >Elemento entre o devedor e o credor. Débito + obrigação de satisfazer o débito = vínculo jurídico. Aqui o debitum e a obrigatio é essencial, sendo o debitum o vínculo pessoal entre as duas partes contratantes e a obrigação é a responsabilidade pelo inadimplemento. O descumprimento gera obligatio. Fontes geradoras de obrigações: As fontes geradoras de obrigações são aquelas que vinculam o credor ao devedor, os exemplos de fontes geradoras são leis, contratos, declarações unilaterais e atos ilícitos, dolosos e culposos. Elas dividem em vontade do estado e vontade humana. A vontade do estado está ligada à lei, já a vontade humana está ligada a contratos, declarações unilaterais e atos ilícitos, dolosos e culposos. Temos que lembrar sempre que a lei é a fonte primária e imediata de todas as obrigações. A vontade humana pode ser manifestada sempre de duas formas: voluntária ou involuntariamente. Classificação das obrigações: Quanto ao Vínculo: Quanto ao vínculo, elas podem ser civis, morais e naturais. Obrigação civil: Essa obrigação possui os três elementos constitutivos, ou seja, o sujeito, o objeto e o vínculo jurídico. Ex: Obrigação da pessoa que vendeu um carro, entregar o documento a pessoa que comprou o carro. Obrigação moral: Essa obrigação constitui um mero dever de consciência. Aqui não tem a obligatio, ou seja, o seu cumprimento se faz por mera liberdade. Ex: Esmola, doação, ajudar pedestre. Obrigação Natural: prevista no código, sendo os art. 814 e 882 do CC. Aqui o credor não pode exigir do devedor uma certa prestação, embora, em caso de adimplemento, espontâneo ou voluntário, possa retê-lo a título de pagamento e não mera liberdade. Exemplo:Jogo, aposta. Quanto ao objeto: Quanto ao objeto, eles podem ser de dar, fazer e não fazer. Obrigação de dar: É aquela que o devedor se compromete a dar a coisa móvel ou imóvel ao credor. Aqui constitui um compromisso de entrega.A obrigação de dar só se confere Direito reais com: Tradição>> móvel Transcrição>> imóvel, registro Então a entrega por objeto tem que se dar por essas duas opções. O doador ou devedor que se compromete a entregar a coisa é o dono. O adquirente é mero credor antes da tradição. “Só se torna dono quando você recebe o bem”. RES PERIT DOMINO > a coisa perece para o dono Alienante adquirente Obrigação de dar coisa certa: Aquela que o devedor tem por obrigação entregar ao credor uma coisa inconfundível e individualizada. E aqui temos a responsabilidade pela perda e pela deterioração. O nosso Código Civil separa a perda e a deterioração. Perda é a perda da coisa móvel por completo (égua maravilha morreu), já a deterioração é a perda parcial (égua maravilha foi picada por cobra e fica manca). Até a tradição a responsabilidade é do devedor, se perece após a tradição a responsabilidade é do adquirente. art. 234 e 235 do CC. Obrigação de restituir: Essa obrigação se caracteriza por envolver uma devolução como as obrigações dos depositários ou do comodato, assim como do locatário que é obrigado a devolver coisa alheia. Aqui o credor possui direito real, podendo requerer a apreensão judicial da coisa. art.238 do CC. Obrigação de dar coisa incerta: Relação em que o objeto, indicado de forma genérica no início da obrigação, vem a ser determinado. Quantidade e gênero. “Genus nunquam perit” Obrigação de fazer: Na obrigação de fazer o devedor tem a obrigação de fazer uma prestação de serviço ou ato positivo, seu ou de terceiro. Tem se duas espécies: Obrigação de fazer de natureza infungível > aquela que só pode ser executada pelo próprio devedor. Obrigação de fazer de natureza fungível > aquela que a prestação do serviço poder ser feita por terceiros. art.248,49 do CC. Obrigação de não fazer: É uma obrigação negativa de caráter pessoal, que o devedor assume o compromisso de abster- se de