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Nome : Ana Lucia Gomes Alves Turma: CM-21 Professor : Marinho Protocolo de Sepse Mas o que é sepse? O organismo humano está em constante alerta e luta contra agentes externos que podem prejudicá-lo, como bactérias, vírus, fungos e toxinas. Toda agressão ao organismo provoca uma reação de defesa e essa reação, na maioria das vezes, limita-se ao combate desses agentes, sem danos associados. Porém, em algumas situações, seja pela gravidade e agressividade do agente causador (especialmente alguns tipos de bactérias e vírus), ou pela magnitude da resposta do organismo, esse combate pode acabar em danos secundários à saúde do indivíduo. Ou seja, em resposta a uma infecção, o organismo acaba lançando mão de mecanismos de defesa que acabam por prejudicá-lo. Trata-se de uma síndrome que se caracteriza pelo desequilíbrio entre o oxigênio disponível e o utilizado pelas células. Quando este desequilíbrio não é corrigido pode ocorrer disfunção única ou múltipla de órgãos e sistemas, associada à resposta do organismo frente á um agente infeccioso, que é o que chamamos de sepse, e, em casos mais avançados, choque séptico – popularmente conhecido como infecção generalizada. Traduzindo: sepse é um estado em que pode ocorrer uma incapacidade do sistema circulatório em fornecer fluxo sanguíneo adequado para atender às necessidades metabólicas dos tecidos e órgãos vitais (oxigênio e nutrientes), causada por exacerbação da resposta inflamatória sistêmica (vasodilatação, aumento da permeabilidade dos vasos e acúmulo de leucócitos), que resulta em incapacidade de manter a pressão arterial e consequente diminuição na perfusão sanguínea para os órgãos vitais. Essas alterações acontecem em todo o organismo e são observadas mesmo nos locais onde o agente infeccioso não está presente. Clinicamente podemos observar queda na pressão arterial, acompanhados por sinais de redução de fluxo sanguíneo nos órgãos ou lesões de outros órgãos (sonolência ou confusão mental, diminuição da produção de urina, queda nas plaquetas, alterações na coagulação sanguínea, distúrbios respiratórios e disfunção cardíaca podem estar presentes). Um marcador usado para ajudar no diagnóstico deste desequilíbrio do fluxo sanguíneo é a dosagem de lactato no sangue venoso ou arterial – ele é um produto do metabolismo anaeróbio e quando está aumentado significa que o organismo está tendo dificuldade em perfundir adequadamente seus tecidos e fornecer a quantidade de oxigênio mínima para o bom funcionamento dos órgãos. Choque Séptico É um estágio mais avançado e mais grave da sepse. Ele acontece quando, apesar das medidas tomadas, o paciente não recupera a pressão arterial e não adequa o fluxo sanguíneo aos órgãos e sistemas. Há ainda outras situações em que a resposta inflamatória do organismo a alguma lesão ou agressão externa também pode estar aumentada e desregulada, resultando em um quadro grave e com características e apresentação semelhantes aos da sepse, porém sem a presença de agente infeccioso – por exemplo, nos casos de pancreatite, queimaduras graves, politrauma e cirurgias extensas. Nesse caso chamamos esse fenômeno de síndrome da resposta inflamatória sistêmica grave – SIRS. Por se tratar de um quadro grave, a sepse requer tratamento rápido e preciso. Ao identificar um quadro inicial de sepse, deve-se tentar encontrar o foco infeccioso ao mesmo tempo em que o tratamento é instituído. Para identificação do foco, deve-se, além dos exames de rotina, colher culturas de sangue, urina e secreções que o paciente apresente. A imediata instituição de antibiótico de acordo com o foco infeccioso é imperativa e, para corrigir os distúrbios de fluxo sanguíneo aos órgãos e pressão arterial, deve-se iniciar infusão de fluidos por via endovenosa. Nos casos de choque séptico, em que essas medidas não são suficientes para estabelecer a melhora do quadro, deve-se optar por uso de uma medicação que seja capaz de manter a pressão arterial e perfusão adequadas – medicamento vasoativo - noradrenalina. Esses pacientes devem ser tratados e monitorados