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Nutrição Animal

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NUTRIÇÃO ANIMAL
PROF.A DRA. PAULA ADRIANA GRANDE
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Gestão Educacional: 
Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Gabriela de Castro Pereira
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim 
Mariana Tait Romancini 
Produção Audiovisual:
Heber Acuña Berger 
Leonardo Mateus Gusmão Lopes
Márcio Alexandre Júnior Lara
Gestão da Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
1 - CONCEITOS DE NUTRIÇÃO ANIMAL .................................................................................................................. 5
2 - PARTICULARIDADES DO SISTEMA DIGESTÓRIO DE DIFERENTES ESPÉCIES ............................................. 9
2.1. CLASSIFICAÇÃO DOS ANIMAIS DE ACORDO COM O COMPORTAMENTO ALIMENTAR E COM A ANATO-
MIA DO SISTEMA DIGESTIVO ................................................................................................................................... 9
2.2. CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS DOS NÃO RUMINANTES ..................................................................... 12
2.3. RÚMEN ............................................................................................................................................................. 15
2.4. MICROBIOLOGIA DO RÚMEN .......................................................................................................................... 17
CONCEITOS DE NUTRIÇÃO ANIMAL 
E PARTICULARIDADES DO SISTEMA 
DIGESTÓRIO
PROF.A DRA. PAULA ADRIANA GRANDE
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
NUTRIÇÃO ANIMAL
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INTRODUÇÃO
Conjunto de processos que envolvem várias reações químicas e processos 
fisiológicos que transformam os alimentos em tecidos corporais e atividades, 
consequentemente, ela envolve a ingestão, a digestão, absorção dos vários 
nutrientes, seu transporte para todas as células corporais e a remoção dos 
produtos do metabolismo (MAYNARD, 1979).
A nutrição animal é de grande importância, tanto para atender as necessidades dos 
animais, como para atender as necessidades humanas. No que tange as necessidades humanas, 
ela se destaca como:
1. Produção de alimento - carne, leite, ovos, gordura
2. Proteção - pele, lã
3. Trabalho, Lazer, Material Biológico
4. Sócio-Econômica – Geração de renda e emprego
5. Ambiental – fundamental para mimetização do passivo ambiental agroindustrial
Segundo Bertechini (2013), o objetivo final da nutrição animal é de transformar recursos 
alimentares de menor valor nutricional em alimentos para o consumo humano, de melhor valor 
biológico. De forma economicamente viável e minimizando o impacto ambiental da exploração 
industrial dos animais domésticos. 
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1 - CONCEITOS DE NUTRIÇÃO ANIMAL
A ciência da nutrição integra conhecimentos bioquímicos e fisiológicos, relacionando 
o organismo animal com o suprimento de suas células. Segundo Bertechini (2013), a nutrição 
animal depende basicamente dos conhecimentos das exigências nutricionais da espécie de 
acordo com a sua fase de desenvolvimento e estado fisiológico, da composição em nutrientes dos 
ingredientes em elementos digestíveis, do nível do consumo alimentar dos animais, do manejo 
alimentar aplicado, de metabolismo e bioquímica fisiológica, de fisiologia geral e, em especial, a 
da digestão, da sanidade do plantel, do meio ambiente, enfim, de todos os fatores que estão direta 
ou indiretamente ligados à produção de alimentos.
Assim, conhecer os conceitos aplicados no estudo da nutrição animal, facilita a 
compreensão dos eventos que ocorrem durante o processo de produção de alimentos de origem 
animal. A seguir, veremos alguns conceitos utilizados, de acordo com Bertechini (2013):
• Ração: É a quantidade total de alimento que um animal recebe em um período de 
24 horas. Para fins de registro de produto, de acordo com a Instrução Normativa 13, 2004 do 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA (BRASIL, 2004), ração é a mistura 
composta por ingredientes e aditivos, destinada à alimentação de animais de produção, que 
constitua um produto de pronto fornecimento e capaz de atender às exigências nutricionais dos 
animais a que se destine. 
• Ração concentrada ou mistura concentrada ou concentrado: É uma mistura de 
alimentos na forma farelada, homogênea, com o teor de umidade inferior a 13%. Sua composição 
deve conter de 18% a 20% de proteína bruta (PB) e aproximadamente 70% de nutrientes digestíveis 
totais (NDT). 
• Dieta completa: Mistura de volumosos (silagem, feno, capim verde picado) com 
concentrados (energéticos e proteicos), minerais e vitaminas. Possui a vantagem de evitar que os 
animais consumam uma quantidade muito grande de concentrado de uma única vez, o que pode 
causar problemas de acidose ruminal. 
• Dieta x ração: Em nutrição, dieta é sinônimo de ração: tudo que um animal consome 
num período de 24 horas. No entanto, a dieta de ruminantes inclui alimentos volumosos 
(forragens) e concentrados, os quais devem ser misturados em uma proporção ótima para que 
a resposta do animal em termos de desempenho produtivo e reprodutivo garanta a eficiência 
econômica do sistema.
• Ingestão: reconhecimento, preensão e deglutição do alimento; 
• Digestão: Processos mecânicos, químicos e enzimáticos onde macromoléculas são 
“transformadas” em compostos mais simples para posterior absorção; 
• Absorção: Passagem de moléculas presentes na luz do TGI para o interior das células, e 
destas, para o sangue (via sistema porta) ou linfa (sistema linfático); 
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• Nutriente: É um conjunto ou uma classe de compostos químicos, que após absorvidos, 
são necessários para manter as funções vitais e produtivas; Categorias de nutrientes: água, 
carboidratos, lipídios, compostos nitrogenados (protéicos e “não-protéicos”), minerais e 
vitaminas.
Figura 1 – Nutriente. Fonte: NutriSchool (2018).
• Nutriente essencial: nutriente que não é sintetizado ou sintetizado em quantidade 
insuficiente para atender as necessidades. A tabela abaixo ilustra a quantidade de nutrientes 
essenciais.
Tabela 1 - Nutrientes essenciais. Fonte: a autora.
• Alimento: Qualquer material que após a ingestão é capaz de ser digerido, absorvido e 
utilizadopelo tecido animal.
• Energia: Potencial de geração de trabalho; 
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• Caloria: Quantidade clássica de mensuração do calor. Quantidade de calor necessária 
para elevar a temperatura de 1g de água de 14,5 para 15,5oC a pressão de 1 atm; 
• Energia bruta: Energia liberada na forma de calor quando uma substância orgânica é 
completamente oxidada até CO2 e água: 
 
 ➢ Carboidratos: 4,2 kcal/g de carboidrato 
 ➢ Proteína: 5,6 kcal/g de proteína 
 ➢ Lipídio: 9,4 kcal/g de lipídio
 ➢ Outras formas de energia podem ser conceituadas em nutrição animal. Segue 
na Figura, segundo Lana (2003), as formas de energia.
Figura 2 – Formas de Energia. Fonte: a autora.
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• Digestibilidade (%) = proporção do alimento ou nutriente ingerido que foi digerido e 
absorvido pelo trato gastrintestinal: 
• Digestibilidade (%) = [ (ingerido – excretado nas fezes ) / ingerido] x 100
• Conversão alimentar (CA): quantidade de alimento necessária para produzir uma 
unidade de produto animal (peso corporal; carne; leite; ovos; etc). A conversão alimentar é 
influenciada pela idade do animal, sexo e característica do alimento. Sendo que alimentos com 
menor digestibilidade implica em conversão maior.
CA = consumo de alimento (kg) / produto animal (kg)
Exemplo: Índice de conversão alimentar em granja de aves de frangos de corte aos 42 
dias de idade (idade de abate), com peso de abate de 2.400g e peso de chegada na granja de 40g, 
estimando um consumo médio de 4.250 kg de ração/ave/alojamento.
• Calcular o ganho de peso médio do lote, subtraindo-se o peso das aves aos 42 dias (peso 
médio do lote) pelo peso dos pintinhos no dia do alojamento (aproximadamente 40 g). 
• Lote com média de 2.400g por frango ao abate terá um ganho de peso médio de 2.360 g 
(ou 2400 – 40) no período de 1 a 42 dias de idade. 
• Obter o consumo médio de ração por ave neste período. Supor que o consumo médio 
de ração de 4.250g/frango.
Isto equivale a dizer que, para cada quilo de ganho de peso da ave foram necessários 1,80 
Kg de ração. 
Quando o Índice de Conversão Alimentar aumenta significa que houve uma piora no 
desempenho dos animais, ou seja, mais ração terá sido consumida para a produção de um quilo 
de peso vivo.
Sob o ponto de vista biológico, a eficiência é traduzida pela conversão alimentar, que se 
refere ao quanto de alimento é ingerido (na base matéria seca) para que o animal ganhe um quilo 
de peso vivo. Por exemplo: Se em um lote de bovinos a ingestão média de matéria seca (MS) for 
de 10,5 kg durante o período de confinamento e o ganho de peso obtido for de 1,25 kg/dia, a 
conversão alimentar será de 8,4 kg de MS/kg de ganho. Se em outro lote o ganho de peso for de 
1,10 kg/dia para o mesmo consumo e dieta, a conversão alimentar será de 9,5 kg de MS/kg de 
ganho, ou 13% maior.
• Eficiência alimentar (EA): Quantidade de produto animal produzida a partir do 
consumo de uma unidade de alimento. É o inverso da conversão alimentar. EA = produto 
animal (kg) / consumo de alimento (kg).