algum ato, que poderia praticar livremente se não fosse obrigado. Exemplo: Obrigação de não construir um prédio em determinado local. art. 250 e 251 do CC. Quanto aos seus elementos: Quanto aos seus elementos podem ser simples e compostas. Pluralidade de objetos: Obrigações cumulativas: Essa obrigação, também chamada conjuntiva (e),, é uma relação obrigacional múltipla, ou seja, contem duas obrigações de dar, fazer ou não fazer. Exemplo: Maria se comprometeu a dar a José uma mesa E uma cadeira. Obrigações alternativas: É a única das três previstas em lei no art. 252,253 do CC. Essa é aquela que possui duas ou mais prestações, com objetos distintos, mas que o devedor se livra do cumprimento de apenas uma, mediante sua escolha ou do credor. Exemplo: Maria se compromete a entregar a José a égua Maravilha ou o cavalo Leko. Obrigações Facultativas: Essa é a que possui por objeto uma só prestação, mas a lei e o contrato permitem a substituição da coisa para facilitar-lhe o pagamento. Exemplo: Maria se comprometeu a entregar a José a égua Maravilha. José permitiu a Maria que se ela quisesse poderia entregar o Cavalo Leko. Aqui o credor não pode reclamar. Pluralidade de sujeitos: Quanto a multiplicidades de sujeitos temos sempre que nos atentar se o bem é divisível ou indivisível. Obrigações divisíveis: Essa obrigação é aquela cuja a prestação é suscetível de divisão. Cada co-credor ou c-devedor poderá exigir e responder somente pela parte que lhe cabia. art. 257 do CC. Obrigações indivisíveis: Essa já por sua vez a prestação deve ser cumprida por inteiro. Não comportando obrigações parcelas e distintas. Obrigações solidárias: É aquela que tem uma multiplicidade de credores ou devedores. Cada devedor está obrigado pelo débito todo e cada credor também terá direito à totalidade da prestação. Quanto a importância: Em geral as obrigações são declaradas autônomas, mas existem algumas exceções que uma obrigação necessita de outras, então as obrigações que são existentes por si só são chamadas principais e as obrigações cuja existência necessita da obrigação principal são chamadas de obrigações acessórias. Quanto a liquidez: Obrigações líquidas: São obrigações certas, quantoa sua existência, e determinada, quanto ao seu objeto. Obrigações Ilíquidas: Aquela que é incerta quanto à sua quantidade e que se torna certa pela liquidação. Liquidação é o ato de fixar o valor da prestação momentaneamente indeterminada, para que possa ser cumprido. Obrigações momentâneas ou instantâneas: São aquelas que costumam num só ato e em certo momento. Ex: Pagamento à vista, taxi. Obrigações de execução diferida: São aquelas cujo cumprimento é realizado num só ato, porém em momento futuro. Ex: Encomenda de bolo de aniversário. Obrigações de execução duradoura ou de trato futuro: são aquelas que são prolongadas durante o tempo. Ex: Financiamento. Obrigações de meio e de resultado: Obrigações de meio: É aquela cujo devedor se compromete a usar prudência e negligência na sua prestação de serviço. Ex: Acidente de trânsito, paciente sofre uma queimadura de 3º grau, sua pele não fica como queria, entra com uma ação indenizatória. Obrigações de resultado: É aquela que o credor tem o direito de exigir um resultado, basta que o resultado não seja atingido que ele terá direito a indenização. Ex: conserto de veículo. Obrigaçõe puras e simples: Não estão sujeitas a qualquer condição, termo ou encargo. Obrigações condicionais: é aquela cuja sua eficácia está subordinada a um evento futuro e incerto. Aqui ela pode ser suspensiva e resolutiva. Art. 121 a 130 CC. Obrigação a termo: Aquela cuja eficácia está subordinada a um evento futuro. Art. 131 a 135 CC Obrigações modais ou encargo: São aquelas oneradas com algum Gravame. Art. 136 e 137 CC.
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