em unidades de terapia intensiva - UTI. A resposta ao tratamento depende de vários fatores: resposta do organismo à infecção, local e tipo da infecção, agressividade do agente infeccioso (infecções hospitalares costumam ser mais graves), tipo e ação do antibiótico (para aquele determinado agente) e desenvolvimento, ou não, de choque séptico. Esses são dados que não podem ser avaliados de imediato e que só o tempo será capaz de identificar, portanto a resposta ao tratamento da sepse só poderá ser avaliada após horas e, às vezes, dias depois da instituição da terapêutica adequada. A sepse e o choque séptico não tratados ou que não respondem bem às medidas adotadas podem levar ao óbito por falência de múltiplos órgãos. A mortalidade pode variar de 20 a 60% de acordo com a gravidade do caso, especialmente em pacientes que já se encontram internados em UTI, nos idosos, naqueles com algum grau de imunodepressão ou que já apresentam doença de base com comprometimento da saúde (falência hepática, câncer, diabetes, AIDS, transplantados, etc). Porém, quando o tratamento é precoce e preciso, as chances de sobrevivência são boas. Precisamos estar atentos! Sinais sugestivos de infecção como febre ou diminuição da temperatura corporal, dificuldade para respirar, aumento da frequência cardíaca, sonolência, confusão mental, diminuição da produção de urina, pressão mais baixa que o normal, entre outros, devem ser prontamente valorizados, pois já denotam um comprometimento orgânico importante. Nestas situações, o serviço médico de urgência deve ser procurado. A sepse quando não tratada pode levar ao óbito por falência de múltiplos órgãos. Fique de olho! Sepse requer diagnóstico e tratamento Precoce Pouco conhecida pela maior parte da população, a sepse (antigamente conhecida como septicemia ou infecção generalizada) é um conjunto de manifestações produzidas por nosso organismo quando se depara com uma infecção. Na tentativa de responder a esse agente infeccioso estranho, nosso sistema imunológico acaba afetando diferentes órgãos, o que pode levá-los à falência. A melhor maneira de enfrentar a sepse então é reconhecê-la e tratá-la rapidamente. Qual a importância do Protocolo de sepse? Objetivo geral: Diminuir a mortalidade pela doença com uma ação rápida no primeiro atendimento. Reconhecer precocemente sinais de Síndrome de Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS), sepse, sepse grave e choque séptico. Controlar o foco infeccioso. Garantir seguimento do cuidado. O papel do enfermeiro de Uti na identificação do Sepse Profissionais atualizados e qualificados para prestar assistência de maneira eficiente, além de planejar ações para o cuidado e agir com cautela, facilitam o diagnóstico precoce e o início da terapia medicamentosa a fim de evitar complicações e elevar o tempo de permanência do indivíduo no hospital, visando garantir a qualidade e excelência do cuidado (WESTPHAL 2010). A equipe de Enfermagem tem um papel relevante no diagnóstico e tratamento do paciente séptico, devido ao fato de permanecer, a maior parte do tempo, à beira do leito, identificando e atuando frente às necessidades humanas básicas afetadas e contribuindo com a equipe multiprofissional na instituição de tratamentos e cuidados pertinentes, precocemente, o que pode contribuir para o aumento da sobrevida (COREN-SP, 2017). “É imprescindível que o enfermeiro lotado na UTI tenha conhecimento cientifico acerca da sepse e suas complicações, para que reconheça seus sinais e sintomas, afim de melhor atendê-lo, aumentando as chances de sobrevida” (SCHMITTZ; PELAES; PAGANINI, 2010, 18-32). O enfermeiro deve conhecer as definições, conceitos, fisiopatologia, quadro clínico e intervenções terapêuticas pertinentes a sepse. Deste modo, ele poderá se tornar um multiplicador de conhecimentos para a equipe multiprofissional e contribuir para a implementação de protocolos e condutas, baseado em evidências científicas (COREN-SP, 2017) Referências: Andreia Pardini,enfermeira do Programa de Sepse do Einstein, site Hospital Sírio Libanês . Principais manifestações clínicas da sepse :