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2 - PARTICULARIDADES DO SISTEMA DIGESTÓRIO DE 
DIFERENTES ESPÉCIES
O sistema digestivo possui como função principal a digestão e absorção dos nutrientes e 
excreção dos produtos não utilizados. Nos mamíferos, o sistema digestivo possui boca, faringe, 
esôfago, estômago (rúmen, retículo, omaso e abomaso no caso dos principais ruminantes 
domésticos), intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), intestino grosso (ceco, cólon e reto), 
ânus e glândulas acessórias (glândulas salivares, pâncreas e fígado), conforme Lana (2003, p. 
1). As aves, em particular, apresentam o sistema digestivo diferenciado dos mamíferos, pois 
apresentam bico, moela, proventrículo e cloaca, segundo Bertechini (2013).
A classificação nutricional dos animais leva em consideração as particularidades que 
caracterizam a fisiologia digestiva nos aspectos anatomo-fisiológicos da digestão, absorção e 
destinos metabólicos dos nutrientes dietéticos. Segundo Sakomura e Rostagno (2007), digestão, 
absorção e excreção, podem ser definidos da seguinte forma:
• DIGESTÃO – consiste na quebra dos alimentos para que possam ser aproveitados pelo 
animal.
• ABSORÇÃO – após quebrados os alimentos são absorvidos pela parede intestinal pelas 
fezes e excreta.
• EXCREÇÃO – e os resíduos não aproveitados eliminados.
2.1. Classificação dos animais de acordo com o comporta-
mento alimentar e com a anatomia do sistema digestivo
Os animais são classificados, de acordo com o comportamento alimentar, em herbívoros, 
onívoros e carnívoros, cita Lana (2003, p. 20):
1) Carnívoros – fazem a digestão química, apresentam o trato gastrintestinal curto, a 
exemplo do cachorro e gato.
2) Herbívoros – fazem a digestão química, enzimática (microbiana), como exemplo temos 
os cavalos, coelho, bovinos, ovinos, caprinos, camelos. Existem adaptações do sistema digestivo 
dos herbívoros para facilitar a digestão da fibra (ceco, cólon e rúmen) e o trato gastrintestinal 
tende a ser longo, permitindo menor taxa de passagem do alimento fibroso pelo sistema digestivo, 
facilitando assim, a ação da população microbiana celulolítica.
3) Onívoros – fazem a digestão química, incluem os suínos, com estágio intermediário 
de alimentação e tamanho do trato gastrintestinal.
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Segundo, Lana (2003, p. 21) outra forma de classificarmos os animais é quanto a anatomia 
do sistema digestivo, que permite agrupá-los em animais ruminantes e não-ruminantes, como 
pode ser observado na Tabela 1.
O primeiro grupo definido como poligástricos e o segundo como monogástricos. Esses 
termos são insatisfatórios, porque todos os animais possuem apenas um estomago. O que existe 
são adaptações fisiológicas com compartimentos separados, mas como regra geral, apenas um 
estômago com as mesmas funções em todos os animais, informa Bertechini (2013, p. 1).
Assim, de acordo com sistema digestório os animais podem ser considerados:
- Não Ruminantes ou Monogástricos que incluem carnívoros; herbívoros como o coelho 
e o cavalo, e onívoros como as aves e os suínos. As Figuras, apresentam alguns representantes 
dessa categoria.
Figura 3 – Animais. Fonte: Google Images (2018).
- Ruminantes
Figura 4 – Ruminantes. Fonte: Agroceres (2018).
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Tabela 1 - Classificação nutricional dos animais. Fonte: Bertechini (2013, p. 23).
A classificação também pode ser feita de acordo com a digestão nos compartimentos, da 
seguinte forma:
1) Carnívoros – digestão química
2) Herbívoros – digestão química, enzimática (microbiana)
3) Onívoros – digestão química
A Figura abaixo, ilustra os tipos de sistema digestório dos animais.
Figura 5 - Trato Digestório dos animais domésticos. Fonte: Wortinger (2009).
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2.2. Características Nutricionais dos Não Ruminantes
Segundo Bertechini (2013, p. 24 e 25), os animais monogástricos, mais adequadamente 
chamados de não ruminantes, são caracterizados por várias particularidades nutricionais:
- Reduzida capacidade de armazenamento de alimentos, e, como consequência, deve ter 
acesso contínuo a alimentação.
- Taxa de passagem dos alimentos no trato digestório, é relativamente rápida, e, dessa 
forma, os nutrientes devem estar prontamente disponíveis, para o seu aproveitamento.
- Baixa capacidade de digerir materiais fibrosos em decorrência da reduzida microbiota 
celulolítica existente no trato digestório, sendo que as dietas devem ser concentradas.
- Pequena capacidade de síntese gastrintestinal e, como consequência, todos os nutrientes 
exigidos para o máximo desempenho devem estar presentes na dieta. As avese suínos necessitam 
de aminoácidos essenciais na dieta, enquanto que para ruminantes, o fornecimento de nitrogênio 
e carbono, supre as exigências desses aminoácidos, por meio da biossíntese ruminal.
- Digestão básica dos alimentos faz-se por intermédio de enzimas digestivas produzidas 
pelo animal (endoenzimas).
- Aproveitam mais eficientemente os alimentos concentrados do que os animais 
ruminantes por apresentarem menores perdas de nutrientes e energia durante o processo de 
digestão.
A anatomia estrutural do sistema digestivo das aves e suínos, equinos e coelhos. apresenta 
particularidades que caracterizam o processo digestivo nessas espécies. As Figuras 1, 2, 3 e 4 
representam diagramaticalmente os órgãos que compõem o aparelho digestivo dessas espécies.
As aves possuem bico, ao invés de dentes, o que modifica o seu hábito alimentar. 
Partículas muito finas dificultam a sua ingestão, havendo preferência para rações peletizadas e/
ou granuladas. Apesar das aves não mastigarem o alimento na boca como os suínos, por exemplo, 
elas umidificam e amolecem o alimento no inglúvio ou papo, o que favorece a sua digestão 
nos segmentos adiante. Ainda nesse compartimento, ocorre fermentação por uma microbiota 
específica formada principalmente por Lactobacillus sp e Bacillus subtlis, que produzem ácido 
láctico.
Figura 6 - Sistema digestório dos Suínos. Fonte: Google Images.
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Os suínos e outros animais onívoros possuem a enzima α-amilase (ptialina) na saliva, 
ela inicia o desdobramento do amido dietético durante o processo de mastigação e ensalivação 
do alimento, afirma Bertechini (2013). O volume dos três compartimentos digestivos (estômago, 
intestino delgado e intestino grosso) são semelhantes, neles a digestão ocorre com uma alta 
capacidade de absorção no intestino delgado, e o ceco apresenta pouca função, informa Lana 
(2003). O estomago do suíno adulto se caracteriza por quatro grandes áreas (esofágica, cardíaca, 
fúndica e pilórica) e tem a capacidade relativa de armazenamento de 18,3% de todo o trato 
digestório. O intestino grosso do suíno é compreendido pelo ceco, cólon e reto, que tem a 
função primária de excreção dos resíduos alimentares não aproveitados no intestino delgado. No 
entanto, é nesse compartimento que ocorre uma grande absorção de água e eletrólitos e também 
a fermentação dos resíduos não aproveitados no intestino delgado. Essa fermentação é realizada 
por uma microbiota complexa de microorganismos anaeróbicos que produzem vitaminas, 
ácidos graxos voláteis (AGVs) e aminoácidos, coloca Bertechini (2013, p. 27). Os suínos têm a 
capacidade de digerir até 30% da fibra da ração no ceco e cólon.
Figura 7 - Sistema digestório dos Frangos de Corte e Galinhas Poedeiras. Fonte: Google Images (2018).
As aves possuem trato gastrintestinal com características anatômicas diferentes dos 
outros monogástricos, pela presença de bico, papo, pró-ventrículo, moela, ceco bifurcado e 
cloaca, órgão este comum aos sistemas digestivo, urinário e reprodutor, cita Wortinger (2009). 
As aves apresentam bico, ao invés de dentes, o que modifica seu hábito alimentar. 
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Apesar as aves não mastigarem o alimento na boca, elas umidificam e amolecem 
o alimento no papo, o que favorece sua digestão nos seguimentos adiante. Ainda 
nesse compartimento ocorre a fermentação por uma microbiota específica 
formada principalmente por Lactobacillus sp e Bacillus subtillis, que produzem 
ácido láctico. As aves apresentam um estomago em formato oblongo, sendo 
formado por uma parede espessa e rica em glândulas secretoras, principalmente. 
A moela é composta de potentes músculos que desintegram as partículas do 
alimento, preparando o bolo alimentar para a digestão intestinal. o ceco duplo 
e o colón são capazes de absorver água e eletrólitos, além de uma pequena 
absorção ativa de glicose e aminoácidos (BERTECHINI, 2013, p. 27 e 28). 
As aves adultas têm a capacidade de digerir até 10% da fibra da ração.
Figura 8 - Sistema digestório dos Equinos. Fonte: VET UFV (2013).
Os equinos possuem saliva com ausência de enzimas digestivas e a secreção ocorre por 
ação mecânica do alimento. O estômago é menor em relação a outros animais, necessitando ingerir 
alimentos várias vezes ao dia. E o intestino grosso é desenvolvido (60% do trato gastrintestinal), 
com intensa ação microbiana, em especial o ceco (Lana, 2003).
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Figura 9 - Sistema digestório dos Coelhos. Fonte: Gomes (2012).
Os coelhos, assim como os equinos, apresentam uma particularidade no sistema digestivo 
– o ceco mais desenvolvido. Assim, essas espécies são chamadas de fermentadoras pós-gástricas, 
pois no ceco ocorre fermentação microbiana. 
