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Resumo Bubalinocultura Assunto: Diferenças nutricionais entre bubalinos e bovinos Discentes: Caio Cezar Nogueira de Souza e Leticia Maria Mesquita Santos Resumo A palestra abordou as diferenças anatômicas, na microbiologia ruminal, metabolismo, exigências nutricionais e aspectos práticos entre as duas espécies. Os bubalinos ao decorrer de sua evolução tiveram que se adaptar a uma dieta bastante fibrosa, com baixos níveis de proteínas e energia onde a grande maioria foi explorada em sistemas de pastejo extensivo, com predominância de gramíneas nativas, dessa forma o sistema digestivo desses animais permitiu aumentar a eficiência da utilização desse material fibroso. Na parte anatômica, além dos bubalinos possuírem maior número de papilas filiformes (sente mais o sabor dos alimentos ingeridos), ele também possui dentes mais fortes (melhor mastigação de materiais fibrosos) e irrompem das gengivas em idades posteriores. Já no trato gastrointestinal, o movimento ruminal do búfalo é mais lento do que do bovino, contudo a papila ruminal é mais desenvolvida, em formato de folha, proporcionando aumento da superfície de absorção e fermentação. No que diz respeito a velocidade de passagem, a passagem de alimentos entre os compartimentos do trato digestivo, no rumem e no reticulo, é mais rápida no bovino (2,99% por hora) do que do bubalino (2,46% por hora), ou seja, no bubalino há mais tempo para atuação dos microrganismos de forma mais eficiente, devido a essa demora, porém quando esse alimento chega ao ceco e ao colón, o bubalino tem a taxa maior, pois o alimento já sofreu uma ação muito eficiente dos microrganismos no compartimento anterior, além disso, por mais que a passagem no rumem e no reticulo sejam mais lentas no búfalo, ele tem a taxa média de retenção menor do que a do bovino, ou seja, consegue digerir e liberar o alimento de forma mais rápida, liberando assim o compartimento para ingerir novamente. No que tange a microbiologia ruminal, ela ocorre da seguinte maneira: o animal come uma dieta fibrosa → as bactérias presentes no rúmen se atrelam a essa fibra, no primeiro momento ocorre a degradação e diminuição dessas fibras, até que chega um momento que ocorre a fermentação → produção dos ácidos graxos voláteis (acetato e propanato). Os principais microrganismos que habitam a microbiota são bactérias, protozoários e fungos e para sobreviver nesse ambiente, eles têm algumas exigências: a temperatura do rumem tem que estar em 39º, não pode haver entrada de oxigênio e tem que ter fluxo constante de entrada e saída de alimentos, e a partir disso eles conseguem produzir o nitrogênio ruminal. Ao detalhar a função de cada um desses, temos as bactérias como principais agentes de fermentação de CHOs estruturais e das Ptns; os protozoários ciliados com papel importante na digestão de CHOs não estruturais, no fracionamento do alimento e na regulação de pH; e os fungos como os primeiros a invadir o alimento, digerir os componentes estruturais, além de ter relação estreita com as bactérias, permitindo a entrada das mesmas. Ao comparar o bovino e o búfalo, pode-se dizer que o búfalo apresenta populações maiores de bactérias celulolíticas, proteolíticas, amilolíticas e lipolíticas, além de mais fungos sob dieta idêntica as condições, isso permite que o búfalo degrade paredes celulares das forragens e proteínas de forma bem mais eficiente. Além disso, é valido ressaltar que a prevalência de bactérias produtoras de gás metano é menor em bubalinos do que em vacas leiteiras ou gado de corte, e isso é extremamente valioso quando se trata de emissões de gases de efeito estufa. No metabolismo, o bubalino possui maior degradação da fração fibrosa no rúmen, taxa de passagem de sólidos e líquidos mais lenta, menor tempo de ruminação em dietas ricas em fibras e menor velocidade do alimento no rúmen. Já em relação as exigências nutricionais, devido ao búfalo possuir inúmeras adaptações anatômicas, fisiológicas e microbiológicas ao longo do seu TGI, essa exigência acaba sendo menor na ingestão de matéria e proteína. Além disso, notou-se que os búfalos são mais eficientes na utilização de nitrogênio e por isso requerem menos proteínas advindas da dieta. Quando o bubalino recebe 40% das exigências do bovino, ainda sim apresenta balanço positivo. Deve se levar em consideração quando se trata de aspectos práticos entre as espécies os seguintes tópicos: suplementação mineral, exigência nutricional própria vs custo e adaptação a nova dieta (em torno de 4 semanas). Por fim, pode-se concluir que o búfalo possui nutrição mais eficiente do que bovinos.
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