2.3. Rúmen 
Os ruminantes apresentam estômago com quatro compartimentos: rúmen, retículo, 
omaso e abomaso, sendo os três primeiros aglandulares. O animal ruminante comporta-se como 
monogástrico durante o aleitamento. O desenvolvimento do rúmen ocorre normalmente nos 
ovinos aos dois meses e nos bovinos aos cinco a seis meses, quando os animais lactantes seguem 
a mãe em pastagens. O desenvolvimento do rúmen pode ser antecipado durante o processo de 
desmama precoce, em que os animais lactentes são forçados a consumirem dietas sólidas em 
substituição ao leite em idade mais jovem, podendo a desmama precoce, ou remoção total do 
leite da dieta dos bezerros, ocorrer por volta de um mês, quando os mesmos já estão consumindo 
em torno de 600 gramas de concentrado/animal/dia em adição a alimentos volumosos, expõe 
Lana (2003). Os ruminantes têm essa denominação, pois ruminam (remastigam o alimento 
ingerido, demoradamente), visto que possuem um estômago que consiste em pré-estômago não 
secretor e compartimento estomacal secretor (o abomaso). O pré-estomago age como depósito 
para fermentação microbiana, e o abomaso, como o estomago dos animais não-ruminantes, 
explica Dukes (2006).
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Figura 10 - Sistema digestivo dos ruminantes. Fonte: Lana (2003).
Os animais ruminantes têm a capacidade peculiar de coletar, armazenar, processar e 
aproveitar alimentos fibrosos inadequados ao consumo humano, convertendo-os em substâncias 
nutritivas que, posteriormente, são aproveitadas para produção de carne, leite, lã e trabalho. 
Este processo depende intimamente da fermentação ruminal, realizada pelos microrganismos 
que habitam os pré-estômagos do animal, que, por sua vez, requerem energia e proteína em 
quantidade e qualidade adequadas à sua demanda metabólica, para que, assim, ocorra a hidrólise 
e digestão de moléculas complexas, como a celulose. Em razão disso, existe um interesse 
constante em estudar mais detalhadamente as fontes de proteína verdadeira – cita Loerch (1983) 
–, que normalmente são utilizadas para a alimentação dos ruminantes. Segundo Lana (2003), 
o estômago dos animais ruminantes é dividido em quatro compartimentos (rúmen, retículo, 
omaso e abomaso), conforme mostra a figura.
Figura 11 - Compartimentos do Rúmen. Fonte: Lana (2003).
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O rúmen é um órgão extremamente grande que ocupa quase todo o lado esquerdo da 
cavidade abdominal. A parte interna do rúmen possui grande número de papilas (até 1 cm) 
que aumenta a área de superfície e facilita a absorção. O retículo fica localizado cranialmente 
ao rúmen, próximo ao diafragma e ao coração, a parede é pregueada (cristas do retículo) com 
formato de favos de mel. O omaso possui mais de 150 pregas longitudinais delgadas (lâminas do 
omaso) que se dispõem como as folhas de um livro. O omaso tem como função o maceramento 
do alimento, compressão e absorção. O abomaso (estomago verdadeiro) apresenta o processo 
digestivo neste compartimentosemelhante ao dos não ruminantes, a muscosa do abomaso é lisa 
e apresenta pregas no sentido longitudinal.
Figura 12 - Compartimentos do rúmen. Fonte: Fernandes (2015).
Os movimentos do rúmen e retículo são responsáveis pela mistura do conteúdo ruminal, 
saída do alimento pelo orifício retículo-omasal, regurtitação do alimento para ruminação e 
eructação de gases de fermentação.
2.4. Microbiologia do Rúmen
O rúmen fornece um ambiente favorável ao desenvolvimento contínuo da população 
microbiana, atuando como câmara de fermentação, pelos seguintes fatores, mostra Lana (2003, 
p. 38):
a) Temperatura entre 38 a 42º C (média de 39º C);
b) Anaerobiose;
c) pH tampão variando de 5,5 a 7,0 (média de 6,8);
d) Presença de bactérias, protozoários e fungos;
e) Suprimento de nutrientes e contínua remoção de digesta e dos produtos de fermentação;
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Aproximadamente 70 – 85% da matéria seca digestível da ração é fermentada no rúmen, 
com produção de ácidos graxos voláteis (AGV, acético, propiônico e butirico), dióxido de 
carbono (CO2), metano (CH4), amônia (NH3) e células microbianas. Segundo, Lana (2003, p. 
39) os tipos de microrganismos presentes no rúmen são as bactérias (1010/mL de conteúdo de 
rúmen), protozoários (106/mL) e fungos (104/mL).
Na Tabela são apresentadas algumas características de protozoários e bactérias.
Tabela 2 - Comparação entre protozoários e bactérias. Fonte: Lana (2003, p. 39).
As bactérias são classificadas em função dos substratos utilizados e dos produtos de 
fermentação, conforme Lana (2003, p. 43): 
a) Bactérias celulolíticas: digestoras de celulose, têm a habilidade bioquímica de produzir 
a enzima extracelular celulase, através da hidrólise da celulose. As celulases da maioria dos 
microorganismos celulolíticos estão associadas às células aderidas firmemente às partículas 
fibrosas do conteúdo ruminal. A adesão inicial é feita através do glicocálice, à medida que a 
celulase vai degradando a fibra, fragmentos do envelope celular passam a compor a matriz 
de glicocálice, dentro da quais as celulases continuam a digerir a celulose, explica Cheng e 
Costerton (1986). Os ácidos graxos de cadeia ramificada são necessários ou estimulatórios para 
o crescimento das bactérias celulolíticas. As espécies celulolíticas produzem, principalmente, 
acetato, propionato, butirato, succinato, formato, CO2 e H2. São liberados também etanol e 
lactato, mostra Hungate (1966). Segundo Dehority (1987) e Soest (1982), as principais espécies 
celulolíticas são Ruminococcus flavefaciens, Ruminococcus albus, Bacteroides succinogenes e 
Butyrivibrio fibrisolvens.
b) Bactérias Amilolíticas são as responsáveis pela degradação do amido (que se dá pela 
enzima amilase), que é fermentado por espécies do gênero Bacteroides, dentre estas, Bacteroides 
amylophilus, que utiliza amido, mas é incapaz de utilizar glicose ou outros monossacarídeos. Já 
Streptococus bovis e Selenomonas ruminantium fermentam amido e açúcares solúveis produzindo 
acetato, quando estes carboidratos são abundantes mudam para acetato, formato e etanol ou 
acetato e propionato, quando a concentração de substrato prontamente fermentável decresce. 
Esta última rota metabólica maximiza a produção de ATP, informa Russell (1988).
c) Bactérias Proteolíticas: muitas das bactérias Proteolíticas presentes no rúmen são 
capazes de degradar proteína. Existem, no entanto, bactérias essencialmente proteolíticas, que 
utilizam aminoácidos como fonte de energia primária. As representantes dessa categoria são: 
Prevotella ruminicola, Selemonas ruminantium, Butyrivibrio fibrisolvens e Streptococcus bovis. A 
proteína contida no alimento do animal pode ser degradada pelos microorganismos de rúmen, 
com liberação de amônia e ácidos graxos voláteis. A excessiva degradação protéica no rúmen 
causa redução na retenção de nitrog|ênio pelo hospedeiro, comenta Teixeira (1991) e Soest (1982).
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d) Bactérias Metanogênicas (anaeróbias estritas) são organismos capazes de produzir 
metano. Estas bactérias são especialmente importantes para o ecossistema ruminal, pois tem um 
papel importante na regulação de fermentação pela remoção das moléculas de H2, expõe Teixeira 
(1991). Praticamente todo o metano é produzido pelas reações de redução de CO2 acoplada ao 
fornecimento de elétrons pelo H2. O gênero Methanobacterium desempenha importante papel 
no equilíbrio químico no ecossistema ruminal ao utilizar o H2 presente no meio, contribuindo 
para a regeneração de co-fatores, como NAD+ e NADP+, conforme Arcuri (1992).
e) Bactérias que hidrolisam a uréia: Aerobacter aerogenes e Lactobacillus bifidus.
f) Bactérias produtoras de amônia a partir de compostos nitrogenados: Prevotella 
ruminicola, Megasphaera elsdenii, Selenomonas ruminantium e Peptostreptococcus anaerobius.
Os protozoários foram os primeiros microorganismos identificados no rúmen. Em 
geral, a presença de protozoários aumenta diretamente a digestão da celulose e hemicelulose, 
menciona Fondevila (1998). Sua população é de 100.000 a 1.000.000 células/ml de conteúdo 
ruminal, mostra Teixeira (1991). São organismos unicelulares, anaeróbios, não patogênicos, 10 a 
100 vezes maiores que as bactérias, coloca Hungate (1966); Ogimoto e Imai (1981). As bactérias 
constituem a fonte preferida de nitrogênio para os protozoários, motra Williams (1986). Esta 
predação reduz significamente o número de bactérias no líquido ruminal, cita Hungate (1966). 
Uma característica peculiar dos protozoários é o quimotactismo, isto é, a capacidade de se 
locomoverem num gradiente de concentração de nutrientes, como, açúcares ou glicoproteínas, 
segundo Arcuri (1992).
Normalmente, os protozoários encontrados no rúmen são da classe dos Ciliados, 
dividindo-se nas subclasses Holotricha e Pirotricha, explica Teixeira (1991). Dehority e Tirabasso 
(1986) sugerem que a subclasse Holotrica é capaz de se fixar à parede do retículo e imigrar 
em direção ao rúmen logo após a alimentação do hospedeiro, possivelmente em função do 
aparecimento de açúcares solúveis. Por meio deste mecanismo, os holotrica são seletivamente 
retidos no rúmen, o que permite a estes organismos sobreviver neste ambiente, uma vez que têm 
um tempo de geração muito longo, conforme Leng e Nolan (1984).
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02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 22
1 - ENERGIA .............................................................................................................................................................. 23
2 - ENERGIA TOTAL OU ENERGIA BRUTA (EB) .................................................................................................... 23
3 - DENSIDADE ENERGÉTICA ................................................................................................................................. 25
4 - COMPOSIÇÃO DOS ALIMENTOS ...................................................................................................................... 25
5 - ÁGUA ................................................................................................................................................................... 26
6 - NUTRIENTES ENERGÉTICOS ............................................................................................................................ 27
7 - CARBOIDRATOS .................................................................................................................................................. 27
8 - LIPÍDIOS ............................................................................................................................................................. 29
OS NUTRIENTES
PROF.A DRA. PAULA ADRIANA GRANDE
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
NUTRIÇÃOANIMAL
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9 - AVALIAÇÃO ENERGÉTICA DOS ALIMENTOS ................................................................................................... 30
10 - PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS ........................................................................................................................ 32
11 - QUALIDADE DA PROTEÍNA .............................................................................................................................. 34
12 - NITROGÊNIO NÃO PROTEICO (NNP) ............................................................................................................. 35
13 - VITAMINAS ....................................................................................................................................................... 36
14 - SAIS MINERAIS ................................................................................................................................................ 37
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INTRODUÇÃO
O estudo da nutrição inicia pelo conhecimento dos nutrientes e sua classificação. 
De maneira geral, podem ser classificados de acordo com suas definições e 
características químicas. São chamados de nutrientes ou metabólitos primários, 
todos os compostos presentes nos alimentos ou de forma livre que são utilizados 
para nutrição das células do organismo animal, possuindo funções definidas 
(BERTECHINI, 2013, p. 31).
Os animais obtêm energia dos nutrientes na dieta. Nutrientes são os componentes da dieta 
que têm funções específicas dentro do organismo e colaboram para o crescimento, manutenção 
de tecidos e proporcionam uma saúde perfeita, menciona Wortinger (2009). Nutrientes essenciais 
são aqueles componentes que não podem ser sintetizados pelo organismo a uma taxa adequada 
para satisfazer as necessidades corpóreas, de modo que eles devem ser incluídos na dieta. Esses 
nutrientes são utilizados como componentes estruturais de ossos e músculos, melhoram ou 
fazem parte do metabolismo, transportam substâncias como oxigênio e eletrólitos, mantêm a 
temperatura corpórea normal e fornecem energia, segundo Wortinger (2009). Os nutrientes não-
essenciais podem ser sintetizados pelo organismo e podem ser obtidos tanto pela sua produção 
no corpo como pela dieta. Os nutrientes são divididos em seis categorias:
1. Água
2. Carboidratos
3. Proteínas
4. Gorduras
5. Vitaminas
6. Minerais.
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1 - ENERGIA
A energia não está entre nenhum dos nutrientes principais, mas, depois da água, é 
um componente fundamental da dieta, uma vez que as necessidades energéticas são sempre 
a primeira exigência que deve ser satisfeita na dieta de um animal, mostra Case (2000). Após 
as necessidades energéticas terem sido satisfeitas, os nutrientes ficam disponíveis para outras 
funções metabólicas. O corpo obtém energia dos nutrientes por meio da oxidação das ligações 
químicas encontradas em proteínas, carboidratos e gorduras. Essa oxidação ocorre durante a 
digestão, absorção e transporte para as células do organismo. O composto mais importante que 
contém energia é o trifosfato de adenosina (ATP), cita Wortinger (2009).
O ATP é a forma de energia utilizável do organismo, mas não é uma boa forma de 
armazenamento de energia porque é utilizado rapidamente após ter sido produzido. O glicogênio 
e os triglicerídeos são formas melhores de armazenamento de energia (Gross et al., 2000). Em 
animais em jejum, quando o corpo precisa de energia, ele utiliza em primeiro lugar o glicogênio, 
em segundo a gordura armazenada, e como último recurso, os aminoácidos das proteínas 
corpóreas.
2 - ENERGIA TOTAL OU ENERGIA BRUTA (EB)
Wortinger (2009) citou que o total de energia contida em uma dieta é chamado de energia 
total (ET), ou energia bruta (EB). A energia bruta dos alimentos é determinada pela queima do 
alimento em uma bomba calorimétrica e mensuração do calor total produzidos. Infelizmente, 
os animais não são capazes de utilizar 100% da energia contida em um alimento, visto que um 
pouco dela é perdida durante a digestão e a assimilação dos nutrientes, como também na urina, 
nas fezes, na respiração e na produção de calor, conforme Wortinger (2009). 
Para Case (2000), a Energia digestível (ED) refere-se à energia disponível para absorção 
por meio da mucosa intestinal. A energia que se perde é encontrada nas fezes. Segundo Bertechini 
(2013), a energia metabolizável (EM) é a quantidade de energia realmente disponível aos tecidos 
para uso, a energia que se perde é encontrada em fezes e urina. A energia metabolizável de um 
ingrediente de uma dieta ou ração depende tanto da composição de nutrientes da ração como 
do animal que o consome. Se um cão e um bovino forem alimentados com a mesma dieta rica 
em fibras, o bovino terá maior valor de EM devido à sua maior capacidade de digerir fibras em 
comparação com o cão. Já a energia líquida (EL) é aquela utilizada para manutenção e produção.
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Figura 1 - Formas de distribuição da energia. Fonte: a autora.
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3 - DENSIDADE ENERGÉTICA
A densidade energética de uma ração para animais de produção se refere ao número 
de calorias existentes em um determinado peso ou volume. Nos Estados Unidos, a densidade 
energética é expressa em quilocalorias (Kcal) de EM por quilograma de alimento, informa Case 
(2000). A densidade energética deve ser alta o bastante para que o animal seja capaz de consumir 
ração suficiente para satisfazer suas exigências energéticas diárias. A densidade energética é o 
principal fator que determina a quantidade de ração a ser ingerida diariamente. A capacidade de 
manter normal o peso corpóreo e a taxa de crescimento estabelece os critérios para determinar a 
quantidade apropriada de ração a ser oferecida.
4 - COMPOSIÇÃO DOS ALIMENTOS
Os alimentos de origem animal, vegetal ou mineral que ao serem ingeridos por um 
animal são capazes de fornecer algum nutriente (proteína, vitaminas, aminoácidos, carboidratos 
e lipideos) capaz de satisfazer alguma necessidade metabólica. Wortinger (2009) coloca que 
normalmente os alimentos contem mais de um nutriente, embora nunca contenham todos 
em quantidade e qualidade adequadas para um determinado animal. Assim, é necessário o 
balanceamento das rações, que é a combinação de dois ou mais alimentos que juntos contenham 
todos os nutrientes necessários para um determinado animal, em quantidade e qualidade. 
Segundo Silva e Queiroz (2002), um alimento pode ser dividido em duas partes principais: água 
e matéria seca. É na matéria seca que se encontram todos os nutrientes que o alimento fornece, 
exceto a água, naturalmente.
Figura 2 - Distribuição dos nutrientes de um alimento. Fonte: Silva e Queiroz (2002).
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5 - ÁGUA
A água é o nutriente mais importante em termos de capacidade de sobrevivência. Os 
animais podem viver durante semanas sem alimentos, utilizando gordura e músculos corpóreos 
para a produção de energia, mas a perda de somente 10% da água corpórea resulta em morte, 
afirma Wortinger (2009). Compõe aproximadamente de 60 a 70% do peso corporal dos animais 
ao nascer, de 40 a 50% do peso corporal ao abater, e de 90 a 95% do sangue. 
Segundo Lana (2003) as fontes de água para os animais são: 
a) água de beber; 
b) água encontrada nos alimentos consumidos e, 
c) água metabólica isto é, a água resultante das reações químicas dos processos metabólicos.
A exigência de um animal em água é muito variável e será afetada pelo tipo de dieta 
(silagem X feno), pelo tipo do animal com o qual estamos tratando (vaca em lactação X vaca 
seca), pelo tipo de aparelho digestivo (ruminantes X monogástricos) e pelo sistema urinário 
(mamíferos Xaves). Em um mesmo animal, esta exigência se alterara em função de fatores 
ambientais como temperatura ambiente, umidade relativa do ar ou radiação solar e de fatores 
biológicos, como atividade física, saúde ou doença e idade, além do tipo de alimento fornecido 
na dieta deste, mostra Case (2000).
As principais funções da água, Segundo Bertechini (2013), são:
• Digestão: processo hidrolítico
• Absorção dos nutrientes do trato digestório;
• Translocação de todos os compostos químicos no organismo;
• Excreção de todos os resíduos do metabolism orgânico;
• Secreção de hormônios, enzimas e outras substâncias bioquímicas;
• Termorregulação corporal;
• Manutenção da pressão osmótica intra-celular;
• Equilíbrio ácido básico;
• Facilita as reações enzimáticas.
A água é perdida de vários modos. A perda obrigatória através dos rins é a menor 
quantidade de água exigida pelo organism para livrar-se da quantidade diária de produtos de 
excreção urinária. A perda facultativa é a porção restante da urina que é excretada em resposta à 
taxa normal de reabsorção hÍdrica dos rins e aos mecanismos responsáveis pela manutenção do 
equilíbrio hidrico adequado do organism. A água Perdida nas fezes corresponde a uma porção 
muito pequena de perda. Uma Terceira via de perda é a evaporação nos pulmões durante a 
respiração, mostra Wortinger (2009).
Consumo diário aproximado de água de um animal adulto é:
➢ Eqüinos - 40 a 55 litros
➢ Bovinos - 40 a 55 litros
➢ Suínos - 05 a 12 litros
➢ Ovinos - 04 a 12 litros
➢ Coelhos - 0.25 a 0.75 litros
➢ Aves - 2 partes água /1 parte alimento seco.
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O tipo e a composição da dieta oferecida pode afetar drasticamente o consumo oral 
voluntário de água. Já as exigências de água estão relacionadas à manutenção do equilibro hídrico 
adequado do animal.
6 - NUTRIENTES ENERGÉTICOS
Segundo Wortinger (2009) os vegetais possuem a capacidade de sintetizar a energia 
de que precisam a partir de substâncias inorgânicas contidas no solo e no ar com o auxílio da 
energia solar (fotossíntese). Os animais, por sua vez, são incapazes de absorver a energia solar, 
dependendo dos vegetais para adquirir energia. Nos animais, a energia é necessária para:
➢ Manutenção dos processos vitais como: respiração, digestão crescimento, reprodução, 
homeotermia, excreção, etc;
➢ Acúmulo de reservas para períodos difíceis, na forma de gordura armazenada na 
camada abaixo da pele (subcutânea) ou ao redor dos órgãos internos;
➢ Proteção do organismo, formando uma camada isolante, compondo a parede celular 
(sustentação), etc.
Esta energia, Segundo Lana (2003), é proveniente, em sua maior parte, dos carboidratos 
(ou hidratos de carbono) e, em menor parte, dos lipídios. Embora os lipídios possuam uma maior 
quantidade de energia disponível por unidade de peso, os carboidratos aparecem compondo uma 
parte muito maior da dieta dos animais.
7 - CARBOIDRATOS
Os carboidratos são os principais integrantes das plantas que contêm energia, totalizando 
60 a 90% do peso de sua matéria seca. Essa classe de nutrientes é composta de elementos carbono, 
hidrogênio e oxigênio, menciona Wortinger (2009). Os carboidratos, segundo Wortinger (2009), 
são classificados pelo número de moléculas de açúcares (sacarídeos) que os compõem:
• Monossacarídeos: também chamados de açucares simples, tem como representantes a 
glicose, frutose, galactose.
• Dissacarídeos são compostos de duas unidades de monossacarídeos ligados entre si, 
tem como representantes, a lactose, sacarose.
• Polissacarídeos: são polímeros complexos de monossacarídeos, formados por mais de 
10 moléculas de monossacarideos e representam a principal fonte de energia para os animais. O 
principal polissacarídeo dietético é o amigo presente em grandes quantidades nos grãos de cereais. 
O glicog|êmio, carboidrato de reserva no animal está distribuído principalmente nos músculos 
e fígado e esse é responsável pela manutenção da glicemia, especialmente no metabolismo do 
jejum. A celulose e a hemicelulose também fazem parte dos polissacarídeos.
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Bertoli (2010) cita que outra forma de classificar os Carboidratos é quanto a digestibilidade 
dos compostos:
• Fibra Bruta e Glicídios estruturais como a celulose, hemicelulose, etc. - porção 
dificilmente digerida pelos animais monogástricos, composta pela maioria dos polissacarídeos
• Extrativo Não Nitrogenado (açúcares solúveis e amidos) - porção facilmente digerida, 
composta pelos mono e oligossacarídeos e ainda alguns polissacarídeos simples, como o amido.
As funções dos carboidratos no organismo são diversas. A glicose, um monossácarideo, é 
fonte de energia importante para muitos tecidos. Um suprimento constante de glicose é necessário 
para o funcionamento adequado do sistema nervosa central (SNC), e o glicogênio presente no 
músculo cardíaco é uma significative fonte de energia emergencial para o coração, comenta Case 
(2000).
Os carboidratos também fornecem os esqueletos de carbono para a formação de 
aminoácidos não-essenciais e são necessários para a síntese de outros compostos essenciais 
para o organismo. Quando são metabolizados em dióxido de carbono e água para obtenção 
de energia, eles são uma fonte de calor para o organism. Finalmente, os carboidratos simples e 
amidos consumidos em excesso em relação às necessidades do organism são armazenados na 
forma de glicogênio ou convertidos em gordura, mostra Wortinger (2009).
Para Bertechini (2013), os monogástricos obtém sua energia principalmente do amido 
armazenado nos grãos e das gorduras, obtidos através da digestão química dos alimentos, os 
ruminantes utilizam, além destes, alimentos ricos em fibras (volumosos), que são constituídos 
basicamente por celulose e hemicelulose (polissacarídeos). 
A capacidade dos ruminantes de melhor digerir a fibra bruta é devida, principalmente, 
à população microbiana do rúmen – bactérias e protozoários. São estas bactérias e protozoários 
que produzem as enzimas que vão degradar a fibra bruta, transformando-a em ácidos graxos 
voláteis, que serão absorvidos pela parede ruminal e então utilizados como fonte de energia. Na 
tabela é possível visualizar o local de digestão da fibra no trato digestivo de diferentes espécies, 
cita Lana (2003).
Tabela 1 - Digestão da Fibra bruta. Fonte: Bertechini (2013).
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8 - LIPÍDIOS
 
A gordura da dieta faz parte de um grupo de compostos conhecidos como lipídeos, 
que compartilham a propriedade de ser insolúveis em água (hidrofóbicos), mas solúveis em 
diferentes solventes orgânicos. Os lipídeos sólidos que estão à temperatura ambiente geralmente 
são chamados de gorduras, e os que são líquidos à temperatura ambiente são chamados de óleo, 
coloca Wortinger (2009).
Lipídios ou gorduras são também chamados de extrato etéreo (EE). Assim, como os 
carboidratos, os lipídios também são compostos orgânicos formados por Carbono, Hidrogênio 
e Oxigênio (C, H e O), porém se caracterizam por serem compostos insolúveis em água, mostra 
Branco (2013).
As gorduras (lipídios) fornecem aproximadamente 2,25 vezes mais energia do que os 
açúcares (carboidratos) e proteínas, no entanto não se constituem na maior fonte de energia 
para os animais, conforme explicado anteriormente. As moléculas de gordura são formadas pelo 
glicerol mais ácido graxo (monoglicerídeo). Os ácidos graxos podem ser classificados em dois 
tipos, de acordo com Branco (2013): 
1. Saturados;
2. Insaturados
Figura 3 - Ácidos graxos saturados e insaturados. Fonte: Fórmula Sabão Artesanal (s/d).
Além das funções de fornecedor de energia, os lipidios, Segundo Wortinger (2009) 
também apresenta algumas outras funções vitais como: 
• Funcionam como veículo de determinadas vitaminas (vitaminas lipossolúveis);
• Desempenham importante papel no organismo, como é o casodo colesterol, que é 
precursor da pró-vitamina D; dos fosfolipídios, que são complexos das membranas celulares dos 
animais; dos esteróis, que formam os hormônios; do glicerol, que é convertido em energia; dos 
ácidos graxos essenciais e insubstituíveis (olêico, linolêico, linolênico e araquidônico).
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9 - AVALIAÇÃO ENERGÉTICA DOS ALIMENTOS
Com a avaliação energética, é possível expressar a energia contida nos alimentos em 
calorias (cal) ou NDT (Nutrientes Digestíveis Totais). Segundo Lana (2003), uma caloria equivale 
à quantidade necessária de energia para elevar em 1oC a quantidade de 1g de água. A energia 
pode ser expressa em caloria (cal), quilocaloria (Kcal) ou megacaloria (Mcal), onde:
O NDT representa a soma de todos os nutrientes digestíveis dos alimentos. O valor 
energético de um alimento quando expresso em NDT é calculado pela seguinte fórmula:
A energia total contida num alimento é chamada de energia bruta. Desta energia 
existem perdas durante o processo de digestão. Se descontarmos desta energia 
bruta a energia que é eliminada pelas fezes, teremos a energia digestível, que, 
dependendo do animal e do alimento, representa de 70 a 80% da energia bruta. 
Quando não se dispõe de dados sobre a energia digestível, pode-se obter este 
valor a partir dos valores conhecidos de NDT (Nutrientes Digestíveis Totais), 
considerando que 1Kg de NDT equivale a 4.400 Kcal de energia digestível. 
(BERTECHINI, 2013, p. 22).
Os alimentos utilizados nas dietas de ruminantes devem ser caracterizados quanto à 
concentração em energia, a qual pode ser apresentada de diferentes formas. Utilizando o sistema 
proximal de análises mais o detergente (Unidade 3), pode-se calcular os nutrientes digestíveis 
totais (NDT) dos diferentes alimentos a partir da análise de composição e da digestibilidade 
da proteína, da fibra em detergente neutro, do extrato etéreo e dos carboidratos não fibrosos. 
O NDT expressa a concentração em energia dos alimentos na forma de % ou em kg/kg de MS, 
segundo Branco (2013).
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Segundo Lana (2003) além das perdas de energia através das fezes, há ainda a perda 
de energia pela urina e na produção dos chamados “gases de combustão”, provenientes das 
fermentações que ocorrem no trato digestivo, principalmente em ruminantes. Estas perdas 
podem atingir até 15% do valor energético bruto dos alimentos. A esta energia restante chama-
se energia Metabolizável. Quando não se dispõe de dados sobre a energia metabolizável pode-
se obter este valor a partir dos valores conhecidos de ED (Energia Digestível), utilizando-se as 
seguintes equações:
Ruminantes: EM (Kcal/Kg) = ED (Kcal/Kg) * 0,82
Suínos: EM (Kcal/Kg) = ED (Kcal/Kg) * {96 – [(0,0002 * % proteína)/100 ]}
Segundo, Branco (2009, p. 33), a EM ainda não é aquela que ficará disponível para a 
manutenção e os processos produtivos do animal. Durante o metabolism ocorre a produção de 
calor decorrente da ingestão de alimentos que denominamos de incremento calórico (IC).
Este incremento calórico aparece em função da ineficiência das reações que ocorrem 
durante a utilização de energia pelo organismo. Somente após descontar o incremento calórico é 
que temos a energia líquida presente no alimento. Assim, Branco (2009) ressalta que no caso do 
gado de corte, a energia líquida pode ser utilizada para manutenção ou para funções produtivas, 
como ganho de peso, crescimento fetal e lactação. A energia líquida de manutenção (Elm) é 
sempre maior que a energia líquida para ganho (ELg). Os valores de Elm e de ELg podem ser 
obtidos a partir dos valores de EM usando-se as formulas do NRC (2000):
Durante e após a digestão ocorrem gastos de energia no metabolismo do animal 
e, entre estes está a manutenção da temperatura corporal. Este gasto se chama 
incremento de calor. Descontando-se todas estas perdas, chega-se àquela parcela 
da energia bruta que é efetivamente útil ao metabolismo do animal, denominada 
energia liquida (EL). O processo de transformação e difusão de processo de 
transformação e difusão de energia encontra-se representada no quadro abaixo 
(BRANCO, 2009, p. 22).
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Figura 4 - Distribuição de energia. Fonte: NutriAgro (2017).
10 - PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS
Proteínas são moléculas grandes e complexas, compostas de centenas a milhares de 
aminoácidos. Esses aminoácidos são compostos de carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e, 
às vezes, de átomos de enxofre e fósforo. Embora existam centenas de aminoácidos na natureza, 
apenas 20 são encontrados como componentes de proteínas (Gross et al., 2000). As proteínas 
são polímeros lineares de aminoácidos, nos quais o grupo amina de um aminoácido e o grupo 
carboxila de outro aminoácido são unidos por uma ligação peptídica.
Figura 5 - Composição química da proteína. Fonte: Eric (2015).
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https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=gMlMxlvrEq0
Do ponto de vista nutricional, o que distingue uma proteína de outra é o seu aporte de 
aminoácidos. São conhecidos 23 aminoácidos que compõem as proteínas, no entanto, apenas 
11 são considerados dieteticamente. Segundo Bertechini (2013), as proteínas têm as seguintes 
funções:
• Estrutural – formação e manutenção dos tecidos orgânicos.
• Formação de hormônios e enzimas.
• Fonte secundária de energia.
• Transporte e armazenamento das gorduras minerais.
• Agente tamponante e auxílio na manutenção da pressão osmótica.
• Na reprodução, formação de espermatozoides e ovos.
• Estrutura coloidal.
• Transporte de oxigênio (hemoglobina)
As proteínas da dieta são necessárias para oferecer uma fonte de aminoácidos para formar, 
reparar e substituir proteínas corpóreas. Elas também proporcionam nitrogênio para a síntese de 
aminoácidos não essenciais e outros compostos nitrogenados. Cada proteína contém quantidades 
diferentes de diferentes aminoácidos, e nenhuma proteína é completa, ou seja, nenhuma proteína 
contém todos os aminoácidos exigidos pelos animais, nem em quantidade nem em qualidade, 
portanto nenhuma proteína pode ser usada como fonte protéica única na alimentação animal.
Os aminoácidos são divididos em dois grupos: não-essenciais e essenciais (Tabela.). A 
diferença entre esses dois grupos é que os aminoácidos essenciais devem ser incluídos na dieta, 
ao passo que os não essenciais podem ser sintetizados, pelo organismo, de outros precursores a 
uma taxa capaz de satisfazer as necessidades fisiológicas (WORTINGER, 2009).
Tabela 2 - Aminoácidos essenciais e não-essenciais. Fonte: Wortinger (2009).
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Segundo Sakomura e Rostagno (2007), as proteínas possuem de 15 a 19% de nitrogênio 
(N) na sua composição, apresentando uma média de 16% de nitrogênio em relação ao peso 
total. Em função disto a quantidade de proteína em um alimento pode ser determinada pele 
quantidade de nitrogênio presente neste alimento, de forma que a porcentagem de proteína bruta 
de um alimento equivale a 100% de um teor de 16% de nitrogênio. Matematicamente :
Ao contrário dos lipídios e carboidratos, o organismo não tem a capacidade de 
armazenar proteínas para uso posterior. Quando um animal consome proteínas 
em excesso, além da sua necessidade ou capacidade de uso, esta proteína será 
transformada em lipídio e armazenada como tal, não podendo retornar a sua 
forma anterior. Nestes casos a alimentação estará se tornando economicamente 
ineficiente, já que os alimentos de origem protéica geralmente são mais caros 
do que os de origem energética. A alimentação diária de um animal deve 
fornecer uma quantidade de proteína que garanta o suprimento adequado de 
aminoácidos, exigidos em diferentes quantidades, pelos diferentes animais e 
não maisdo que isto. Quantidades excessivas de proteínas são armazenadas 
em forma de energia (lipídios) ou eliminadas, não podendo retornar à forma 
original de proteína para ser utilizada como tal. (BRANCO, 2013, p. 33).
Lana (2003) cita que às proteínas podem ser divididas em:
• A Proteina Verdadeira: é aquela proteína composta apenas de aminoácidos;
• Nitrogênio Não Proteíco: Compostos que não são proteínas verdadeiras in natura, mas 
contém nitrogênio (N) e podem ser convertidas em proteínas por ação bacteriana no rúmen (ex. 
Uréia).
• A Proteína Bruta, é a fração de um alimento composta de proteína verdadeira e qualquer 
outro produto nitrogenado (porcentagem de nitrogênio multiplicado por 6,25 = PB).
• Proteína digestível: é a porção da proteína que o animal digere.
• Proteína degradável no rumen: aquela fração da proteína que é digerida pelos 
microorganismos do rumen.
11 - QUALIDADE DA PROTEÍNA
Refere-se à quantidade e proporção de aminoácidos constituintes da proteína. A avaliação 
química é um índice que abrange a comparação do perfil de aminoácidos de uma determinada 
proteína com o perfil de aminoácidos de uma proteína de referência de qualidade muito alta. 
A proteína do ovo é utilizada normalmente como proteína de referência e a ela é dada uma 
avaliação química de 100. Segundo Wortinger (2009) o aminoácido essencial que está em maior 
déficit na proteína de ensaio é chamado de aminoácido limitante, pois ele limitará a capacidade 
de o organismo utilizar aquela proteína. Metionina, triptofano e lisina são os três aminoácidos 
das proteínas das rações mais limitantes.
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12 - NITROGÊNIO NÃO PROTEICO (NNP)
Os animais ruminantes, através dos microorganismos presentes no rúmen, são capazes 
de transformar tanto o nitrogênio derivado da proteína verdadeira quanto o proveniente de 
alguns compostos nitrogenados não protéicos, como a uréia ou o biureto em proteína. O uso da 
uréia na dieta dos ruminantes apresenta-se como uma forma de baratear o custo e aproveitar os 
alimentos volumosos de baixa qualidade, que em condições normais são pouco aproveitados ou 
desperdiçados, segundo Lana (2003).
Quando a uréia alcança o rúmen, é rapidamente desdobrada em amônia e CO2. O mesmo 
processo ocorre quando o animal ingere uma fonte de proteína verdadeira, proveniente do capim 
ou outro alimento qualquer. Esta amônia é utilizada pelos microorganismos para síntese de sua 
própria proteína. Para que isso ocorra é necessária a presença de uma fonte de energia (celulose 
ou amido, por exemplo). À medida que a digestão ruminal progride, todo o alimento ingerido, 
juntamente com as bactérias chega ao abomaso, onde estas serão destruídas e seu conteúdo 
liberado, conforme Lana (2003).
Figura 6 - Metabolismo da proteína verdadeira e Nitrogênio Não Proteíco. Fonte: Proteína Bypass (s/d).
https://www.youtube.com/watch?v=0Ra64AvliUQ
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Lana (2003) cita que parte da amônia produzida é absorvida pela parede do rúmen, 
alcançando o fígado pela veia porta. No fígado a amônia é convertida em uréia e volta ao rúmen, 
indo parte para a saliva e parte sendo excretada pela urina. Quando o fornecimento de uréia é 
muito alto, ocorre um acúmulo de amônia no rúmen, provocando um aumento no pH ruminal, 
favorecendo sua absorção acima da capacidade hepática. Em decorrência disto o animal apresenta 
sintomas de intoxicação por uréia. A prevenção para intoxicação segue regras bem simples:
➢ A população microbiana deve estar adaptada para a utilização de uréia, o aumento da 
quantidade de NNP deve ser gradativo;
➢ Quanto maior a quantidade de uréia, mais parcelado deve ser o seu fornecimento;
➢ Deve ser assegurada uma fonte adequada de energia na forma de carboidratos 
fermentáveis no rúmen;
➢ A quantidade máxima de uréia que pode ser fornecida e aproveitada pelo animal gira 
em torno de 40g/100Kg PV. Este valor é um referencial e depende da quantidade de energia 
presente na dieta.
Ainda, Segundo Lana (2003) a quantidade adequada de uréia também pode ser obtida a 
partir do fornecimento de uréia para produzir até 30% da necessidade protéica diária do animal. 
Por exemplo, um animal que necessita 750g diárias de proteína bruta, pode receber quanta uréia 
por dia?
• Necessidade PB = 750g
• 30% da necessidade diária de proteína bruta equivale a: 225g de Proteína Bruta.
➢ Para produzir 225g PB há necessidade de 36g de N (PB tem 16% de N)
➢ Para fornecer 36gN devo fornecer 80g uréia (Uréia tem 45% de N)
13 - VITAMINAS
Segundo Sakomura e Rostagno (2007), as vitaminas são classificadas por suas 
características físicas e fisiológicas. São substâncias orgânicas de peso molecular pequeno, que 
o organismo animal não consegue sintetizar, indispensáveis à vida dos seres superiores. Sua 
ausência causa distúrbios característicos, geralmente mortais. Possuem ação específica, não 
podendo ser substituídas por outras substâncias.
Wortinger (2009) citou que o organismo animal deve receber as vitaminas através 
da alimentação, por administração exógena (injeção ou via oral), ou por aproveitamento das 
vitaminas formadas pela flora intestinal (algumas vitaminas podem ser produzidas nos intestinos 
de cada indivíduo pela ação da flora intestinal sobre restos alimentares). As vitaminas são 
necessárias para as atividades metabólicas, mas não entram na porção estrutural do corpo, isto é, 
apenas participam no processo de crescimento, manutenção e reprodução.
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As vitaminas podem ser classificadas de acordo com a sua solubilidade. Sendo assim, 
divididas em lipossolúveis (solúveis em gordura) e hidrossolúveis (solúveis em água). As vitaminas 
hidrossolúveis, compreendem a vitamina C as do complexo B, são tiamina (B1), riboflavina 
(B2), piridoxina (B6), biotina, niacina, ácido pantotênico estão todas envolvidas na utilização 
dos alimentos para geração de energia, afirma Wortinger (2009). Essas vitaminas atuam como 
coenzimas de enzimas celulares específicas, que estão implicadas no metabolism energético e 
na síntese tecidual. Coenzimas são moléculas orgânicas pequenas que devem estar com uma 
enzima para que ocorra uma reação específica. O ácido fólico, a cobalamina (B12) e a colina 
são importantes para manutenção e crescimento celulares e/ou produção de células sanguíneas, 
informa Case (2000). As proteínas hidrossolúveis são absorvidas por transporte ativo, algumas 
precisam de uma proteína transportadora, como a B12, enquanto outras necessitam de uma 
bomba de Absorção dependente de sódio, mediada por transportadores, comenta Wortinger 
(2009).
As vitamínas lipossolúveis podem ser armazenadas nos depósitos lipídicos do do corpo, 
tornando o organismo mais resistente à deficiencias delas, porém mais susceptível aos seus efeitos 
tóxicos. A depleção das vitaminas hidrossolúveis ocorre a uma taxa mais rápida devido ao seu 
estoque limitado, sendo mais provável haver deficiências que toxidade. Essas vitaminas precisam 
de sais biliares e gorduras para formar micelas a fim de serem absorvidas no duodeno e no íleo 
e transportadas junto com os quilomicrons, pelo sistema linfático, ao fígado. São vitaminas 
hidrossolúveis:
• Vitamina A: as plantas não contém vitamina A, mas contém uma pro-vitamina, o 
caroteno. É essencial para o funcionamento normal da visão, crescimento dos ossos, reprodução.
• Vitamina D: aumenta a Absorção intestinal, a mobilização, a retenção e a deposição 
óssea de cálcio e fósforo.
• Vitamina E: também chamada de tocoferóis ou tocotrienóis.
• Vitamina K: vital para a coagulação sanguínea normal
14 - SAIS MINERAIS
Os minerais são a porção inorgânica da dieta. Alguns são necessários em grandes 
quantidades, pois eles formam a parte mais importante dos componentes estruturais do organismo, 
enquanto outros são necessários somente em pequenas quantidades paraos processos químicos 
do metabolism, coloca Bertechini (2013). Os minerais necessários ao organismo animal são 
classificados, segundo sua necessidade, em maiores ou menores. São, portanto, minerais maiores 
(macroelementos) aqueles minerais que o organismo necessita em maiores quantidades e estes 
são medidos em porcentagem (%) ou gramas (g), e os minerais menores (microelementos) 
aqueles que o organismo utiliza em pequenas quantidades e são estes medidos em partes por 
milhão (ppm) ou miligramas (mg). Os minerais podem ser divididos em: MACROELEMENTOS 
- Cálcio (Ca), Fósforo(P), Potássio(K), Magnésio (Mg), Sódio (Na), Cloro (Cl) e Enxofre (S). 
MICROELEMENTOS – Ferro (Fe), Cobre (Cu), Cobalto (Co), Iodo (I), Manganês (Mn), Zinco 
(Zn), Selênio (Se), Molibdênio (Mo) e Flúor (F).
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Segundo Wortinger (2009), a disponibilidade de minerais na dieta, bem como a eficiência 
com a qual podem ser utilizados por um indivíduo, podem ser afetadas por diversos fatores: 
composição quimica do mineral, que afeta sua solubilidade; quantidades e proporções de outros 
components dietéticos com os quais o mineral interage metabolicamente, idade, sexo e espécie 
do animal, consumo do mineral e necessidade corpórea e fatores ambientais.
Tabela 3 - Distribuição dos minerais essenciais no organismo animal. Fonte: a autora.
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03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 40
1 - CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS ................................................................................................................... 41
2 - PRINCIPAIS ALIMENTOS UTILIZADOS NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL ........................................................... 41
3 - ANÁLISE DE ALIMENTOS .................................................................................................................................. 42
3.1. MATÉRIA SECA .................................................................................................................................................. 43
3.2. MATÉRIA MINERAL ......................................................................................................................................... 44
3.3. PROTEÍNA BRUTA ............................................................................................................................................ 45
3.4. EXTRATO ETÉREO ............................................................................................................................................ 46
3.5. FIBRA BRUTA .................................................................................................................................................... 46
4 - MÉTODO VAN SOEST ......................................................................................................................................... 47
5 - METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO ENERGÉTICA DOS ALIMENTOS ............................................................... 51
6 - OUTRAS ANÁLISES E TESTES .......................................................................................................................... 52
7 - ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS ........................................................................................................................ 53
8 - TESTES BIOLÓGICOS ....................................................................................................................................... 54
CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DOS 
ALIMENTOS
PROF.A DRA. PAULA ADRIANA GRANDE
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
NUTRIÇÃO ANIMAL
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INTRODUÇÃO
A caracterização dos alimentos é fundamental para que se tenha êxito na utilização dos 
mesmos na alimentação animal. No processo de caracterização dos alimentos é importante 
conhece-los quanto à composição química-bromatológica, bem como quanto à presença 
de fatores antinutricionais ou outras características que possam otimizar ou limitar o uso na 
alimentação animal.
No processo de caracterização, é avaliada também a capacidade que os alimentos têm 
em disponibilizar seus nutrientes para os processos metabólicos do organismo animal. Isto é 
feito, em princípio, através da determinação da digestibilidade dos componentes do alimento, ou 
seja, proteína, carboidratos e lipídeos e, em seguida, avaliando-se a ingestão do alimento pelos 
animais, segundo Branco (2013).
Os alimentos são compostos basicamente por seis grupos de nutrientes:
1) Água;
2) Proteínas;
3) Lipídeos;
4) Carboidratos;
5) Minerais;
6) Vitaminas.
Os ingredientes que compõem as rações avícolas representam a porção mais onerosa da 
produção e o adequado fornecimento dos nutrientes é essencial para o máximo crescimento e 
deposição de tecido muscular pelos animais. A formulação das rações de aves possui o intuito de 
atender as exigências nutricionais, para isso, torna-se necessário o conhecimento da composição 
química dos alimentos, bem como suas limitações nutricionais
Cerca de 70% dos gastos com a produção animal se dá pela aquisição de alimento para 
os animais, destacando-se o concentrado que mais onera o custo de produção. Os alimentos 
volumosos são outra fonte de alimentação, principalmente para os animais ruminantes. Os 
alimentos volumosos de clima tropical alteram drasticamente sua composição e valor nutritivo 
com o avançar do estado de maturidade da planta em relação aos volumosos de clima temperado. 
Há necessidade constante da avaliação do valor nutritivo dos volumosos usados e melhorar o 
manejo de sua produção para, assim, maximizar a eficiência de utilização desses alimentos na 
criação de ruminantes, conforme Lana (2003).
Santos (2005) destacou que o conhecimento dos dados de composição química dos 
valores de digestibilidade e da disponibilidade de nutrientes são extremamente importantes no 
balanceamento de dietas. Dentre os diversos problemas enfrentados pelos nutricionistas, destaca-
se a variação na composição química de um mesmo tipo de alimento. Porém, essa variação é 
normal, principalmente se tratando de alimentos de diferentes condições de cultivo, solo, regiões, 
clima e cultivares. O ideal, ao elaborar uma ração, seria avaliar a composição dos ingredientes 
disponíveis, porém, isso demanda trabalho, tempo e custo. Com isso, a utilização de tabelas de 
composição química de alimentos tem sido uma alternativa, segundo Calderano (2008).
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1 - CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS
As análises químicas realizadas rotineiramente nos laboratórios de Nutrição Animal 
fornecem informações a respeito desses componentes. Assim, de acordo com Branco (2013), 
os alimentos são classificados de acordo com a Associação Americana Oficial de Controle de 
Alimentos (AAFCO) e o Conselho Nacional de Pesquisas dos EUA (NRC):
• Alimentos volumosos – são aqueles alimentos de baixo teor energético, com altos teores 
em fibra ou em água. Possuem menos de 60% de Nutrientes Digestíveis Totais (NDT) e/ou mais 
de 18% de fibra bruta (FB). Os mais usados para os bovinos de corte são as pastagens naturais ou 
artificiais (braquiárias e panicuns em sua maioria), capineiras (capim elefante), silagens (capim, 
milho, sorgo), cana-de-açúcar, bagaço de cana hidrolisado. 
• Alimentos concentrados – são aqueles com alto teor de energia, mais de 60% de NDT, 
menos de 18% de FB, sendo divididos em:
1. Energéticos: apresentam menos de 20% de proteína bruta (PB), 
2. Proteicos: apresentam mais de 20% de PB. Alimentos de origem vegetal e animal 
(Alimentos de origem animal; atualmente, é proibido pelo Ministério da Agricultura o uso para 
animais ruminantes).
• Co-produtos da agroindústria
Considerando a fração carboidrato e a fração protéica,temos:
1. Fontes de carboidratos:
- Estrutural;
- Não estrutural;
- Fibrosos;
- Não fibrosos.
2. Fontes de proteína
- Degradada no rúmen;
- Não degradada no rúmen, mas disponível no intestino.
2 - PRINCIPAIS ALIMENTOS UTILIZADOS NA 
ALIMENTAÇÃO ANIMAL 
Podem ser considerados alimentos concentrados energéticos: 
➢ Grãos de cereais. o Milho, sorgo, arroz, trigo, aveia, cevada, entre outros. 
➢ Co-produtos dos grãos (subprodutos). 
➢ Raízes e tubérculos. Ex. Mandioca e batata. 
➢ Subprodutos da indústria: ex. Polpa cítrica e melaço. 
➢ Gorduras e óleos. 
➢ Casca de soja e casca de café. 
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Podem ser considerados alimentos proteicos: 
➢ Origem vegetal (leguminosas): Algodão, soja, amendoim, coco, girassol, etc. 
➢ Origem animal: Farinha de carne, sangue, penas, vísceras, etc. 
Os principais concentrados energéticos utilizados na alimentação animal são: Aveia, 
casca de soja, farelo de arroz, farelo de trigo, polpa cítrica, sorgo, milho e seus subprodutos, 
mandioca e seus subprodutos, melaço e milheto. Os principais concentrados proteicos utilizados 
na alimentação animal são: Farelo de soja, farelo de algodão, farelo de canola, farelo de girassol, 
farelo de amendoim, grão de soja, caroço de algodão, farinha de peixe, farinha de carne e ossos, 
leveduras, etc.
3 - ANÁLISE DE ALIMENTOS
De acordo com Teixeira (2003), alimento é toda a matéria susceptível de ser transformada 
e aproveitada pelos animais, sustentando a vida, a saúde e a produção. São constituídos de 
elementos chamados nutrientes ou princípios nutritivos que exercem um papel particular no 
organismo. Não existem alimentos completos, portanto sempre haverá a necessidade de analisá-
los visando suprir a deficiência de um ou outro nutriente requerido pelo animal.
Normalmente, as tabelas de composição de alimentos trazem a composição com base 
na Matéria Seca (MS) da seguinte forma: % de Nutrientes Digestíveis Totais (%NDT), Energia 
Metabolizável (EM, em Mcal/kg de MS), Energia Líquida para mantença (ELm, em Mcal/kg de 
MS) e Energia Líquida para ganho (ELg), % de Proteína Bruta (%PB), % de Proteína Degradável no 
Rúmen (%PDR), % de Proteína Não Degradável no Rúmen (%PNDR), % de Fibra em Detergente 
Neutro (%FDN), % de Fibra em Detergente Ácido (%FDA) e a composição mineral, sendo os 
macro-elementos dados em % e os microelementos dados em ppm ou mg/kg de ms. Além disso, 
as tabelas trazem a composição para as vitaminas A, D e E todas em UI/kg de MS.
Os sistemas de análise de alimentos rotineiramente mais utilizado nos laboratórios ainda 
é o Sistema Weende ou Análise Proximal, desenvolvido na década de 1860, na Alemanha. Neste 
sistema os alimentos são divididos em água e matéria seca. A matéria seca por seu lado é dividida 
em 5 componentes: proteína, bruta, fibra bruta, matéria mineral (cinzas), extrato etéreo e extrato 
não nitrogenado (Figura 1).
Figura 1 – Divisão dos alimentos. Fonte: Wortinger (2009).
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Silva e Queiroz (2009) citaram que as análises laboratoriais visam separar os componentes 
dos alimentos em frações de digestibilidade e metabolização previsíveis, com um custo analítico 
baixo e através de métodos rápidos. Devem ser realizadas para fornecer um valor nutricional 
aproximado da dieta utilizada, que é a mistura de todos os ingredientes oferecidos a um animal. 
O método de Weende consiste em fracionar o alimento em matéria seca (MS), proteína bruta 
(PB), extrato etéreo (EE), fibra bruta (FB), extrativos não nitrogenados (ENN) e cinzas ou matéria 
mineral (MM). Estes nutrientes compõem as análises clássicas ou comumente feitas visando 
obter as informações sobre um alimento qualquer. 
Entretanto, o sistema de análise proximal ou método de Weende ao longo do tempo 
mostrou-se insatisfatório, por não reconhecer as diversas frações dos carboidratos com 
características de solubilidade e degradação distintas, e por não promover o fracionamento 
da fibra. No grupo dos extratos não-nitrogenados encontram-se frações de naturezas diversas, 
como amido, hemicelulose, pectina, lignina solúvel em álcali e os carboidratos solúveis em água, 
segundo Silva e Queiroz (2009).
3.1. Matéria seca
Segundo Silva e Queiroz (2009), a determinação da matéria seca (MS) é o ponto de partida 
da análise dos alimentos. É de grande importância, uma vez que a preservação do alimento pode 
depender do teor de umidade presente no material. Além disso, quando se compara o valor 
nutritivo de dois ou mais alimentos, é necessário levar em consideração os respectivos teores de 
matéria seca.
A primeira divisão, em água e matéria seca, é feita através da secagem da amostra em 
estufa (Figura 2) à temperatura de 105º C. Amostras que contenham mais de 20% de umidade 
devem ser submetidas a uma pré-secagem para obtenção da amostra seca ao ar (ASA). Esses 
procedimentos não são os mais recomendados para alimentos fermentados que tem os chamados 
ácidos graxos voláteis em sua composição.
Figura 2 - Estufa de secagem. Fonte: Splabor (2018)
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Para os ruminantes, Branco (2013) cita que é fundamental a determinação da matéria 
seca dos alimentos. Esses animais têm em seu hábito alimentar muitos alimentos ricos em água 
e, além disso, o teor de água dos alimentos tem efeito sobre a ingestão de alimentos, fazendo-
se necessário o conhecimento da umidade. Como há grande variação no teor de umidade dos 
alimentos, para compara-los é importante que todos estejam numa mesma base, ou seja, matéria 
seca. A partir do momento que a amostra está seca, o sistema de Weend analisa e divide em 5 
partes, como citado acima.
3.2. Matéria mineral
A matéria mineral, também chamada de cinzas ou matéria inorgânica, é determinada em 
uma mufla (Figura 3) pela exposição de uma sub-amostra da amostra principal a uma temperatura 
que varia de 500 a 600º C. Dessa forma, toda matéria orgânica é queimada e no resíduo restará 
apenas a matéria mineral, informa Branco (2013).
Figura 3 - Mufla. Fonte: Splabor (2018).
A análise de matéria mineral tem pouco valor sob o ponto de vista nutricional. Tal fato 
decorre principalmente da contaminação de muitos alimentos com solo. A análise de matéria 
mineral é importante para obtenção da matéria orgânica e também para avaliação de prováveis 
adulterações em determinados alimentos. Obviamente que para conhecimento da riqueza 
mineral de uma determinada amostra deve-se realizar análises dos minerais separadamente, 
afirma Branco (2013). Portanto, 
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A determinação da cinza fornece apenas uma indicação da riqueza da amostra em 
elementos minerais, além de permitir uma estimativa da concentração de cálcio e fósforo dos 
alimentos analisados, por exemplo, produtos de origem animal como farinha de carne e ossos. 
Todavia, quando se trata de produtos vegetais, a determinação de cinzas tem relativamente pouco 
valor. Isso porque o teor de cinza oriunda de produtos vegetais fornece pouca informação. Sobre 
sua composição, uma vez que seus componentes, em minerais, são muito variáveis, expõe Silva 
e Queiroz (2009).
3.3. Proteína bruta
A proteína bruta nada mais é do que o resultado da análise de uma determinada amostra 
de alimento em relação ao nitrogênio total. No sistema de Weende de análise, considera-se que as 
proteínas têm em média 16% de nitrogênio. Portanto, com a determinação do valor de Nitrogênio 
(N) total do alimento, multiplicando este valor por 6,24 (100/16), segundo o método de Kjeldahl, 
encontramos o valor de PB. Neste sistema de análise a amostra é exposta a uma digestão ácida 
(ácido sulfúrico+catalizadores) sob aquecimento, tendo como produto final o sulfato de amônio 
(Nh4)SO4), que contém todo o N da amostra. Em seguida, através de destilação usando NaOH 
(50%), ocorre a liberação

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